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domingo, abril 20, 2008

Palmeiras e Ponte Preta na final. Pronto, não foi a arbitragem

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O título do post é só pra dizer que todo o resto -- o imbróglio do intervalo, o apagão depois do segundo gol, de Valdívia -- é que vai ser o tema da semana, não a atuação do trio de preto, comandado por Wilson Luiz Seneme.

Parte dos são-paulinos vai concordar com Adriano, ao final do jogo, ao dizer: "claro que gostaríamos de estar na final, mas tem o jogo de quarta, na Libertadores". Outros, vão xingar a expulsão de Alex Dias, vão ver impedimento no toque de Lenny para Valdívia e vão ressoar o que a mídia descobrir sobre os episódios que envolvem quem não estava em campo.

Na véspera da partida, o experiente goleiro Marcos disse que quem tinha feito intriga e esquentado o clima do jogo (cartolas) não entraria em campo. Uma crítica direta tanto à diretoria do Palmeiras quanto do São Paulo, mas também um apelo para que tudo se resolvesse com a bola nos pés. Ou nas mãos, no caso do arqueiro (não de atacantes, por favor).

O apagão foi bizarro. Precisaria muita desinteligência para a diretoria mandar fazer isso. Não acho que foi por um motivo simples: seria muita estupidez desnecessária. Por isso, temo que achem algum funcionário para culpar se a pressão da mídia e do rival for muito forte.

Mas tem o episódio do tal "gás de pimenta" ou "spray de pimenta" no vestiário durante o intervalo que fez Muricy (e só o Muricy) passar mal. O policiamento culpa torcedores que teriam atirado o spray pela janela. O presidente do São Paulo diz que num estádio assim não pode ter jogo. Muricy, outrora o sóbrio, diz que nem em jogo de várzea isso acontece. Tá bom.

Valdívia mandou algum zagueiro do São Paulo ficar quieto depois do tento (no universal gesto de "psiu!"), o que lhe rendeu um encontrão na hora e um tapa-de-mão-lambida de Rogério Ceni, enquanto a luz não voltava. Se vão enquadrá-lo na determinação de não incitar sei-lá-o-que nas comemorações, não sei. Dá-lhe pano pra manga.

A preocupação: como conter o ânimo da torcida e o clima de favoritismo na final contra a Ponte Preta. Contra o líder Guaratinguetá, foram duas vitórias do quarto colocado na fase final. Os dois times empatam em números de gols marcados, os melhores ataques.

A semana vai ser repleta de reportagens sobre o Palmeiras e Internacional de Limeira em 1986. Denys e Martorelli, por favor, evitem os jornalistas!

Palmeiras na final. Pode ganhar o título Paulista depois de 12 anos. No banco, um elenco bom (nem 40% do de 1996). Vão ter que jogar bola pra parar a Ponte.


Recheio de polêmica
No começo da partida, Neto, comentarista da Bandeirantes, disse que quem poderia definir o jogo era Valdívia, pelo Palmeiras, e Hernanes, pelo São Paulo. Hernanes? O cara é um marcador de seleção. Arriscou duas de fora da área que poderiam mudar toda a história, ok.

Mas a chave do São Paulo na maioria dos jogos, na minha visão, está nos pés de Jorge Wagner. O meia tricolor foi bem marcado, mas mesmo quando conseguiu alçar a bola à área, não teve tanto sucesso quanto em outras partidas. Adriano foi mais bem marcado por Gustavo que, eventualmente, se revezava com Henrique, mas correu o jogo todo. Hugo, no segundo tempo, entrou pra dividir e sofrer faltas perto da área. Desempenhou a função. Borges? Entrou?

No Palmeiras, tudo bem que Valdívia tenha um papel importante. Mas Leo Lima, pra mim, tem uma função tática que foi coroada com o gol que fez.

Durante a partida, meu medo de que o caldo poderia desandar acabou (acabou) quando Rogério Ceni passou quase dois metros da bola no primeiro gol do Palmeiras No chute saturado de efeito, o mérito do gol é de de Leo Lima, autor do chute venenoso. Mas não é comum ver um goleiro como Rogério passar assim (ninguém falou em ineditismo, nem em invensibilidade, só não é comum). A tarde era verde.

