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quinta-feira, outubro 23, 2008

Teste cego de cervejas do Futepoca

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No domingo, 19, como preâmbulo do clássico entre Palmeiras e São Paulo, parte dos autores do Futepoca se reuniu em um evento propício (churrasco) para realizar a primeira edição do:

Teste cego do Futepoca

A inspiração original foi a edificante experiência do Brejas.com. A metodologia adotada, porém, foi diversa e mais modesta.

1. Cinco bêbados, cinco copos
Fredi, Glauco, Marcão, Olavo e Thalita foram as cobaias. Nada de venda nos olhos, porque alguém poderia querer levar em conta o aspecto visual.


Na foto, cada um adota seus métodos pessoais na degustação.
No topo, à direita, o "laboratório" onde as doses eram servidas,
longe da vista dos avaliadores.


2. Garrafa, não lata
A cerveja necessariamente teria de estar embalada em vidro, nunca em latas da alumínio, para reduzir a variação. O ideal talvez fosse garantir todas no mesmo formato, mas isso não funciona em São Paulo, onde algumas marcas só podem ser encontradas no tradicional vasilhame de 600ml.

3. Só Pielsen
Foram adquiridos exemplares industriais, sendo quatro das que podem ser consideradas do "mercado premium" e uma artesanal. Na ordem de apreciação, são elas:
1- Bavária Premium¹
2- Heineken¹
3- Brahma²
4- Bohemia¹
5- Antartica
6- Original²
7- Eisenbahn¹
8- Cerpa¹
9- Itaipava¹
10- Kaiser¹
11- Skoll³
Legenda: ¹ Longneck de 355ml; ² Garrafa de 600ml; ³ Garrafa de 500ml

4. Dois dedos
O time de jurados é bem preparado, mas não se pode esperar que mantenham o paladar depois de uma maratona dessas. Por isso, as doses foram homeopáticas, mas não tanto.

5. Uma nota só
O processo de avaliação consiste em um único quesito geral. Claro que todos os ébrios degustadores são expertos no fermentado de cevada (e cereais não-maltados, no caso da maioria das degustadas), e um único quesito é tão impreciso quanto dividir em vários. Isso é uma polêmica à parte. Alguns dos alcoolizados tentaram adivinhar qual copo trazia qual produto, mas a operação não funcionou até o fim. Como os resultados tampouco foram conclusivos, são deixados de lado.

6. Mistério
Além de não saberem qual a marca era oferecida a cada rodada, os avaliadores tampouco possuíam a relação completa das cervejas elencadas. A opção adotada mais em função do atabalhoamento do que de uma estratégia pensada foi interessante e parece ter sido um rebaixador geral de notas, já que todo mundo tinha medo de dar nota alta para Kaiser.

7. Documentação inviolável
Não aconteceu no bar e o copo usado (à esquerda) não foi o americano que tanto honra os estabelecimentos etílicos mais em conta. Aliás, o Olavo usou um copo do Santos Campeão do Rio-São Paulo de 1997 (!), o que pode ter modificado a percepção deste avaliador. Pelo menos a anotação teve que seguir o padrão-boteco de qualidade. Tudo foi anotado em folhas de guardanapo de papel (à direita) e encontram-se armazenadas em local sigiloso para evitar fraudes.

8. Garçom não bebe em serviço
Para o teste, a minha pessoa foi a responsável pela nobre função de servir os cinco bêbados participantes. Cada um lavava seu próprio copo e devolvia. Consumi a menor quantidade possível para um apreciador da gelada.

Resultado do Teste cego do Futepoca


a) São apresentados abaixo duas tabelas com resultados. A classificação geral traz a média dos cinco jurados. A carnavalesca é inspirada no padrão da apuração das notas das escolas de samba que exclui as notas mais alta e mais baixa. No caso, sobraram sempre três notas. Em ambas as quatro primeiras permanecem as mesmos, mas muda a ordem:
Classificação geral do teste Cego: Cerpa em primeiro, Itaipava em últimoClassificação carnavalesca do teste Cego: Kaiser tão boa quanto a Eisenbahn?

b) Cerpa é a preferida dos manguaças, seguida da Heineken ou da Bavária Premium (dependendo da classificação). A Skol fica em quarto lugar.


As cinco mais bem cotadas, da esquerda para a direita.

c) A mudança de critério trouxe mais ganhos para a holandesa de garrafas verdes da Femsa no Brasil. Quem mais perdeu foi a Eisenbahn, rejeitada em seu paladar diferenciado para as outras. É por isso que a artesanal de Blumenau termina, pelo critério carnavalesco, hereticamente empatada com a Kaiser, a mais profanada e caluniada. Estranhamento ou embriaguez? Houve gente que disse que se recusaria, antes de iniciados os trabalhos, a provar da cerveja do baixinho, por medo da lenda urbana da cerveja-laxante. Embora a Kaiser tenha surpreendido,terminou saudavelmente na metade de baixo.

