Destaques

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

A Arena do Santos terá 52 mil litros de cerveja por jogo?

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Segundo matéria do Diário do Grande ABC, o secretário de Esportes de Diadema (SP), o ex-lateral-esquerdo do Corinthians Wladimir Rodrigues dos Santos, disse que a pedra fundamental para a construção da Arena de Diadema, que seria o novo estádio do Santos, está perto de ser lançada. “Ainda não temos um dia certo, mas fecharemos o contrato até o final de fevereiro. As reuniões que tivemos com a diretoria do Santos neste ano dão boas mostras de que está perto”, garantiu o secretário.

Se o projeto ultrapassar o plano do papel, que é onde ficam muitas das idéias de estádio já anunciadas para breve no Brasil, a Arena de Diadema terá capacidade para 40 mil pessoas e custará R$ 250 milhões. Se vingar, será decorrente de uma parceria iniciada em 2005 entre a Prefeitura de Diadema, o Santos e a construtora alemã Hellmich, que construiu o estádio (é tão bonita a palavra estádio!) em Gelsenkirchen, casa do Schalke 04, da Alemanha.

A matéria do Diário do Grande ABC traz um dado muito interessante sobre a Arena alemã. "os 15 restaurantes e 35 bares existentes no local [da Arena alemã] recebem, por jogo, 52 mil litros de cerveja enviados por um cano com cinco quilômetros de extensão que liga o estádio a uma cervejaria". Já pensou? Preparem-se, santistas!

PS: o companheiro Olavo, sempre alerta, me alertou para um fato preocupante. No Brasil, isso seria proibido. Ora, mude-se a lei!


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10 mandamentos para apreciar melhor a cerveja

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1 - Ela sai pronta da cervejaria: não pede, portanto, envelhecimento. Quanto mais jovem for consumida, melhor será seu sabor. Dura, em média, 90 dias;


2- Deve ser guardada em pé, em lugar fresco e protegido do sol, para evitar oxidação prematura;

3- Deve resfriar na geladeira sem pressa. Não coloque no freezer, pois a violência no congelamento prejudica a bebida;

4- Depois de gelada, deve ser consumida e jamais voltar à geladeira;

5- A temperatura ideal para saborear as do tipo pilsen é entre quatro e seis graus. Tomá-las "estupidamente geladas", como se diz, prejudica tanto a formação de espuma na cerveja quanto "adormece" as papilas gustativas, comprometendo o sabor;

6- Copos e canecas pequenos e de cristal são os ideais, pois mantém melhor a temperatura e a espuma. Evite canecas de alumínio, que, além de feias, tiram o prazer de apreciar o visual do líquido dourado;

7- Resíduos de gordura no copo são fatais para a bebida, acabam com o colarinho e liberam o gás carbônico, deixando o líquido meio choco;

8- Tomar cerveja sem colarinho é uma heresia. Dois dedos de espuma são ideais para reter o aroma e evitar a liberação do gás carbônico;

9- A espuma cremosa revela a persistência e bom estado da cerveja. Para aproveitá-la melhor, sirva derramando uma dose. Depois, espere baixar o colarinho. Em seguida, incline o copo até 45 graus, despejando o líquido devagar enquanto o colarinho sobe;

10- Com 90% de água, a bebida é hidratante. E com apenas três a cinco graus de álcool, como as do tipo pilsen, a cerveja estimula o metabolismo - pelo menos quando ingerida moderadamente. Além disso, é rica em vitaminas, carboidratos, proteínas e aminoácidos. Apesar disso, não engorda. É folclore associar o consumo de 80 calorias de um copo de 200ml com a formação de barriga. Os acompanhamentos gordurosos é que engordam.

(Fonte: site República da Cerveja)
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Lá vai Roth, lá vai o Grêmio

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O Grêmio anunciou ontem a demissão de Vagner Mancini, que comandava o time desde o início do ano. O técnico não estava fazendo o time decolar e também se envolveu com problemas no extra-campo. Para seu lugar, a diretoria do tricolor gaúcho agiu rápido e trouxe um técnico que já passara anteriormente pelo clube: Celso Roth.

