Destaques

sábado, junho 28, 2008

Medos privados em espaços públicos

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O dia de São Pedro é hoje, domingo, 29 de junho. Mas mesmo não sendo o seu dia, ontem o santo deu ensejo a uma bela festinha junina aqui no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Mais importante que a precisão de data, todos sabem, é a festa, que aconteceu na João Elias Saada, uma ruazinha de uma quadra, muito simpática.

A festinha eu descobri por acaso. Moro perto, e passei no Cu do Padre (tradicional bar que fica nos fundos da igreja de Pinheiros), mas não tinha dinheiro na carteira, e o bar não aceita cartão. Então segui para o Bar do Seu Arthur, e no caminho topei com os festejos e parei para ver.

Surpresa: um segurança me perguntou se eu era convidado da festa. Foi aí que reparei no esquema, puseram uns lençóis coloridos pendurados no canto da rua pra criar algo como uma "cerquinha". Respondi ao tipo que não era convidado, mas também não perdi muito tempo, enquanto o tipo estava muito preocupado em me convencer de minha impertiência, fui entrando. Acabei encontrando uma velha amiga, a Ludmila, e batemos um bom papo. Já estávamos pra sair, quando novamente o tipo me abordou, com a mesma pergunta; "o senhor é convidado da festa"? Repeti que não, já meio sem paciência, e expliquei ao moço que a rua é pública e que ele não tem nada que me perguntar o que quer que seja.

Diante da minha insistência em trocar uns últimos dedos de prosa com minha amiga, ele foi chamar o seu patrão temporário, aquele que o contratou pra infringir a lei. Apareceu o tipo de classe-média, visual meio alternativo, com barbicha e cabelão comprido, que provavelmente freqüenta forró e joga capoeira. Deve apoiar a causa ecológica e se indignar pelos absurdos que cometem os políticos e grandes corporações com os excluídos do mundo e com o nosso planeta. Pois bem, esse tipo veio me dizer que a festa era aberta a todos, mas que eles pediam que, de sua própria consciência (foi esse o termo), as pessoas contribuíssem com dez reais para realizar aquela festa linda.

A essa altura, minha amiga, que é socióloga, já estava indignada, e junto com o seu grupinho de amigos percebemos que a cerquinha de lençóis era justamente para que o pessoal pobre que freqüenta os bares no Largo da Batata não visse e se animasse de entrar na festinha. Sabe lá o que eles poderiam fazer?

Vi que era absolutamente necessário explicar ao "organizador" desse "festejo comunitário" com laranjas. Contei pra ele que não ia tirar nenhum centavo do bolso, e que nem ele, nem o segurança, nem ninguém ia me impedir de passar por aquela rua e que se eu decidisse parar e ficar o resto da noite assistindo ao trio de forró, eu ficaria, sem que isso representasse uma afronta a ninguém. Bom, o tipo estava tenso, temia que eu chamasse a polícia, sei lá, perguntou se eu queria confusão. Saquei mais laranjas e expliquei que não, não queria confusão, só queria passar por aquela rua, e que as minhas razões para escolher aquela e não outra não estavam em discussão.

O argumento definitivo pra ele era mesmo a minha consciência. Eu talvez devesse ter continuado dizendo que mesmo que ele fosse um padre (era quase) não poderia me impedir de etc. etc. etc.

Parece que as últimas décadas (ou mais, não sei dimensionar) formaram uma noção muito peculiar de "festa comunitária" entre a classe média paulistana (que me perdoem a generalização, mas acho que o fenômeno é de classe, no caso, a minha classe), em que é imprescindível um personal meganha para vigiar um espaço público e impedir a (pergiosíssima) livre circulação das pessoas. E isso tudo com as melhores das melhores intenções no coração.

PS: o título é do cineasta francês Alain Resnais, mas foi inspirado em sugestão de minha amiga Helena Hypolito.

sexta-feira, junho 27, 2008

Greve dos professores continua

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Os professores da rede estadual de São Paulo decidiram em assembléia realizada hoje, 27, continuar a greve iniciada há duas semanas. A próxima assembléia está agendada para sexta-feira (4). “A manifestação bloqueou duas faixas da rua e causa 2,2 quilômetros de congestionamento, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego)”, destaca o Uol Educação, mantendo o padrão da grande mídia para quem o fato de que 70 mil trabalhadores (segundo a Apeoesp) lotaram o vão do Masp na semana passada só é importante pelo mal que causa ao trânsito. O pessoal não parece gostar muito de democracia.

Mas enfim, falemos, pois, da greve. O estopim foi o tal do decreto de lei 53.037/08, que institui uma prova para os professores não concursados (que estão sendo chamados de temporários por aí, a meu ver, equivocadamente). O desempenho no teste determinará a ordem nas atribuições de aula. Hoje o critério é o tempo de trabalho em sala de aula, com os mais antigos (e experientes) escolhendo primeiro. Além disso, quando for realizado um concurso, os novos contratados deverão ficar três anos no mesmo local antes de mudar de escola.

Minha mãe foi professora no estado por uns dez anos e nunca foi concursada. Na verdade, salvo engano de minha parte, a grande maioria dos professores não é de concursados, mas dos tais “temporários”. Todos os anos eles enfrentam um desorganizado e desgastante processo de espera nas Diretorias de Ensino nas atribuições de aulas, correndo o risco de ficar sem emprego. Não vejo como um profissional pode ser “temporário” por dez anos, como foi minha mãe.

O que o decreto do governo Serra faz é jogar fora todo o acúmulo de experiência em sala e ligação com alunos que estes professores desenvolveram ao longo dos anos. Iguala um profissional com anos de experiência com outros recém-saídos das faculdades. Numa empresa, isso seria prontamente considerado como uma aberração.

Se o governo quer uma prova para avaliar os “temporários”, como afirma, que faça concursos públicos, considerando o tempo de serviço. Isso sim qualificaria o trabalho, dando estabilidade para os professores e diminuindo a tal da rotatividade que o projeto diz atacar. Parece justo, não? Pois é essa a proposta defendida pela Apeoesp.

A proposta tem um objetivo, mas ele não é melhorar o ensino. É atribuir culpa. O governador José Serra e a secretária de Educação querem convencer a opinião pública de que os problemas da educação não têm nada a ver com os 13 anos de governo de seu partido, o PSDB, no estado.