Depois, o que se poderia esperar do jogo: São Paulo pra cima (chuta pro mato!), e contrataques do time da casa. Foi assim que saiu o gol. Aliás, Lenny puxou dois desses, um do gol pré-apagão, outro em que quis fazer seu primeiro com o manto alviverde. Não deu, mas ele já pode ser chamado de talismã, arma-secreta ou qualquer jargão futebolístico que estiver à mão. Foi quem sofreu o pênalti na primeira partida da semi-final.

A interrupção de energia aos 39 da segunda etapa esfriou a partida, mas não impediu o São Paulo de atacar.

Palmeiras na final. E, vizinho do Palestra Itália em festa, não saio de casa nos próximos 90 minutos. Grande vizinhança barulhenta.

13 comentários:

Thalita disse...

eu só vou reclamar do frango do Rogério. Posso? Pra mim, foi o que decidiu o jogo.

(por um segundo achei que o gol do Valdívia tivesse sido irregular. Mas foi só por um segundo...)

E o pessoal das TVs tá dizendo que o jogo foi bom. Onde??!?!

Anônimo disse...

HernanDes???

quem é esse???

maurício disse...

foi sem dúvida um dos maiores frangos da história da república!
que efeito que nada, foi o rogério ceni que vacilou feio, mas tão feio, uma bola no meio do gol...
depois dessa, proponho que se faça uma enquete sobre os maiores frangos do paulista.
no mais, um jogo interessante.
e fico com pena por não ver o guará na final.

pedro disse...

Thalita, o jogo foi ótimo no Palestra Itália. Estive lá, creia em mim. Um dos melhores jogos que já vi.

Abraços,
Pedro.

António Pista disse...

- O que acontece a um jogador depois de marcar um golo, se despir a camisola e arrancar a bandeirola de canto?

Toda a actualidade sobre futebol, comentada por 2 benfiquistas, 2 sportinguistas e 2 portistas num blog só:

http://amesaredonda.blogspot.com/

Também a actualidade futebolística é discutida no Águia de Ouro:

http://aguia-de-ouro.blogspot.com/

Visitem...

Anônimo disse...

E tivemos outro "peru" daquele que é visto por muitos míopes como melhor goleiro do Brasil ou até do Mundo.
Como disse um amigo meu durante o jogo: "Esse cara é como o 'Mister M': Mascarado e entrega todas".

Marco Antonio disse...

O que aconteceu no vestiário dos bambis FC?

1)Tinha uma barata, o que fez com que as bibas saíssem correndo e ai alguém jogou baygon confundindo com spray de pimenta;
2)Colocaram na porta uma placa” Vestiário masculino” , isso fez com que as bibas engatassem a ré e ficassem no campo;
3)O vibrador do Richarlyssom explodiu e pegou fogo, enchendo o vestiário de fumaça.

Anônimo disse...

Peru gooordo do Frangório Ceni. Concordo com a Thalita, foi esse gol que decidiu a partida. Mas o Rogério, embora seja uma mala sem alça, é um grande goleiro e o São Paulo deve muito a ele. Depois de três anos com grandes conquistas - que encerrou um perído de 12 anos em que os bambis só viram Corinthians e Palmeiras ganharem os títulos mais importantes do país e do mundo -, o São Paulo engata nova marcha à ré. Já o Palmeiras parece que finalmente entrará para o século 21. Graças ao Luxemburgo, o mesmo que tirou a porcada da fila em 93, com o auxílio daquela honestíssima leiteria italiana. E nem precisava desse auxílio porque aquele time era muito bom de bola. Sobre as polêmicas do jogo, dois comentários: o spray de pimenta foi coisa de time de várzea (mas eu estou varzeanamente rindo até agora dos chorões sãopaulinos) e as agressões gratuitas ao folgado e irritante Valdivia foram típicas de jogadores arrogantes que não sabem perder, mas que serão obrigados a aprender. Agora, vou secar a porcada no úrtimo. Mas tanto Palmeiras quanto Ponte merecem o título. E isso é bom para o futebol.

Glauco disse...

A Thalita tem razão. Rogério Ceni decidiu, falhou de forma bisonha porque caiu antes. E não é por isso que vi deixar de ser um grande goleiro, decisivo no título mundial tricolor e em muitas outras ocasiões, sendo ainda o melhor do país em vários fundamentos, como reposição de bola, por exemplo. Mas vem oscilando, talvez vivendo o ocaso dos veteranos. Contudo, acho cedo pra falar isso.