É, ele mesmo, Roth. Aquele que seguramente é um dos técnicos mais odiados do Brasil. Já treinou Flamengo, Botafogo, Santos, Palmeiras, Goiás e, tirando raríssimas exceções, é desprezado por todos os torcedores desses clubes. Seu trabalho mais recente foi no Vasco, onde fez um ótimo início de Brasileirão no ano passado - quando foi elogiado inclusive por esse colunista - e depois viu seu time degringolar e até mesmo namorar a zona do rebaixamento.

Mas se tem um estado que já viu trabalhos bons de Celso Roth esse estado é o Rio Grande do Sul. Lá, em 1997, Roth teve sua primeira passagem por um clube grande - e que, para muitos, é a melhor de sua carreira. Ele comandou o Inter e montou o time que fez a melhor campanha do Colorado na década de 1990, com o terceiro lugar no Brasileirão e a revelação de nomes como Christian, hoje na Portuguesa. No ano seguinte, treinando o Grêmio, Roth mais uma vez ficou entre os oito melhores do Campeonato Brasileiro.

Acontece que esse fulminante início de carreira foi apagado pelos maus trabalhos de Roth e, hoje, sua contratação está longe de ser algo celebrado. O Grêmio terá dificuldades para engrenar um bom 2008. A contratação de Vagner Mancini já foi estranha - o técnico parecia inexperiente demais para fazer um bom trabalho num time com o porte do Grêmio -, sua dispensa também e a contratação de Roth, mais ainda. Boa sorte aos gremistas...

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Poderia ser mais que empate...

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Se fosse se levar em conta a classificação da última Libertadores, Santos e Cúcuta fizeram ontem o jogo de mais elevado nível técnico desta primeira rodada do torneio sul-americano. Afinal, o terceiro e o quatro colocados de 2007 estavam em campo. Mas o que se viu é que tanto um como o outro estão bem longe das equipes que quase decidiram a Copa no ano passado. E o jogo foi sofrível tecnicamente.

Para se ter uma idéia do nível das mudanças em relação a 2007, dos atletas que disputaram a Libertadores como titulares no ano passado, apenas Fábio Costa, Adaílton e Rodrigo Souto estiveram em campo (Domingos era reserva). No jogo, o primeiro tempo foi equilibrado, sem muitas chances nem emoção. Jogo parado no meio e os adversários sem criatividade.

Na segunda metade da partida, Leão tirou o tosco Quiñonez e colocou Wesley. Nos dois minutos iniciais, deu quatro dribles pela esquerda e criou duas chances de gol. Fez mais nesse período que o equatoriano em todo o primeiro tempo. Aliás, fez mais do que ele próprio em todas as partidas que entrou quando Luxemburgo era treinador.

A partir daí, o Santos comandou as ações da partida, mostrando mais segurança na defesa e no meio, e não sofrendo pressão por parte do time da casa. Poderia até ter tido sorte melhor do que o 0 a 0, mas o árbitro anulou um gol legítimo de Kléber Pereira, naquele tipo de lance que nem dá pra falar do bandeira porque foi dificílimo mesmo. Mas, pra variar, o centroavante perdeu um gol cara a cara com o goleiro.

Os outros brasileiros

Flamengo e Cruzeiro também estrearam ontem. O primeiro empatou em 0 a 0 com o Coronel Bolognesei no Peru, enquanto o time mineiro faturou por 3 a 0 o boliviano Real Potosí. Concordo com a crítica do Lindomar, mas, como já havia dito em outro post, nem sempre a gente consegue acompanhar times de outros estados. Pra se informar sobre o Cruzeiro, recomendamos o Sou Cruzeirense. Mas se você quer saber mais detalhes sobre o jogo do Flamengo, acesse o Bla Bla Gol ou o Confio no Mengão Blogger.

