Destaques

sábado, junho 10, 2006

A estréia dos hermanos

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A Argentina mostrou, na melhor partida da Copa até agora contra a Costa do Marfim, o sistema defensivo passou a ser prioridade para o técnico José Pekerman. Nada de "quadrado mágico" com a presença de Messi, que volta de contusão. Os contra-ataques rápidos foram a principal arma portenha, mas, no segundo tempo, quando poderia ter aproveitado os espaços deixados pela rival africana, a seleção argentina recuou demais e o treinador optou pela entrada do inoperante Palácio no lugar de Crespo, reduzindo o poder ofnesivo da equipe.

O esquema tático e as substituições de Pekerman evidenciam o trauma da última Copa, quando os argentinos forma eliminados na primeira fase. Cautela é a palavra de ordem em uma equipe que, claramente, deixou a impressão de que poderia ter feito mais. "o aspecto defensivo foi muito positivo, con muitos pontos altos", comemorou ao final do jogo o treinador.

Já a Costa do Marfim, em sua estréia em mundiais, apresentou um bom toque de bola e uma impressionante disposição para pressionar a Argentina, na maior parte do tempo, no próprio campo do adversário, roubando inúmeras bolas no meio de campo. Corre o risco de ser desclassificada por conta do azar de cair em um grupo tão forte.

Futebol comercial

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Copa é o momento de overdose de futebol em propagandas. Futebol deve vender muito! Algumas são péssimas. Por que diabos as pessoas não querem entregar um desodorante ao Ronaldinho Gaúcho? Ele está suado de uma tal forma no comercial que não quero nem imaginar a catinga. Outras são ótimas. O Maradona cantando o hino brasileiro e a trave que não deixa a Argentina fazer o gol são as melhores. Ou eram.
A sacada da Volkswagen no novo filme do Gol é fantástica. Cria por computador o gol que Pelé não fez, na Copa de 70, na semifinal contra o Uruguai. Ele dá o drible da vaca no goleiro Mazurkiewski e chuta para o gol vazio. A bola passa rente à trave e sai.
Agora, na televisão, o gol acontece. A bola entra. É o gol com o qual todos sonhamos. Ver aquela bola entrando não tem preço (para citar aquela outra propaganda). Vale a pena prestar atenção no intervalo dos jogos (ou da novela).

informações técnicas:
A Volkswagen decidiu converter em gol a jogada de Pelé e usar a imagem como mote para a campanha do novo Gol. "O Gol que todo mundo sempre quis ver", assim como o próprio Pelé, é resultado de uma montagem feita sob o comando da agência AlmapBBDO, com imagens do filme Pelé eterno. A bola chutada pelo craque bate na trave e balança a rede.

A empresa converteu outra bola que talvez Pelé tivesse eleito 'o gol de sua vida'. Na partida contra a então Checoslováquia, também na Copa de 70, no México, o craque vê o goleiro adiantado e chuta a bola do meio do campo. O goleiro, com ar de desespero, vê a bola passar por sua cabeça, mas ela não entra.

Esse segundo filme pode não ir ao ar porque a Almap não conseguiu, até agora, localizar os jogadores que participam da cena para pedir autorização. "No caso do jogo do Uruguai, que o Brasil venceu por 3 a 1, localizamos o goleiro e o zagueiro e eles concordaram", informou Antonio Carlos Salgueiro, diretor de conta da Almap. Para a comemoração, a agência usou cena de outro gol, em que Pelé abraça Paulo César Caju.
fonte: Estado de S. Paulo

ps: talvez as crianças não curtam muito a propaganda, e no futuro vejam o lance original e não entendam nada. Vai ser divertido...

Trinidad e Tobago cala críticos

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Esse título é exagero, é inegável. Mas o fato de a representante da América Central ter obtido um empate sem gols com a Suécia – que mesmo sem ser tanta coisa, tem infinitamente mais tradição de copas do mundo – comemorado pelos jogadores e pela torcida como uma vitória em oitavas-de-final foi uma surpresa.

A estreante Trinidad e Tobago se clasificou sobre a seleção de Bahrein (país-ilha do Golfo Pérsico entre Arábia Saudita e Catar), com quem disputou a repescagem obtendo um empate e uma vitória simples. Segundo uma fonte bahrenita em entrevista exclusiva para o Futepoca, o país árabe era muito pior. "Fomos poupados de passar vergonha, se aquela seleção se classificasse, seria muito feio", garantiu o brimo.

Os hermanos anglófonos mandaram bem não tanto pelo resultado, que acontece. A Suécia não ganha em estréias de Mundial desde 1958, quando jogou em casa e foi até às finais. Mas o surpreendente é que os trinidianos e tobaguenses deram "apenas" uns três ou quatro pontapés, acertaram bola na trave e resistiram durante 30 minutos com um jogador a menos (em virtude de um dos pontapés registrados). O técnico holandes Leo Beenhaker reconheceu que o adversário jogou melhor, mas "comparando as duas equipes, me sinto feliz e orgulhoso com o ponto que conquistamos".

Na quinta, dia 15, Trinidad e Tobago é o mundo contra a Inglaterra.

