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quinta-feira, maio 17, 2007

Perseguição à manguaça

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Galo Carijó, famoso freqüentador de bares da região de Pinheiros, já fez sua análise a respeito das atitudes contra o consumo de bebidas alcoólicas de alguns governos do lado de baixo do Equador. Vaticina ele que está se formando um novo "eixo do mal", envolvendo, primeiramente, Brasil e Venezuela.

Na terra do craque Rondón, que deixou saudades para os sãopaulinos, Chávez vem cometendo verdadeiros desatinos que podem comprometer sua base de apoio popular. Nos dias que antecederam a Páscoa, o bolivariano proibiu a venda de bebidas alcóolicas a fim de diminuir a violência no trânsito. Claro que o patético decreto teve a mesma eficácia que a ridícula Lei Seca que vigora no Brasil em alguns estados nos dias de eleição. As garrafas não ficavam expostas nas mesas, mas os manguaças davam um jeito de servir a bebida em xícaras ou misturar com algum refrigerante (isso sim um verdadeiro crime).

Lá, já existe uma lei que proíbe as pessoas de beberem na rua, o que comprometeria, por exemplo, a existência do Bar do Vavá no país das misses. Em abril, Chávez, no lançamento do seu mega-partido, já havia dado declarações preocupantes, defendendo a "disciplina revolucionária" e a "luta pela moral pública", por meio de, entre outras medidas, confisco de caminhões de bebidas. Na ocasião, bradou supostamente sóbrio: "Comecem amanhã mesmo. Vamos nos livrar de tantos vícios. Uma das tarefas desse partido é curar a sociedade doente de consumismo, tabagismo, alcoolismo, corrupção e roubalheira."

Já pelas bandas de cá, o ministro da Saúde, que concorre para ser mais midiático que José Terminator Serra, também destila (opa) sua cantilena contra o álcool em nome da "saúde pública". Diz o mesmo que
considera o preço cobrado no país por bebidas alcoólicas "extremamente baixo" e declarou ser a favor de que artistas sejam proibidos de participarem de comerciais de bebidas (talvez ele prefira a exploração da mulher nas campanhas publicitárias).

De quebra, Temporão, que defende a discussão sobre a legalização do aborto e a descriminalização das drogas, arranjou briga com um manguaça emérito,
Zeca Pagodinho, ao dizer que era admirador dele mas que o mesmo tinha que "parar de fazer essa propaganda. Chega a ser patético. A questão do álcool é dramática”. O sambista não deixou barato e na festa de aniversário da colega Beth Carvalho, afirmou que “isso é incompetência. Ele fica procurando coisa”.

Embora o assunto aqui seja tratado em tom de pilhéria (porque às vezes o debate parece ser nesse nível mesmo), fica a pergunta que povoa tantas outras questões do gênero: até que ponto o Estado deve interferir em hábitos da vida privada das pessoas?

4 comentários:

Anselmo disse...

grande Carijó.

pergunta 1: passamos para a oposição na venezuela?

fredi disse...

Acho que a oposição é pior, que tal seqüestrar o Chavez e dar a ele um curso intensivo de manguaça.

Taí, nesse assunto ponto para nosso presidente.

O Lulão nunca vai deixar violarem a liberdade de beber neste país.

Não vale acusar de interesse próprio...

Anselmo disse...

eu acho que o projeto chavista é desenvolver alguma bebida sem teor alcóolico a partir do petróleo.

sobre o sequestro, tô fora. Já pensou manter um cara desses no cativeiro? nem bêbado. nem se o cativeiro for mesa de bar. Nem se ele pagar a conta!

Marcão disse...

Denúncia: o Projeto Manguaça Cidadão está sendo boicotado pelo Temporão!