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terça-feira, setembro 23, 2008

No butiquim da Política - Exceções expõem a regra

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CLÓVIS MESSIAS*

O deputado estadual Vanderlei Siraque, do PT (à esquerda), candidato a prefeito em Santo André, pediu licença não remunerada dos trabalhos na Assembléia Legislativa. Não receberá seu salário. O parlamentar argumentou que não é possível conciliar os compromissos da candidatura com as responsabilidades legislativas. E foi além, dizendo que o acúmulo acaba atrapalhando as duas agendas. "Como poderia justificar ao eleitor minha presença na rua, pedindo voto, quando deveria estar no plenário trabalhando?", observou.

O buteco e os corredores do Palácio 9 de Julho gostaram da atitude do deputado/ candidato, tema, aliás, muito bisbilhotado. A rapaziada diz não se tratar de ser mais ou menos ético. Mas, sim, de perceber que não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo. Ou faz-se campanha para prefeito discutindo temas municipais ou trabalha-se no legislativo visando às necessidades do Estado. Dos 30 parlamentares candidatos a prefeito, somente mais cinco tomaram atitude semelhante à de Siraque: Carlinhos Almeida, do PT de São José dos Campos, Darcy Vera, do DEM de Ribeirão Preto, Roque Barbieri, do PTB de Birigüi, Marcos Bertaiolli, do DEM de Mogi das Cruzes, e Mário Reali, do PT de Diadema.

Aqui no butiquim, o pessoal acredita que transparência deveria ser construída assim, com atitudes iguais as que tiveram estes cinco deputado. Cada parlamentar ganha, na Assembléia Legislativa de São Paulo, uma verba de R$ 120.000,00 por mês, assim distribuída: R$ 14.600,00 como salário, R$ 18.600,00 para verba de gabinete e R$ 86.100,00 para contratar 16 funcionários. Por isso, perguntar a quem eles servem - ou o que priorizam - sempre é uma atitude necessária.

*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino e dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo. Escreve a coluna "No butiquim da Política" regularmente para o Futepoca.

3 comentários:

Nicolau disse...

É uma grana, hein? Sobre o afastamento não remunerado, deveria ser obrigatório para qualquer candidato.

Glauco disse...

São só esses mesmo que se licenciaram?

Anselmo disse...

a dúvida retórica do Siraque nunca foi problema pra ninguém se justificar pro eleitor na rua.

Eu defendo licença remunerada para a minha pessoa fazer só o Futepoca da vida. Tem jeito?