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sexta-feira, março 09, 2007

Paranóia, mistificação e delirium tremens

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No calor da discussão sobre biocombustíveis, meu amigo economista Rogério Nohara, vulgo Taroba, me enviou um curioso texto de Ruth Gidley, da Reuters, que afirma: “alguns especialistas prevêem uma mudança permanente na economia alimentar se a produção de combustíveis ficar mais lucrativa que a de alimentos”. O texto prossegue: “ ‘Estamos em uma nova estrutura de mercado’, disse o especialista britânico em ajuda alimentar Edward Clay. ‘Poderia ter profundas implicações sobre os pobres’."
Na interpretação do economista Taroba, “se o Bush baixar as taxas para o etanol brasileiro, e se o Japão também se firmar como grande importador do combustível, há grandes chances da tese deste artigo se comprovar. Já há grandes grupos internacionais comprando usinas de álcool aqui no Brasil. Se for mais lucrativo plantar cana, então a área cultivada para os alimentos diminuirá. Menos oferta de alimentos, puxa o preço para cima.”
Será então que a cruzada pró-biocombustível seria, na contramão, um anti-Fome Zero? Seria o Fome Máxima? Não sei até que ponto isso é alarmismo, má-fé, paranóia ou mistificação. No caso do Taroba, nem delirium tremens está descartado. Olha a parte final de suas conjecturas: “no pior dos mundos e dos cenários, se o capital vencer mais uma vez e tudo virar um mar de cana, acho que deveriam plantar limão perto da cana. Para cada X hectares de cana, 1/2 X de hectares de limão. Assim, conseguiríamos um equilíbrio geral.” Acreditem, esse manguaça defensor de uma overdose mundial de caipirinha é economista formado, e com extensão na Fundação Getúlio Vargas!
Ps.: Passando o olho pela definição de delirium tremens na Wikipedia (“psicose causada pelo alcoolismo”), encontrei essa interessante observação: “O Delirium Tremens é uma condição potencialmente fatal, principalmente nos dias quentes e nos pacientes debilitados. A fatalidade quando ocorre é devida ao desequilíbrio hidro-eletrolítico do corpo.” (o grifo é nosso). Pelo calor que tá fazendo nos últimos dias, temos que compreender os surtos analíticos do Taroba. Mas é bom tomar um Engov – e consultar um médico...

3 comentários:

Iara Alencar disse...

oi turma do bem,
Se juntar politica, com futebol e cachaça dá nisso!!!!

psicose.
nao entendi nada, apesar de ser economista por formação.
mas este copo com caipirinha despertou meus sentidos.

Nicolau disse...

O MST, o Chavez e o Fidel já são contra o negócio em parte com esses argumentos.

Marcão disse...

Que argumentos? De plantar limão junto com a cana e virar tudo uma incomensurável caipirinha global?!?!?