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quarta-feira, janeiro 07, 2009

Por que você torce para o seu time?

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Se o futebol entra de forma diferente na vida de cada pessoa, o que dizer do time do coração, que desperta paixões de tal monta que às vezes ultrapassam o próprio gosto pelo esporte bretão? O grau de fidelidade a um clube varia, indo desde a simples convenção social que praticamente obriga que o cidadão, mesmo alheio ao futebol, tenha que se declarar adepto de alguma agremiação; até o fanatismo daqueles que dizem com cândida sinceridade que dariam a vida pelo time.

Mas como surge essa marca que nos acompanha pelo resto da vida (com exceção dos vira-casacas, obviamente)? Tentaremos aqui elencar os mais variados motivos que levam alguém a se tornar um torcedor. Veja qual deles foi o seu e, se não for nenhum, deixe seu depoimento.

Os pais – se o pai ou a mãe forem de fato apaixonados por um clube, é difícil para a criança escapar da sina. Torcer para uma camisa é algo que se aprende antes de falar, algo tão natural quanto segurar a colher ou usar o penico. Quando o garoto vai se questionar porque grita “gol” junto com o pai, já é tarde demais. Claro que também pode haver o efeito contrário: a criança pega birra e, de forma cruel, passa a torcer para o rival. Contudo, se o guri não for cuidado com apego e atenção ou se os genitores não ligarem para futebol, abrem-se as portas para influências externas pra lá de perigosas.

Tios e padrinhos – você não gosta muito de bola ou passa muito tempo longe dos filhos. Às vezes são períodos longos de viagem e seus rebentos convivem durante muito tempo com padrinhos ou tios, que mimam seus bebês com gracejos, presentes, idas ao estádio etc. Quando você se dá conta, tem um inimigo dentro de casa. Mas tudo bem, você não liga muito pra futebol mesmo. Contudo, não tenha dúvidas que vai se irritar muitas vezes durante a vida...

Amigos – outro tipo de influência que pode ser perniciosa. O menino está inserido em um meio social onde a maioria torce pra determinada equipe. Hesitante, ele tenta resistir. Mas o time da maioria está ganhando sempre, o do moleque está na fila e, de repente... ele se converteu! Quando crescer, pode até não lembrar que começou a torcer por causa dos amigos, mas as reuniões de família aos domingos não vão lhe deixar esquecer.

Namorado (a) – acontece muito com moças que não se ativeram de fato a um time. Ela conhece um rapaz que é torcedor fiel de uma equipe e, a partir daí, tem duas opções: tolerar e/ou ignorar os maus hábitos do camarada ou tentar adentrar no mundo dele. Se a escolha for a última, é meio passo para compartilhar da mesma doença do parceiro. O tal gosto pode se desfazer junto com uma eventual separação ou, se a afinidade com o clube for firme, resistir e se tornar parte do cotidiano da pessoa.

A moda – como visto no exemplo acima, uma onda favorável de um time pode ser fator determinante para o desempate ou para que alguém se declare torcedor – mesmo “socialmente” - de uma equipe. Não fosse isso, o Santos, oriundo de uma cidade média, jamais teria uma das dez maiores torcidas do país, algo cultivado na década de 60. A exemplo do São Paulo, que também ganhou adeptos no início dos anos 90. Embora a lenda diga que nem sempre esse seja o torcedor mais convicto, na prática, não é possível diferenciá-lo muito dos “torcedores de cabresto” forjados pelas famílias.

Partida marcante – às vezes o menino está ali, meio à toa e hesitante em relação a um time. E, de repente, se encontra diante de uma promessa de espetáculo, uma decisão ou um jogo histórico. Mal percebeu e começou a sofrer ou vibrar assistindo à partida, mesmo sem saber direito a razão. Pronto, virou torcedor. Há exemplos disso dentro desse próprio blogue e em cada boteco do país.

