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sábado, agosto 05, 2006

Clipping manguaça

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A abandonada editoria de cachaça deste Futepoca promete se recuperar. Depois de semanas de dores de cabeça, tremores constantes e dor de estômago, as dicas sobre a bebida vão voltar. Mas como pompa e promessas vazias não resolvem nada se os posts não aparecerem de fato (principalmente em período eleitoral), a retomada começa leve, com links pra um monte de bobagem relacionada à água-bruta.

O Museu da cachaça de Pernambuco garante ter 7,8 mil garrafas da perigosa. E o curador do museu, José Moisés de Moura, jura que demorou 20 anos pra juntar tudo isso. E os manguaças sabem que precisam de 20 dias pra desfazer o acervo, mas prometem se conter. Há seis anos, ele mantém a página na internet e há oito abre o museu em Lagoa do Carro, a 60 km de Recife, à visitação. Quem conseguir chegar até lá, paga R$ 1 pra entrar. A saída é indicada por placas luminosas (ic), mas uma expressiva parcela dos visitantes não consegue encontrá-la sozinha. Criança entra de graça, porque é preciso formar as próximas gerações de manguacinhas. A degustação é feita no Bar do Papudinho, um dos ambientes do recinto.

"Cachaça também é cultura" é o slogan do Museu do Rio de Janeiro, o Muca. Criado em 1991, o acervo da chambirra é de todos os jeitos. Mas o destaque são livros – pra fazer jus ao lema adotado. Perceba que isso chama a atenção porque é curioso, e nunca por falta de interesse na três-tombos, que é o que importa aqui.


Minas Gerais também tem seu museu, em Caeté. As 6 mil garrafas são expostas do lado de um restaurante foram reunidas por um médico que não tem como esconder suas embiagadas origens (ic) . Começou a coleção dentro de um boteco quando olhou a prateleira apinhada de garrafas de todas as cores, formas e rótulos e decidiu comprar tudo de uma vez. Segundo fontes consultadas com exclusividade, ele teria chegado em casa com aquele monte de garrafas e, para disfarçar a compulsão etílica, mandou avisar a patroa e toda a vizinhança que tinha começado uma coleção. Não teve como se furtar de seguir o prometido, porque não faltaram cachaceiros – os fabricantes, não os bebedores – para se incluírem no museu.

Mé virtual – Mas aos ressaqueados demais para sair da frente do computador, a opção é o Cachaça na Net (CnN), que dispõe de um acervo de rótulos de xarope-dos-bebos. Curiosamente, a "redação" fica na Holanda. Depois de digitalizados, os rótulos originais são mantidos em local seguro para evitar que nativos confundam o material com seda e fumem as relíquias – num claro preconceito da minha parte. O Cultura e conhecimento: cachaça, não explica muito bem o que é (ic), mas reúne, além de rótulos, letras de sambas e marchinhas sobre caxaramba, mais folclore, entre outras atrações.

A Feira da cachaça é uma loja virtual de bafo-de-tigre, assim como Cachaça.com.br. Os preços não são os mais baratos, e este manguaça-autor não teve aprovado seu pedido de financiamento (ic) para testar os serviços de entrega e embalagem dos lojinhas. Cachacas.com pretende ser um verdadeiro portal da chambirra, enquanto a Cachaçaria Virtual lista notícias sobre o universo do remédio.

Orgia de álcool – A 4ª Feira Brasil Cachaça está prevista para abril de 2007. Na edição deste ano, foram 14 mil visitas, dos quais (ic) estima-se que apenas 43% teriam saído transando as pernas. Os 150 cachaceiros – fabricantes, já expliquei – fizeram a festa no evento que ocorreu simultaneamente a uma feira de vinhos.

É federal – E a despeito das denúncias infundadas sobre o hábito de embreaguez do mandatário da nação, o Inmetro mantém disponível, com total transparência (ic), as informações sobre análise da que -passarinho-não-bebe realizada em 1996. Precisavam fazer outra, porque a normatização mudou em 2003, quando o país conquistou a patente da marca "Cachaça" na OMPI (Organização Mundial de Propriedade Intelectual, página em inglês, espanhol, japonês...). O Sebrae de vários estados possui programas de apoio específicos para alambiqueiros, como na Bahia. Afinal, a cadeia produtiva da filha-de-engenho inclui muito pouca renda aos cachaceiros – produtores e bêbados – e muita para engarrafadores e intermediários. Um problema de concentração de renda e de saúde pública (ic).

E chama logo o garçom pra próxima, vá

2 comentários:

Glauco disse...

Feira de cachaça simultânea à feira dos vinhos? Haja Epocler...

Marcão disse...

Gostei dessa cachaça "Tá na hora". Principalmente porque a mulher do rótulo sugere que, na verdade, tá na hora é de outra coisa, ainda mais interessante que beber...