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quinta-feira, janeiro 04, 2007

Zé Motilla, o compadre de Djalma Santos

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Futebol é feito de lendas e melhor que duvidar é saborear a possibilidade de que o "causo" tenha realmente acontecido. A Copa de 1958 é pródiga em estorietas de todos os calibres: da suposta reunião de Didi e Nilton Santos com Feola, cobrando a escalação de Pelé e Garrinha, até o improvável comentário de Garrincha de que o mundial seria "um torneio vagabundo, que não tem nem segundo turno", tudo vira combustível para polêmicas e risadas entre os torcedores. Pois, no site do Milton Neves, fiquei sabendo de mais uma dessas passagens folclóricas.
Muitos questionam, ainda hoje, o motivo de o ponta-esquerda Canhoteiro (foto) não ter disputado uma Copa do Mundo. Consta que, na preparação para o mundial de 58, ele enfrentava nos treinos seu compadre Djalma Santos, lateral-direito. Cordial, teria deixado de "ir pra cima" de Djalma, para não humilhá-lo e provocar seu corte. E, com isso, pavimentado as convocações de Zagallo e Pepe - que não estavam preocupados em poupar ninguém nos treinos.
Verdade ou mentira, o mais provável é que Canhoteiro tenha sido cortado por sua indisciplina, bebedeira e, principalmente, medo de viajar de avião. O site Museu do Futebol diz que, quando jogava pelo São Paulo, "tocar violão pelos bares e boates da cidade era uma de suas distrações". "Nestas noitadas tinha sempre a companhia de Zizinho, que passou a chamá-lo de Zé Motilla, desde que uma bolada o fez usar um tapa olho por algum tempo, deixando-o parecido com o pirata do Ron Montilla", diz o site.
José Ribamar de Oliveira era maranhense de Coroatá, nascido em 24 de setembro de 1932. Morreu de derrame cerebral em 16 de agosto de 1974, na capital paulista, antes de completar 42 anos.

1 comentários:

Glauco disse...

Embora fosse espetacular, Canhoteiro tinha em Zagallo e Pepe (este, com o número de gols feitos pelo Santos, seria o maior artilheiro de qualquer grande paulista) rivais à altura, e o curioso é que todos os três tinham características completamente diferentes. Segue abaixo explicação do próprio Pepe sobre sua convocação em 1958, que ele deu em uma entrevista dada pra mim e pro Renato.

"Em época de Copa sou muito entrevistado e realmente me aborreço muito porque não joguei nem 1958 nem 1962. Antes da Copa de 1958 fizeram exames médicos mais rigorosos na seleção e me pegaram com um problema na gengiva e nos dentes. Tive que fazer algumas extrações e perdi tempo, fiquei sem treinar por uns dez dias e o Zagallo começou a ganhar a posição. A dúvida do Feola [Vicente, técnico da seleção] era se ia cortar eu ou o Canhoteiro e no jogo contra a Bulgária Feola optou por ele. Quando estava um a um e faltavam 20 minutos para acabar o jogo, eu entrei e mandei uma bomba no peito do goleiro. No rebote, o Pelé fez dois a um e eu fiz o terceiro. Os jornais diziam que eu tinha assinado o passaporte para a Suécia. Depois, teve um jogo de 'desagravo' contra o Corinthians porque Luizinho não havia sido convocado e a torcida não aceitava. Ganhamos de 5 a 0 e já joguei de titular e marquei dois gols."