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terça-feira, junho 19, 2007

Arbitragem feminina: precisa-se falar sério

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Tem se tornado chato e repetitivo o debate sobre a arbitragem feminina. Os argumentos e posições costumam ser sempre os mesmos. De um lado, machistas inveterados como Carlos Augusto Montenegro, presidente do Botafogo; de outro, pessoas que defendem a "presença da mulher" e nem param para pensar que a "não-presença" delas, em alguns casos, não se faz por questões comportamentais ou preconceituosas, e sim por razões científicas e técnicas.

É essa linha que quero focar. Acho que ninguém aqui discorda de que o fato de mulheres e homens não competirem entre si em quase todos os esportes (acho que hipismo e automobilismo são as únicas exceções, se alguém souber mais, avise) não se trata de "machismo" ou "preconceito". Isso é fruto das composições diferentes que os sexos possuem, coisa que vem da criação divina ou do que quer que se creia.

Transporto agora esse ponto para a questão da arbitragem. Desconheço análises sérias e focadas, de profissionais da área e desprovidas de caráter emocional - para ambos os lados - sobre o assunto. Se temos conhecimento de que há limitações para que os sexos executem determinadas tarefas, porque não pensar que isso também se aplica à arbitragem? Será que é realmente "machismo" e "preconceito" acreditar que as complexões do seu físico tornam para uma mulher a tarefa de arbitrar um jogo masculino de futebol do que seria para um homem - ainda mais se temos em conta que há diferenças entre os sexos e que, no esporte, estas se personificam nas separações de competições entre homens e mulheres?

Claro que existe machismo de muita parte, como eu citei acima. Mas também é irritante da mesma forma ver o efeito contrário, que fez julgamentos sobre as mulheres que deixariam qualquer machista com inveja - não foram raras as vezes que vi, por exemplo, comentaristas dizendo que as bandeirinhas acertam mais que seus colegas homens porque "são mais atentas". E falando sobre essa distorção, aponto artigo da Revista Invicto que mostra algo que, visto de forma séria, é um absurdo - as mulheres que atuam na Federação Paulista de Futebol são submetidas a testes físicos inferiores aos dos homens. Ora, isso é ou não um atestado de inferioridade e/ou incompetência? Uma mulher que queira encarar seriamente essa tarefa deveria recusar esse "cavelheirismo".

8 comentários:

Anselmo disse...

cadê a foto da Ana Paula?

Glauco disse...

Segundo a douta ciência, mulheres têm visão periférica mais apurada que a dos homens. Ou seja, se a Ana Paula estivesse na partida entre Santos e Botafogo de 1995, talvez o resultado fosse outro...

Anselmo disse...

agora falando sério: calma, muita calma.

Concordamos com os excessos dos comentaristas seduzidos pelas curvas, ou melhor, pelos acertos nas primeiras atuações da Ana Paula. Se ela estava bem, tem que elogiar. Se erra, tem que criticar. Se peca por excesso de personalismo e fica fora de forma, não acompanha os lances etc., tbem tem que criticar -- ao que consta, ela permanece em forma, embora seja discutível se desconcentrou-se ou não com tanto assédio.

Mas o "cavalheirismo" criticado não é explicitado no texto linkado. Diz -se que os testes são femininos, mas não que pontos não são exigidos. Acho que valeria tentar descobrir qual a diferença nos testes.

Ainda assim, desqualificar uma mulher por ela ter passado por um teste físico menos pesado é tão ruim quanto atribuir-lhe capacidades extraordinárias. A crítica do "cavalheirismo" desconsidera toda e qualquer possibilidade de política de ação afirmativa, de cotas para negros nas universidades, a cota de mulheres nas eleições legislativas (1/3 das listas) até incentivos fiscais para setores com dificuldades conjunturais ou estruturais.

Há diferença do objetivo dessas políticas para a presença de mulheres na arbitragem do futebol. Deseja-se negros nas universidades. Deseja-se mulheres na política. Deseja-se que setores economistas não sejam levados à bancarrota. Pergunta-se: deseja-se mulheres na arbitragem?

