Destaques

segunda-feira, junho 23, 2008

Nenhum favorito passou

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Contando que não havia favoritos entre Alemanha e Portugal (forcei a barra?), nenhuma das seleções que constava como favorita nos jogos das quartas-de-final da Eurocopa chegou às semis (ou meias-finais, respeitando o léxico de nosso maior comentarista de Eurocopa, o Ricardo). Além de Portugal, a Croácia, a Holanda e a Itália deram adeus ao torneio europeu antes do planejado, em partidas emocionantes.
A Alemanha ganhou por 3 a 2 de Portugal (para minha tristeza). A Turquia levou o jogo para a prorrogação, tomou um gol aos 14 minutos do segundo tempo e empatou no último segundo, com um gol que até agora não sei de onde eles tiraram. Nos pênaltis, os croatas falharam.
A Rússia, da "nova" sensação Arshavin (que tem 27 anos, apesar da cara de 12), demoliu a Holanda com um 3 a 1 incontestável, que veio apenas na prorrogação. E a Espanha, quem diria, jogou melhor e VENCEU a Itália, nos pênaltis.
Agora, a Alemanha pega a Turquia - na quarta-feira - e a Rússia joga com a Espanha - na quinta. Quem passa?

5 comentários:

Anônimo disse...

não tá tendo empate demais nessa euro?

Anônimo disse...

A Euro deste ano já expôs a fragilidade de pelo menos dois mitos criados pela mídia. Um deles foi o portugués Cristiano Ronaldo. Ótimo jogador, não há dúvida, amarelou mais uma vez num momento de decisão. Craque que amarela, na minha modesta opinião, não é craque. Outro mito caído foi o italiano Luca Toni. Sensação no Bayern de München, não fez nenhum gol em quatro partidas. E nem entrou na disputa por pênaltis. Ou seja, outro amarelão. Outro mito caído foi o Big Phil. Era visível a falta entusiasmo dele no jogo em que Portugal caiu diante da Alemanha. Já devia estar sonhando em inglês. Aliás, a derrota de Portugal mostrou que camisa pesa. E muito. E que o Ballack vale muito mais que o Ronaldo luso. Pra encerrar, o camisa 10 russo Arshavin é o melhor jogador da Euro. E a Rússia joga o futebol que mais me agrada no mundo no momento. Bola no chão, sem chutão, nada de chuveirinho, deslocamentos rápidos, preparo físico e aplicação tática exemplares, alegria, humildade e ousadia. Tirando o aspecto "humildade", eu diria que a Rússia hoje joga um futebol argentino. Dá gosto de ver. Tomara que vença a Euro. Mas acho que a camisa alemã pode pesar mais uma vez. Ah, ia me esquecendo: desconfio que o jogo entre Rússia e Espanha será o melhor da Euro. E Alemanha e Turquia o mais truncado e feio.

Glauco disse...

A rússia joga mesmo um futebol que lembra o argentino, achei até bem parecido com o do Boca, dadas as muitas triangulações que fazem, sem deixar a bola escapar do sue domínio. Mas o Arshavin e o Pavlyuchenko são o diferencial que o time portenho não tem. Mas não vou ficar elogiando muito porque já viram o que aconteceu com a Holanda, né...

Ricardo disse...

O certo é que todas as previsões eram erradas! O que vem demonstrar que este Euro está a ser, na minha opinião, um dos melhores de sempre. Além da imprevisibilidade, temos visto futebol de grande qualidade.
Portugal perdeu bem. Uma equipa que pretende ganhar um Campeonato Europeu e tem um GR tão fraco e não treina intensivamente a forma de defender bolas paradas, ainda por cima contra os alemães, tem o destino traçado (Obrigado, Scolari, és óptimo psicólogo mas péssimo treinador).
O jogo Croácia-Turquia foi a loucura. Pela terceira vez consecutiva, os turcos chegam ao final do jogo eliminados do Euro e acabam-no sobreviventes. Épico! Depois nos penalties a motivação que aquele golo deu fez o resto. A Croácia morreu no golo de turco.
Rússia - Holanda - Este jogo, e apesar da minha previsão inicial (ainda não tinha visto o Rússia-Suécia), era de alguma forma previsível. A Rússia vinha de um futebol espectacular no último jogo dos grupos e à Holanda notavam-se-lhe falhas no sector defensivo, sobretudo do lado direito. Por aí entraram dois golos russos e poderiam ter entrado muitos mais. Guus Hiddink é um treinador fabuloso (seria excelente solução para Portugal). Faz de equipas com menos recursos (Coreia 2002, Austrália 2006, Rússia 2008[esta com maior qualidade individual dos que as restantes]) equipas com um futebol atractivo e de forte pendor atacante. A Rússia deu um banhão de bola à Holanda. O resultado pecou por escasso. Zhirkov, Anyukov, Semak, Ziryanov, Pavlyuchenko e a estrela da companhia, Arshavin, são belíssimos jogadores.
No Espanha-Itália o jogo mais chato, como era previsível. Passou a Espanha justamente. A Itália sem Pirlo não soube nunca fazer o seu jogo e limitou-se a defender bem e esperar por uma oportunidade para lançar Luca Toni para o golo - muito pouco. Não gosto do jogo espanhol, muito metido num funil, sem largura, mas ao menos tentaram marcar e acabaram por ganhar o bilhete para as meias-finais nos penalties. Está certo assim.

Agora, correndo vários riscos, vamos lá à previsão:

A Alemanha ganha à Turquia, mas só no prolongamento.
A Rússia ganha à Espanha, de forma mais sofrida do que contra a Holanda.

Acho que a grande desilusão deste Europeu, mais do que Ronaldo ou Toni (que estiveram razoáveis, apenas), foi mesmo Scolari. Ter anunciado, a meio da competição, que ia sair, mostrou um carácter muito pouco louvável do gaúcho. E, ao contrário do que afirmou, o grupo ressentiu-se disso. Para não falar nas suas óbvias debilidades como técnico. Até agora treinou Brasil e Portugal, equipas com grandes jogadores. Gostava de ver Scolari treinar, como Hiddink, uma Coreia ou uma Austrália e conseguir resultados. Os dois treinadores não têm comparação possível, em termos de qualidade. Agora vai para Londres, para o Chelsea, e dou-lhe até Março para ser despedido pelo russo com uns milhões para a reforma. Mais vale cair em graça do que ser engraçado e Scolari, definitivamente, recolhe a graça e os sorrisos de muita gente neste mundo futebolístico. De mim não, que nunca gostei dele. Já vais tarde, Big Phil.

Anônimo disse...

Caríssimo Ricardo. Parabéns pelo comentário e pela ousadia das suas palavras e de suas previsões. Errar e acertar fazem parte de quem vive destemido, sem medo. É assim que o vejo vendo o futebol e seus protagonistas. Foi assim que os portugueses revelaram o mundo ao mundo há pouco mais de 500 anos. Foi este o sentimento que tive quando o avião da TAP, comigo dentro pela primeira vez, pousou em Lisboa. "Depois de mares de tempos distante, estou cá de volta sem nunca ter estado aqui antes". Quero Portugal campeão um dia, um dia quero Portugal campeão. Vou comemorar com café e bagaceira. Porque meus amigos sempre foram bons em tudo e em nada também.