A esquecida Copa do Brasil

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Tá certo que a maioria futepoquense só fala de Libertadores, mas para os torcedores de times que não têm adversários com nome em espanhol, começou a Copa do Brasil.

Falem o que quiserem, mas é campeonatinho interessante, principalmente pelos nomes inusitados dos times e pelas zebras que aparecem derrotando os favoritos.

Na primeira rodada, sem grandes surpresas, mas os jogos foram equilibrados. Das 16 partidas de um lado da chave, apenas Volta Redonda (contra Roma-PR), Vitória (contra Souza-PB) e Corinthians (contra Barras-PI) conseguiram eliminar a segunda partida. Lembrando que, pelo regulamento, se ganhar fora de casa por dois gols ou mais nas duas primeiras rodadas elimina-se o jogo de volta.

Destaque negativo para o Santa Cruz-PE, que conseguiu perder de 3 a 0 para o Fast (AM), o Guarani que perdeu de 3 a 1 para o Chapecoense. Veja todos os resultados e tabela aqui.

Corinthians lança canal de TV amanhã

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Como destaca o novo parceiro Vertebrais FC, entra no ar amanhã, dia 14, o Timão TV, canal do Corinthians pela internet. É uma das várias iniciativas de marketing criadas pela nova gestão.

O canal será tocado pela empresa DB4, de Diogo Boni, irmão do Boninho da Globo. A mesma empresa desenvolveu um site semelhante para o Flamengo. O site do time da Gávea já contabiliza 12 milhões de acessos e 430 mil cadastros, o que me parece bom.

A idéia é vender assinaturas do canal, que terá conteúdo exclusivo, como entrevistas, filmagem nas concentrações, treinos, cobertura das divisões de base e outras coisas. A mensalidade deverá ser de R$ 10,00, o que se não é muito, também não chega a ser pouco.
Na Europa, vários times (o Vertebrais cita Arsenal, Manchester, Barcelona e Real Madrid) ganham uma grana com serviços do tipo.

Na minha opinião de leigo intrometido, os times de futebol brasileiros deveriam investir em produtos para o pessoal de renda mais baixa. Camisetas, DVDs e outros trens que você gostaria de dar de presente pro seu pai alvinegro, com preços menos extorsivos. Mas, como todas as outras idéias lançadas, espero que dê certo e ajude a encher os cofres do Timão. Pelo menos, são iniciativas novas nos clubes.

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Palmeirenses pedem boicote a rádio em São Paulo

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Blogues de torcedores palmeirenses defendem que a torcida do clube boicote a rádio Jovem Pan AM, de São Paulo. O motivo foram declarações do narrador Rogério Assis e o comentarista Cláudio Carsughi na partida entre o time e o Guarani, no sábado, 9. A principal acusação é a de "perseguir" o meia chileno Valdívia, incluindo a incitação a violência dentro de campo.

O Só Palmeiras publicou uma lista de frases proferidas pela transmissão que sugeriam agressões contra o jogador. “Não quero incitar à violência, mas se eu fosse atleta do Guarani dava uma porrada no Valdívia”, teria dito o locutor.

Além disso, o Planeta Palmeiras relata um tópico de um fórum de discussão de torcedores na internet, o Palmeiras Todo Dia. Um conselheiro do clube, o ex-deputado federal Nelo Rodolfo, estaria veiculando na emissora de rádio um comercial com o hino do clube de fundo em que acusa o diretor financeiro Luiz Gonzaga Belluzzo de tentar impedir a transmissão de jogos do time pela Jovem Pan. Rodolfo é apresentador do programa Jornal Hora da Verdade da Jovem Pan.

A vinheta do boicote é "Sou Palmeirense, não escuto besteira", e o selo (ao lado) foi desenvolvido pelo mesmo Planeta.