d) A Itaipava ficou mal na foto de qualquer jeito. Ela pode ter sido prejudicada por ser apresentada logo depois da vencedora Cerpa. Mas é fato (e esse foi um dos copinhos que experimentei, diante de tanta queixa sobre a de Petrópolis) que a longneck adquirida estava bem esquisita. Não sou fã da marca, mas minha memória era de uma cerveja não tão ruim.

e) O fato de a Brahma ter ficado em penúltimo reforça a dúvida suscitada sobre os prejuízos do armazenamento no supermercado. A Bavária Premium, Bohemia, Eisenbahn, Heineken, Itaipava, Kaiser, Original e Skoll foram compradas no Pão de Açúcar. A Brahma e Antartica de 600 ml vieram de um mercadinho perto de casa. A vencedora Cerpa estava na geladeira de casa desde cinco dias antes das demais, adquirida no Záffari.

f) Cada jurado usou um critério distinto, como não poderia deixar de ser. Isso fica claro pela tabela, mas não chega a ser um problema. Talvez depois de um curso intensivo com algum especialista, isso pudesse ser diferente. Às notas

Notas de cada avaliador

Os mais críticos foram Fredi e Glauco. Disparado o mais generoso, Marcão alegou ter chegado ao teste baleado, depois de dois dias de ressaca, o terceiro seguido com o copo em punho. Era um domingo, é justo.

Futuras edições do teste cego

Para os próximos testes, serão garantidas algumas providências. A primeira é manter um único fornecedor. A segunda é anotar os prazos de validade para avaliar se cervejas fabricadas mais recentemente recebem mais ou menos pontos. Além disso, valeria a pena discutir se é o caso ou não de promover uma reflexão sobre quesitos mais pontuais como cor, espuma e aroma antes de se atribuir uma nota para o paladar. Isso tudo poderia dar mais uniformidade às avaliações, embora não garantisse resultados diferentes.

Outras amostragens estão em estudo e serão divulgadas conforme forem realizadas. Muito mais do que em outras feitas, todos saíram quase sóbrios do local.


Atualizado às 10h50

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19 comentários:

Anônimo disse...

Acho que a foto do copo americano está errada, mas o teste foi bem bacana. Antártica na frente da Original? Quem diria, hein?

Glauco disse...

Agora que já temos o G-4, rumo à Libertadores das cervejas e depois ao Mundial! Só teremos que ver no Superior Tribunal de Justiça Manguaça (STJM) se a Heineken é ou não considerada nacional.

E, tarefa inglória, precisamos concretizar a proposta da Série B das cervejas, com as rebaixadas Brahma e Iataipava contra ícones do tipo Rio Claro, Krill, Cintra e Nova Schin (aliás, grande ausente no teste cego da Série A).

E vou dizer: fazia tempo que não tomava a mal falada Kaiser, mas ou ela melhorou ou as outras pioraram e ficaram todas no mesmo nível.

fredi disse...

Belo trabalho, para variar, Anselmo. Da organização, às médias e ao texto.

Dos destaques de provador, a verdade é que a Cerpa estava muito acima das outras.

Antarctica, Brahma e Original estavam muito ruins e parecidas. Pode ser armazenamento e garrafas, mas é bom considerar que a Ambev está fazendo tudo igual e em grande quantidade.

E a constatação de que pelo menos a Kaiser não é está tão ruim como todo mundo diz por aí.

Não que me anime a tomar mais, mas para ser honesto é necessária uma segunda degustação para confirmar os resultados. Bora, bebê.

Quanto a ser mais crítico, estou reduzindo bastante o consumo de cervejas, preferindo os vinhos, o que talvez explique um pouco.

Marcão disse...

Não quero me justificar aqui por ter sido o mais generoso nas notas ou mesmo por ter dado a nota mais alta para a (argh!) Kaiser, mas o fato é que tinha bebido - e bem - na sexta e no sábado. Minha língua parecia sola de sapato sujo, que deve ter gosto parecido. E, sem lembrar que haveria teste cego, cheguei no recinto com meia-dúzia de Eisenbah e uma Baden Baden Red Ale de 9,2% de teor alcoólico. Tudo isso foi para o bucho antes do teste, além de algumas latas de Skol. Daí, acho que não seria um apreciador dos mais abalizados. Mas acho que serviu para fazer contraponto com os "ranzinzas" Glauco e Fredi. Só peço que me avisem com antecedência sobre o teste da série B, porque aí eu vou passar uma semana bebendo, pra não sentir o gosto de nada!

Glauco disse...

Aliás, devo registrar meu protesto pela omissão, claramente persecutória, das imagens do copo do Santos campeão do Rio-São Paulo de 1997, uma raridade em termos de bugiganga.

Anselmo disse...

ô Fredi, a teoria do vinho pode fazer sentido, mas sem querer desmerecer o papel da bebida feita de uva, que tbem são uma ótima opção, dar novas com mais ou menos rigor não necessariamente tem significado de fato.

Só pensei nisso depois do seu comentário: a variação das notas também é importante.

