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domingo, março 29, 2009

Seleção à altura de seu técnico

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Podem falar de altitude, podem falar de dia ruim, podem falar de qualquer coisa. Mas nunca em 30 anos acompanhando a seleção brasileira (minúsculas mesmo) vi um time ser tão acuado por um adversário. 


E qua adversário era esse? A Holanda de 1974? A Argentina de Maradona? A França de Zidane? Não, era o Equador de Valencia.

Obra e criador merecem um prêmio por este ponto conquistado por uma das maiores atuações de um goleiro que vi nesse mesmo tempo de futebol.  Júlio César foi um bravo, fez milagres enquanto pôde.

O problema é ter o técnico brasileiro reduzido o futebol brasileiro à sua altura. A selecinha do anão depende de seu goleiro para não tomar de 10 do Equador. De dez, sim. Porque foram mais de vinte finalizações do time de amarelo, com quanse metade defendida pelo goleiro da Internazionale.

Tanto que o Equador, até pela cor, parecia ele sim aqueles times do Brasil que até perdiam, mas jogavam futebol. Este...

Depender de um gol de sorte, em contra-ataque de Julio Baptista, para empatar com o Equador dá a medida de onde chegamos... Fora, Dunga... Fica, Júlio César...

14 comentários:

Saulo disse...

Acho que foi o pior jogo da seleção que já vi.
Não jogou como time pequeno e sim como time de roça.
Esse empate foi uma goleada para o Brasil.
Temos que dá os parabéns para o craque Júlio César.
Se não fosse ele o Brasil ia levar uma cacetada histórica.

Thalita disse...

pelo menos a gente tem alguém pra pedir pra ficar...

fredi disse...

O pior, Thalita, não sei se vc viu o jogo, mas ninguém fora o goleiro jogou bem.

Fico até com pena do Hernandes, do Nilmar, Léo Moura e outros que estão no Brasil e não são convocados...

Ser pior que Gilberto Silva, Felipe Melo, Josué, Luisão...

A sugestão é que os que estão no Brasil se transfiram para qualquer time da quinta divisão da Grécia, da Turquia, da Rússia, sei lá... Daí entram no esquema, quer dizer, serão convocados.

Thalita disse...

vi a segunda metade do segundo tempo. Tem uns esquemas de assistir a globo pela internet. A qualidade é ruim, mas dá pra acompanhar.
ah sim, e que rabo do Julio Baptista... primeiro lance e gol...

Maurício Ayer disse...

Acho que o Dunga é um iluminado. Só pode ser. É um imbecil iluminado, pra ser mais preciso. Ele deve ter ouvido um recado de algum anjo torto que calhou de gostar dele, e colocou o Julio Baptista só pra fazer o gol. A seleção estava um lixo, e continuou sem jogar nada. Ou seja, a substiuição não fez mais que confirmar a incapacidade técnica do anão. Mas mesmo incapaz ele pôs o cara, ele entrou e fez o gol naquela hora exata.

Pelo menos o Equador fez o golzinho deles, pois seria muito injusto ganhar nessas condições, eu ficaria constrangido.

E o Robinho ainda me fala no final do jogo: "Saímos na frente, uma pena, acabamos entregando no final..."

Fabricio disse...

Pior que o Dunga ainda vai falar que mexeu em cheio no time. E que o empate foi apenas um vacilo no final.

Se ele ficar pra Copa (e se o Brasil se classificar, vai saber...) corremos o risco de não passar de uma primeira fase com Costa do Marfin, Chile e Polônia.

Marcão disse...

Acho que existe um certo exagero, pois, com Lazaroni, Parreira e Zagallo, eu vi a seleção jogar muito pior que ontem várias e várias vezes. Brasileiro tem memória curta, mesmo.

Que o Dunga não é técnico - nem aqui e nem no Zimbábue - e que o time que ele convova e escala nunca é o melhor que temos, todo mundo sabe. Porém, se tivesse ganho, o sufoco que o Equador impôs seria esquecido em uma semana. Com o empate, será esquecido em 20 dias.

Mas vamos aos fatos: Ronaldo Gaúcho não merece nem banco de reservas (grande novidade!); Elano fez sua pior partida com a camisa da seleção; Luís Fabiano perdeu gols imperdoáveis; Felipe comprovou que, no Brasil, é só elogiar que o cara cai de produção; os dois laterais não fizeram NADA de útil; Luisão e Lúcio, na zaga, são uma temeridade.

O jogo me pareceu previsível: o Equador já tinha anunciado que ia sufocar desde o início e o Brasil sinalizou desde o apito inicial que ia jogar no contra-ataque (e foi assim que fez seu gol). O que ficou nítido é que, completamente envolvido no meio-campo (Gilberto Silva e Felipe bateram cabeça e discutiram várias vezes; Ronaldinho não existe) e com laterais inoperantes, o Brasil levou um sufoco histórico na defesa e só não foi goleado por causa da má pontaria equatoriana e da estupenda fase de Júlio César.