Noronha, o especialista

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Sou refém da Globo para assistir Copa do Mundo. Não tenho tv a cabo para escapar do Galvão. Mas assistir Trinidad e Tobago x Suécia pode ser uma revelação. Há coisas piores que o narrador vitalício da Globo.
Perceba: o "comentarista" Sérgio Noronha reclama da Suécia. Algo do tipo 'eles estão nos melhores times da Europa e não conseguem resolver. Esse Ibrahimovic, dizem que é um dos melhores jogadores da Europa, mas não tô vendo nada". Depois ainda insistiu. "Estou baseando minha reclamação no que me dizem desse jogador"
Einh?
Como assim dizem??!?! Ele não sabe nem em quais times os principais jogadores da Suécia atuam. NUNCA os viu jogar. Não sabe nem pronunciar o nome dos coitados. E ele está na Alemanha, recebendo pra assistir a todos os jogos da Copa.
O mundo é muito injusto!

Altos e baixos de um furão OU às margens da alegria

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Do blog Oreverso, de colegas jornalistas, texto de Hugo Fanton, correspondente direto na Alemanha. O jornalista conta sua saga para cobrir um treino da seleção sem credencial que contou até com um bate-papo com o Ronaldo, o gordo. Belo texto. Péssimo para os invejosos.

sexta-feira, junho 09, 2006

Futebol, política, obesidade e cachaça

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Demonstrando irritação, o atacante Ronaldo reagiu nesta sexta-feira à curiosidade manifestada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na véspera sobre o peso do jogador.

Durante videoconferência com a seleção brasileira e o técnico Carlos Alberto Parreira na quinta-feira, Lula perguntou se Ronaldo estava ou não gordo. O atacante respondeu nesta sexta, levantando um assunto que também fez de Lula alvo de muitos comentários -- o suposto hábito de beber do presidente.

"Fui informado de que era terminantemente proibido fazer perguntas para ele, mas eu tinha muitas perguntas para fazer. Ele disse que eu sou gordo, como todo mundo diz que ele bebe para caramba. Tanto é mentira que eu estou gordo como deve ser mentira que ele bebe para caramba", afirmou o atacante em entrevista a emissoras de televisão.

No final da tarde, Lula enviou uma carta a Ronaldo, com a intenção de encerrar o incidente entre os dois. A operação de reatamento foi tratada com tanta cautela pelo Palácio do Planalto que nenhum representante do governo se pronunciou abertamente sobre o assunto.

Apenas com o compromisso do anonimato, fontes do Palácio do Planalto confirmaram a informação divulgada primeiramente na Alemanha de que Lula havia escrito a Ronaldo.
Na carta, segundo essas fontes, o presidente "reafirmou seu carinho por Ronaldo e disse que continua torcendo por ele".

Ainda segundo um das fontes, Lula "esclareceu na carta que, na teleconferência com alguns jogadores da seleção na quinta-feira, falou sobre o peso de Ronaldo com a intenção de encerrar as especulações sobre as condições físicas do atleta".

De acordo com essa versão, Lula considera ter sido mal interpretado por Ronaldo. Segundo as fontes do Planalto, depois de receber a carta, Ronaldo transmitiu a um intermediário de Lula que "ficou satisfeito com o gesto e não guarda mágoa do presidente".

Klinsmann libera cerveja a jogadores após vitória

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Questionado pela mídia e pelos próprios torcedores alemães na véspera da Copa, o técnico Jurgen Klismann era o mais aliviado após a vitória de sua equipe sobre a Costa Rica nesta terça-feira, na abertura do Mundial. Satisfeito, o treinador deu permissão para seus jogadores comemorarem ao melhor estilo alemão.

"Se quiserem, eles podem até tomar uma cerveja hoje", declarou o comandante da seleção anfitriã, antes de alertar. "Mas temos que concentrar nossas atenções no próximo jogo rapidamente, independente de qualquer coisa", completou.

Wanchope não bastou

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Quem viu a partida entre Costa Rica e Alemanha viu um time germânico frágil justamente naquele que, historicamente, é seu ponto forte: a defesa. Que os defensores alemães não têm habilidade, isso já era sabido, mas a defesa em linha deu dois gols para os costarriquenhos e quase propicou outras oportunidades para os ticos.

A falta de criatividade também não surpreende. Bolas alçadas na área e chutes de fora, o de sempre. Se é fato que a Alemanha já venceu Copas jogando desse jeito, também o é que a defesa era mais sólida e havia jogadores habilidosos que podiam desequilibrar a mesmice, vide Beckenbauer e Matthaus.

E a Costa Rica? A defesa com zagueiros baixos e frágeis não é páreo para atacantes grandalhões do tipo de Klose e deve sofrer também com a Polônia. Mesmo com o esquema defensivo de Alexandre Guimarães, é difícil a equipe não sofrer gols nas próximas duas partidas. Ou seja, os caribenhos terão que contar com os lançamentos para Wanchope. Bastará para chegar à segunda fase?

