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segunda-feira, junho 23, 2008

Mas não era culpa do Leão?

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A derrota de ontem por 4 a 0 para o Goiás é a maior sofrida pelo Santos em casa na história dos campeonatos brasileiros. Ela iguala o 4 a 0 do Palmeiras em 2004, quando o “gênio” resolveu jogar o clássico com um time misto, preservando a equipe para ser derrotada pelo Once Caldas na Libertadores.

Se isso mostra que o resultado é pra lá de excepcional, também é um sinal de muitas outras coisas. O mais evidente é a pífia, e várias vezes criticada por esse escriba, administração do “rei” Marcelo Teixeira, que se pretende eterno. No século XXI, foi quem teve entre os clubes brasileiros o maior patrimônio em termos de jogadores, arrecadou mais de R$ 200 milhões apenas com atletas da safra de 2002 (embora pudesse ter arrecadado mais, se não fossem a trapalhada na renovação de Diego, as saídas “de graça” de Léo e Renato etc etc etc).

Essa absoluta incompetência deixou seu resultado mais palpável ontem. A “parceria” com Vanderlei Luxemburgo, período em que mais de duas dezenas de atletas, entre eles André Belezinha, Antonio Carlos, Magno, Petkovic e outros “craques”, passaram pela Vila Belmiro onerando os cofres do clube e não deixando qualquer legado razoável, foi o ápice da irresponsabilidade.

Vieram títulos nesse período MT? É verdade, o que serviu para iludir alguns torcedores, que não perceberam ou não quiseram saber o quanto o time deixava de se estruturar mesmo com a dádiva de ter revelado craques que só vieram à tona nas mãos de Leão. Este que, segundo parte da torcida e da diretoria, era o grande culpado da fase ruim do Peixe. Com Cuca, perdemos duas e empatamos uma e, pior que os placares, o modo da equipe jogar demonstrou que as “igrejinhas” feitas por falsos ídolos praianos estão dominando o ambiente. Mas a culpa não era do Leão?

Sobre o jogo

Cuca tentou, mas não conseguiu armar a equipe de forma diferente. Wesley na ponta direita e Molina na esquerda forma inoperantes. Tabata, nulo como de hábito, e Apodi, que treinou durante toda a semana como titular, não pôde estrear por conta de mais uma trapalhada da direção, que não o registrou a tempo. O Goiás, em relação à equipe que começou o Brasileiro, tem dois reforços importantes que fizeram a diferença ontem: Romerito, aquele que foi impedido de jogar as duas partidas da final da Copa do Brasil, e Iarley, inexplicavelmente pouco utilizado no Internacional.

O time do Planalto Central pode sair da zona do rebaixamento nas próximas rodadas, mas não deve ir muito além disso. Já o Santos, para subir na tabela, mais uma vez dependerá fundamentalmente da habilidade e da persistência do seu treinador. Não será fácil, o papel de Cuca deve ser mais de administrador e psicólogo do que propriamente de técnico. E remar contra a corrente, em meio ao mar de incompetência em que ele se encontra, será uma tarefa heróica...

14 comentários:

Marcão disse...

Que bizarro os quatro torcedores do Goiás. E na comemoração do quarto gol só tinha três (um deve ter ido ao banheiro). Aposto que nenhum deles, ao decidir prestigiar seu time na Vila, tinha a menor idéia do presente que receberia...

Nicolau disse...

O campeonato está no começo, ainda tem muito tempo pro Peixe se ajeitar. Mas que a coisa tá feia, isso tá. Diretoria quando resolver atrapalhar, é uma beleza. Aliás, pergunto: quantos resultados negativos até algum luminar entre os conselheiros e diretores santistas resolver pedir a cabeça do Cuca?

Anônimo disse...

A culpa continua sendo do Leão... agora é o Fernando Leão, que não conseguiu dar uma boa condição física aos jogadores...rs
O grande paneleiro do Santos hj atende pelo nome de Fabio Costa...
bjss

Anônimo disse...

a culpa é do luxemburgo, então?

sobre a relação título-dirigente, precisa haver uma ponderação. Mustafá e Dualib são exemplos de catástrofes após boas doses de conquistas importantes. mas como estampou um título do caderno de esportes do Estadao em 2002, "um mustafá corintiano não faria pior"...

e outra: quer dizer que se o cara é presidente de um time que conquista títulos ele ganha crédito pra derrubar o clube? o glauco tem razão, não é por aí.

Anônimo disse...

