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sábado, maio 17, 2008

Kléber: de pretenso Kaká a futuro Sandro Goiano

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Há exatamente uma semana, eu conversava com três palmeirenses sobre o comportamento do atacante Kléber, emprestado por seis meses pelo Dínamo de Kiev, da Ucrânia, para o Palmeiras. Campeão paulista, com três gols marcados (inclusive o que garantiu a vitória contra a Ponte Preta em Campinas, na primeira partida decisiva), o atleta protagoniza jogadas explicitamente desleais e, calado e sério, parece manter totalmente a calma após as agressões, de forma fria e calculista. Não estou falando apenas da cotovelada em André Dias, do São Paulo (acima), na primeira fase do Paulistão. São muitos lances parecidos, como na decisão contra a Ponte Preta no Parque Antártica, quando, na queda após uma dividida, virou o pé e acertou propositadamente a sola e as travas da chuteira na cara do adversário. Maldade pura.

Pois então, falando sobre isso, todos os palmeirenses concordaram comigo. Dito e feito: hoje, Vanderlei Luxemburgo afastou Kléber do elenco e ele não enfrenta o Internacional de Porto Alegre amanhã, pelo Brasileirão. O motivo? Num simples treino, ontem à tarde, o atacante quase aleijou o zagueiro reserva Maurício, que saiu carregado de campo. É surpreendente esse tipo de comportamento, principalmente para quem, como eu, se lembra do início da carreira do atacante. Revelado pelo São Paulo, Kléber Giacomance de Souza Freitas era um cara franzino (à direita), que se destacava pela rapidez e oportunismo nas categorias de base e na seleção brasileira sub-20. Em 2003, aos 20 anos, assumiu a posição de Kaká, vendido para o Milan, e marcou 10 gols em seis meses de temporada profissional pelo tricolor paulista.

Pelo bom desempenho na Copa Sul-Americana, chamou a atenção e mereceu elogios de José Mourinho, que treinava o Porto - time que levaria para Portugal, no ano seguinte, o artilheiro Luís Fabiano. Com a lebre levantada, o ucraniano Dínamo se adiantou e comprou Kléber por US$ 2,2 milhões. Não sei o que fizeram com ele lá, se foi turbinado em salas de musculação (à esquerda), mas, de franzino, virou um tanque. Porém, o problema nem é esse. Não sei como é o futebol na Ucrânia, mas deve ser de forte marcação e muito contato físico, para não dizer violento, e com arbitragem complacente. Só pode ser, pois, de habilidoso e técnico, Kléber voltou para o Brasil com um estilo bem agressivo e "mau caráter", para ser mais preciso. Como disse, apesar dos gols e do bom futebol, tem até palmeirense que não gosta do cara. Merecidamente.

8 comentários:

Anônimo disse...

Acho que na Rússia o rapaz tomou muita vodca, tá sentindo falta do mesmo aqui no Brasil. não dizem que alcóol acalma os ânimos?

Glauco disse...

Só uma correção: Kiev fica na Ucrânia, não na Rússia. E não acho que o futebol de lá justifique o comportamento do Kléber, que foi incensado indevidamente pela imprensa quando surgiu, mas que o São Paulo fez questão de se livrar rapidinho dele (rápido mesmo). Segundo o Marcelo Damato , ele corria o risco de ir pro CT de Barueri se não fosse embora. Caso o Mourinho tenha mesmo elogiado e isso não seja coisa plantada por empresário, certamente mudou de ídéia...

Mas é interessante a declaração dele a respeito da agressão de Toró a Castillo, do Botafogo, quando o flamenguista disse que "futebol era coisa pra macho". Segundo Kléber, "eu confesso que não vi o lance entre Toró e Castillo. Mas concordo que futebol é para macho. E sempre foi. Futebol é um jogo de contato, onde o jogador está sempre em choque com o adversário. Jogadas mais duras vão existir sempre e não é certo ficarem usando o recurso da televisão para prejudicar o companheiro. Se não quiserem contato que pratiquem outro esporte".

A questão da agressividade, pelo jeito, deve ser "ideológica", já que do mesmo Dínamo veio o Diogo Rincón, que não sai estapeando ninguém no Corinthians.

Ricardo disse...

Acho, por aquilo que já vi dele, que o Kleber foi um jogador muito sobrevalorizado logo de início. Nem entendo muito bem a razão de o Mourinho ter elogiado o jogador dessa forma; parece-me que é mais, como diz o glauco, coisa plantada por empresário para fazer subir o valor do passe do atleta. Pelos vistos, além de não ter melhorado o seu futebol ainda ganhou violência e agressividade. Que se perca pelos relvados, então...

Uma questão: fala-se que o meu clube (Benfica) está interessado no Thiago (zagueiro do Fluminense) para a próxima época. Alguém me pode dar indicações sobre a qualidade (ou falta dela) do jogador em causa? Já agora, há uns 3 anos gostava muito de ver um menino jogar no São Paulo, curiosamente também chamado de Thiago, um avançado rápido, bom tecnicamente, inteligente na forma como se desmarcava, excelente no passe e remate. Alguém sabe onde pára?

Marcão disse...

Ucrânia, corrigido.

Ricardo, o atacante Thiago joga atualmente no futebol do Qatar, onde defende o Al Rayyan. Aqui no Brasil, dizem que o Corinthians está atrás dele.

Anônimo disse...

O futebol sempre teve os seu bad boys. O Kleber parece ser mais um deles. Talvez se acalme quando amadurecer, como aconteceu com o Edmundo.

Ricardo disse...

Obrigado, marcão. No Qatar? Sempre achei que ele podia ter dado mais. Qualidade tinha. Mas o futebol é uma caixinha de surpresas, mesmo...

Débora disse...

O mais tosco é queo cara voltou jogando bem, é titular, marcando gols, tal e coisa, e por não ter cabeça, pode por tudo a perder. Babaquice, rapaz...

Anselmo disse...

o edmundo era bem mais perseguido do que é o kléber. eu que achei que ele não tinha sido maldoso no cotovelaço sobre o andré dias já reconheço o equívoco na minha avaliação.

em mais meia dúzia de vezes ele se mostrou desleal dentro de campo. agora, foi até no treino. que volte pra ucrânia. pro time que escala um jogador assim, pra valer o risco de ficar 10 em campo, o cara teria que ser craque. Pras canelas alheias, seria melhor que o cara se aprumasse.