Política? Vamos ao que interessa:

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Abaixo, alguns dos dados que certamente a campanha de reeleição do Lula vai usar. Alckmin, por outro lado, vai resgatar promessas feitas na campanha petista das últimas eleições e tentará explorar isso para crescer em meio àqueles que estão insatisfeitos com o governo. O PT deve bater nesse pontos:

Desigualdade social atinge menor nível desde os anos 60

A desigualdade social atingiu o menor nível desde o Censo realizado em 1960. Essa é uma das conclusões destacadas de uma pesquisa inédita produzida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O estudo foi feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad - IBGE) - com dados de 2004 - e indica que o país vem avançando desde o início da década na redução das desigualdades entre pobres e ricos. A pesquisa aponta também que, em 2004, a renda média do brasileiro cresceu 3,6%, enquanto a renda dos mais pobres chegou a crescer 14,1%.

Salário mínimo: poder de compra é o maior em 24 anos
Os trabalhadores brasileiros tiveram, em maio, o maior poder de compra da história para os itens que compõem a cesta básica. No mês passado, os trabalhadores gastaram, em média, 48,64% do salário mínimo líquido recebido para adquirir a cesta – o menor índice dos últimos 24 anos. O dado é da pesquisa nacional da cesta básica, divulgada na terça-feira (6 de junho) em São Paulo pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos). De acordo com o Dieese, é a primeira vez, desde 1982, que o assalariado gastou menos da metade do salário mínimo líquido recebido para adquirir a cesta, considerando a média do país.

Brasil bate novo recorde de geração de emprego formal
O Brasil bateu o recorde de geração de empregos com carteira assinada nos primeiros quatro meses deste ano. De janeiro a abril, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta terça-feira (23) pelo ministro Luiz Marinho, foram criados 569.506 postos formais de trabalho - o melhor resultado já obtido no período. Entre janeiro de 2003 e abril de 2006, período do governo Lula, o total chega a 3.992.196. Somente em abril, foram 229.803 novas vagas, número 0,87% maior do que no mesmo mês do ano passado.

O mascote

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Pra quem é um pouco mais velho e não esquece de célebres mascotes de outras Copas do Mundo, como o bizarro Naranjito de 1982 ou o surreal Ciao de 1990, segue a imagem dos atuais, um leão e uma bola falante, Goleo e Pille.

Zarqawi morto

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O jordaniano radicado no Iraque Abul Mussab Al-Zarqawi, apontado como número 1 da Al Qaeda no Iraque que fazia generais anglo-americanos tremerem (talvez mais de raiva do que de medo, porque general não fica no alvo de terrorista), foi morto no pior estilo "assassinato seletivo" com dois mísseis disparados de um caça F-16 da força aérea norte-americana.

Segundo a imprensa internacional, ele estava em uma reunião com Abdul Rahmal Al-Iraqi na cidade de Baquba. O encontro teria sido descoberto em março e sua chegada confirmada por agentes e registros de voz captados, sabe-se lá com que tecnologia, pela agência nacional de segurança. A rede terrorista Al-Qaeda confirmou a morte.

O método lembra o utilizado por Israel para eliminar líderes de grupos extremistas cujo maior impacto ocorreu em 2004. A diferença é que eram usados helicópteros e torpedos disparados manualmente por bazucas e não caças com sistemas guiados por GPS, disparado de uma altura que faz com que os caças tenham passado imperceptíveis pela área.

Ele era uma espécie de porta-voz das ações da rede terrorista instalada no Iraque pós-ocupação. É considerado o responsável pelos planos que levaram à escalada de violência contra xiitas no país. Alguns dos vídeos divulgados em que clama autoria de atentados ou manda recados para o mundo estão hospedados no www.Globalterroralert.com, do analista Evan F. Kohlmann. Não há informações disponíveis para saber se Zarqawi assistiria à Copa, nem sua opinião sobre futebol. É bem provável que achasse que é coisa do Ocidente.

Sim, a Costa Rica vai jogar!

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Enquanto a imprensa brasileira copia a mundial e segue destacando a seleção alemã, os chorumes de Ballack e outras coisas que não tem absolutamente importância nenhuma, fomos a campo (no sentido não-literal) e conseguimos informações quentes dos rivais dos donos da casa na estréia do Mundial: a Costa Rica.

O time caribenho vai jogar de uma forma distinta da que vinha atuando. O técnico brasileiro Alexandre Guimarães treinou sua seleção com uma linha de três zagueiros, seis homens no meio de campo e apenas um atacante isolado na frente. Cientes de suas limitações, os técnicos das equipes do país aprovaram a mudança. “Estar concentrado na defesa, fechar espaços e jogar no contra-golpe. Esse é o melhor esquema para encarar as equipes européias, por isso é que ‘Guima’ utilizará a linha de três”, defendeu o técnico de San Carlos, Hernán Fernando Sossa, ao jornal local La Prensa

A alteração no time foi motivada pela derrota frente a Ucrânia por 4 a 0. Contra a República Tcheca, Guimarães adotou o 3-6-1 e, embora os costarriquenhos tenham sido vencidos por 1 a 0, o novo esquema agradou.