A sociedade brasileira adota uma postura muito hipócrita em relação à educação. Todo mundo diz ser a favor de uma educação pública de qualidade, mas ninguém dá a mínima para as condições em que os professores desempenham seu trabalho. Quem educa é o professor, da mesma forma que quem projeta casas é o engenheiro e quem diagnostica doenças é o médico. Pois quantos pais você vê dizendo que querem que, quando crescer, seus filhos sejam professores? É preciso valorizar a profissão e isso não quer dizer tapinha nas costas. É bom salário, boas condições de trabalho. As pessoas precisam querer trabalhar lá, do contrário, não vão desempenhar bem seu papel. É assim em qualquer atividade profissional, porque não com os educadores?

PS.: O texto peca por não trazer dados e coisa e tal. É uma opinião/desabafo sobre o descaso com que estão tratando essa questão tão importante.

Ana Paula aprovada: "não terei mais problemas com testes físicos"

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Reprodução TV Globo
Mais em forma do que quando posou nua para a revista masculina Playboy, a assistente de arbitragem Ana Paula Oliveira foi aprovada no teste físico da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Desde sua volta aos gramados, em fevereiro, a bela estava relegada às divisões inferiores do campeonato paulista.

Ela garante que nunca mais perderá a forma. "Questionaram muito minha condição física. Achei que foi injusto, porque estava apta até sofrer a lesão na perna", protesta em seu site. "Por esse motivo não consegui fazer aquelas provas. Agora, Enquanto vocês ouvirem falar sobre Ana Paula no futebol, não terei mais problemas com testes físicos."

No Estádio Célio de Barros, no Rio de Janeiro, palco do teste, ela revelou à imprensa que ainda não se considera no melhor de sua condição física, mas conseguiu realizar a série de exercícios exigida, seis tiros de 20 metros em menos de 6,4 segundos, seguidos de 20 corridas de 150 metros em até 35 segundos cada (foto). Cumprida a tarefa de tirar o fôlego, a bela caiu no choro, emocionada.

O resultado é o mínimo para ela poder bandeirar jogos na primeira divisão do campeonato nacional feminino. Para retornar aos gramados frequentados por marmanjos, ela precisa cumprir as exigências de um teste mais intenso.

A última partida importante foi a polêmica disputa entre Botafogo e Figueirense, em 2007, pela Copa do Brasil. Na geladeira, ela posou para a edição de julho da citada revista e desfilou nas passarelas de um evento de moda.

Ela não revelou se mantém ou não os planos de se candidatar a vereadora em São Paulo. Apesar disso, ela promove uma enquete, em sua página, perguntando duplamente aos internautas paulistanos, se a moça "deveria ser candidata a vereadora? E terá chance?" Os fiéis seguidores das curvas e idéias da aspirante a política não decepcionam: 67,5% acreditam que sim.

Som na caixa, manguaça! - Volume 22

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NOTURNO PAULISTANO
(J. Petrolino/ Carlinhos Vergueiro)

Carlinhos Vergueiro

oh! cidade dos cabelos finos de neblina
minha noite paulistana louca e bailarina
faz o striptease, solta o riso e a cidade nua
sai pra rua e se mostra humana
e vai em cana dura e bebe
e perde a compostura

segue a noite um cantor de tango de cantina
mesa em mesa passeia a tristeza e a concertina
morte e vida começa a corrida pela contramão
lei do cão, ou mata ou morre ou corre
ou toma um porre e a noite escorre
igual ao dia a dia em vão

(Do Lp "Contra corrente", Som Livre, 1978)

quinta-feira, junho 26, 2008

Marcelo Eterno

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Leia o manifesto!

"Marcelo já!

Marcelo sempre!

Marcelo Eterno!"




Divulgue essa campanha!



Comentários do post de lançamento

Eliminado, Cristiano Ronaldo é consolado por Nereida Gallardo

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Depois da eliminação de Portugal na Euro 2008, o craque Cristiano Ronaldo curte a vida em um iate de 10 milhões de libras com a noiva, Nereida Gallardo. A bela senhora Cristiano Ronaldo exibe suas curvas de biquini com o namorado em Sardínia, na Itália. Flagrados por paparazzis, as fotografias foram publicadas no jornal britânico Daily Mail.

Na versão da publicação, eles "esquentaram ainda mais às elevadas temperaturas" na romântica praia. O jogador se prepara emocionalmente para uma cirurgia no pé.

Veja algumas das imagens, selecionadas pela editoria de assuntos espinhosos do Futepoca.



Nas fotos, eles aparecem em dois dias diferentes. Num deles, o casal curte a praia com momentos de carinho explícito. Nada de baixaria, porque este é um blogue de família. Segundo fontes do jornal, ambos estão bastante envolvidos um com o outro.

Ronaldo preferiu a folga com a noiva a esclarecer a confusão sobre sua suposta transferência ao Real Madrid em vez de cumprir os quatro anos no Manchester que ele tem contratualmente. A transação (entre os clubes, gente, quié isso!?), segundo se divulgou semana passada, seria de 50 milhões de euros e ele poderia faturar a bagatela de 110 mil euros por semana. É quase o que o pessoal gasta no bar. Na vida toda.

Nereida, como se sabe, é uma modelo espanhola de 24 anos, que vive em Mallorca, na Espanha. A morena gosta de algumas brincadeiras de gosto não-ortodoxo, como posar para fotos semi-nua com amigas no banheiro de uma boate. O namorado não acha ruim.

Topless
Nesta sexta-feira, 27, o concorrente The Sun voltou à carga na editoria "bizarre" e estampou a senhora Cristiano Ronaldo curtindo a praia de topless. Apesar do título, a moça só estava tomando sol. Confira:

Foto: The Sun/reprodução




A foto vai
pequena,
com o link.



Atualizado às 15h de sexta-feira, 27

Mais um que partirá sem deixar saudades

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Os adversários sempre criticam a "mídia são-paulina" por exaltar o "planejamento" do clube da Vila Sônia. Muitas vezes, têm toda razão. Eu pergunto, por exemplo: cadê o Reasco? Sim, aquele lateral-direito equatoriando comprado pelo São Paulo da LDU em 2006, cujo contrato termina em agosto próximo. Que logo na estréia sofreu uma lesão na fíbula, voltando ao time só no ano seguinte. Que virou titular quando Ilsinho foi para a Ucrânia mas, em jogo contra o Botafogo carioca, em agosto de 2007, fraturou a tíbia da perna esquerda e precisou ser novamente operado. Que retornou seis meses mais tarde e se machucou de novo, por isso não atua desde 8 de março, na derrota para a Portuguesa. Cadê ele? Dizem que o São Paulo não tem interesse em renovar seu contrato. E aí? A gloriosa mídia esportiva não vai apontar o dedo para esse "furo n'água" do São Paulo? Do time que só faz contratações acertadas, que não gasta dinheiro à toa, que é exemplo no planejamento e na recuperação de atletas?