Perseguição
O parceiro Observatório Verde vem municiando os torcedores com críticas à imprensa em geral, tendo como alvos prediletos Juca Kfouri, Vitor Birner e o Painel FC, da Folha de S.Paulo. Numa paródia ao que faz Paulo Henrique Amorim em seu Conversa-Afiada ao criar a figura do PIG – Partido da Imprensa Golpista, o Observatório trabalha com o Partido da "Imprensinha Gambambi".

Autores do Futepoca já se manifestaram diversas vezes sobre o comportamento da mídia, avaliada como sãopaulina pela maioria. Até o comentarista e blogueiro Mauro Beting, quando conversou com os manguaças no bar, admitiu o fenômeno sem explicar com clareza os motivos da preferência que atinge até um alviverde de berço como ele.

O estopim apontado pelos blogues parmeristas foram os comentários que incitariam agressões contra o jogador.

E aí? Perseguem o Valdívia pelo que ele representa para a meia-esquerda?


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quarta-feira, fevereiro 13, 2008

O vinho e a barbárie

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Esses dias revi um documentário genial. Chama-se Mondovino.

O diretor Jonathan Nossiter chega próximo a cada personagem que compõe o complexo, apaixonado e conflituoso mundo do vinho. Temos o velhinho da Toscana que com um largo sorriso fala do vinho que produz como herdeiro de uma milenar tradição civilizatória: o vinho é o que alimenta os laços da comunidade, que rega as amizades e produz a festa. É o vinho contra a barbárie. Mas há também os produtores do Napa Valley, na California, em particular os megaprodutores da família Mondavi, que sonham um dia, quando já sentirem que a Terra é pequena, poder produzir vinho em Marte...

É na proximidade com essas pessoas que o filme realiza sua proeza, e desenha um dos retratos mais nítidos do meio cultural em que estamos mergulhados, ao qual damos o nome difuso de “sistema”. De um lado, uma diversidade enorme de pequenos produtores, em geral em idade avançada, e particularmente fortes na França, defende os chamados terroirs (os territórios vinícolas) e os vinhos feitos numa relação de intimidade entre o homem e a natureza, únicos a cada safra, e que ganham complexidade de degustação e personalidade em lentos processos de envelhecimento.

De outro, os seguidores da “filosofia” Mondavi, de produzir vinhos jovens, vibrantes e expansivos, de fácil apreciação pelo “bebedor comum”, mas sem a riqueza de aromas, cores e sabores dos vinhos mais “lentos”. Em vez dos territórios, que produzem sabores singulares em cada localidade, resultado do clima, do solo e do trato com as uvas, valorizam recursos tecnológicos que permitem homogeneizar a produção e, em tese, gerar o mesmo vinho em qualquer lugar do mundo onde cresçam uvas.


Os degustadores


Nossiter vai então desvendar os mecanismos que permitiram aos Mondavi tornarem-se o modelo de sucesso no mundo do vinho contemporâneo. Percebe-se como umas poucas pessoas acabam determinando o mercado vinícola mundial. Para começar, um degustador chamado Robert Parker, famoso por seu virtuosismo técnico, que tem influência direta nos preços internacionais. O preço da garrafa acompanha as notas dadas por Parker. Este homem gosta de vinhos jovens, de sabor vibrante, exatamente como os que são produzidos pelos Mondavi, e começou a dar notas baixas aos vinhos de Bordeaux e Borgonha, pelo menos desde os anos 1980.

Isso só não bastaria. Há um enólogo francês chamado Michel Rolland – que presta consultoria a mais de 300 produtores em todo o mundo, como os Mondavi e outros dentre os maiores. Ele é quem sabe produzir vinhos de notas altas. O filme acompanha Rolland em suas visitas às vinícolas, e o seu conselho é um só: “microoxigenação”. Seu bordão é “precisa microoxigenar este vinho”, e é curioso que todos os vinhos precisem da mesma coisa. Outro recurso que se difunde são as chamadas barricas de madeira jovem, que dão sabor de baunilha ao vinho. É também algo que valoriza (e uniformiza) os produtos ao redor do mundo.