Ao Diário Extra, “Guima” mostrou outra preocupação para o début no Mundial: as temidas bolas aéreas. "Sabemos que eles são fortes no jogo aéreo e, por isso, temos nos preparado para as jogadas de bola parada”, comentou.

A base do time titular da Costa Rica é o Deportivo Saprissa que, no ano passado, disputou o Mundial da Fifa. A equipe local tem três atletas na seleção considerada titular, entre eles o goleiro Porras (por favor, sem trocadalhos...). O destaque “estrangeiro” da Costa Rica é o lateral-direito Gilberto Martinez, que joga no Brescia, rebaixado este ano para a segunda divisão da Itália. A imprensa caribenha especula que ele pode continuar na Série A, indo para Roma ou Fiorentina e cogitam até mesmo um interesse do Real Madrid em seu futebol.

Além de Martinez, o público poderá ver pela última vez nos gramados o atacante Wanchope, com passagens pelo Derby County, West Ham e Manchester City. Após se transferir para o futebol do Qatar, o trintão já não tem a mesma motivação de outrora e prometeu deixar o futebol depois da Copa.

Mas, apesar de todas as dificuldades já sabidas de antemão, o povo costarriquenho está otimista. Uma enquete feita no site Nácion aponta que 56,2% dos internautas acreditam na classificação da Costa Rica para a próxima fase... em segundo lugar. 7,1% acham que o time termina em 1º, 19,1% acham que o terceiro já está bom e 16,8% de absolutos descrentes não vêem a equipe indo além do último posto. Esses fracassomaníacos...

quinta-feira, junho 08, 2006

Memória da Copa (3ª edição)

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Revolução na lateral

Antes de Pelé e Garrincha brilharem na Copa do Mundo da Suécia, em 1958, um outro jogador surpreendeu a crônica esportiva e os aficcionados por futebol de todo o mundo. O lateral-esquerdo Nílton Santos não era um novato - já tinha disputado as Copas de 1950, como reserva, e de 1954, na Suiça, como titular. Aos 33 anos, brilhava no Botafogo de João Saldanha e era conhecido no Brasil como "Enciclopédia do Futebol". Mas foi na Suécia que ele escreveu defenitivamente seu nome na história, e não apenas por sagrar-se campeão.

Seu lance de gênio ocorreu logo na estréia do Brasil na Copa, diante da Áustria, em 8 de junho de 1958 (há exatamente 48 anos, portanto). Pelé estava machucado e o ataque foi composto por Dida, do Flamengo, e Mazola, do Palmeiras. Na ponta-direita, o também flamenguista Joel ainda não havia perdido o posto para Garrincha. E o volante era Dino Sani, do São Paulo, e não Zito. Com a equipe titular ainda em transição e o nervosismo da estréia, o Brasil não começou bem o jogo. Nem o gol de Mazola, aos 38 minutos do primeiro tempo, fez com que os brasileiros se soltassem em campo.

Foi então que, no início do segundo tempo, Nílton Santos resolveu quebrar as rígidas regras do posicionamento tático da época, que proibia os laterais de passar do meio-de-campo (a tarefa de ir ao ataque pelas beiradas pertencia exclusivamente aos pontas). Para espanto do público presente, da imprensa mundial e da própria comissão técnica da seleção brasileira, Nílton pegou a bola na defesa e começou a avançar. Foi passando tranqüilamente pelo campo do adversário e, da entrada da grande área austríaca, disparou com maestria para o fundo das redes. Golaço!

Mazola fechou o placar no finzinho do jogo, mas ninguém deu importância. O lance mais comentado era o de Nílton Santos, considerado até hoje, simbolicamente, como o nascimento do lateral moderno, que também sobe ao ataque. Diz a lenda que, enquanto o jogador avançava, o gordo técnico Feola berrava, do banco: "-Volta, Nílton! Volta, Nílton!". Mas depois, no vestiário, teria dito ao lateral, cinicamente: "Boa, Nílton!".

Porém, no livro "Estrela Solitária", biografia de Garrincha, Ruy Castro afirma que tal atitude seria improvável, pois Feola era cardíaco e não costumava gritar durante as partidas (a doença o afastaria da seleção nos anos seguintes, impedindo-o de ser bicampeão no Chile, em 1962). O fato é que, com ou sem grito, Nílton Santos partiu para o ataque com total consciência do que ia tentar fazer. E fez.

Brasil 3 x 0 Áustria
8 de junho de 1958

BRASIL: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Dino Sani e Didi; Joel, Mazola, Dida e Zagallo. Técnico: Vicente Feola
ÁUSTRIA: Szanwald; Halla, Koller, Hanappi, Swoboda e Happel; Horak, Senekowitch, Buzek, Korner e Schleger. Técnico: Karl Argauer

Árbirto: Maurice Guigue (França)
Gols: Mazola (38), Nílton Santos (49), Mazola (89)
Local: estádio Rimervallen (Uddevalla-Suécia)

“Fecham-se as cortinas e termina o espetáculo, torcida brasileira!”

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Morreu, no início da madrugada desta quinta-feira, aos 77 anos, o radialista esportivo Fiori Gigliotti. Ele estava internado no hospital Alvorada, em São Paulo, há cerca de uma semana, com problemas de úlcera e, posteriormente, na próstata.

