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quarta-feira, dezembro 12, 2007

Um ídolo injustiçado

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Fiquei sabendo pelo blogue do André Rizek que o meia Giovanni, maior ídolo do clube durante o jejum de títulos, pode voltar a jogar. O destino seria o Figueirense, já que o treinador Gallo, que o trouxe de volta para o Santos e também o levou para o curto período em que esteve no Sport, teria pedido sua contratação.

Já diria Augusto dos Anjos que a inseparável companheira do homem, no fim das contas, é a "ingratidão, esta pantera", mas com Giovanni parece que ela foi especialmente severa. Após chegar ao clube pelo qual ainda nutre paixão, em 2005, Giovanni foi dispensado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo em 2006. Fez sua última partida no dia 12 de janeiro, contra o São Bento, na campanha em que o Santos sairia de uma fila de 22 anos sem ganhar o título estadual.

Segundo consta, o treinador teria incompatibilidade com o atleta, e circulou a versão de que sua dispensa seria decorrente das brigas do meia com Nelsinho Baptista, quando supostamente teria trabalhado pra derrubar o técnico (como se o homem que rebaixou o Corinthians precisasse de ajuda extra para cair).

Nelsinho não entendeu que Giovanni, sem o preparo físico de antes, não poderia mais atuar como meia. Sua posição ideal era junto ao ataque, como estava atuando na Grécia e como jogou contra o Corinthians, um memorável 4 a 2 em que o árbitro Edilson Pereira de Carvalho tinha recebido encomenda para garfar o Santos. Nas gravações que denunciaram o esquema, Edílson, pressionado, confessou que tentou dar uma mãozinha pro Timão, mas naquele dia Giovanni estava impossível. Ainda assim, a partida foi anulada. Mas a atuação do "Messias" não.

Enquanto o 10 foi escorraçado da Vila Belmiro, o próprio Rizek lembra que outros atletas têm tratamento diferenciado. "O Santos permitiu que Antônio Carlos se despedisse do futebol – para assumir um cargo no arqui-rival Corinthians, usando sua mitológica camisa 10, em plena Vila Belmiro. Antônio Carlos não tem 10% da história de Giovanni no Santos."

Não, não tem. E não merecia vestir a dez. Mas é amigo do chefe, do capo santista. Por falar em amigos, alguém, em sã consciência, acha que o sérvio Petkovic é mais jogador ou está mais apto fisicamente do que Giovanni? E Luxemburgo deu quantas chances a ele? A diretoria, inerte, que manteve Pelé à margem durante todo tempo e até hoje não conseguiu estabelecer uma relação com o Rei, lava as mãos com um outro monstro da história santista. E finge que não é com ela.

Mas há tempo para se redimir. Basta que a o Santos traga de volta seu ídolo, aquele que testemunhei fazer a partida mais perfeita que nunca havia visto - e até hoje não vi - alguém fazer, em um inesquecível 5 a 2 no Fluminense em 1995.

Respeitar Giovanni é respeitar toda uma torcida que teve de volta a alegria e a altivez que tinha perdido quando viu o paraense desfilar nos gramados da Vila mais famosa do mundo. Um Dez de verdade.

3 comentários:

Marcão disse...

Tá melhor que o Rodrigo "Beckham" (ex-Botafogo-RJ, Atlético-PR, Corinthians e Everton/ING, entre outros), que disputará o sofrível Campeonato Carioca pelo Boavista, doi município de Bacaxá...

Victor disse...

Esse jogo de 95 me rende dor de cabeça até hoje...

Do jeito que é Luxemburgo, não duvido nada que Roger chinelinho dê as caras no Santos...

Anselmo disse...

Roger no Santos, com Luxemburgo.

isso dá uma campanha.