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terça-feira, março 13, 2007

Onde está o livro do Zé Dirceu?

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Antonio Palocci, o ministro da Fazenda (que a direita pediu a Deus) na maior parte do primeiro mandato de Lula, lança seu Sobre formugas e cigarras, livro em que relata seus dias no poder. Segundo a as amostras trazidas pelo colunista da Folha de S.Paulo Kennedy Alencar, o livro deixa claro quem apoiava e quem se opunha à política palocciana (lê-se "palofiana"): Luiz Gushken era a favor, José Dirceu, Luiz Fernando Furlan, Dilma Roussef contra.

Ele admite que era com o ex-ministro da Casa Civil e atual blogueiro que a disputa esquentava. Quando a temperatura subia, Palocci conta que ia ao gabinete do companheiro-adversário para apaziguar os ânimos.

No Estado de S.Paulo, há uma descrição curiosa:

Montar uma equipe e detalhar um plano econômico foram uma aventura pontilhada de surpresas. Nas conversas sobre transição ele enturmou-se com o ainda presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e soube da Agenda Perdida, um estudo do economista José Alexandre Scheinkman. “Você conhece esse texto?”, perguntou Armínio. “Nunca ouvi falar”, disse Palocci. Depois de ler o trabalho, animou-se: “Bastaria dar uma boa espiada no estudo para concluir que por trás daquelas idéias havia muita vida inteligente.” Dos contatos com Scheinkmann ele chegou a uma figura central de sua gestão, o secretário de Política Econômica, Marcos Lisboa. “Eu seria sempre um médico na economia”, comparou então. “Por isso, decidi montar uma equipe de secretários que fossem, individualmente, bem superiores a mim em conhecimento de suas áreas.”
(os negritos são grifos meus)
É o fim da conversão do ex-ministro. Ou o início da prática "religiosa". Ainda não consegui um exemplar do de Palocci. Mas eu queria mesmo era ler o livro do ex-ministro-chefe da Casa Civil. Zé Dirceu havia prometido escrever um livro para maio de 2006, antes do início da corrida eleitoral. O livro foi motivo de chacota por parte de Mário Sérgio Conti, em dezembro de 2005, em sua perspectiva para aquele ano. O ex-diretor da Veja, atualmente engajado na Piauí, dizia que Dirceu revelaria que fora cassado por seu passado, pelo que representa para a esquerda...

Ele desistiu do livro, que seria escrito a partir de entrevistas concedidas a Fernando Morais – à época dedicado a uma uma biografia mais ou menos autorizada de Antonio Carlos Magalhães que, até agora, ninguém ouviu novidades. O motivo era o risco de atrapalhar a campanha de Lula.

Há trinta minutos, às 14h30, Dirceu publicou comentários em seu blog . "(Na entrevista) Palocci diz o óbvio, que muitos insistiram em não reconhecer: nunca houve política econômica do Palocci. A política econômica sempre foi a do presidente Lula. O resto é conversa fiada."

Ainda está para sair livro sobre bastidores mais nebulosos do governo companheiro.

2 comentários:

Marcão disse...

Acho que ele pensou bem e viu que uma biografia, neste momento, soaria como um epitáfio político muito precoce.

Anselmo disse...

o glauco lembrou de uma coisa:
Autor de livro sobre Dirceu, Fernando Morais diz que originais foram furtados.

Como tive problema semelhante em 2006, não acho impossível a versão. fica então, o registro da errata...