O velório acontece no Cemitério do Morumbi. O enterro, no mesmo local, será realizado às 16h desta quinta-feira.

A causa da morte, segundo o hospital, foi falência múltipla de órgãos. A hora oficial do falecimento do radialista foi às 0h40. A informação foi confirmada pelo filho dele, Marcelo Gigliotti.

Com uma longa carreira no rádio, Fiori ficou famoso por alguns bordões durante a transmissão de jogos de futebol. Entre eles, destacam-se "Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo" e "Crepúsculo de jogo".

Nas últimas décadas, a voz de Fiori sempre esteve nas rádios de São Paulo. Ele teve passagens marcantes na Pan-americana (atual Jovem Pan), na Bandeirantes e na Record.

Antes de adoecer, Fiori vinha trabalhando como comentarista na rádio Capital.

Ao longo de sua carreira, ele participou da cobertura de dez Copas do Mundo.

quarta-feira, junho 07, 2006

Memória da Copa (2ª edição)

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Final antecipada

Há 36 anos, em 7 de junho de 1970, foi disputado o jogo mais duro e renhido de toda a Copa do México – uma verdadeira final antecipada entre duas das maiores forças do futebol na época. A Inglaterra, que defendia o título ganho em casa quatro antes, enfrentava o Brasil, bicampeão em 58 e 62. Uma constelação de lendas do futebol desfilava pelos dois lados: Gordon Banks, Bobby Moore, Bobby Charlton, Carlos Alberto, Rivelino, Tostão e, lógico, Pelé. Mas o nome do jogo seria Jairzinho, que ao final daquele mundial seria apelidado de Furacão da Copa.

Os ingleses tinham a defesa mais bem armada da Copa e o Brasil tinha o melhor ataque. Por isso, a partida ainda é chamada por muitos como “o jogo do século”. Os primeiros 45 minutos mostraram um equilíbrio completo de forças e um placar sem abertura de contagem. O melhor lance aconteceu logo aos 10 minutos: Jairzinho escapou em velocidade para a linha de fundo, pela direita, e centrou forte para Pelé saltar e desferir uma violenta cabeçada, de cima para baixo. O goleiro Banks conseguiu praticar aquela que é considerada a mais difícil e mais bonita defesa de todas as Copas.

Na volta para o segundo tempo, os brasileiros demoraram no vestiário e deixaram os ingleses tostando por alguns minutos no sol abrasador de Guadalajara. A malandragem pode ter feito a diferença. O Brasil voltou melhor e a Inglaterra começou a ceder terreno. Aos 15 minutos, o genial Tostão driblou três adversários pela esquerda e, quase desiquilibrado, cruzou para Pelé na meia-lua. O Rei amorteceu o balão e com um leve toque deixou Jairzinho na cara do gol. O ponta só teve o trabalho de encher o pé e fuzilar Banks, para delírio dos torcedores mexicanos, que torciam em peso para o Brasil.

Após o gol brasileiro, o técnico Alf Ramsey fez duas substituições, retirando de campo o vetereano Bobby Charlton e dando mais agressividade ao ataque inglês, que equilibrou novamente a partida e passou a pressionar o gol de Félix. O Brasil sentia falta de Gérson, que estava contundido, para cadenciar o jogo. O empate quase saiu quando Everaldo cabeceou errado uma bola dentro da área e entregou nos pés de Astle (o substituto de Bobby Charlton). Mas o inglês chutou por cima, resvalando no travessão. Foi uma vitória apertada e o único jogo, naquela Copa, em que o Brasil não sofreu gol.

Curiosidade: em São Paulo, enquanto a partida estava acontecendo, nascia Marcos Evangelista de Moraes, o Cafu, que, assim como Carlos Alberto em 1970, levantaria a taça em 2002 como lateral-direito e capitão da seleção.

Brasil 1 x 0 Inglaterra
7 de junho de 1970

Brasil: Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza, Everaldo; Clodoaldo, Rivelino, Paulo César; Jairzinho, Tostão (Roberto), Pelé.
Inglaterra: Banks; Wright, Moore, Labone, Cooper; Mullery, Bobby Charlton (Bell), Ball, Peters; Lee (Astle), Hurst.

Árbitro: Abraham Klein (Israel)
Gol: Jairzinho (59)
Local: Estádio Jalisco (Guadalajara, México)

Bolhas?!? Só na champanha...

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Ronaldo mantém a sua fama de boêmio e, segundo o jornal alemão "Bild", ficou numa discoteca de Frankfurt até as 5h45 da manhã de segunda-feira, após o término da folga concedida pelo técnico Carlos Alberto Parreira.

Acompanhado de Robinho, Ronaldo, chegou ao hotel da seleção às 21h59, um minuto antes do fim do período de folga concedido por Parreira. De acordo com o "Bild", os dois, acompanhados por outros, voltaram a sair, horas depois.

Ronaldo, Roberto Carlos, Emerson, Robinho, Adriano, Cafu e Julio César teriam saído da concentração, em Königstein, à 1h30 da madrugada. Em Frankfurt, o grupo se divertiu na Galerie, uma discoteca onde fecharam uma conta de 680 euros, detalha o jornal alemão.