Fuçando na internet, não consegui descobrir quanto o clube gastou com Reasco. Um cara de um site são-paulino especula que tenha sido algo em torno de US$ 1,5 milhão (aproximadamente R$ 2,8 milhões, na época, e de R$ 2,4 milhões hoje). Alguém pode até considerar que o valor é baixo, que o Reasco deu azar pelas seguidas contusões. É um bom argumento, mas quando ele esteve em campo, em plenas condições, não convenceu ninguém - prova disso é que Muricy preferia improvisar o Souza. Outros podem até aceitar a tese do palmeirense Luiz Gonzaga Belluzzo, em entrevista ao Futepoca e Diplô, de que o São Paulo contrata um monte de jogadores porque já sabe que vai vender outros. Reasco seria parte dessas contratações "por baciada", para suprir buracos como a venda de Ilsinho. Tudo bem, pode até ser uma opção. Mas nada disso muda a minha opinião de que a compra do Reasco foi, pura e simplesmente, um erro. Isso a "mídia são-paulina" parece não ter a menor vontade de dizer. E em agosto, Reasco irá embora sem deixar saudades. Como Dill, Rondón, Vélber, Leandro Bomfim, Rodrigo Fabri & companhia ilimitada. Isso é planejamento?

Alemanha e Turquia e a lei de imigração

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– Olha só – avisaria o capitão do escrete de Istambul, Nihat, em seu idioma natal – essa peleja aqui vale a lei de imigração que o Parlamento da União Européia aprovou semana passada. Se vencer a lua crescente da nossa bandeira, essa história é morta.

Ballack, o dono da bracadeira germânica, meio desconcertado, surpreendentemente compreenderia a comunicação em outro idioma. Tomaria um instante de fôlego para devolver:

– Tá feito, malandro! Se vocês ganharem, caiu a lei. Agora, é o seguinte: se der Alemanha...

Foto: Patrick Wilken

Torcedores turcos assistem a Euro 2008. Autor da imagem pergunta:
"Se eles seguem o futebol, quão diferentes eles realmente podem ser?"


Parei a minha elucubração surreal na véspera da partida que definiu o primeiro finalista da Euro 2008. Fiquei pensando no que colocar como contrapartida na aposta que remonta as partidas de futebol valendo a conta do bar, disputadas com sangue nos olhos.

Imaginei o alemão se dirigindo ao técnico Joachim Löw, que se conecta com a premiê Angela Merkel, que discute com o ministro do Trabalho, Olaf Scholz, e sairiam com alguma proposta. Mas não consegui pensar em nada que não soasse xenófobo, o que significaria acusar os alemães de incorrerem todos nesse tipo de prática.

Tinha desistido do post, quando o Glauco me passou esta notícia: Vitória sobre a Turquia é festejada na Alemanha com atos de xenofobia.

Continuei sem saber o que o Ballack pediria na aposta. Acho que não seria o direito de depedrar três restaurantes fast-food de comida turca na cidade de Dresden .

***

Mas independentemente disso, o fato é que os caras correram muito para repetir o placar da vitória alemã sobre Portugal. Com dois 3 a 2, os germânicos mostram um futebol fora do esteriótipo deles. Nada de retranca.

A emblemática partida teve frango de Lehmann no primeiro gol de Ugur Boral para os turcos. Schweinsteiger empatou no primeiro tempo. Klose virou, Semih Senturk reempatou e Phillip Lahm deu números finais aos 45 do segundo tempo. Quem assistiu no Brasil, ficou sem ver a maior parte do segundo tempo.

LDU supera o Flu, que precisa de três para fazer história

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O Victor já avisava, "se me perguntarem qual o adversário mais difícil, a resposta tem de ser uma: LDU". E explicava: "não é papo de tricolor para diminuir a responsabilidade, mas a LDU é um time que não é zebrona. Já jogou diversas vezes contra brasileiros e foi duro. A LDU não é um daqueles times da altitude. É um time que joga bola também. E joga na casa do adversário."

Re-confirmando a ascenção do futebol equatoriano, deu LDU, por 4 a 2. Como não tem mais a história de que gol fora de casa vale mais, o Fluminense precisa faturar por três de diferença pra resolver. Ou dois pros pênaltis. Não adianta culpar o Lula.



Golear um time que sabe bem jogar retrancado nunca foi fácil. Nem no Maracanã. E aí, Renato Gaúcho, como vai ser?

Tipos de cerveja 12 - As India Pale Ale

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Criado para sobreviver às longas viagens entre a Inglaterra e a Índia, esse tipo de cerveja tem forte presença de lúpulo, essencial para o máximo de conservação possível. Curiosamente, os exemplares estadunidenses têm sabor e aroma de lúpulo ainda mais pronunciados, ao gosto dos consumidores daquele país. A cor das India Pale Ale varia entre o amarelo dourado e o acobreado e o sabor é bastante intenso e refrescante - indicadas, portanto, para refeições condimentadas. "Infelizmente, o termo IPA é cada vez mais utilizado indiscriminadamente, sendo possível encontrar versões com menos de 4% ABV, algo que não se coaduna com a história deste estilo", observa Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo. "Diferenciam-se das English Pale Ale e das Bitters por terem um sabor final com mais lúpulo e menos caramelo e frutos", acrescenta. Como exemplos de India Pale Ale, ele cita a AleSmith IPA, a Stone India Pale Ale e a Two Hearted Ale (foto).

quarta-feira, junho 25, 2008

Lula são-paulino?!??

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Nosso mais novo colaborador, Clóvis Messias, envia a foto acima, em que aparece entrevistando Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989. E conta o seguinte "causo":

Lula em campo adversário. Esta foto foi tirada na liderança do PT, na Assembléia Legislativa de São Paulo. O líder era o deputado, são paulino, Geraldo Siqueira. O assessor de imprensa a quem pertence a faixa comemorativa do campeonato paulista de 1989 era Ronaldo Cabral. Na opurtunidade eu disse ao Lula, brincando, lógico, que para chegar ao Planalto ele teria que evoluir futebolisticamente, e sentir o prazer de ser tricolor. Ele permaneceu corinthiano, e eu errei. Se jornalista acertasse tudo sempre ganharia na loteria esportiva. Abraço a todos, Clóvis.

