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quarta-feira, fevereiro 04, 2009

E o técnico adversário era Nelsinho Baptista...

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Outro dia abri um livro dos tempos de adolescência e, como marcador de página, estava o canhoto do ingresso da primeira partida que assisti no Morumbi. Hoje faz exatamente 22 anos que isso aconteceu: em 4 de fevereiro de 1987, meu pai me levou ao estádio para assistir a vitória do São Paulo por 3 a 0 sobre a Internacional de Limeira, na segunda partida decisiva das oitavas-de-final do Campeonato Brasileiro de 1986. Vencemos com um gol do Careca e dois do Silas (foto). Que timaço! O técnico do Tricolor era Pepe, que havia levado a mesma Internacional de Limeira, no ano anterior, a ser o primeiro clube do interior a conquistar o Campeonato Paulista, numa decisão contra o Palmeiras. E Pepe venceria o Brasileirão com o São Paulo, derrotando o Guarani na emocionante final. Nesse jogo que presenciei no Morumbi, vejam só, o técnico da Inter de Limeira era ninguém menos que Nelsinho Baptista...

Mas aquela quarta-feira ficará marcada não só pela partida do São Paulo. Eu tinha 13 anos e não conhecia a capital, de onde havia saído aos três anos e posto os pés, pela última vez, aos sete. Meu pai estava reunindo a documentação para a aposentadoria e, nos tempos pré-internet, isso tinha que ser feito diretamente nas empresas (pois a carteira de trabalho dele havia sido roubada). Pra mim, capiau de Taquaritinga, tudo era novidade: foi a primeira vez que vi uma Pepsi na vida e também uma loja do McDonald's, onde meu pai teve a sabedoria de não me levar. Conheci o centrão de São Paulo, os camelôs, o trânsito infernal. Comprei dois discos dos Beatles que não fazia a menor ideia de que existiam. Quando bateu o cansaço, meu pai me levou ao metrô para dormir em várias viagens de uma estação final à outra da linha azul. No final da tarde, pegamos um ônibus que levou mais de uma hora até chegar ao estádio. Aquele jogo atraiu um público pagante de 34 mil pessoas. Infelizmente, só pudemos assitir o primeiro tempo (e o primeiro gol, acho), pois tínhamos que pegar o último ônibus no Terminal Tietê. Mas não me esqueço daquela aventura - e está aqui o post para comprovar.

6 comentários:

Glauco disse...

Primeira ida ao estádio é sempre emocionante mesmo. Fui na Vila a primeira vez aos sete anos, assistir a uma partida contra a Ponte, 2 a 1 pra nós. Lembro de muita coisa desse dia, até do mistinho e do refrigerante que comi após a partida...

Mas Marcão, a estação Tucuruvi não existia nessa época, rapaz!

Marcão disse...

Muito bem observado - e já corrigido. Faço a ressalva, apenas, de que essa não foi a primeira vez que fui a um estádio, mas sim ao Morumbi. O primeiro jogo profissional que lembro de ter assistido foi do Clube Atlético Taquaritinga, no antigo estádio Antônio Storti. Acho que era o Paulista da extinta Terceira Divisão ou coisa parecida (o adversário não há hipótese de lembrar). Eu tinha uns 4 ou 5 anos e, entediado, pedi para ir embora no segundo tempo. Meu pai me levou, puto da vida por não assitir o fim do jogo. Mas não deve ter perdido grande coisa, não...

Olavo Soares disse...

Sensacional. Uma coisa que me culpo fervorosamente é de não ter guardado os canhotos dos ingressos daqueles tempos. Eu teria várias preciosidades em casa...

Fabricio disse...

Eu teria o canhoto de Palmeiras 2x0 Goiás pelo Brasileiro 89, gols de Édson (lateral-direito) e Toninho Cecílio.

Maurício Ayer disse...

Eu teria o da final do Paulista em que a Democracia Corintiana derrotou o São Paulo no Morumbi, em 83 (ou 82?). Eram tempos de final de ditadura, e ver Casagrande, Sócrates, Vladimir levantando faixas de incentivo ao voto consciente tinha um significado simbólico muito grande em minha casa, e eu era um aguerrido militante de uns seis, sete anos. Fomos eu, minha mãe e meu irmão mais velho, todos corintianos; nos acompanhou meu pai, que mesmo sendo torcedor do Galo e um dos maiores secadores que eu já conheci, não conseguiu segurar a vitória alvinegra.

Anselmo disse...

a primeira vez q fui no Palestra Italia foi pra ver Palmeiras e Novorizontino, 2 a 1 para o time da casa, com a virada aos 40 do segundo tempo.