Os brasileiros consumiram champanha, que era de graça, na área de VIP da Galerie, discoteca freqüentada por figuras da música pop e por jogadores do Eintracht Frankfurt.

"O Brasil se prepara de uma maneira estranha para luta pelo título mundial", acrescenta o "Bild".

A informação do Bild causou mal-estar na delegação brasileira, onde se comenta que os jogadores podem utilizar seu dia de folga como quiserem.

É isso que dá a demora no começo da Copa

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Não deu outra: cansados de esperar pelo início dos jogos do mundial da Alemanha, o Movimento pela Libertação dos trabalhadores Sem-Terra (MLST) comandou um quebra-quebra no Congresso Nacional na noite desta terça-feira. Todos foram presos. Governo Federal e PT condenaram. E a turma que adora criminalizar movimento social aproveitou a deixa para fazer discurso. Nesse caso, o crime é claro, está gravado e registrado. E os manguaças presos.

Piadas de mau-gosto a parte, o motivo real seria, segundo a imprensa, o fato de as lideranças não terem sido recebidos pela presidência do Congresso.

Em setembro de 2005, segundo a Folha Online, o MLST e o MST entraram em confronto na reivindicação de uma ocupação de terra. Na ocasião, 80 famílias de cada lado brigaram com tiro e tudo mais. É formado, ao que consta, por dissidentes do MST, o que quer dizer que é mais radical, como se poderia presumir pela confusão.

Segundo Fernando Rodrigues em seu blog, um dos dirigentes que comandavam a ação era Bruno Maranhão, membro do diretório nacional do PT representante de Pernambuco. Depois de sua prisão hoje, ele "substitui" Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, dirigente da Central de Movimentos Populares, como "fora-da-lei" da direção petista. Isso porque o paulistano recebeu habeas corpus no último dia 2, segundo a Agência Carta Maior.

Resta saber se isso vai alimentar a onda reacionária que coloca tudo que é, foi ou será esquerda no mesmo saco.

terça-feira, junho 06, 2006

Memória da Copa (1ª edição)

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...................O demônio e o apito amigo

A data escolhida para o início desta série, 6/6/6, não é simpatia pelo demônio (isso é lá com Mick Jagger). Só se fosse, talvez, um demônio de pernas tortas. Porque vamos relembrar, aqui, um momento decisivo da Copa do Chile, quando Mané Garrincha garantiu praticamente sozinho o segundo título mundial para o Brasil.

Após a contusão de Pelé, na partida contra a Tchecoslováquia, o ponta-direita assumiu a responsabilidade pra si e só faltou fazer chover, marcando gol de falta, de cabeça, de fora da área, se deslocando por todo o campo, enfim, um verdadeiro show.

Mas nem só Garrincha foi fundamental para o triunfo canarinho. O árbitro chileno Sergio Bustamante também merece crédito. Sua importante contribuição ocorreu há exatos 44 anos, em 6 de junho de 1962, quando nossa seleção fazia sua terceira partida no mundial – a primeira sem Pelé, substituído por Amarildo. O adversário era a forte seleção espanhola, cujo técnico, Pablo Hernández Coronado, havia bravateado na véspera: “O Brasil, sem Pelé, acabou. Quem é Amarildo?”. Ah, se ele soubesse...

Comandada pelo gênio húngaro Puskas (naturalizado), a Espanha foi mais equipe durante todo o primeiro tempo. Quando Adelardo venceu o goleiro Gilmar, aos 35 minutos, parecia o início de uma vitória fácil. Sem a referência de Pelé, o Brasil parecia perdido em campo. Porém, antes de o primeiro tempo acabar, veio o lance crucial: Nílton Santos fez pênalti em Adelardo e deu um passo para frente. O árbitro caiu no engodo e marcou falta fora da área.

Mais tarde, Puskas ainda faria um golaço de bicicleta, injustamente anulado pelo “mui amigo” Bustamante. Depois disso, Garrincha tomou conta do jogo e Amarildo marcou dois gols (como cartão de visitas para o técnico espanhol), garantindo o Brasil nas quartas-de-final.

Presente ao programa Bem Amigos da SportTV, no início da semana passada, o ex-lateral Djalma Santos esquivou-se dos lances polêmicos: “-Se o juiz não viu, não temos nada com isso!”, exclamou, com as mãos para o alto, para gargalhada geral dos presentes.

Ficha técnica

BRASIL 2 X 1 ESPANHA
6 de junho de 1962

Brasil: Gilmar; Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Amarildo e Zagallo. Técnico: Aymoré Moreira.

Espanha: Araguistain; Rodri, Gracia e Verges; Echevarría e Pachin; Collar, Peiró, Puskas, Adelardo e Gento. Técnico: Pablo Hernández Coronado.