Sociedade carente de valores públicos

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Li (com atraso), na edição 24 da Revista do Brasil, a entrevista que o Paulinho Donizetti, com colaboração de Xandra Stefanel, fez com a psicanalista Maria Rita Kehl (foto). Gostei especialmente do trecho em que ela afirma, com todas as letras: "A gente está numa sociedade muito carente de valores públicos, em que pouco se faz em nome do bem comum". Por isso, segundo ela, as pessoas acabam priorizando os valores individuais e de seu núcleo familiar conservador - o que explicaria, por exemplo, a indignação pública no caso da morte da menina Isabella Nardoni - que fere as regras de "bom comportamento paterno". Ao mesmo tempo, o debate coletivo sobre violência e segurança (principalmente com a ótica dos menos favorecidos) não interessa a ninguém.

E, a partir da constatação de que as pessoas assimilam cada vez mais conformadas o consumismo e a máxima capitalista "tempo é dinheiro", é possível relacionar várias "doenças sociais" aparentemente desconexas, como depressão e hipocondria, patrulhamento, morbidez, sensacionalismo, sectarismo, impunidade etc. Para mim, tudo isso influi diretamente na atitude política (ou apolítica) que uma pessoa possa assumir (ou se omitir) em uma coletividade. Abaixo, alguns trechos da entrevista de Maria Rita:

Conservadorismo e preconceito
Ser mãe biológica não é garantia de bons sentimentos, mas colocamos a mãe sempre num altar e usamos a madrasta para representar o lado escuro da mãe, desde os contos de fadas. E tem, ainda, um pouco da idéia de que família boa é aquela que tem o pai e a mãe biológicos e os filhos.

Morbidez e indiferença social
Por que quando há um atropelamento a maioria das pessoas pára para olhar? É porque a morte nos fascina. A morte, a violência fascinam, como todos os temas ligados àquilo que é mais reprimido na gente. Mas não há espaço de destaque para o assassinato de criança negra e pobre.

Impunidade e horror ao enfentamento
Basta ver o modo como terminou a ditadura: terminou, terminou, não se fala mais nisso. Não houve pressão para punir os ditadores. Agora acontecem algumas indenizações, mas não houve julgamento. Todo mundo foi perdoado e nem sequer pediu perdão. Nem se dá nome aos responsáveis. O brasileiro tem horror ao enfrentamento do conflito.

Desvalorização do tempo e da vida
É como se a gente tivesse uma urgência temporal que faz com que a vida perca completamente o valor. O tempo da experiência, da reflexão, todo o tempo da chamada vida subjetiva está sendo atropelado pelo tempo do capitalismo. Esse é o primeiro fator da depressão, essa desvalorização do tempo como tempo de vida. (...) Se você negocia a matéria-prima da sua vida, valendo dinheiro, a vida se desvaloriza. Se a vida se desvaloriza, para que viver?

Hipocondria, intolerância e consumismo
As pessoas começam a tomar antidepressivos porque estão numa sociedade que não tolera a tristeza, o abatimento, ou que você não esteja sempre apto a achar que a vida é maravilhosa. (...) O trabalho é cada vez mais competitivo, quanto mais depressa o cara estiver bombando de novo, melhor. E não tem a ver só com trabalho, mas com os imperativos do consumo. É isso que impede que as pessoas tenham o tempo que precisam para se recuperar das quedas, perdas, crises.

Conformismo e vício televisivo
Essa modulação de ritmo, que permite que você tenha em contraposição ao ritmo acelerado do trabalho um tempo do lazer ou do ócio, vai se perdendo. E o que a gente tem como ócio hoje em dia? Deitar no sofá em frente à TV. As pessoas falam: 'Ali eu me desligo'. Mas uma parte está ligada, senão você não ficaria vendo televisão; ficaria ouvindo música ou em silêncio, pensando. A televisão reproduz essa velocidade.

Sobre Corinthians, Bragantino, Felipe e Rede Globo

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O Corinthians entra em campo hoje contra o Bragantino pela Série B do Brasileiro. E se a liderança continua folgada, o empate com a Ponte Preta lembrou aos corintianos que existem adversários no campeonato.

O time da terra da lingüiça não cumpre campanha muito abonadora nesse começo de campeonato, estando em 15º lugar, com 8 pontos em sete jogos. Mas pela tradição, o Braga pode ser um dos incômodos na escalada mosqueteira de volta à elite do futebol.

No Corinthians, não jogam Fabinho, que cumpre suspensão, Alessandro, machucado, e Felipe, afastado por Mano Menezes. Nas respectivas posições entram Nilton, Carlos Aberto e Júlio César. Das trocas, a dos volantes complica um pouco mais, pois Fabinho tem mais condições de sair jogando e ajudar a organizar o meio-campo que o voluntarioso Nilton.

Mas é a troca dos goleiros que chama a atenção. Felipe nunca foi gênio ou melhor goleiro do Brasil, como diziam um tempo atrás. Recentemente, cometeu algumas falhas e tomou alguns gols que, se não chegam a ser erros, poderiam ser evitados, ainda mais para um goleiro da estatura da expectativa criada em torno dele.

O fato é que após a derrota para o Sport, Mano Menezes começou um processo de fritura do arqueiro, bem como do menos comentado Wellington Saci. Hoje leio na Folha de S. Paulo que “Felipe dificilmente voltará a vestir a camisa do clube, que espera negociá-lo”.

Eu não acho que um erro, por mais grave que seja, seja o suficiente para rifar um jogador. Felipe é bom goleiro, mesmo que não venha a se tornar o gênio cantado – inclusive, e talvez principalmente, por seus agentes – ano passado. Wellington Saci teve pouquíssimas chances de jogar, mas é bem jovem e pareceu um cara habilidoso, que poderia render alguma coisa.

Afastar os dois do elenco, o goleiro com a justificativa de “falta de comprometimento nos treinos” e o lateral sem mais explicações, é uma bela estratégia de venda, não? Parece o discurso do governo FHC na época das privatizações: a empresa é uma merda, não dá lucro, está inchada, por isso vamos vender. Desvaloriza ao máximo seu produto.

Eu discordo da fritura dos dois jogadores, que o próprio técnico isentou de culpa após o jogo contra o Sport. Tomara que consigam vender bem o Felipe, porque o Saci provavelmente fica encostado até sair de graça.