Senão, proíba-se de vez, como aos padres da Igreja (forcei, forcei). Se sim, deixa o teste pras moças menos rigoroso.

O que não pode é ter critério diferente para avaliar a atuação na prática. Adianto que discordo que um teste físico menos rígido cause atuações mais fracas.

Anônimo disse...

Tem um comentário que passou meio despercebido por aí dos europeus serem mais organizados e menos preconceituosos que nós.
Isso não é verdade. Vide as manifestações racistas que ocorrem por lá.

Quanto ao assunto das mulheres na arbitragem, fica o seguinte, na minha opinião:
Porra, bandeirinha não precisa ter lá grande preparo físico (e a Ana Paula já provou que está em ótima forma). Então essa balela de exames para isso é enrolação.

Essa história de arbitragem é uma negociata sem fim.

Outra empulhação.

Porra (de novo)! Avaliar quem está apto para ser árbitro por exame físico é o fim da picada.

A Ana Paula está pagando agora por participar desse esquema todo de negociatas.

O que estou falando? Simples.

Como somos avaliados em nossos trabalhos, ou como avaliamos o trabalho dos demais?

Pelos resultados.

Alguém acha tão inverossímel, para um Campeonato Brasileiro da Série A, ter um bagrinho em cada jogo só para anotar o seguinte:
- quantas situações de marcação de impedimento que sucitassem dúvida houveram no jogo (poderia ser feito um critério objetivo como 50cm de distância entra nessa contagem)
- quantas dessas situações foram erros e acertos.

Pronto. Só isso para bandeirinhas. Daí, teria-se um banco de dados objetivo sobre o percentual de cada bandeirinha, e o trabalho poderia ser avaliado por qualquer pessoa de forma objetiva.

À partir daí, foda-se que o seujeito é gordo, mulher, cego, surdo, manco. Só não pode ter sido vítima da talidomita.

Para árbitro, daria mais trabalho, mas daria para fazer também.

****

Concordo que a FIFA gosta mesmo de dinheiro. E é aí que entra a Ana Paula.
Ela pode até fazer merda, mas gera receita, caso contrário não teria patrocínio da UMBRO e o escambau.
E gera essa receita por ser mulher. Então, ela não deve se queixar de machismo, afinal, ela o usa para faturar.
Claro que outros vão crescer em cima dela, e estará sujeita a essas punições. Faz parte do jogo em que ela se aproveita das regras.
Ninguém colocou o Simon para apitar a 4ª Divisão.
Nem o Beltrami que errou contra o mesmo Botafogo.

****

Ficou gigante o comentário, mas é que tem uns 3 artigos com 1 trilhã o de comentários soltos por aí. Então em um só tentei condensar todas as minhas idéias sobre tudo o que já foi dito pelo Futepoca.

Abraços
Victor

Anselmo disse...

é talidomita ou talidomiDa?

chamar o avaliador das arbitragens de "bagrinhos" pode dar problemas com o sindicato da ainda não criada categoria de avaliadores de arbitragem, que pleitearão a designação de "5º árbitro" ou "auditor técnico esportivo".

se quiserem, fazemos a assessoria de imprensa, mas o site ficaria menos gracioso do que o da Ana Paula.

fredi disse...

Olavo, a cientificidade que vc procura não existe.

Sem contar que se pudéssemos analisar retrospectivamente veríamos que a Ana Paula erra bem menos que a média dos bancdeiras (é tão chute quanto as tais provas científicas para qualquer um dos lados).

O que concordo é que as mulheres árbitras ou bandeiras têm de ser avaliadas pelos mesmos critérios e ponto.

QQ coisa fora disso é machismo ou média com as mulheres, as duas atitudes danosas da mesma forma...

Anônimo disse...

O Google e a Wikipédia dizem que é talidomida

http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=talidomita&btnG=Pesquisa+Google&meta=

Edu Maretti disse...

para mim não há duvida: o exame para mulheres tem que ser menos rigoroso. É uma questão física, só isso.