A casa – já diria Fernando Pessoa, pelo heterônimo de Alberto Caeiro, que o rio da aldeia dele era mais belo que o Tejo, mesmo sem sê-lo. Isso faz com que muitos times do interior tenham fãs apaixonados, porque vêem nele uma forma de ligação com o lugar de onde vieram, um cordão que não é conveniente que seja rompido. Também explica porque equipes que são jovens, como o São Caetano ou o Barueri, consigam encontrar alguns torcedores – não muitos, claro – mas que atestam a existência da equipe.

E aí? Qual é o seu caso?

O que fez você torcer para o seu time?


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14 comentários:

Fábio José Paulo (FAJOPA) disse...

Minha família toda, do lado do pai, é praticamente são paulina. Cresci ouvindo as histórias sobre o São Paulo, contadas por meu pai e meu avô, o que me levou a ser um estudioso do São Paulo Futebol Clube, o que não quer dizer que também não conheça a história dos principais clubes paulistas. A minha família tem o sobrenome PAULO, gosto da cor vermelha, acho a camisa do São Paulo a mais linda e tenho como primeiro jogo no Morumbi o 1 a 0 no Palmeiras na semifinal do Paulista 78, quando o Chulapa marcou de cabeça na prorrogação, quando a torcida palmeirense já cantava o "está chegando a hora".

São vários motivos dessa minha paixão, sejam emocionais, racionais, familiares, visuais, sensoriais, etc. Acho que sou são paulino desde o útero de minha mãe, não tinha como ser diferente, ainda bem.

Anônimo disse...

Tá aqui o meu motivo:

http://www.youtube.com/watch?v=v-gOf6odzn0&NR=1

Golaço de carrinho. Um time ruim, que jogava mal, mas era garra pura. E que tinha enterrado um diabo na garrafa no Pacaembu e não perdia em casa de jeito nenhum.

Vale co-torcer por outro time? Simpatizei tanto pela campanha do Internacional de Porto Alegre em 2005 e 2006 que, sempre que posso, acompanho e torço pelo colorado.

Glauco disse...

Particularmente, acho essa história de "conversão" do Torero uma das melhores que já vi.

Marcão disse...

Muito boa essa enquete - e poderia render desdobramentos ainda mais interessantes. Por exemplo: se a torcida foi herdada do pai ou mãe, a pessoa poderia pesquisar com eles o motivo original de todo esse processo.

No meu caso, meu avô paterno já torcia para o São Paulo antes de o clube existir. Explico: ele torcia para o Paulistano desde a década de 1910, time alvirrubro de Araken e Friedenrich que se fundiu com o alvinegro A.A. das Palmeiras, em 1930, para formar o primeiro São Paulo.

Pena que o velho Chiquito já não esteja entre nós para explicar sua simpatia pelo Paulistano. Imagino que, como boleiro respeitado (que chegou a ganhar dinheiro em pleno amadorismo para jogar no Rio Branco, de Ibitinga-SP), Chiquito deve ter optado pelo Paulistano pelo bom futebol do extinto clube, único tetracampeão paulista seguido, até hoje, e chamado de "Os Reis do Futebol" pelos franceses, durante excursão internacional em 1925.

Vem de longe, portanto, a torcida pelo São Paulo na minha família paterna. Pelo lado materno, porém, o sangue italiano mantém há décadas uma forte barricada pró-Palmeiras.

Anônimo disse...

Faltou colocar o fator "predestinação celestial" para que os botafoguenses possam assinalar...

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Nasci em São Paulo no ano de 1986, filho de um colorado afastado do Beira-Rio e de uma corintiana não-praticante.

Meu padrinho bem que tentou me converter ao lado verde da força, mas um empate em 1 X 1 com o Flamengo, no qual o Palmeiras foi visitante no Morumbi, broxou qualquer tentativa de me tornar palmeirense.

Até gostava de jogar bola, mas faltava um vínculo mais forte com o esporte. Foi então que perto do natal de 1992 eu participei de uma festa popular de proporções nunca antes presenciadas.

O São Paulo havia ganho o Mundial Interclubes diante do Barcelona e as comemorações tradicionalmente ocorriam à frente da Fundação Cásper Líbero, vizinha do prédio que eu morava, o Paulicéia.