A Bia acertou na mosca. Fabio Costa, quando quer desagregar, é tão bom quanto quando quer jogar bem. Atualmente, ele está na primeira opção. Sobre o Luxa, caro Glauco, não tivesse sido ele, o Santos teria vivido a crise de hoje há três anos. E teria dois Paulistas a menos.

Nicolau disse...

Dois Paulistas a menos e uns bons milhões a mais no cofre...

Glauco disse...

Benedito, VL em dois anos consumiu junto com sua comissão técnica R$ 24 milhões do clube. Se você atualizar esse valorm vai ver que um Luxemburgo vale quase o passe de um Breno ou o aporte que a Traffic prometeu para o Palmeiras. A única diferença é que esse dinheiro saiu, não entrou para os cofres peixeiros...

Mas se você for contar que Luxemburgo trouxe 16 jogadores no começo de 2006 e outros tantos depois, vai ver pelos salários dos contratados que o clube gastou bem mais que isso por causa dele. O Santos valorizou e não ganhou nada com a venda de Cléber Santana, por exemplo, do Iraty, porque Luxa brigou com o procurador do mesmo. Quanto deixou de entrar para o clube por causa do "gênio"? Aliás, quantos atletas nesses dois anos o referido técnico revelou ou trouxe para o Santos que renderam algum dinheiro para o Santos?

Vale a pena ganhar dois paulistas pra ficar à míngua depois? Acho que não, assim como acredito que não valha a pena vencer um Brasileirão para ser rebaixado após dois anos...

Anônimo disse...

Glauco, meu caro, a vida planejada no meio-de-campo não tem graça. É preciso atacar, mesmo que haja o risco de tomar gols. Zero a zero não dá prazer. Questão de ponto de vista. Agora, se a questão é unicamente ética, estou com você. O Luxa nunca foi ético. E se agiu de forma desonesta no Santos, teve a cumplicidade da diretoria do clube. Afinal, o "estilo ético" do Luxa não é novidade pra ninguém. Quem o contrata já sabe disso. Assim como também não é novidade o seu estilo vencedor de títulos com time jogando bonito. E é por isso que o contratam, a torcida aplaude e os adversários roem a unha. Ainda sem entrar na questão ética e ficando apenas no futebol, prefiro ser campeão brasileiro, ser rebaixado dois anos depois e voltar à Série A em seguida do que ficar em décimo lugar no Brasileirão Série A nesses quatro anos. Quanto à questão ética, acredito que ninguém aqui no Futepoca defenda a falta dela. Eu percebo uma rejeição quase unânime aqui no Futepoca em relação ao Luxa. Mas até agora não ouvi nenhum argumento que me convença de que ele não é um bom técnico. Quanto aos seus métodos extra-campo, aí é outra história. Eu não compraria dele nem uma bicicleta usada. Pelo já afirmado aqui, ele deu prejuízo ao Santos. Mas no Corinthians e no Palmeiras, ele só deu alegria.

Glauco disse...

Vamos ao "futebol bonito" de Luxa no Santos. Na campanha do Paulista de 2006, quando foi campeão com o seguinte time na última rodada contra a Lusa: Fábio Costa, Fabinho, Ronaldo, Ávalos e Kléber; Wendel, Maldonado (Heleno), Cléber Santana e Léo Lima (Rodrigo Tabata); Reinaldo e Geílson (Magnum).

Olha que beleza! Um time com nada menos que CINCO volantes: dois nas laterais e três no meio. Ah, mas um time com volantes pode jogar pra frente... É verdade, mas não foi esse o caso. o Peixe foi o sexto melhor ataque do campeonato, ficando atrás do trio de ferro, Noroeste e Rio Branco.

No mesmo Paulista de 2007, o desempenho foi melhor. Em média de gols, foi o terceiro melhor ataque. Nas finais, em quatro partidas, fez incríveis dois gols. Na primeira partida contra o São Caetano, jogando com a vantagem de dois empates, o "gênio" não se fez de rogado, armou a equipe com Fábio Costa, Dênis, Adaílton, Antônio Carlos e Kléber; Rodrigo Souto, Maldonado, Cléber Santana,
Zé Roberto e Rodrigo Tabata; Marcos Aurélio. TRÊS volantes e apenas UM atacante de ofício... Joga pra frente esse Luxa, hein?

No Brasileiro de 2006, o ímpeto ofensivo de Luxemburgo levou o Santos a ser o quinto melhor ataque da competição, enquanto na edição de 2007 repetiu a posição.