Mas Júlio César, que não tem nada a ver com isso, vem cumprindo excelente papel, inclusive pegando pênalti contra a Ponte (o que mostra que o jogo não foi fácil). Seja quem for, que continue resolvendo.

TV

Um dado interessante sobre o jogo do Timão é que ele acontece hoje, quarta-feira, enquanto os jogos da Série B sempre ocorrem às terças e sábados para não competir com a divisão principal. Outro dado, complementar, é que ele vai passar na televisão em São Paulo, mesmo com o Fluminense jogando a final da Libertadores no mesmo horário.

O jogo do alvinegro estava previsto para p sábado, mas a mudança foi feita a pedido (sic) da rede Globo. Por mais que eu goste de tripudiar falando da grandeza do Corinthians e coisa e tal, numa análise fria, o fato é bastante ridículo.

Frase

"As leis são como as teias de aranha ; os pequenos insetos prendem-se nelas, e os grandes rasgam-nas sem custo."

A frase, que recebi por e-mail, é atribuída a Anacarsis, que, segundo a Wikipédia, foi um príncipe e filósofo escita (povo do sudeste da atual Rússia), que viveu por volta de 600 a.C. Triste pela atualidade.

Manifesto Eternista - lançamento da campanha Marcelo Eterno

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Tendo como objetivo garantir o bom andamento da gestão de nosso presidente Marcelo Teixeira, pessoa que tem tanto amor pelo Santos Futebol Clube a ponto de se recusar a sair do posto de comandante máximo, lançamos hoje, em conjunto com o Blog do Torero, a campanha Marcelo Eterno.

Abaixo, o nosso manifesto:



Mustafá ficou doze anos no poder?

Dualib ficou catorze?

Pois vamos ultrapassar todos eles!

Sim, meus caros, este é o lançamento da campanha Marcelo Eterno!

Para o bem de todos e felicidade geral da nação santista, ele deve dizer ao povo que fica. Que fica e não sai!

Afinal, para quê eleições? Vamos acabar de vez com essa burocracia.

Se eleições fossem coisas boas e justas, Jesus não teria sido derrotado por Barrabás no plebiscito de Jerusalém.

Os que falam que deve haver rotatividade no poder são vis inimigos que não enxergam a Sua grandiosidade.

Que nossos rivais tremam diante de nossa revolução! Que nosso mandatário jamais levante suas nobres ancas da cadeira presidencial. Santistas de todo o mundo, uni-vos! Uni-vos em torno da permanência sempiterna de nosso líder!

Marcelo já!

Marcelo sempre!

Marcelo Eterno!

terça-feira, junho 24, 2008

Depois da nova lei a pergunta: é possível enganar um bafômetro?

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É praticamente um dossiê (da promoção).



Desde de sexta-feira, 20, o motorista flagrado com mais de 2 decigramas de álcool por litro de sangue pode ser preso, multado em R$ 957,60 e perder a carteira. A lei, sancionada pelo presidente Lula, tem por objetivo reduzir acidentes de trânsito, o que todos aprovam. Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Detrans (Abdetran) em 2001 em quatro capitais brasileiras (Brasília, Curitiba, Salvador e Recife) mostra que 61% das pessoas envolvidas em acidentes de trânsito tinham ingerido bebida alcoólica.

O ponto mais polêmico diz respeito à possibilidade de o motorista se recusar a se submeter ao teste do bafômetro e exigir o exame de sangue, mais demorado. Agora, quem fizer isso é considerado culpado, o que gerou reação de juristas que consideram inconstitucional a prática, já que é assegurado a todos os cidadãos o direito de não se incriminar.

Relatos de falta de bafômetros se derramam por todo país, no Rio de Janeiro e em São Paulo, por exemplo.

Ainda assim, nesse cenário, a pergunta repetida por degustadores de ocasiões sociais (como os autores do Futepoca) e por bêbados contumazes é a mesma:

Um bafômetro pode ser enganado?

A resposta é sim. Mas não como quereriam muitos dos manguaças que bebem e dirigem.

Há dois modelos de etilômetro, os ativos e os passivos. No primeiro modelo, o suspeito de embriaguez assopra, a plenos pulmões, um tubinho que sentencia a quantidade de álcool no sangue. Já o passivo, capta o ar exalado pelo ébrio alvo do patrulhamento e só não revela com quem o cidadão bebeu. A polícia possui os testadores do primeiro tipo.

A tentativa sistematizada mais remota de enganar o instrumentos encontrada numa busca de internet foi registrada por entrevistados do Diário de Pernambuco em 1998, quando o Código Brasileiro de Trânsito entrou em vigor. Nem com uma porção de batata frita deu resultado. Outros relatos surreais e nada recomendáveis sugerem práticas escatológicas e até "baforadas" em uma parede de cal.

No programa MythBusters, do canal Discovery Channel, consta um dos mais exaustivos testes para se iludir bafômetros. Foram utilizadas técnicas como balas de menta, cebola, pilhas e moedas de cobre sob a língua, além de higienizadores bucais. No caso dos quatro primeiros, o resultado foi nulo. Mas depois de um bochecho com produto à base de álcool, uma surpresa: o bafômetro apontou mais gramas por litro de sangue do que a cobaia havia consumido. É que o sistema capta a quantidade de álcool no ar expelido pelos pulmões, presumindo que isso passou do sangue que irriga os alvéolos para o ar por difusão. O mesmo tende a ocorrer com sprays para a garganta que contenham álcool.

Ou seja, o bafômetro foi enganado. Outros registros indicam que a ilusão para pior dura cerca de dois minutos. Além disso, alguns desses higienizadores já se livraram do álcool em sua composição.

Aí está outro elemento de engano do bafômetro. Ocorre que o aparelho mede a quantidade de álcool por litro de ar alveolar, o que sai do pulmão. Para saber quanto de goró tem no sangue, há uma relação estabelecida por um valor médio de 2.100 mL de ar para 1 mL de sangue. Como algumas pessoas expiram mais ou menos ar por mL de sangue, a medição pode beneficiar ou prejudicar quem estiver, por questões de metabolismo, fora dessa média (se você também não entendeu, leia de novo).

Mas ninguém explica como fazer a taxa de conversão ficar favorável a quem quer burlar o aparelhinho.

