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terça-feira, maio 20, 2008

Dez jogos do São Paulo em um quarto de século

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Sempre ouvi dizer que são-paulino não vai a estádio - e acho que deve ser verdade. Folheando o "Almanaque do São Paulo", de Alexandre Costa (Editora Abril, 2005), consegui recapitular, um a um, todos os jogos do meu time que paguei ingresso para assistir. E a freqüência não é nada admirável: em 25 anos, compareci na arquibancada em apenas dez partidas do São Paulo. Se existe algo de positivo é que, nestas ocasiões, vi o tricolor paulista ser derrotado apenas uma vez, na final do Brasileiro de 1989, no Morumbi, pelo Vasco da Gama - sim, senhores, eu vi in loco o fatídico gol de cabeça de Sorato (foto acima).

A primeira vez que vi o São Paulo de perto foi aos 9 anos, em 27 de julho de 1983, em Taquaritinga (SP). A partida era válida pelo Paulistão e eu entrei em campo com os jogadores. Lembro de ter pedido autógrafo até para o técnico Mário Travaglini, que achou graça (devia ser muito raro, para ele, esse pedido). Agnaldo abriu o placar para o tricolor no primeiro tempo e Sena empatou para o time da casa no segundo. Final: 1 a 1. No Paulistão seguinte, em 15 de novembro de 1984, o São Paulo voltou a Taquaritinga com sua grande atração naquele semestre, Casagrande. Eu estava lá e também garanti seu autógrafo. Casão não decepcionou: abriu o placar logo aos 26 minutos de jogo (Pita e Renato "Pé Murcho" completaram o 3 a 0).

Já em 4 de fevereiro de 1987, meu pai me levou para conhecer o Morumbi. De quebra, pude testemunhar a imortal linha de ataque Muller-Silas-Careca-Pita-Sidney (foto acima). Era a segunda partida das oitavas do Brasileirão de 86 e o São Paulo eliminou a Inter de Limeira por 3 a 0, com dois do Silas e um do Careca. No final daquele mês, o tricolor venceria o Guarani nos pênaltis, em Campinas, e conquistaria seu segundo título nacional.

Depois disso, só voltei ao estádio para ver meu time em 16 de dezembro de 1989, na já citada decisão do Brasileiro (1 a 0 para o Vasco). Aos 18 anos, deixei a casa dos meus pais e fui morar em Ribeirão Preto (SP). No prazo de um ano, o time do Telê tinha conquistado o Brasileiro, o Paulistão e a Libertadores. Fui ao Santa Cruz em 30 de julho de 1992, para assistir São Paulo x Botafogo-SP, que abriu o placar com Bira. Foi uma dureza para meu time empatar, mas Muller garantiu o 1 a 1 naquele confronto do Paulista (que o tricolor também conquistaria). Após o empate, choveu pedrada em cima dos são-paulinos. Saímos do estádio escoltados.

Quando fui fazer faculdade em Campinas, vi dois jogos, ambos pelo Brasileirão e contra o Guarani, no Brinco de Ouro: em 19 de novembro de 1993 (vitória por 1 a 0, gol de Guilherme) e em 1º de setembro de 1999 (outra vitória, 3 a 2, gols de França, Souza e Marcelinho Paraíba, com desconto de Luiz Fernando e Marcinho). Daí me mudei para o Ceará e veio um longo "jejum" de São Paulo no estádio. De volta às terras paulistas, reencontrei meu clube no Morumbi, em 15 de julho de 2006, contra o Figueirense. Ricardo Oliveira abriu o placar, Tiago Prado empatou para os catarinenses e André Dias, aos 46 do segundo tempo, fechou em 2 a 1.

No ano passado, em 7 de julho, levei minha filha mais velha, Letícia, para conhecer o Morumbi (exatamente duas décadas após o meu pai ter feito o mesmo por mim). São Paulo e Flamengo fizeram um belo jogo, com várias finalizações perigosas. Ilsinho perdeu um gol feito no último minuto (foto ao lado), mas o resultado foi mesmo 0 a 0. Para completar, voltei ao estádio em 1º de setembro, sendo premiado com um 6 a 0 sobre o Paraná, com dois gols de Aloísio, dois de Dagoberto, um de Souza e outro de Leandro. Vamos ver, agora, se me animo a assistir mais dez jogos no estádio nos próximos 25 anos. Mas, sem cerveja, acho muito difícil...