A Thalita e o Glauco variaram suas notas em 4 pontos, enquanto você oscilou de 4 a 7, ou seja, três pontos. Olavo variou de 5 a 7,5.

Quem menos assinalou diferenças entre as doses foi o Marcão (o que reforça sua própria teoria da ressaca). Então, para o Marcão ter dado notão pra Kaiser é porque ele deu notão pra todas (de 6,5 a 8). Em seis das 11 marcas, ele foi o dono da maior nota.

Nicolau disse...

Excelente o teste. Surpreendente os resultados da Kaiser e da Original. E eu andei pagando mais caro nos botecos por aí... Não que vá passar a tomar Kaiser, mas acho que manterei minha opção pela Skol de sempre.

Marcão disse...

Detalhe inútil: no "júri", três estavam uniformizados - Olavo com uma camisa do Democrata de Governador Valadares (MG), Marcão com uma do Fortaleza e Fredi, o único que vestiu a camisa de seu time do coração, o Atlético-MG.

Anônimo disse...

No próximo teste incluam a Polar e como premium a Kaiser Gold. Blz?

Anônimo disse...

Quem é esse que fez o teste com a gloriosa camisa do Fortaleza Esporte Clube, de nossa capital cearense?

Anônimo disse...

Caro Glauco, se você acha a Cintra, Nova Schin e Krill da Série B, então ainda conseguimos fazer um campeonato da Série C! Já ouviram falar na Buena ou na Kilsen? E na Bonanza? Aí é que o Marcão vai saber o que é língua parecida a sola de sapato sujo!!!
Abraço.

Anônimo disse...

Faltava à ciência etílica brasileira um teste como este! Resultado a ser considerado por todos nós, bebuns contumazes (ou seria mais elegante: apreciadores da cevada fermentada?).
Lamento não ter participado da degustação, mas estou disponível para um convite. Menos entre novembro e janeiro, quando estarei realizando profundas análises gustativas na Holanda, pela terceiro ano consecutivo. Ainda não me defini entre os 200 tipos de bier que os holandeses produzem, nem sobre o outro tanto da Bélgica, muito menos sobre as tchecas, que enfrentei em Praha. São desafios que a vida nos impõe.
Mas encará-los de copo erguido!

Glauco disse...

Bruno, a Série C foi até aventada, mas acho que não seria realizada por falta de participantes.

Barbosa Filho, bem que você podia indicar (ou trazer) umas cervejas holandesas. Daí a gente faz o Mundial das cevadas fermentadas.

Marcão disse...

Caro Marcelo Bloc, fui eu quem fez o teste com a camisa do Fortaleza (morei no Ceará por 5 anos, minha filha Liz nasceu aí). No final de 2005, pouco antes de embarcar para o Japão, o São Paulo (meu time) foi derrotado pelo Fortaleza. Aí, um amigo cearense, o Kléber, me mandou a camisa de seu Tricolor de Aço, só pra provocar. Em retribuição, mandei uma do Tricolor Paulista. Quando estou um pouco mais magro que o habitual, consigo vestir a camisa do Fortaleza - que tem um distintivo quase idêntico ao do São Paulo. Abração!

Juliano disse...

O Gosto pela cerveja depende muito de cada um. E a qualidade da cerveja depende muito da região em que foi produzida. Fizemos uma brincadeira parecida com os amigos também, tínhamos 6 marcas de cerveja. Skol, Brahma, Bhoemia, Kaiser e Nova Schin e Antartica. Vcs podem achar que é mentira, mas eu acertei as 6.
Moro em uma cidade em que tem uma fábrica da Femsa, e vcs podem nos achar loucos, mas a Kaiser é muito bem aceita por aqui (minha pilsen preferida junto a Sol). A Heineken, Kaiser Gold, Brahma Extra eu acho Deliciosas, mas são mais caras. A Itaipava é muito bem aceita por aqui, tanto para os apreciadores de Kaiser, quanto os de Skol. Em minha cidade tinha uma fábrica da Original, essa era uma delícia, todos apreciadores de cerveja adoravam, mas infelizmente a fábrica (quase artesanal) fechou e a Original que tem agora no mercado não tem o mesmo gostinho.

Estamos pra marcar mais um churras com a galera, vcs me deram uma idéia de tentar reproduzir o teste por aqui e ver a opinião do pessoal.

Abraços.

Maurício Ayer disse...

Vejam vocês a força do preconceito e da imagem. Mesmo constatando a superioridade da Kaiser sobre a Original em teste científico os manguaças mantêm sua opção pelas aparências. Afinal, o que é que vão falar se os virem tomando Kaiser?
Eu, como não participei do teste, posso continuar não tomando Kaiser sem ter que dar explicações. Mas vocês, francamente...

Anônimo disse...

Vocês só podem estar de sacanagem.
Tomaram a Eisenbahn orgânica!

O teste pra mim perdeu o valor.
Deveria ser a Pilsen ou a Kolsh.

*Mesmo a orgânica ficar atrás da Skol e Cerpa é uma heresia.

donfloyd139 disse...

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