Enquanto isso, na França
Desde novembro de 2007, o governo francês passou a incentivar a venda de bafômetros em supermercados. A intenção é estimular os testes voluntários ao preço de 1 euro (R$ 2,60). O valor seria suficiente para pagar uma latinha ou até uma garrafa (a depender do bar) no Brasil, mas não em Paris. Por lá, o limite é de 0,5 grama por litro de álcool e a parcela de acidentes provocados pela combinação de goró com o volante é de 28%. O modelo comercializado é descartável e se resume a um saquinho com um indicador que muda de cor.

Será que, se distribuíssem bafômetros nos bares, os motoristas embriagados deixariam de dirigir?

Leia mais sobre a "técnica viral" para burlar o bafômetro.

"Pelé, o saci-pererê do nosso futebol!"

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A esdrúxula definição no título do post é parte da locução de Estevam Sangirardi, da Rádio Panamericana, sobre a partida entre Brasil e França pelas semifinais da Copa do da Suécia, em 24 de junho de 1958. Mas o entusiasmo - quero crer que "saci-pererê" tenha sido um tremendo elogio - tinha razão de ser: depois de fazer o gol que eliminou o País de Gales nas quartas-de-final, Pelé pegou a confiança que faltava e, contra os franceses, marcou simplesmente três dos cinco gols brasileiros.

"Depois do jogo contra o País de Gales, senti que eu era macho (risos), que merecia ser titular naquele time de cobras", afirmou o Rei em 1993 à TV Cultura, em entrevista reprisada pelo programa "Grandes Momentos do Esporte". "Mas o jogo contra a França foi o que eu entrei mais tenso, pois era o time com o melhor ataque da Copa. Ainda bem que não foi a minha estréia, eu já estava mais seguro", acrescentou Pelé (na foto acima, aguardando o rebote do goleiro Abbes para marcar um dos gols contra a França).

De fato, como lembrou nosso camisa 10, os franceses tinham a melhor linha ofensiva da Copa, com Raimundo Kopa, Piantoni e Fontaine - que terminaria o mundial com 13 gols marcados, ainda hoje recorde absoluto em uma única edição. Os dois últimos, aliás, seriam os responsáveis por vazar, pela primeira vez, o time brasileiro. Até então, o Brasil não havia levado um gol sequer em quatro jogos. Na partida, saímos na frente logo aos 2 minutos, com Vavá. Fontaine empatou e Didi, com uma "folha seca", fez 2 a 1.

Ainda no primeiro tempo, o árbitro deixou de validar dois gols do Brasil: um de Zagalo, em que a bola bateu na parte de baixo do travessão e caiu meio metro dentro do gol, voltando para o campo de jogo, por causa do efeito, e outro de Garrincha, num impedimento absurdo. Mas os erros do árbitro galês Mervyn Griffiths (seria vingança pela eliminação de seu país nas quartas?) não impediram o "baile" na etapa final, com três gols do Rei.

Confira, abaixo, trechos da narração da Rádio Panamericana:


Se não abrir, clique aqui


Ficha técnica

Brasil 5 x 2 França

Data: 24/junho/1958
Brasil 5 x 2 França
Local: Raasunda, em Estocolmo
Árbitro: Mervyn Griffiths (País de Gales)

Brasil: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo; Técnico: Vicente Feola;

França: Abbes; Kaelbel e Jonquet; Lerond, Penverne e Marcel; Wisnieski, Kopa, Fontaine, Piantoni e Vincent; Técnico: Albert Batteux;

Gols: Vavá (2), Fontaine (8), Didi (39), Pelé (53), Pelé (64), Pelé (76) e Piantoni (85).

Boa notícia para o Corinthians

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O mercado da bola é mesmo imprevisível. Depois de receber míseros R$ 162 mil pelos 5% de direito, como clube formador, pela venda do zagueiro Betão (à esquerda) do Santos para o Dínamo de Kiev, da Ucrânia (transação de R$ 3,74 milhões), o Corinthians ganhará agora, de presente, a bolada de R$ 7,7 milhões pelos direitos decorrentes da venda do atacante Jô (à direita), do CSKA, da Rússia, para o Manchester City, da Inglaterra (transação de R$ 57 milhões). O Corinthians tem direito a 10% sobre a multa rescisória, registrados no contrato de venda para o CSKA, em 2005, mais 3,5% de um tal "mecanismo de solidariedade" para indenização aos clubes formadores. Os 13,5%, portanto, totalizam R$ 7,7 milhões.

Se soubesse que essa dinheirama ia cair em seu colo, o presidente do alvinegro paulistano, Andrés Sánchez, teria pensado duas vezes antes de vender os direitos econômicos do atacante Dentinho (22,5%), do lateral-esquerdo André Santos (22,5%) e do zagueiro Renato (25%) à empresa D.I.S. Esporte e Organização de Eventos Ltda., o chamado Grupo Sonda, por R$ 5,4 milhões. Assim como Betão e Jô, Dentinho (à esquerda) e Renato (à direita) também são revelações das categorias de base do Corinthians.

Mas os R$ 7,7 milhões poderiam ser utilizados, por exemplo, para manter alguns dos destaques na execelente campanha que o time faz na Série B do Campeonato Brasileiro. Os direitos federativos do artilheiro Herrera (à esquerda) podem ser adquiridos por módicos R$ 3,54 milhões. Metade de seu passe pertence ao clube argentino Gimnasia y Esgrima e metade, ao empresário Ricardo Schilieper. Outro que veio emprestado, o atacante Diogo Rincón (à direita), do Dínamo de Kiev, custa exatos R$ 7,5 milhões.

A grana do Jô também poderia ser utilizada para quitar de vez os R$ 3,3 milhões, divididos em seis parcelas, que o Corinthians tem de pagar ao São Caetano pelo importante meia Douglas. Ou, então, procurar outro bom reforço no mercado. De qualquer forma, R$ 7,7 milhões despencando na conta assim, inesperadamente, é sempre uma boa notícia.

segunda-feira, junho 23, 2008

Marcelo Teixeira faz o santista passar vergonha...

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Não é a derrota para o Goiás que dói mais para o torcedor do Santos... É absoluta falta de profissionalismo, um amadorismo que não condiz nem com o clube da minha (quase) cidade natal, o São Vicente Atlético Clube, da gloriosa quarta divisão do Paulista. A notícia, publicada no IG deixa isso calro:

"Quando o técnico Cuca pensou que tinha visto o pior na noite de domingo, após a goleada por 4 a 0 sofrida diante do Goiás, em plena Vila Belmiro, teve mais surpresa: três representantes de uma das organizadas do Santos foram levados aos vestiários pelo diretor de futebol, Luiz Antônio Ruas Capella.