6 comentários:

Glauco disse...

Bom levantamento, Marcão. Puxando pela memória aqui, o primeiro jogo que vi na vida - e na Vila - foi Santos e Ponte Preta, 2 a 1 pro time da casa em 1982.

Em 1983, um Santos 3X1 Guarani, em 1986 uma partida contra o Corinthians, a única vez que eu vi o Santos perder na Vila Belmiro nas, pelas minhas contas, pelo menos mais de 50 vezes que fui ao Urbano Caldeira, já que desde 1995, em todos os anos vi o Santos na "Vila mais famosa do mundo" (e de vez em quando no Pacaembu e no Morumbi também).

Mas lembro com carinho também das muitas vezes que vi a Porutugesa Santista jogar, a mais Briosa, no Ulrico Mursa. Estádio pequeno, bom de ver jogo, onde você pode inclusive xingar os adversários e ser ouvido por eles em qualquer parte do estádio. Isso é que é participar!

Na campanha de acesso pra primeira divisão em 1996, em que as partidas eram domingo pela manhã, vi umas dez vezes a equipe que tinha Balu, Fernando, Toninho Carlos, Paulo Róbson, Marcio Fernandes e Serginho Chulapa como técnico. Depois, nos anos seguintes, pude ver veteranos e outros nem tanto como Paulinho Kobayashi, João Paulo (ex-Guarani e Bari), Zinho (ex-Sport e Portuguesa), Luis Mueller, Ranielli, Demétrius, Souza (ex-São Paulo) e Rico...

A última vez que vi um jogo lá, Ronaldo, ex-Corinthians, era o goleiro, e fechou o gol na partida contra o Palmeiras. Um a zero pra Briosa, gol do Andradina de falta, com direito aos gritos rubro-verdes de "timinho" para o Palestra, que perdeu a cabeça no fim do jogo, tendo duas expulsões.

Thalita disse...

demorei para começar a ir em estádios, porque meus pais não deixavam (com alguma razão, quando eu comecei a querer ir aos jogos a violência entre as torcidas era uma barbaridade, bem pior que hoje, me parece).

A minha primeira partida foi a reinauguração do morumbi. São Paulo x Dinamarca, 1 x 1.

Depois fui a um ou outro jogo, mas só comecei a freqüentar o Morumbi de verdade na faculdade. Aí foram vários jogos. Precisaria do almanaque para saber quantos.

Mas assisti a cada derrota... As mais fragorosas foram aquele 4x2 que o Palmeiras enfiou, com direito a gol do Alex chapelando o Rogério, e uma contra o Corinthians, não me lembro exatamente o campeonato, porque foi a seqüência de 4 jogos decisivos direto entre os dois times, e o Corinthians passou nos dois campeonatos (RJ-SP e Copa do Brasil). Tudo em 2002. Ê draga!

Olavo Soares disse...

Já superei os 100 jogos do Santos no estádio, e reafirmo que cada peleja é uma experiência única. Taí uma marca que quero ampliar cada vez mais!

Anônimo disse...

Marcão, a vantagem de ir pouco ao estádio é que você consegue lembrar de todos os jogos. E isso é muito legal. Me fez lembrar o tricolor fluminense Nelson Rodrigues, que disse uma vez que não deveríamos ler todos os livros que aparecem pela frente, mas ler, reler e ler de novo apenas os grandes livros. Da minha parte, fui tanto ao estádio e, também por causa do número do meu R.G, já não lembro de quase mais nada... Só digo que o maior jogo e a maior felicidade da minha vida até agora foi na noite do dia 13 de outubro de 1977: gol do São Basílio e Timão campeão, finalmente. Ainda tenho o canhoto do ingresso. Relíquia que não deixo ninguém tocar, só olhar... e de longe!!! Valeu pelo post. Belas lembranças fazem o passado sorrir no presente. É brega, mas é bão!

Marcão disse...

Putz, Benedito, essa tua frase me lembrou outra, do coleta Carlos Migué: "-A mentira é a verdade de ponta-cabeça".

Abraço!

Anônimo disse...

Marcão me motivou a ir buscar minha lista também. Só lembro que o primeiro foi um Palestra São Bernardo x Palmeiras, em 20 de agosto de 1989, aniversário da cidade. O jogo foi no Primeiro de Maio, eu tinha um ano e um mês, e meu pai conta que cumprimentei o Velloso. Vai saber se é verdade.