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terça-feira, junho 12, 2007

Sete motivos para torcer pro Boca

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Como admiradores do futebol bem jogado e tipicamente brasileiro, eu e o companheiro Anselmo não subiremos no muro e já fizemos nossa opção na final da Libertadores: somos Boca. Não me venham com nacionalismos tacanhos pois, já diria Samuel Johnson, "o patriotismo é o útimo refúgio dos canalhas". Como ninguém falou se nesse refúgio tem cerveja gelada, adotamos como nossa pátria o futebol. Por ter um jogo mais bonito e bem mais parecido com o futebol verde-amarelo, optamos pelos xeneizes e listamos abaixo mais alguns motivos para quem quiser nos acompanhar na torcida:

1 - Riquelme contra Tcheco
Um é o camisa dez do Boca. O outro é o camisa dez do Grêmio. Ali está a grande diferença entre os dois clubes. Enquanto o Boca joga um futebol de velocidade, que conta com passes precisos, assistências e gols primorosos de Juan Róman, a equipe tricolor tem em um jogador burocrático, que só fez sucesso em um time da Arábia Saudita usando uma camisa emblemática para a torcida brasileira. Quem honra mais a mística da dez?

2 - Campeão da virada de mesa
Único time considerado grande brasileiro que caiu duas vezes pra Série B do nacional, o Grêmio protagonizou em 1993 talvez a virada de mesa mais estapafúrdia da história do ludopédio tupiniquim, pródigo em eventos do gênero. Em 1992, o time não conseguiu o acesso para a primeira divisão (ficou em nono lugar na Segunda). Como fazer os gaúchos subirem? Simples, elimine-se a segunda divisão. Subiram 12 clubes. Curioso é que, além disso, o Grêmio garantiu um “seguro anti-queda”. Para 1994, seriam rebaixados somente os 4 últimos colocados dos grupos C e D, que abrigavam todos os clubes que vinham da Série B, menos o... Grêmio. Virada pra ninguém botar defeito.

3 – Falta de originalidade
O uniforme é parecido com o de algumas seleções celestes por aí, que primam pela “raça”. A bandeira do clube é uma referência à bandeira do antigo Império Alemão, por motivo da “nobre” ascendência britânica e germânica de seus fundadores. Seus torcedores agora resolveram adotar hinos da torcida argentina e reproduzem seu comportamento nos estádios. A bola de um paulista garantiu a primeira lição de futebol dos fundadores do time. Tem alguma coisa que seja original de fábrica nesse time?

4 – O povo contra a elite
Enquanto o Boca Jrs. se originou de um bairro popular de Buenos Aires, tendo seus torcedores o apelido de “bosteiros” por conta de o estádio da Bombonera ter sido construído em um terreno de uma antiga fábrica de tijolos que exalava mau cheiro; o Grêmio nasceu em um clube burguês, sendo que seu primeiro campo era localizado na área nobre da capital gaúcha.

5 – Que bela torcida!
Se os argentinos gostam de chamar brasileiros de “macaquitos”, o termo “macaco” também é usado por boa parte dos gremistas contra seus principais rivais, o Inter, um dos primeiros clubes de futebol brasileiros a aceitar negros em seus elencos. Claro que não dá pra generalizar, não são todos que têm esse tipo de comportamento (ainda bem). Mas quem quiser, pode conferir no site de uma sintomática torcida, intitulada Alma Castelhana (nome bem brasileiro), a série de músicas que usam o termo para provocar os colorados. A expressão pode até ter perdido a conotação racista original, de tão usada que foi e também pelo fato da torcida do Inter ter assimilado, mas cabe aos ofendidos se manifestarem. De todo jeito, é de um extremo mau-gosto.

6 - Não sabem ganhar
A manifestação de gremistas nos comentários do Futepoca e em outros blogs mostra que, pior que não saber perder, é não saber ganhar. Mesmo vitoriosos, os tricolores não deixam de se manifestar de forma agressiva. Que o digam os dirigentes gaúchos. Após a vitória contra o Santos, o diretor de futebol Paulo Pelaipe provocou o presidente santista: “O que ele vai fazer agora, desclassificado? Vai vender o Robinho e o Diego de novo?”. E atacou Luxemburgo: “Este aí quase quebrou o Real Madrid. O Luxa é o maior freguês do Grêmio”. Quando eliminou o São Paulo, Pelaipe não fez diferente. “Podemos não ter o melhor time, mas nossos jogadores são mais homens. Nós não tiramos o pé, vamos para o pau e não pipocamos”. “Ser mais homem” e “ir pro pau” parecem coisa que só podem ser resolvidas em um divã.

7 - Você vai torcer pra um perdedor?
Ninguém gosta de perder. Você vai torcer pra um time que não é seu sabendo que há grandes chances dele ser derrotado? Não, né. Então esqueça o Grêmio. O Boca já enfrentou dez vezes em mata-mata ou finais times brasileiros. Saiu-se melhor em nove. A última vez em que ele se deu mal foi em 1963 contra o Santos. Pode até perder, mas as chances disso acontecer são remotas...