Neste cenário tenebroso, o time de Dunga caiu para 4º na tabela de classificação e ninguém, em sã consciência, dá sua classificação como favas contadas. Parabéns ao Ricardo Teixeira. Talvez ele consiga convencer o Felipão ou algum outro "salvador da pátria" quando faltarem duas ou três rodadas para fim da Eliminatórias e o Brasil estiver na 6ª posição...

Anselmo disse...

Um absurdo praguejar que Dunga seja técnico no Zimbábue. O Estado já é considerado falido por lá, não precisa de mais incentivos!

Piadas à parte, concordo com o Marcão de que outros jogos péssimos já foram protagonizados pela seleção brasileira. O ranking, claro, é mais subjetivo. Cito até a partida de Brasil e Paraguai pelas Eliminatórias em que o time do próprio Dunga perdeu por 2 a 0 pro Cabañas.

É claro que é beeeem deprê discutir qual foi a pior apresentação de um time.

Aliás, alguém aí entendeu o título do Olé sobre o jogo do bRaisl? Culio César. O lide é mais fácil de entender: "Claro, herido en lo más profundo, el equipo de Dunga se mofó de los 2.850 metros de altura, jugó en Quito como si fuera en una playa de Río de Janeiro, tiqui tiqui por aquí, folha seca por allá, cambios de frente al pie, ¿quién dijo que la pelota no dobla?"

Glauco disse...

Concordo com o Marcão no que diz respeito ao exagero, e discordo a respeito das favas contadas. o Brasil vai se classificar pra Copa e com certa facilidade, aposto com quem quiser.

Mas o curioso é que parece que a seleção começou a jogar mal ontem. Desde que acompanho futebol vi campanhas grotescas, tirando a de 82, quando ganhou de galinhas mortas, da Argentina, e perdeu pra uma seleçãozinha meia-boca que nem a da Itália, jogou mal em 86; foi ridícula em 90; e ganhou Copas sem brilho (94) e com apito amigo (2002).

Fora as Copas, tem vexames como a partida contra a seleção da Úmbria (combinado de jogadores da terceira divisão italiana), uma derrota estapafúrdia em 90; ou a derrota para Honduras, em 2001. Na ocasião, o técnico brasileiro falou que "Não esperávamos isso, mas não é nenhuma vergonha perder para Honduras". O comandante era Luiz Felipe Scolari.

fredi disse...

Camaradas, óbvio que já vi jogos horríveis da seleção brasileira e derrotas vexaminosas. O que nunca vi foi a seleção tão acuada, com o goleiro tendo de fazer meia dúzia de milagres para não tomarmos uma goleada histórica.

Não é apenas jogar mal, o que, pior, já estou me acostumando. É ter o adversário finalizando quase trinta vezes contra 3 do Brasil.

Alguém se lembra de algo parecido?

Acho que também vai se classificar etc. Mas creio que descemos mais um ponto na escala quanto pior melhor.

Pedro Alencastro disse...

Para quem continua idolatrando esses babacas da seleção (quando os brasileiros vão aprender que nossa seleção nem sempre será a melhor?) segue um texto muito interessante:

* Por Fernando Martins

Nada é mais deprimente do que a Seleção Brasileira. Não pelo futebol, mas pelos seus protagonistas. Desculpa a expressão, mas é uma chinelada. É a cultura da indolência, do antiprofissionalismo e da falsa malandragem. As atitudes dos jogadores na suas vidas pessoais são o retrato mais fiel do espírito de proteção e da puxação de saco infantil protagonizada por dirigentes, torcedores e setores da imprensa (TV Globo e SporTV).

Robinho é um exemplo. Mora em Manchester, uma cidade portuária, que sofreu terrivelmente com o desemprego na era Thatcher, mas hoje é uma cidade próspera, "cult" entre os "modernos" e "descolados" ingleses. Pois, em vez de aproveitar esse clima cultural da cidade, Robinho vai a uma boate de terceira categoria, freqüentada por gente de quarta categoria num bairro célebre pela prostituição e tráfico de drogas, principalmente originárias do Leste Europeu. Dirigindo um Lamborghini. Na sua última "good time" noturna no Rio, ele e Adriano, aquele que tem problemas com álcool e é amigo de traficantes no Rio de Janeiro, farrearam por 12 horas, numa festa com travestis. Nem vou falar naquele episódio do helicóptero fretado por Robinho, pousando num campo da Granja Comary, levando seu sorridente e atrasado locatário. Ridículo, no mínimo.