Árbitro: Sergio Bustamante (Chile)
Gols: Adelardo (35), Amarildo (72 e 86)
Local: estádio Sausalito, Viña del Mar

Briga em ninho de tucano paulista

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O ex-secretário de administração penitenciária Nagashi Furukawa declarou à Folha de S. Paulo que o secretário de Segurança Pública de São Paulo Saulo Castro quis negociar com o PCC. O que todo mundo sabia, mas sem alguém de dentro que falasse.

Para ele, a crise do PCC teria sido evitada se, em 2001, tivesse havido acordo com a facção. Porém, a culpa da crise atual não é de Alckmin, mas de Cláudio Lembo, porque "quando há comando, não existe muito problema de divergência dos componentes da equipe", o que não ocorre atualmente. Claro que ele reduziu a crise de segurança ao desentendimento dele com Saulo, com quem diz não ter problemas, apesar das declarações de que Furukawa teria "despirocado". A entrevista mostra lealdade ao ex-governador e uma justificativa para a situação atual.

Nada que se compare às declarações de Lembo sobre a elite branca, má e perversa.

O possível fiasco de São Paulo

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Claro que agora todas as atenções dos fãs de futebol mundo afora estão concentradas na Copa do Mundo, mas a última rodada do Brasileiro merece algumas reflexões. Entre os grandes paulistas, a situação de Palmeiras e Corinthians é, sem dúvida, a que desperta maior preocupação na torcida, mas São Paulo e santos também não estão em situação confortável para quem almeja ser campeão.

O Verdão, pelo que se pôde ve no jogo disputado contra o Atlético-PR, começa sim a se arrumar. Tite conseguiu fazer seu meio de campo marcar a equipe de Curitiba e exerceu pressão na intermediária do rival durante a maior parte do tempo. O problema era o ataque que, ou falhava por conta da ansiedade, ou esbarrava no goleiro Cléber, que teve grande atuação. E o outro goleiro acabou decidindo. O palmeirense Sérgio falhou nos dois lances em que o Atlético chegou ao gol alviverde e contribuiu de forma decisiva para a derrota de sua equipe.

Já o Corinthians também sentiu falta de um atacante para fazer companhia a Nilmar, que, sozinho, era um dos únicos que conseguia levar perigo ao Flamengo. O Santos jogou mal contra o Botafogo na Vila Belmiro, mas poderia ter decidido o jogo no segundo tempo, quando criou oportunidades mal finalizadas por Rodrigo Tiuí, que está se tornando um especialista em perder gols feitos. Em partida confusa, o São Paulo arrancou um empate com o Juventude mas já tem que pensar em substituir Ricardo Oliveira, que não seguirá no Tricolor no segundo semestre.

Não é possível prever como estarão os clubes no segundo semestre, mas o certo é que, com o cenário iminente de saídas de jogadores como Tevez e Ricardo Oliveira e a parca gama de opções de Santos e Palmeiras no ataque, os quatro grandes paulistas precisarão de reforços prioritariamente do meio pra frente. Ou o fiasco pode ser grande.

segunda-feira, junho 05, 2006

Nível etílico: Amburana

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O garçon trouxe a de Januária: Amburana, que leva o nome da madeira que constitui as dornas em que é envelhecida (conhecida em algumas regiões ainda como umburana ou imburana, típica do semi-árido e usada para artesanato em madeira).

Levemente amarelada, tem 47ºG.L de álcool, bem mais do que a média do sul de Minas, mas uma das mais fracas de Januária, ao norte do estado. Segundo os dicionários Aurélio e Houais, o nome da cidade é sinônimo de limpa-goela. Isso porque a tradição de produção começou na década de 10 do século XX. A diferença em relação a outras regiões produtoras é que a de Januária era levada para todo o Nordeste, conferindo a reputação aos cachaceiros – produtores, não bêbados – da cidade.

Em garrafas de 600 ou 700 ml, a Amburana desce macia, cheiro de mel. No rótulo, um recorte de uma canavial, sem grandes extravagâncias. Tem código de barra e até site impressos no rótulo, mas a página nem registrada está. Devem ter pedido pralgum manguaça produzir, e é óbvio que ele esqueceu depois de entrar no segundo boteco da tarde. A beira do rio São Francisco, aquela cidade pode ser um problema.

Da próxima o garçon vai descer aquela de Borda da Mata...



Enquanto isso, no Bar do Vavá...(2ª edição)

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Bem amigos da Rede Blog
(sem cartão, Glauco!)

No fim de semana, pra variar, fomos todos encher o tanque no Bar do Vavá. Tava um frio de lascar o cano, por isso tivemos a péssima idéia de tomar conhaque junto com a cerveja. Ou quase isso, porque não era bem conhaque. Era Dreher (bbrrrr...). E não era bem cerveja, era Brahma. A certa altura, em vez de tomar um gole de uma coisa e depois de outra, decidi misturar tudo no mesmo copo. Daí, pode-se imaginar o tamanho da ressaca...

Nesses momentos de delírios e alucinações, entre um engov e outro, pude acompanhar o treino da Selecinha contra a Nova Zelândia. Vi apenas dois jogadores em campo: Kaká e Kaká (é que o porre foi tão grande que ainda hoje estou vendo tudo dobrado!). O resto era um bando de esforçados. O que acontece, na verdade, é que eu não consigo me entusiasmar com esse time.