Mas não se pode negar, coisa que pouca gente falou, que o Marcos decidiu também. Em forma, pra mim, é o melhor goleiro do Brasil. Está na hora dos palmeirenses que questionaram um ídolo eterno pedirem desculpas a quem foi fundamental para a classificação do Verdão.

O que ocorreu no intervalo, das duas, uma: ou foi uma atitude grotesca que contou com a complacência da direção palmeirense; ou foi um ato da torcida que teve acesso ao vestiário. Se for a primeira hipótese, é gravíssimo. Se for a segunda, o Palestra Iália tem que ser interditado porque não oferece condições de segurança aos rivais.

Anselmo disse...

sobre marcos, tô bem tranquilo: defesa da volta do goleiro, sobre a estratégia de auto-preservação pra não voltar a se contundir, vítima das pancadas dos adversários. Ele não é nem nunca foi infalível, mas é um craque.

Sobre o Palestra Itália, é beeeeem bizarro mesmo. O Seneme registrou na súmula tanto o gás quanto a queda de luz. A Federação deve mandar a julgamento no TJD-SP.

da falta de luz, tão culpando o shopping recém-inaugurado pelo corte. do gas, tem palmeirense relatando briga entre a mancha e a tup do lado de fora do vestiário que teve direito a gás lacrimogéneo que poderia ter entrado pela janela. Outros falam que a entrada dos exaustores do vestiário são acessíveis a qqr um e baixas. Se for isso, vai ter que fechar pra reforma mesmo. Mas a aposta dos dois lados, agora, é pela confusão. Do São Paulo pra não ter que sair do seu próprio estádio pra jogar (contra quem quer que seja) e do Palmeiras pra nada acontecer. Se for isso, acho improvável que qualquer um de verde se saia bem.

Marcão disse...

Não vi uma imagem sequer do jogo - o aniversário da minha filha mais nova aconteceu exatamente no horário da partida e, à noite, não vi TV (na segunda, na hora do Globo Esporte, eu estava visitando minha avó, depois pegamos estrada). Não sei de nada do que ocorreu, tô sabendo de frango, gás e apagão por aqui, juro, nem sei quem fez os gols do Palmeiras. Portanto, nada posso opinar.

Sobre o resultado, para mim, deu a lógica. Seria heróico um empate são-paulino, mas o Luxemburgo, quando precisa de uma vitória simples, não costuma desperdiçar. Antes da partida, um dos meus cunhados (santista, que estava torcendo contra o Palmeiras) comentou que o São Paulo ia levar vantagem por causa da chuva e do gramado enlameado do Palestra Itália. Respondi que, na chuva e com gramado pesado, em Ribeirão Preto, o São Paulo levou 4 a 1. E no sol e com gramado bom, no Morumbi, venceu por 2 a 1. Logo, se o campo estivesse pesado, melhor para o Palmeiras. Dito e feito.

Quanto às polêmicas, repito, não posso opinar sobre nada (não sei nem com que uniformes os times entraram em campo). Mas, na final, vai dar Palmeiras - apesar de eu admirar e reconhecer a força da Ponte Preta do (bom) técnico Sérgio. Recordando a Inter de Limeira de 1986, penso que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Ou cai?

Nicolau disse...

Sobre o frango do Rogério, foi feionho mesmo. Ontem, em passagem rápida por uma mesa redonda, tinha uma galera querendo justificar poruqe tinha muita gente na frente. Deixa o homem falhar, gente! Acontece, continua grande goleiro.
Sobre o gás, é um episódio pra lá de patético. Seja diretoria, seja torcida, o mínimo que se pode fazer é interditar o Parque Antártica. Um cara da polícia disse na TV que a entrada do duto de ventilação fica numa lugar que tem acesso a "só umas 23 mil pessoas"...

Unknown disse...

O cara que jogou o gás é bom mesmo pq o exaustor jogava o ar de dentro do vestiário para fora.
Pra mim isso foi coisa da diretoria sãopaulina querendo provar que o palestra itália é inseguro como eles afirmavam antes.
Dos Cardeais sãopaulinos pode se esperar de tudo até honestidade!!!