O grupo se reuniu com o treinador com um único propósito: exigir maior empenho do atacante Kléber Pereira. De acordo com esses torcedores, o atacante, grande nome do time atualmente, estaria se dedicado mais à noite do que ao time."

Vejam bem: o diretor de futebol do clube, o mesmo que negociou com Cuca enquanto Leão era técnico, e falou isso à imprensa quando o time estava se recuperando, que tem no currículo um sem-número de episódios patéticos, levou integrantes de uma organizada para cobrar um jogador... Por que a diretoria não cobra, se acha que é esse o caso? Precisa se escorar em torcedores? Ou será que fez isso porque não está honrando os contratos assinados, não pode cobrar os atletas e não quer que isso vaze?

Qualquer semelhança com o Corinthians de 2007 pode não ser mera coincidência...

Nenhum favorito passou

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Contando que não havia favoritos entre Alemanha e Portugal (forcei a barra?), nenhuma das seleções que constava como favorita nos jogos das quartas-de-final da Eurocopa chegou às semis (ou meias-finais, respeitando o léxico de nosso maior comentarista de Eurocopa, o Ricardo). Além de Portugal, a Croácia, a Holanda e a Itália deram adeus ao torneio europeu antes do planejado, em partidas emocionantes.
A Alemanha ganhou por 3 a 2 de Portugal (para minha tristeza). A Turquia levou o jogo para a prorrogação, tomou um gol aos 14 minutos do segundo tempo e empatou no último segundo, com um gol que até agora não sei de onde eles tiraram. Nos pênaltis, os croatas falharam.
A Rússia, da "nova" sensação Arshavin (que tem 27 anos, apesar da cara de 12), demoliu a Holanda com um 3 a 1 incontestável, que veio apenas na prorrogação. E a Espanha, quem diria, jogou melhor e VENCEU a Itália, nos pênaltis.
Agora, a Alemanha pega a Turquia - na quarta-feira - e a Rússia joga com a Espanha - na quinta. Quem passa?

Mas não era culpa do Leão?

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A derrota de ontem por 4 a 0 para o Goiás é a maior sofrida pelo Santos em casa na história dos campeonatos brasileiros. Ela iguala o 4 a 0 do Palmeiras em 2004, quando o “gênio” resolveu jogar o clássico com um time misto, preservando a equipe para ser derrotada pelo Once Caldas na Libertadores.

Se isso mostra que o resultado é pra lá de excepcional, também é um sinal de muitas outras coisas. O mais evidente é a pífia, e várias vezes criticada por esse escriba, administração do “rei” Marcelo Teixeira, que se pretende eterno. No século XXI, foi quem teve entre os clubes brasileiros o maior patrimônio em termos de jogadores, arrecadou mais de R$ 200 milhões apenas com atletas da safra de 2002 (embora pudesse ter arrecadado mais, se não fossem a trapalhada na renovação de Diego, as saídas “de graça” de Léo e Renato etc etc etc).

Essa absoluta incompetência deixou seu resultado mais palpável ontem. A “parceria” com Vanderlei Luxemburgo, período em que mais de duas dezenas de atletas, entre eles André Belezinha, Antonio Carlos, Magno, Petkovic e outros “craques”, passaram pela Vila Belmiro onerando os cofres do clube e não deixando qualquer legado razoável, foi o ápice da irresponsabilidade.

Vieram títulos nesse período MT? É verdade, o que serviu para iludir alguns torcedores, que não perceberam ou não quiseram saber o quanto o time deixava de se estruturar mesmo com a dádiva de ter revelado craques que só vieram à tona nas mãos de Leão. Este que, segundo parte da torcida e da diretoria, era o grande culpado da fase ruim do Peixe. Com Cuca, perdemos duas e empatamos uma e, pior que os placares, o modo da equipe jogar demonstrou que as “igrejinhas” feitas por falsos ídolos praianos estão dominando o ambiente. Mas a culpa não era do Leão?

Sobre o jogo

Cuca tentou, mas não conseguiu armar a equipe de forma diferente. Wesley na ponta direita e Molina na esquerda forma inoperantes. Tabata, nulo como de hábito, e Apodi, que treinou durante toda a semana como titular, não pôde estrear por conta de mais uma trapalhada da direção, que não o registrou a tempo. O Goiás, em relação à equipe que começou o Brasileiro, tem dois reforços importantes que fizeram a diferença ontem: Romerito, aquele que foi impedido de jogar as duas partidas da final da Copa do Brasil, e Iarley, inexplicavelmente pouco utilizado no Internacional.

O time do Planalto Central pode sair da zona do rebaixamento nas próximas rodadas, mas não deve ir muito além disso. Já o Santos, para subir na tabela, mais uma vez dependerá fundamentalmente da habilidade e da persistência do seu treinador. Não será fácil, o papel de Cuca deve ser mais de administrador e psicólogo do que propriamente de técnico. E remar contra a corrente, em meio ao mar de incompetência em que ele se encontra, será uma tarefa heróica...

No butiquim da Política - Papo (de bar) sobre ética

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Por CLÓVIS MESSIAS


Olá, amigos do Futepoca! Começo hoje a contribuir para o blogue com minha coluna sobre política, mas sempre no clima de "papo de buteco". E buteco que se preza - este é o nosso caso - começa em grande estilo: papo sobre ética na política. A abordagem de um assunto complexo exige premissas, que embora inconclusivas, podem ser esquecidas em benefício próprio.

Conhecemos, às vezes, as fraquezas psicológicas que alguns políticos passam. Advém daí a vulnerabilidade, surgida das necessidades, quase instantâneas. É difícil falar em ética numa política mercenária. Mas os mercenários existem porque há pessoas que acreditam no pagamento para a solução. Lei de Gerson (foto).

Mas voltemos a insistir: a ética é um bem do indivíduo. Vamos colocar a premissa de que a política democrática é igual à fraternidade. O substantivo feminino "fraternidade" nos conduz ao amor ao próximo, à harmonia, à boa amizade, a união com convivência.

Continuando o raciocínio, sendo a política uma fraternidade, deve-se, então, cultivar uma instituição fundamentalmente "ética". O substantivo feminino "ética" designa uma reflexão filosófica sobre a moralidade, sobre os códigos que orientam a conduta humana. A ética tem por objetivo a elaboração de um sistema de valores. A política, a que me refiro, é uma organização ética, com códigos de valores e de condutas.