Esse mesmo Michel Rolland será o principal consultor dos produtores argentinos e chilenos, que tanto cresceram no mercado mundial nos últimos anos. E muitos produtores mesmo nos rincões mais tradicionais começam a entrar na onda, e aproximar seus vinhos do chamado “gosto moderno”. E são eles que vão chamar os "resistentes" de "terroiristes", quando fazem campanha pelas práticas tradicionais e pela preponderância dos terroirs sobre as marcas.

Mas o que me parece mais belo (e terrível) neste filme é como ele mostra o que significa esse estabelecimento de um mundo dominado pelos interesses comerciais, que começa a se habituar e se moldar por um vocabulário publicitário (que chama de “filosofia”) e já não reconhece mais as coisas genuínas e complexas. Mais que isso, percebemos o quanto se deve compreender a uniformização, o já tediosamente chamado “pensamento único”, como a própria imagem do fascismo. O fascismo não é um regime de Estado nem um conjunto de práticas, é precisamente um estado de anulação do indivíduo em nome de uma massificação que avança subterrânea mas evidentemente e que se dissemina na exata proporção de sua simplificação do que seja o ser-humano, a vida e a cultura. “Fascismo não é impedir de dizer, é obrigar a dizer”, alertou Rolland Barthes, mostrando que não é na repressão, mas na proliferação que o verme se instala.

Mais que diversidade, valores ou o que quer que seja, perdemos é intensidade de vida, o contato com coisas insubstituíveis, que valem por si, pela experiência que proporcionam, e não pelo que são capazes de comprar. Lembrei muito de As Invasões Bárbaras, realizado pelo canadense Denys Arcand, selecionado em Cannes em 2003, um ano antes de acontecer o mesmo com o filme de Nossiter. Nesse filme, há uma geração (ali com os seus 60 anos), cuja intensidade estava no sexo e no pensamento livre, e a geração aos 30 anos, cuja intensidade se encontra na heroína e no “gerenciamento de risco dos investimentos em petróleo no mundo”.

É isso. Paro por aqui, recomendando vivamente a todos que assistam a Mondovino.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Humanos e líquidos direitos

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Desde já lanço a candidatura dele para patrono do Futepoca e símbolo da preservação dos direitos humanos, inclusive o de beber cachaça.

É notícia hoje das agências que a Justiça mandou soltar o catador de papel Reginaldo Pereira da Silva, preso por furtar uma garrafa de cachaça no valor de R$ 1,50.

Na realidade, ele foi condenado a oito meses e 16 dias de reclusão, como já passou sete meses preso, recebeu o direito à progressão para o regime aberto.

Embora a defensoria pública tenha pedido a absolvição por insignificância do delito, o juiz Adevanir Carlos Moreira da Silveira o condenou, alegando que “a atual conjuntura social está a exigir do Estado, aqui personificado no Poder Judiciário, resposta concreta à criminalidade que hoje grassa e que semeia perigosa crença na impunidade”.

Quer dizer, o catador virou exemplo para acabar com toda a criminalidade que existe no país...

Além do juiz merece um prêmio também o supermercado Pão de Açúcar, onde ocorreu o fato e que manteve a denúncia. Mesmo com o réu nem tendo saído do supermercado com a mercadoria, tendo sido preso antes por segurança , quando pedia para que outros clientes pagassem a bebida.

É desses exemplos que o Brasil precisa, né juiz, né Pão de Açúcar?

Eu, por meu lado, prometo, nunca mais comprar a marvada nesse supermercadinho.

Sem contar que, mesmo ganhando mal como ganha um catador de papel, sete meses por R$ 1,50 não é um pouco de mais?

Tevez já foi sanfoneiro

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E usava o sugestivo nome artístico de Ney. Reproduzimos acima a capa do LP gravado em dupla com Kety. Parece que tocavam cumbias.

Denilson e a produtividade. Não me venham com piadas fáceis

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Um resultado cala minhas reclamações? Em noite inspirada, Alex Mineiro fez os três da vitória sobre o Guarani, que só marcou um. Precisa mais para que Vanderlei Luxemburgo convença este torcedor alviverde de que é o melhor para comandar o elenco. Mas sigo esperando esse convencimento todo.

