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sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Os apáticos e os ansiosos. E Leo.

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Ontem o Santos voltou a apresentar problemas similares aos das suas apresentações anteriores. A falta de padrão tático, com mudanças no posicionamento dos jogadores a cada instante, pode até ser atribuída ao início de temporada e ao desentrosamento natural de um time ainda em fase de ajustes. Mas o que preocupa é o comportamento desigual dos jogadores em campo. Oscilam da apatia à ansiedade com muita facilidade, deixando evidente que o treinador Márcio Fernandes vai ter muito trabalho para nivelar esse grupo.

Vejamos: ali na Vila tem a turma do Lexotan. Parece que entram sonados na partida, dispersos, parecem devanear pensando na crise econômica, em um filme do Bergman ou em livro do Proust. Lúcio Flávio é o símbolo desse grupo. Ontem, de novo não fez uma boa partida, cadenciando demais o jogo, evitando procurar os lances agudos. Rodrigo Souto foi outro que se mostrou fora de sintonia, errando passes fáceis e cometendo faltas desnecessárias, bem longe das suas grandes apresentações. Triguinho, outro nobre exemplo dessa trupe, nem no banco sentou, deixando o torcedor aliviado. Pode ser que o problema seja de falta de preparo físico, mas o estreante Leo também não está na sua plena forma e mesmo assim impressionou pela disposição. Ok, ok, o Leo não conta...

Existe também o grupo do fio desencapado, elétrico demais e que não deixa muita esperança de que vá resolver. Ao contrário, a torcida é para que não faça nenhuma bobagem comprometedora. Pará, ontem, era o retrato disso, a ansiedade em pessoa. Afoito, protagonizou o último lance do jogo, uma estúpida falta que resultou em sua expulsão e comprometeu o Santos para o clássico, já que o time havia perdido por contusão o titular da lateral-direita, Luizinho. Madson, apesar do passe para o segundo gol (valeu, zaga do São Caetano!), correu mais do que o necessário, pra variar. Em boa parte às vezes, foi pouco objetivo. Pode ser que o problema seja falta de adaptação ao elenco ou ao time titular. Bom, mas o Leo estreou ontem e parecia que nunca tinha deixado de jogar no Santos. Ops, esqueci que não dá pra utilizá-lo em qualquer comparação...







Equilibrado mesmo, tranquilo e preciso, mas também rápido quando exigido, foi o meia Róbson, que entrou no lugar de Lúcio Flávio. Se a torcida discutia se a equipe titular devia ter o ex-botafoguense ou o colombiano Molina como camisa 10, Márcio Fernandes tirou o jovem meia da cartola. Resultado: ele fez os dois gols que asseguraram a vitória santista. Méritos para o treinador, que ainda está na corda bamba e depende de um bom resultado no clássico contra o Palmeiras.

E precisa avaliar a volta do Leo? Se sim, só resta dizer: como é bom ver alma naquela camisa branca depois de tanto tempo...

8 comentários:

Anselmo disse...

Acho um absurdo associar Lexotan aos filmes do Ingmar Bergman ou de Proust.

No caso do escritor francês, se tivessem tal inspiração, estariam correndo atrás do tempo perdido. Ou talvez pensando nas carolinas e na saudade da mãe, o que não seria muito adequado para uma partida de futebol. Mas não tem nada a ver com Lexotan.

Vinicius Grissi disse...

Ótimo post.

Início de temporada é assim mesmo. Aos poucos, o time do Santos vai se encaixar. São muitas caras novas. Só não dá para esperar mais que isso do Mádson. A bola dele é essa mesmo: abaixar a cabeça e correr.

Anônimo disse...

Glauco,

Esse é o Madson.
Ele foi o melhor do Vasco ano passado.
Conseguiu isso por essa característica peladeira de ser.
Em um time horroroso como o CRVG de 2008, um cara fominha e raçudo se destacou.
Mas acho que para um time com maiores pretensões, que seja arrumadinho, ele não emplaca. Pelo menos como titular.

****
Lucio Flávio é a antítese do Madson. Parece mesmo engrenagem em uma máquina. Está ali para fazer funcionar. Mas ainda assim me emputece um pouco também, porque se for depender exclusivamente dele, o time não anda.
Eu não achei boas essas contratações do Santos.

Marcão disse...

Tomara que, como confia o De Marcelo, os clássicos salvem esse campeonato.

Fabricio disse...

Que jogão deve ter sido, hein? Os melhores momentos começam aos 41min de jogo.

Glauco disse...

Fabricio, a edição do Globo Esporte foi tosca. A 2 minutos de partida o Santos acertou uma bola que bateu na trave esquerda e depois na direita, lembrando o trauma do jogo contra o Ituano. Pará também salvou o time duas vezes em duas finalização do Azulão. Nada disso está no vídeo. Acho que bateu uma preguiça nos caras que fizeram os melhores momentos...

Maurício Ayer disse...

Anselmo, não são carolinas, mas madeleines os famosos biscoitos do Proust.
De fato, Bergman é chato. Não conheço tudo, mas do que eu conheço acho que o que mais gostei foi "Fanny e Alexander", que não tem pentelhações psicanalíticas. Mas não se iludam com os supostos devaneios do Proust, não tem nada de dispersão neles. São o oposto, altíssima densidade.

DJ Bruto disse...

Grande Leo. Deixou muitas saudades nos adeptos do meu Benfica. Toda a sorte do mundo para ele. Um Profissional com P muito grande.