Benedito, quando fiz referência ao título de 2005 e ao rebaixamento foi com a inteNção de mostrar que uma má administração (Dualib-MSI) pode dar títulos e mesmo assim ferrar o clube. Aliás, o Dualib já tinha feito o Corinthians bater na trave do rebaixamento outras vezes, inclusive no Paulista e as parcerias acabaram tapando o sol com a peneira (não é à toa que Teixeira tenta uma com a Traffic) Mas Dualib tanto fez que conseguiu.

Quanto à ética, me causa desconforto ver alguém no meu time de coração que não a preze. Dói ainda mais quando um técnico traz um jogador com episódio de racismo no currículo e este se despede vestindo a dez de Pelé.

Nicolau disse...

O Luxemburgo é um excelente técnico e montou alguns dos times que mais me animaram com fuebol nos últimos anos, como o Corinthians de 98 e o Cruzeiro de 2003. Mas meu problema com ele não é só ético, o que já é um caminhão por si só. É que, primeiro, não sei se ele vale o quanto cobra, como não sei se nenhum técnico merece a importância que damos a eles aqui. Segundo, o cara faz questão de se meter demais na vida do clube. Se fosse só técnico, pedindo jogador e treinando o time, seria o cara. Mas quando enfia no Santos uma parceria com o tal do Iraty, por exemplo, complica. Acaba atrapalhando o próprio trabalho.
Sobre os palmeirenses, lembre-se de que o Luxemburgo é visto por eles, não sem razão, como um dos responsáveis pelo rebaixamento do time.
Sobre ser campeão e depois rebaixado, sou contra. MSI e Dualib sugaram o Corinthians. A situação horrível das finanças do clube foi deixada pra depois com o dinheiro russo. Mas quando tiraram a muleta, a casa caiu. Não dá pra viver desses espasmos.

Anônimo disse...

O Pelé aqui citado é aquele que foi o maior jogador de futebol de todos os tempos ou aquele sujeito que só reconheceu um filha legítima porque não havia mais saída? Huuuummmmm... Como diria Mourid Barghouti em "Eu vi Ramallah", "a vida não aceita simplificações".

Glauco disse...

Pelé? Reconhecer filho por força da Justiça é crime reconhecido em que artigo do Código Penal mesmo? Estamos falando de moral, ética ou de crime?

Anônimo disse...

O Pelé foi o maior jogador de todos os tempos. Isso não se discute em todo o mundo, a não ser na Argentina. Felizmente, aliás. Afinal, como diria o fluminense Nelson Rodrigues, "toda unanimidade é burra". Já o Edson Arantes do Nascimento tem comportamento ética e moralmente duvidável. O caso da filha que ele não quis assumir - e só o fez por força da Justiça - está nesse contexto. Num contexto em ser homem com H maiúsculo, em assumir seus atos como gente grande. Mas eu não tenho nada a ver com a vida privada do Edson. E tenho o maior orgulho em ser tão brasileiro quanto o Pelé. Assim como pra mim tanto faz se o Ronaldo sai com travesti ou não. O que me incomoda nele é que chegou com 10 quilos acima do peso pra defender as cores de 200 milhões de brasileiros numa Copa do Mundo. Hoje, dizem que o São Paulo é o time com melhor administração do Brasil. Um dos pilares desse "management" é o estádio do Morumbi. Um estádio construído com dinheiro público desviado durante a ditadura militar em que o interventor do Estado de SP e presidente do clube do Morumbi, o senhor Laudo Natel, sentava no banco de reservas do time durante os jogos. Um clube que, durante a Segunda Grande Guerra, se achou no direito de se apossar do Parque Antártica porque este era propriedade dos fascistas que lutavam contra a FEB. Diga-se de passagem, quem foi em socorro dos palmeirenses, naquela época, foi o diretor de futebol do Corinthians. Um sujeito chamado Vicente Matheus. Pois bem. Nem Laudo Natel nem Pelé nem Luxemburgo foram condenados por crime nenhum. Nem Mustafá nem Teixeira nem Dualibi nem Miranda nem Juvêncio. Sabe o que eu acho? É muito melhor falar só de futebol. E, nesse aspecto, o Luxemburgo é o melhor técnico do Brasil. Não sou eu quem diz. São as conquistas dele que comprovam. Agora, se o assunto é ética, taí o novo colaborador do Futepoca, o Clóvis Messias, pra ajudar no papo.

Maurício Ayer disse...

xiiiii...