Juca Kfouri, concorrente do Futepoca no Ibest, chamou-o de "ex-melhor técnico do Brasil", com especial ênfase ao criticar a volta de Marcos cotra o Guaratinguetá, o que o comentarista considerou como falta de respeito ao que o goleiro representa para o Palmeiras. Foi temerário, mas seria muito pior deixar Marcos no banco de Diego Cavalieri, porque a tendência seria o veterano canonizado pela torcida, passados um ou dois anos, se aposentar ali, no banco. Teve gente que quis aposentá-lo. Tudo bem. Nem acho que a volta dele contra o líder do campeonato depois de uma sequência ruim tenha sido boa idéia, mas escrever isso depois não vale. Luxemburgo está apostando em quem tem muita moral com a torcida.

Contra o Guarani, Marcos voltou à normalidade, fez boas defesas. O time se deu bem.

Mas aí, tem Denílson, magoado com o ex-time São Paulo, recebido pelo departamento médico do Palmeiras, que assina contrato de produtividade, a exemplo de Leo Lima – e de outros atletas no Santos do mesmo treinador.

Denilson produtivo? Piada pronta para os que, como eu, não são fãs do ex-Flamengo, ex-Betis, ex-Bordeaux, ex-Al Nasr, ex-Dallas. Com tantos carimbos na carteira de trabalho, o maior vínculo é com o vizinho de centro de treinamento da Barra Funda, mas jogar bola pode resolver. Também ajuda tirar do ar o destaque: "Confira quem levou a Camisa Oficial do São Paulo Futebol Clube" de seu site.



"Não é um contrato de risco, mas de produtividade", avisou Luxemburgo na sexta, 8. "Ele só vai receber o total do salário se produzir bem e se jogar um determinado número de partidas. O fato de ele ter aceitado esse contrato mostra que está motivado e disposto a mostrar que pode dar um algo a mais." à Folha de S.Paulo, o atleta diz que quer fazer do Verdão trampolim para a lista de Dunga. Não é a primeira vez em que ele se convoca.

Ver uns dribles, mesmo que não tão produtivos como eu gostaria, não vai ser ruim. Porque, em uníssono, a crônica esportiva de jornalões, blogões até bloguinhos se acostumam a criticar o campeonato pela falta de qualidade. Mas também não salva a competição.

Para ser sincero, só tenho mais medo das eventuais narrações de Galvão Bueno, caso se ressuscite os temidos "Denilson neles" e "Pra cima deles, Denilson".

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Georgi Asparuhov, um mito

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Eu nunca tinha ouvido falar do cara, admito. Mas é pra isso que o Orkut, e mais precisamente a Futebol Alternativo, servem: para trazer a nós histórias do futebol que passam longe do nosso dia-a-dia.

Foi postada lá uma enquete bizarra de um site desconhecido que tinha como meta definir o melhor jogador da história do futebol. O líder da votação é o húngaro Puskas; em segundo lugar vem o turco Sukur (!) e, em terceiro, o nosso amigo Georgi Asparuhov.

A votação bizarra serviu para conhecer a interessante história desse jogador. Asparuhov foi um búlgaro que atuou nos anos 60 e começo dos 70, e é tido como um dos principais jogadores da história do seu país. Aparentemente, não fosse o mito Stoichkov, Asparuhov seria o número 1 desse simpático país do leste europeu.

Asparuhov atuou quase toda a sua carreira no Levski Sofia, um dos principais times da Bulgária. Lá, foi campeão nacional três vezes e quatro da Copa da Bulgária. Pela seleção, disputou três Copas do Mundo (1962, 66 e 70), jogando 50 partidas e anotando 19 gols.