Minha família nem tinha assistido ao jogo, porém descemos todos para participar daquela convidativa festa, combinada aos adereços natalinos que enfeitam a Av. Paulista. Papai Noel havia chegado mais cedo e me dado de presente um time para torcer.

Damião disse...

As cores do time do time do São Paulo.

Meu tio me levava para assistir jogos dos porcos. Quando ele me levou num jogo contra o
Tricolor, quando eu vi a comemoração da torcida do São Paulo, com confete, serpentina, talco e aquelas bandeiras numa linda combinação de cores, foi amor à primeira vista.
O jogo foi 1x1 (Leivinha para os porcos e Muricy para o São Paulo) e no gol do Tricolor fiquei só olhando - maravilhado - a festa da torcida. Por dentro, comemorei o gol.
Depois daquele dia, virei casaca gloriosamente e não fui assistir mais nenhuma partida do porco com meu tio. hehehe

Quando teve a invasão dos gambás do Maracanã em 1976, fiquei também bastante comovido e identificado com a situação. Confesso que fiquei balançado. Mas foi coisa passageira e contra o Inter já me peguei torcendo contra eles em nome da rivalidade.

Marcão disse...

Do jeito que vai, a influência de pai ou mãe ganha no primeiro turno...

Fernando Cesarotti disse...

Não há nenhuma explicação lógica para ter crescido palmeirense nos anos 80, a não ser uma ligação familiar muito grande com tios e primos palmeirenses - um dos quais viria a ser padrinho. Meu pai é "são-paulino não praticante", declaradamente torce pelo glorioso São Bento de Sorocaba, e eu acabei indo para o lado verde da Força, vendo meu time ser campeão pela primeira vez aos 15 anos.

Anônimo disse...

eu fui por pai, mãe, padrinho, cidade, jogo inesquecível, título inesquecível, festa da torcida no estádio, etc.

já minha senhôra torcia pros poodles, inclusive foi a um monte de jogos quando eles foram campeões brasileiros em 2001.

mas mesmo amargando uma segundona comigo em 2006 e 2007, virou Coxa de 4 costados.

Juliano disse...

Sou Palmeirense como meu pai, so fanático pelo verdão e também minha esposa maravilhosa.

E para o Sãopaulino que disse que foi ver o jogo do Palmeiras x SP e virou saopaulino por ver a torcida com "confetes e serpentinas" humm... depois não sabem pq são chamados de bibas hahahahaha.

Anônimo disse...

No meu caso, foi por causa de um jogo do São Paulo contra o Flamengo em 92, que eu estava assistindo na casa de uns amigos. Segundo jogo da final da Super Copa, o primeiro tinha sido empate por 2x2 no Maracanã, e ao final do primeiro tempo no Morumbi, o Falmengo ganhava por 2x0.
Perguntado no intervalo se achava isso uma surpresa, o atacante Renato Gaúcho, que já tinha uma boca grande desde aquela época, desatou a falar que não, pois estava jogando no maior time do mundo...
Fiquei tão irritado com a falta de humildade que torci fervorosamente pro Sampa virar o jogo. Resultado: o tricolor empata em 2x2 e ganha nos pênaltis.
E desde aquela época o Renato Gaúcho não aprendeu a manter o bico fechado.

Anônimo disse...

Sou Bugre de sangue verde...
por família e por aldeia !!!

Sou criado sabendo que torcedor de verdade é forjado dentro do estádio...a cada domingo de sol ou quarta feira chuvosa... apesar de odiar o rival do glorioso Guarani Futebol Clube respeito muito mais estes torcedores do que os chamados "Glory Hunters" que acabam torcendo para times da capital devido a uma sequencia de titulos mesmo sem nunca ter ido ao estádio ou ido poucas vezes...
Estes jamais vão saber oque é comparecer ao estádio tdo fds e encontrar velhos amigos que só se encontram quando o time de coração vai a campo...