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segunda-feira, dezembro 08, 2008

São Paulo tricampeão e os que tentaram antes

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Em 37 anos de Brasileirão, o São Paulo foi o único a conseguir três títulos em seqüência. Outros quase chegaram lá, como o Palmeiras, Inter-RS, Flamengo e Corinthians. A seguir, contaremos um pouco dessa história:

Santos 1961 a 1965 - Antes de falar sobre o Campeonato Brasileiro instituído a partir de 1971, é preciso fazer justiça. Se considerarmos que, entre 1959 e 1966, nossa única competição nacional era a Taça Brasil, então o Santos, do fantástico e injustiçado técnico Lula, foi o primeiro a conquistar três títulos em seqüência, derrotando o Bahia (em 1961 e 1963) e o Botafogo (em 1962). E chegaria ao pentacampeonato, contra o Flamengo, em 1964, e o Vasco, no ano seguinte. Apesar da simplicidade da Taça Brasil, que levou o Santos a disputar apenas quatro jogos nas edições de 1961, 1963 e 1965, por exemplo, é inegável sua legitimidade como título nacional. Foi assim que o clube se credenciou para disputar e vencer duas Libertadores (e dois Mundiais). Mais do que isso: negar que aquele Santos de Gilmar, Zito, Mauro, Calvet, Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe era, de fato, o melhor time do Brasil, é muita má vontade - ou desconhecimento de futebol.

Palmeiras 1972/ 1973 - Depois de o Atlético-MG ter vencido, com o técnico Telê Santana, o primeiro Brasileiro "oficial", em 1971, um esquadrão verde tomou conta do futebol nacional. Comandado pelo mítico Osvaldo Brandão, o Palmeiras de Leão, Luís Pereira, Dudu, Ademir da Guia, Leivinha e César Maluco ditou as regras no início dos anos 1970. No primeiro título, em 1972, o alviverde derrotou nas finais o Botafogo de Jairzinho e Marinho Chagas. No ano seguinte, segurou um empate sem gols com o São Paulo, na partida decisiva, e garantiu o bicampeonato. Em 1974, com vários jogadores convocados para a Copa da Alemanha, o Palmeiras não conseguiu o tri.

Internacional-RS 1975/1976 - Esse foi outro timaço, capitaneado por um dos melhores técnicos da história, Rubens Minelli, o único, antes de Muricy Ramalho, a conquistar três títulos brasileiros em seqüência (venceria o campeonato de 1977 pelo São Paulo). Na defesa, o Inter tinha os insuperáveis Manga e Figueroa. No meio, simplesmente Paulo Roberto Falcão. E na frente, Valdomiro e Dario, entre outros. Em 1975, a vítima foi o Cruzeiro, que já havia perdido o título da edição anterior para o Vasco. Já em 1976, com Dadá e Flávio, o Inter derrotou o Corinthians. Porém, Minelli deixou o comando do time e, sintomaticamente, o time gaúcho não chegou ao tri. Seu ex-técnico sim...

Flamengo 1982/ 1983 - Depois de vencer de forma polêmica o Brasileiro de 1980 e a Libertadores de 1981, tendo o forte Atlético-MG como maior prejudicado, o Flamengo chegou ao torneio nacional de 1982 reformulado. O jovem técnico Paulo César Carpegiani renovou o esquadrão formado por Raul, Mozer, Zico, Júnior, Lico e Nunes e superou, na decisão, o Grêmio (campeão do ano anterior). No ano seguinte, o último de Zico antes de embarcar para a Itália, o técnico foi Carlos Alberto Torres e o melhor em campo, Adílio. Mas a decisão com o Santos, no Maracanã, também gera protestos até hoje. Em 1984, sem Zico, o Flamengo deixou o tri escapar e viu os rivais Fluminense e Vasco fazerem a decisão.

Palmeiras 1993/ 1994 - Mais um timaço, ou melhor, dois timaços. Em 1993, o polêmico Vanderlei Luxemburgo comandou jogadores do porte de Evair, Edmundo, Roberto Carlos, César Sampaio e Edílson e arrebatou a taça frente ao Vitória, de Alex Alves e do jovem goleiro Dida. Foi uma campanha irretocável, repetida no ano seguinte com a entrada, no time, de um Rivaldo no auge da carreira. E a vítima, nas finais, não poderia ter sido melhor: o arqui-rival Corinthians. Em 1995, Luxemburgo saiu e Carlos Alberto Silva não obteve o tri para a investidora Parmalat.

Corinthians 1998/ 1999 - Apesar de o Cruzeiro ter feito outra excelente campanha (e perdido sua terceira decisão no Brasileiro), temos que reconhecer que o Corinthians de 1998, comandado por Luxemburgo, foi o melhor time do campeonato. Seu meio-de-campo, com Rincón, Vampeta, Ricardinho e Marcelinho Carioca, era o mais forte do Brasil. No ano seguinte, Luxemburgo, que assumira a seleção brasileira, passou o bastão para o auxiliar Oswaldo de Oliveira, que hoje faz sucesso no Japão. E ele comandou o alvinegro rumo ao bicampeonato, contra outro clube mineiro, o Atlético - que tinha um time excelente, com Belletti, Marques e Guilherme. Já em 2000, o Corinthians não passaria da vexaminosa penúltima colocação na - também vexaminosa - Copa João Havelange. Para sua sorte, não havia rebaixamento.