Sua fama de mito consagrou-se com uma frase histórica. Procurado por dirigentes do Milan que queriam contratá-lo, Georgi Asparuhov teria respondido dessa seguinte forma: "há um país chamado Bulgária, e nesse país há um time chamado Levski. Talvez vocês não o conheçam, mas foi nesse clube que nasci e é lá que morrerei".

Asparuhov morreu precocemente, aos 28 anos, em 1971, em um acidente de carro. Não viu a queda do comunismo nem seu país ser transformado por completo. E, graças à internet, essa invenção tão capitalista, teve seu nome exaltado, nem que por um instante pequeno.

Sem Ibope

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Não queria passar à frente dos posts sobre os jogos dos nossos gloriosos, mas não posso deixar de anotar um fato que ocorreu ontem.
Estava eu ao computador, na sala de minha casa, cuja janela dá direto para a rua. Apareceu uma mocinha e não gritou nem o "ó de casa", foi logo dizendo que era do Ibope e fazia uma pesquisa de opinião política. "Quer dar a sua?", ofertou. Antes de responder, perguntei se alguém tinha contratado a pesquisa. Ela parou um segundo e sem mais perguntou se eu era universitário. Não entendi a relação, mas respondi que sim. Ela então disse que só podiam ser pessoas com até segundo grau, que a cota de universitários já tinha sido cumprida, e foi se dirigindo à vizinha. Já de lado, indo embora, gritou "uma empresa contratou a pesquisa". Não consegui saber qual era a empresa, que, afinal, não quis saber minha opinião.

Corinthians: Um pouco de sorte não faz mal

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A respeito da vitória por 2 a 1 do Corinthians sobre o Ituano, ofuscada com justiça pelo clássico nas manchetes e fóruns futebolísticos em geral, é importante ressaltar, antes de qualquer coisa: gol cagado também vale. Passado esse ponto crucial, vale dizer que o Corinthians criou mais chances de gol que em outros jogos, principalmente com os dois bons alas (destaques do time até agora) e, no segundo tempo, com o surpreendente Perdigão, que toca bem a bola e conseguiu acertar alguns dos lançamentos que sempre tenta.

O ataque, com Herrera no lugar de Acosta, passou em branco de novo, mas teve mais chances. Lulinha precisa dar um jeito de tirar essa ansiedade com o primeiro gol. Ele sozinho desperdiçou umas três boas chances de marcar. E ainda acho que vale dar tempo a Acosta. Enfim, vamos tocando o barco, e invictos há seis partidas.

Mudando de assunto, vi ontem umas matérias dando conta de que o Coelho estaria pedindo para sair e que já teria um esquema feito com o Atlético-MG. Se isso for verdade, mostra a qualidade no planejamento (sic) da diretoria do Timão. O time começou o ano com Eduardo Ratinho e Amaral na lateral-direita, contratou Alessandro para o meio, mas que poderia jogar por ali, e ficou com Coelho após negociação fracassada. Agora, se essa história se concretizar, pode começar a Copa do Brasil apenas com Alessandro para a posição, o que significa perder um bom nome para o meio campo. Dificulta...

domingo, fevereiro 10, 2008

San-são polêmico (mais um)

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Buenas, como ninguém se adiantou, dou início aos comentários sobre o São Paulo x Santos deste domingo, no Morumbi. Minha opinião sincera: pelo o que o tricolor fez no primeiro tempo (dominou amplamente) e pela reação do alvinegro praiano na segunda etapa (anulou o adversário), um empate seria o resultado mais justo. Muricy Ramalho acertou ao revezar Jorge Wagner e Richarlyson em jogadas ofensivas pela esquerda e Leão merece aplausos, justamente, por ter colocado Marcinho Guerreiro e Adriano e anulado essas jogadas, além de mandar Alemão cair no espaço deixado por Reasco, de onde cruzou para o gol de Rodrigo Souto. Porém, Carlos Alberto, desafeto de Leão, entrou no final para decidir a partida (na foto de Gaspar Nóbrega, da Vipcomm, aparece comemorando com os reservas). E o empate, resultado justo, não aconteceu. Por isso, vamos às polêmicas:


1 - Teve o tal pênalti cometido por Miranda e não marcado pelo juiz. Na Rádio Bandeirantes, o repórter de campo gritou pênalti no ato e o comentarista, que estava no estúdio, viu a imagem pela TV e disse que não tinha sido nada. A melhor imagem que vi, mais tarde, foi a da Globo. A bola pinga na grama, pinga em cima do braço do Miranda e o Rogério Ceni voa nela. Eu acho que tanto poderia ser marcado como não. Num caso, o Muricy choraria. No outro, chora o Leão.