Aliás, já faz duas décadas que não torço para o Brasil, pois não concordo com as convocações e muito menos com os titulares. Daí, sem ter o que fazer (e ainda bêbado), voltei ao Bar do Vavá, pedi uma dose de Contini (bleaaarghhh...) e comecei a me imaginar como técnico do Brasil, antes de 15 de maio. Com poderes para escalar quem eu quisesse. Pensei primeiro nos 23 convocados, depois no time titular. Papel e caneta na mão (trêmula), o resultado foi que expeli essa lista como se fosse bílis...

Para quem não me conhece, é importante frisar que, mesmo sóbrio, eu não entendo LHUFAS de futebol. Nadica de nada. Não acerto uma previsão daquelas mais óbvias e sempre sou um dos últimos em qualquer bolão. Muito provavelmente, qualquer time que eu convocasse, treinasse ou desse palpite estaria irremediavelmente fadado ao fracasso absoluto. Portanto, não se espantem ao ver minha lista. Podem rir à vontade. Mas vale o exercício da brincadeira.

Para a convocação, levei em consideração dois dos melhores "conjuntos" surgidos no futebol nacional desde a Copa de 2002: o Santos de 2002 a 2004, e a base do São Paulo montada a partir de 2004. Com metade do time titular composto por essa mistura, pensei que os verdadeiros craques - Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Robinho - poderiam ter mais liberdade para fazer o que sabem, nas posições onde ficam mais à vontade.

E em vez de levar 4 volantes, 4 meias e 4 atacantes de ofício, como o Parreira fez, eu levaria 3 volantes, 3 meias, 1 volante/meia e 5 atacantes. Por observar que o Juninho Pernambucano pode jogar de volante (como no Lyon) e de meia. E que o ataque pode ser alterado de acordo com o andamento dos jogos - e porque, se eu não levasse Ronaldo ou Adriano, como me deu vontade de fazer, eu seria simplesmente linchado.

Sem mais delongas, vamos lá:

GOLEIROS
A mesma coisa: Dida, Rogério Ceni e Júlio César (o Gomes poderia ir, mas realmente tanto faz)

LATERAIS
Cicinho, Cafu, Leo, Júnior

ZAGA
Juan, Rodrigo (ex-São Paulo), Alex (ex-Santos), Luisão

VOLANTES
Mineiro, Elano, Emerson

VOLANTE/ MEIA
Juninho Pernambucano

MEIAS
Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Alex (ex-Cruzeiro)

ATACANTES
Robinho, Nilmar, Vágner Love, Ronaldo, Adriano

Dos 23, montaria um time titular assim:

Rogério Ceni (ou Dida); Cicinho, Rodrigo, Alex e Leo; Mineiro, Elano, Kaká e Ronaldinho Gaúcho; Robinho e Nilmar (ou Vágner Love)

O Emerson e o Juninho Pernambucano seriam opções para troca de qualquer dos volantes. No meio, Alex ou o próprio Juninho Pernambucano poderiam entrar durante as partidas. E na frente, Ronaldo, Adriano ou Vágner Love substituiriam Robinho ou Nilmar, dependendo da característica do adversário ou do andamento do jogo.

Acho interessante manter Alex (zagueiro), Elano e Leo se revezando na marcação e na criação de jogadas pela esquerda, e Rodrigo, Mineiro e Cicinho pela direita. Não que eles sejam tão melhores do que Cafu, Roberto Carlos, Emerson, Juan e Zé Roberto, mas é o tal sentido de aproveitar os "conjuntos" formados no Santos e no São Paulo, com mais tabelas e descidas rápidas, além de garantir uma marcação mais entrosada.

O Kaká ajudaria na marcação girando pelos dois lados, como já faz. O Ronaldinho Gaúcho cairia mais pela esquerda, como no Barcelona, e o Nilmar totalmente pela direita, como no Corinthians. E o Robinho jogaria como centroavante clássico - mas sempre voltando pra tabelar com os meias e ajudar na marcação, coisa que ele faz muito melhor que Ronaldo ou Adriano. E penso, sinceramente, que Nilmar e Vágner Love mereceriam jogar nessa Copa o mesmo tanto que eles.

Quanto aos goleiros, meu titular seria o Marcos, se não estivesse machucado. O Dida é melhor nas bolas aéreas e nos pênaltis. O Rogério Ceni joga melhor com os pés e sabe armar contra-ataques. Não sei, pode ser qualquer um dos dois.

E então? É muita loucura ou é só alucinação alcoólica? Esse time cairia na primeira fase? Onde essa seleção ficaria mais exposta? Em que setor ocorreria a cagada fatal?

Não acho que seja tão pior do que esse timinho do Parreira. Com o que pensei (ou alucinei), posso dizer que finalmente teria vontade de torcer pela seleção...

Buenas, opinem. Listem seus convocados e o time titular. Abra uma cerveja e solte o celerado que existe na sua cachola. Convoque e escale sua mais improvável seleção. Um abraço (trêmulo) e nos vemos na próxima edição de "Enquanto isso, no Bar do Vavá...".

Ou no próximo gole!