Política com ética e fraternidade deixará o Estado mais forte e seguro. Isto é que é papo de buteco. Buteco de respeito, tem papo de "saideira" à vontade. Olha, mas este papo é mais sério que muitos políticos. E eu não tomei nenhuma! Ainda!

Abraços a todos e até a próxima semana!

*Clóvis Messias é dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo e escreve semanalmente para o Futepoca.

Ataque 2, Vasco 0

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Foto: Divulgação/Palmeiras.com.br
O ataque do Palmeiras resolveu a partida de domingo contra o Vasco em São Januário. Alex Mineiro e Kléber marcaram um tento cada e definiram a cabalística 51ª vitória de 101 partidas entre os times que, segundo alguns como Luiz Gonzaga Belluzzo, têm histórias parecidas.

Para um time que chegou a campo em um clima de crise por salários atrasados, ficou parecendo que a história era, para sobrar pauta pro OV, invenção da imprensa. Isso se pagarem amanhã.

A partida mostrou um Vasco com poucos recursos ofensivos para fugir da boa marcação do Palmeiras. Até Marcos driblou atacante. Diego Souza esteve melhor que Valdívia que, longe de resolver, tampouco esteve apagado no jogo. Explico-me: ele joga mais bola do que vem mostrando, mas não é craque, não resolve todos os jogos. Como ele pode jogar mais bola, tem cobrança, mas não o vi fugindo do jogo.

Martinez demonstrou uma elegância ímpar no meio de campo. Errou, pelas minhas contas, um passe. Mandou avisar que o recuperado Léo Lima vai ter que esperar a vez na reserva, para as formações verdes com três volantes.

É bom que Élder Granja se saia bem no jogo (cruzamento perfeito pra cabeçada plástica de Alex Mineiro aos 36 do primeiro tempo) em um jogo em que Leandro esteve menos presente.

O segundo gol, de Kléber, foi com um chute dentro da área após jogada individual. Esse tipo de chute o atleta tentou repetir outras duas vezes durante o jogo, mas por desarme ou tropeço, não conseguiu. No lance feliz, aos 29 do segundo tempo, pareceu era tão óbvio que ele tentaria chutar que o Alex Mineiro simplesmente pára à esquerda, não se posiciona para receber. Um belo gol.

Longe de isso significar o início da ascenção rumo à conquista, como quer Marcos, o mais torcedor dos jogadores, a partida mostrou um time tranquilo que soube resolver o jogo. Das nove finalizações, duas foram gol. Simples.

40 anos da tragédia de "Puerta 12" na Argentina

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O Lance! de hoje recupera uma história tenebrosa que, confesso, nunca tinha ouvido falar: a tragédia de "Puerta 12", que vitimou 71 torcedores no estádio do River Plate, Monumental de Nuñes, em 23 de junho de 1968 (há exatos 40 anos, portanto). Numa tarde de domingo, após um empate sem gols no clássico entre River e Boca Juniors, centenas de torcedores do Boca desciam os 80 degraus da escadaria entre a arquibancada e o portão 12 do estádio. Para surpresa dos primeiros que chegaram no último lance, a saída estava trancada. Sem conseguir abrir o portão, nem voltar ou avisar os que ainda desciam, sete dezenas morreram por asfixia ou esmagamento (a foto mostra o sangue na escadaria), fora um número não divulgado de feridos. O triste episódio, até hoje a maior tragédia do futebol argentino, foi recuperado recentemente no documentário "Puerta 12", do diretor argentino Pablo Tesoriere - sobrinho-neto de Américo Tesoriere, goleiro do Boca e da seleção argentina na década de 1920. Ele ouviu ex-jogadores, jornalistas, parentes das vítimas e dirigentes do Boca Juniors (a cúpula do River Plate ignorou o projeto). O governo argentino, na época, não cobrou uma investigação mais rígida. Ainda hoje, não há um culpado oficial, mas consta que o portão teria sido fechado pela própria polícia, pois a torcida do Boca tinha cantado a marcha de exaltação a Juan Domingo Perón, rival do ditador da época, Juan Carlos Onganía. Ou seja, teria sido um crime do estado. Por isso, o episódio rendeu apenas uma sanção econômica ao River e dois funcionários demitidos. A AFA (Associação de Futebol da Argentina) também é acusada de oferecer dinheiro a dirigentes para que renunciassem a seus cargos.

Trailer do documentário

domingo, junho 22, 2008

Clóvis Messias é o novo colaborador do Futepoca

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Agora está confirmado: estréia nesta segunda-feira, dia 23, aqui em nosso blogue, a coluna "No butiquim da Política", com o histórico jornalista Clóvis Messias (foto). Dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo, Messias quer abordar, de forma didática (ou antes: no formato de papo de buteco), temas espinhosos mas cruciais como ética na política, falta de comprometimento dos políticos com os eleitores e partidos, má utilização do dinheiro público, democracia "sofismática", enfim, um monte de assuntos para dar pano pra manga aqui no Futepoca.

Conheci Clóvis Messias por meio do programa de rádio ABCD Maior no Ar, que apresento diariamente na região do ABC paulista. Modesto, quase nada fala de sua carreira - que é extensa. Fuçando no site de Milton Neves, descobri que esse paulistano da Vila Matilde começou na Rádio Nacional em 1957, e também na TV Paulista. Dois anos depois, estava na TV Continental, no Rio de Janeiro. Por ela, Messias cobriu a inauguração de Brasília e integrou a famosa equipe esportiva comandada pelo cronista Waldir Amaral, em link com a Rádio Panamericana de São Paulo (aquela das narrações de jogos do Brasil na Copa de 58, que estamos reproduzindo aqui no blogue).

Ainda no Rio, Messias trabalhou na Rádio Tupi e na Mayrink Veiga. De volta a São Paulo, em 1965, foi trabalhar na Piratininga. Pouco depois, chegou à Rádio Jovem Pan, onde ficou por quase dez anos. Em 1974, foi levado para a Rádio Bandeirantes. Na hoje Band-AM, Clóvis Messias integrou a equipe em que Fiori Giglioti era narrador. Em 1976, começou a cobrir política, tanto na Assembléia de São Paulo quanto no Congresso Nacional. Participou também da implantação da Central Brasileira de Notícias (CBN de São Paulo) e coordenou o jornalismo na Rádio Capital-AM.


Foto do site do Milton Neves: em 1969, no Pacaembu, jornalistas entrevistam o Rei Pelé. Clóvis Messias é o primeiro à esquerda, de costas.