2 - O Fábio Santos empurrou de forma grotesca a barreira do Santos no gol de falta de Juninho. Pelo o que entendi dos comentários na RedeTV e na ESPN, o juiz deveria ter mandando voltar a cobrança e dado cartão amarelo para o são-paulino. Quanto a isso, concordo plenamente.

3 - O Muricy, pra variar, diz que houve dois pênaltis sobre o Aloísio. Um foi numa jogada em que o juiz deu vantagem, pois a bola sobrou para o Jorge Wagner, que chutou para fora. O outro o técnico chorão não especificou e também não constou nada parecido nos VTs dos programas esportivos.

4 - O Rodrigo Tabata sofreu falta de Carlos Alberto no lance de sua expulsão. É nítido. Não sei se ele tinha cartão amarelo. Se não, a própria expulsão também foi injusta. Depois, o Adriano invadiu a área e, antes de se jogar na linha de fundo, levou um peteleco na orelha, desferido por Domingos. Aceitou a provocação, deu a cabeçada e foi expulso. Merecido.

Deve ter mais uns 300 lances polêmicos. Comentemos, pois.

Ps.: Deixo bem claro aqui: concordo totalmente com o Leão de que o chororô são-paulino pós-clássico com o Corinthians deu certo. Se o pênalti do Miranda tanto poderia ter sido marcado como não, o fato de o juiz não ter tido "peito" para marcar diz muita coisa mais do que mera "interpretação"...


A celebração egípcia

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A comparação é um pouco absurda, mas funciona "a nível de ilustração": imaginem que, aqui na América do Sul, o time com a soberania local fosse, por exemplo, o Paraguai - a despeito das glórias mundiais e jogadores consagrados de Brasil e Argentina.

Cito o exemplo para falar do título que o Egito conquistou, hoje, na Copa Africana de Nações, ao vencer Camarões por 1x0 na final. É o sexto do país - que assim se isola na lista dos campeões continentais, superando Camarões e Gana em duas conquistas.

O Egito não tem jogadores badalados, diferentemente da maioria de seus rivais na CAN. Tampouco se destacou em alguma Copa do Mundo. Só esteve no principal evento do futebol mundial duas vezes, em 1934 (quando se tornou a primeira nação africana a jogar uma Copa) e 1990 - quando obteve a façanha de emaptar com a Holanda da histórica trinca Van Basten, Gullit e Rikjaard.

Já seus oponentes se destacaram com boas campanhas em Copas do Mundo - notadamente, Camarões de 1990, Senegal de 2002 e Nigéria em 1994 - e ajudaram, involuntariamente, a construir o estereótipo do "futebol africano alegre, divertido, mas irresponsável e ingênuo".

Estereótipo esse que certamente será invocado para falar sobre um triunfo - o terceiro consecutivo - da "África branca" sobre a "África negra". Melhor falar sobre os méritos da equipe egípcia, depositados principalmente em seu comandante de ataque, o eficaz Aboutrika (foto).

Nas eliminatórias para a Copa do Mundo, o Egito disputará na primeira fase o Grupo 12, contra Malawi, Djubouti e a República Democrática do Congo (ex-Zaire). Não deverá ter muitas dificuldades para superar essa etapa; resta saber se terá fôlego para ficar entre os cinco africanos (mais a anfitriã África do Sul) que jogarão a Copa de 2010. Fica a torcida para isso - ao menos por parte desse colunista.