Destaques

terça-feira, março 27, 2007

Crássico é crássico e vice-versa

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Nada há de mais assustador na imprensa esportiva (talvez na imprensa em geral) que apelar para chavões quando se tem preguiça de pensar, não se pesquisa nem se conhece sobre o que se está falando.

Explico: o chavão aí do título (e outros) continua a ser aplicado indistintintamente pelos colegas (argh!) quando não têm muito o que falar.

Vou usar como exemplo o futebol mineiro, que conheço bem e acompanho por minha óbvia e declarada paixão pelo Galo mineiro, que completou 99 anos no último dia 25.

Antes do clásico com aquele outro time de Minas, a maioria da imprensa dizia que o outro era favorito, porque estava em primeiro lugar na tabela enquanto o Galo rastejava na penúltima colocação. Mas sempre deixando a muleta: em clássico tudo pode acontecer...

Para a maioria que não acompanha e dá palpites sem saber, apenas olhando a classificação na tabela, essa era a realidade.

Ledo e Ivo engano. Mesmo mal à época, o time do Galo era superior ao outro, que tem uma das piores equipes dos últimos tempos. O que se comprovou nos 3 a 1, sendo que quem assistiu ao jogo viu que poderia ter sido uma goleada vexatória.

Para os desinformados, valeu o epíteto: crássico é.... Ou outra muleta, de dizer que quem está pior sempre reage nessas situações. Para contrariar, no mesmo final de semana, o São Paulo, com time superior derrotou o Corinthians. Mais aí vale o outro lado do crássico é crássico e tudo pode acontecer. Assim, os desinformados nunca erram.

Não tenho estatística nenhuma à mão e até seria interessante acompanharmos daqui por diante, mas a impressão é que em 80% dos casos os times melhores tecnicamente acabam vencendo, mesmo em clássicos. (sei que é óbvio, rarará)

Mas é bom pensar em outro jargão que se usa como verdade absoluta – que o futebol é o único esporte em que o mais fraco pode vencer o mais forte. Creio que não. Numa partida isolada, realmente um time todo encolhido na defesa pode "achar" um gol e acabar ganhando. Mas se forem analisados todos os jogos de um campeonato creio que os times mais bem-estruturados levam vantagem em 90% dos casos.

Basta ver que neste ano (e em outros), apesar dos tropeços, em SP devem chegar pelo menos três grandes nas quatro vagas das semifinais. E nem dá para dizer que o Corinthians, o grande que falta, atualmente é um time bom. Pode até ser campeão, mas por tradição, torcida etc.

Em Minas o título acho que ficará com o Galo pelos motivos expostos anteriormente, mas não deve sair dos dois grandes. E vale lembrar que no outro clássico que existe no Mineiro, dos dois times contra o América, deu a lógica e o rubroverde, com equipe bem inferior, perdeu feio e não deve escapar do rebaixamento (infelizmente).

Nos outros Estados, a preponderância dos mais fortes deve se repetir sem piedade. A zebra será isso mesmo, apenas zebra, e acontecerá raramente.



P.S. Estava para escrever esse "post" desde o crássico mineiro, mas, por falta de tempo, adiava. Agora com o "puxão de orelhas" do camarada Anselmo resolvi me dedicar mais à tradição futepoquense...

3 comentários:

Anselmo disse...

mas os jargões servem pra dizer que tudo está explicado no futebol... e que, mesmo assim, a gente insiste em discordar, empregando outros jargões que também já explicavam tudo de antemão...

agora, a parte de que o atlético mineiro vai ser campeão é mais complexa... pô, se o cruzeiro, "que tem uma das piores equipes dos últimos tempos" é o primeiro da classificação, o futebol mineiro tá num nível ótemo... Fato que, mesmo sem ser jargão, já estava explicado de antemão...

fredi disse...

Tudo bem, camarada, deixemos o futuro ao futuro (assim também não errarei), mas lembre-se que o Galo estava em penúltimo e atualmente está em segundo a dois pontos do outro time.

E há coisas que são ditas e não levadas em consideração. O técnico do Galo, Levir Culpi, declarou que o time estava se preparando para todo o ano e que só começaria a apresentar um futebol melhor depois da quinta partida, afinal só estava fazendo exercícios físicos, sem coletivos ou amistosos.

Perdeu duas partidas no início do campeonato e o seu Juca Kfouri escreveu a gracinha que o Galo estava com "saudade da segunda divisão", sugerindo que cairia no mineiro. Com a vitória do Atlético, saiu com o tal de "em clássico tudo pode acontecer etc."

Mas, conforme previsão do Levir, depois de cinco partidas começou a jogar melhor, está bem na Copa do Brasil (ao contrário do Parmera, que pedeu do fraco Ipatinga) e deve ser campeão conforme previ no bolão, quando fui ironizado pela maioria dos futepoquenses...

Anônimo disse...

mas que agressão gratuita ao glorioso alviverde!

levir culpe é mestre em *levar* à segunda divisão (ah, os trocadilhos)

mas de fato, j k não merece crédito