São Paulo 2006/ 2007/ 2008 - Tudo bem, o clube tem Rogério Ceni e, durante três anos, contou com jogadores como Mineiro, Josué, Aloísio, Miranda, Breno, Hernanes etc. Mas o inédito tricampeonato será lembrado, para sempre, como obra do competente técnico Muricy Ramalho (à esquerda). Ele foi essencial para iniciar a arrancada em 2006, contra o Figueirense, e confirmar o título contra o Atlético-PR. Já em 2007, montou uma sólida defesa e liderou com folga até o título na partida contra o América-RN. Neste ano, com maior dificuldade, contou com a volta providencial de Miranda ao time titular, após contusão, e manteve-se 17 jogos invicto até obter o - suado - título na última rodada, contra o Goiás (para minha total felicidade, Paulo Baier não foi o cara). Por isso, em homenagem ao São Paulo e ao Muricy, vou abrir uma cachaça (à direita) e saudar esse inédito hexacampeonato. Com certeza, a edição mais emocionante da década. Saúde! E vamo, São Paulo, ser tetra da Libertadores!

14 comentários:

Anselmo disse...

primeiro, a diplomacia. parabéns aos são-paulinos pelo título.

agora, excelente o resgate dos bicampeões.

Lembrar do Carlos Alberto Silva em 95 só não é mais triste do que o resultado do atual campeonato brasileiro.

Jogo Aberto disse...

são paulo esta de parabens

Olavo Soares disse...

Belo post, Marcão. Vale lembrar que o Palmeiras de 1995 foi "vítima" do regulamento daquele ano (as aspas são pelo fato de ser uma vítima consentida, já que assinou o papel). O alviverde terminou a fase inicial com a segunda melhor campanha entre todos os times, atrás somente do Santos e à frente do Botafogo, que acabaria campeão.

fredi disse...

Belo post, Marcão, depois de tri vem o que?

Tetra, vocês vão contratar o Zagalo?

Abraço

Fabricio disse...

O Palmeiras perdeu o campeonato de 95 naquele ba-fá-fá do jogo contra o Juventude que diziam que seria entregue por conta do patrocínio da Parmalat. No fim os caras fizeram o jogo da vida, empataram em 1x1 e o Palmeiras ficou de fora.

Ridículo foi o Leão (técnico do Juventude na época) dizendo: "Se depender de nós, vamos dificultar ao máximo, mas tenho medo do Palmeiras ser beneficiado neste jogo. Estive lá e sei como é."

Antes de 95 ele "esteve lá" em 89. Época que o Palmeiras ganhava tudo, tinha poder nos bastidores como nunca, né Sr. Leão?

Quanto a 98, acho que se o Palmeiras não tivesse tomado aquele gol do Muller depois de empatar após estar perdendo de 2x0, teríamos uma das finais mais equilibradas da história.

Ótimo post, realmente. E parabéns ao São Paulo pelo título. Pra quem está discutindo se foi ou não merecido, digo uma coisa: o meu Palmeiras com certeza não merecia.

Olavo Soares disse...

O Leão não falou o "estive lá" em 1997, quando tava no Atlético-MG? Ou falou nos dois casos?

Nicolau disse...

Excelente o post Marcão. Só um complemento de torcedor mala, o time do Corinthians de 98/99 teve, além do brilhante meio-campo, Gamarra na zaga, Dida no gol e Edilson e um Luizão inspirado no ataque. Não era pouca coisa, rapaz.

Ricky_cord disse...

O São Paulo soube ser a equipa mais regular. Depois do Corinthians agora é o Vasco a descer. Os históricos estão a passar dias difíceis.

Anônimo disse...

Comemoremos, pois, Marcão !! E a Thalita, cadê ? Ainda de ressaca?

Glauco disse...

Boas lembranças, Marcão! Agora falta um post mais tricolor, com as outras oportunidades que o São Paulo teve de ser tri.

Quanto à cachaça, não bebo nem de graça... rs.

Marcão disse...

Boa idéia, Glauco. Providenciarei.

Rafael disse...

Quero rogar uma praga nos são-paulinos. Posso? rsss...

Depois que aprofundarem o caso do envelope do JJ ao tal VP da FPF, a casa há de cair, a panelinha que se reveza na diretoria há de ruir... e então veremos no Morumbi o que vimos no Parque São Jorge (depois que o véio bandido saiu) e agora em São Januário (depois que o outro véio bandido saiu).

O buraco deixado nas estruturas pelos bandidos é grande e não se resolve com dinheiro. Quando acontecer lá na gaiola, que a miséria da segundona caia em vossas cabeças com força! rsss...

Maurício Ayer disse...

Louco é que em todos os casos eram uns puta timaço, só o são paulo venceu nessa entressafra geral do futebol com um time que tá longe de ser admirável.

Anônimo disse...

A torcida do Atlético Mineiro é chorona - e vocês caem nessa esparrela, brincadeira. Os atleticanos acham que o universo conspira contra eles. Simplesmente não aceitam o fato de o Reinaldo não ter dado mais do que uns Mineiros. O Flamengo venceu no Brasileiro e na Libertadores por que era melhor. Ponto final.