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segunda-feira, agosto 14, 2006

Se o caso é chorar...

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Em sua primeira entrevista após o fiasco na Copa do Mundo, o técnico Carlos Alberto Parreira admitiu, em conversa com o jornal "O Globo", que a condição física e os erros de planejamento prejudicaram a equipe na busca pelo sexto título mundial, na Alemanha. Para o treinador, um dos principais erros da comissão técnica foi não realizar pelo menos uma parte do treinamento para a competição em solo brasileiro. A última passagem pelo país aconteceu ainda nas eliminatórias, no final de 2005.

"Até já conversei com o Ricardo Teixeira (presidente da CBF). Por exemplo: os jogadores têm que vir ao Brasil, a delegação precisa chegar no local da competição uniformizada e necessita voltar junta. E aqueles treinamentos abertos para o público , aquela histeria, aquela festa, não devem ser repetidos. O Dunga terá menos trabalho, porque a pressão será menor", comentou o treinador em entrevista publicada pelo jornal carioca neste domingo.

Sobre o lance polêmico, que gerou o gol da França e decretou a eliminação brasileira no Mundial, Parreira confirmou que Roberto Carlos realmente não deveria estar fora da área no momento da cobrança da falta. No entanto, segundo o técnico tetracampeão do mundo, Kaká ou Cafu seriam os responsáveis pela marcação sobre o francês Henry. "O Henry seria marcado por quem estivesse fora daquele bolo. Kaká ou Cafu. O Roberto Carlos nunca foi encarregado de marcar. Mas claro que houve desatenção dele", comentou Parreira, que disse acreditar na falta de "química" da equipe durante a competição na Alemanha para explicar o baixo rendimento.

A questão secreta sobre o peso do atacante Ronaldo foi analisada com sutileza pelo treinador, que recebeu proposta da seleção da África do Sul para participar da Copa do Mundo de 2010, mas ainda não aceitou oficialmente o convite para dirigir a seleção que também é o país sede do próximo mundial. "Pela primeira vez, desde que eu trabalho em seleção, no momento em que você anunciou os 22 jogadores eles já estavam inscritos na Fifa. Não tem como mudar. Se o cara chega com cinco quilos a mais e fora de forma, não interessa para a entidade, que não reconhece isso. Só se pode cortar e convocar outro jogador por contusão comprovada", declarou.

Para o treinador, o imenso favoritismo depositado na seleção também foi um dos culpados pelo mau desempenho do time, que havia participado das últimas três finais de Copa do Mundo e vencido duas. "Um exemplo figurado que acho ótimo. Se você vai para um banquete saciado, pode ter caviar, faisão, e você vai comer como? Você está de barriga cheia. Agora, quando se vai com fome, você come até pão com manteiga. Então faltaram esse sofrimento, essa pressão, e a gente não teve isso em nenhum momento na Copa", analisou.

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