O problema? Tentar crescer um pouco intelectualmente virou sinônimo de "máscara". Para eles, apenas amadurecer mentalmente já é "máscara". Ou se é um alienado religioso feito Kaká, metido com aquele casal, dublê de bispos e vigaristas, ou se é um babaca que só quer saber de pandeiro e cavaquinho. Aliás, pelo interesse que esses jogadores, porque são jogadores, não atletas, tem pela música, melhor fariam largando o futebol e montando um grupo de pagode. A dedicação a batucada é total, ao esporte que banca seus Lamborghinis e travestis, nenhuma.

É muita chuteira colorida, brilhante na orelha e trancinha no cabelo. É muita infantilidade, malandragem pré-adolescente. E o pior, o treinador, marcador implacável quando jogador, parece não mandar em nada. Com a imprensa ele vira o Dunga capitão, é feroz, olha nos olhos, vira bicho. E com seus subordinados?

Me lembro de velhos malandros. Que faziam muita festa, mas pelo menos tinham estilo. Renato Portaluppi não fechava sítio no subúrbio para farrear com travestis, frequentava a boate da moda, sempre com belas mulheres, Luma de Oliveira era uma delas. Era só entrar e ver. Paulo César Caju era "habitué" da noite de Monte Carlo, quando jogava no Olympique de Marseille, jantava com Grace Kelly e o Príncipe Rainier. Depois parou de jogar e regrediu, caiu no pó. Hoje, Robinho é acusado de estupro numa boate bagaceira de Manchester. Anos atrás, se comentava que Falcão teria um caso com Ursula Andress. Pelé era visto com atores de cinema no famoso Studio 54, em Nova York, quando jogava no NY Cosmos. Adriano patrocina baile funk para péssimas companhias. David Beckham, que todos adoram colocar em dúvida suas preferências sexuais, nunca foi visto com travestis. É visto sim com Victoria, a Posh Spice, em desfiles de moda e restaurantes elegantes. Seus amigos? Tom Cruise. Sabe-se que Robinho e Ronaldinho são pais e suas esposas são mantidas no ostracismo para não expor a intimidade delas. Claro, isso é o depoimento politicamente correto, mas quem não quer expor com quem teve filhos são eles. Quem não quer passar por constrangimentos, são eles.

Para eles, o negócio é carro, festa decadente e pagode. Ter uma bela mulher, como o Roger, que casou com a Deborah Secco e frequentava teatros, cinemas e bons shows é "máscara". O negócio é manter as péssimas amizades, aquelas que só querem sugar, verdadeiros parasitas, dar escândalos e fazer palhaçadas mundo afora. E umas trancinhas novas no cabelo de vez em quando. Aquele fogo da vitória, o prazer de ter aquela fera dentro de si, querendo explodir pelo prazer de vencer, pelo amor ao que faz, seja onde for, no Brasil, na Inglaterra, na Alemanha ou nas Ilhas Salomão, é papo de motivador, é um pé no saco que atrasa a hora do pagode.

Por isso a Seleção Brasileira, para mim, é feito água: inodora, incolor e insípida. Um pé no saco.

Maurício Ayer disse...

Eu concordo mais com o Fredi. Não me lembro de ter visto a seleção tão inerte em campo. Sem dúvida já jogou muito mal, mas nunca vi uma seleção que não ataca, não marca, não arma, não acerta passe, não acerta chute, quando chuta... E o pior é que, nominalmente, boa parte dos jogadores ali não são ruins.

Glauco disse...

Pedro, sinceramente, o texto do tal Fernando Martins é sexista, homofóbico, racista e elitista. Qual o problema do cara ir em uma festa que tem uma (1) travesti? Por acaso é melhor adotar uma política segregacionista, um apartheid para transexuais? Também não entendi o que é "gente de quarta categoria". Qual o critério pra alguém ser de primeira categoria?

Também não vejo vantagem nenhuma de jantar com qualquer membro da realeza de Mônaco. Nem de ser amigo do Tom Cruise ou de ser marido da Victoria Spice Girl. Sinceramente, falta bar ao autor. E sobram delírios de grandeza.

Marcão disse...

Segue abaixo um texto mais lúcido:


O QUE QUEREMOS DA SELEÇÃO?

Luiz Zanin
("O Estado de S.Paulo", 31/03/2009)

Essa pergunta foi feita um dia por minha mulher: "Mas, que diabos vocês tanto exigem da seleção?" Não me lembro direito do contexto. Suspeito que tenha sido durante a Copa de 2006, num daqueles jogos que a seleção venceu sem convencer e avançou... rumo ao desastre.

O "vocês" que ela me jogava na cara se referia tanto a "nós", da crônica esportiva, como a "nós", gênero masculino em sua totalidade, a tal torcida brasileira, conhecida pela intransigência com a seleção.

A certa altura da partida, em que a canarinho jogava particularmente mal, e era cada vez mais criticada pelo comentarista do canal em que assistíamos ao jogo, ela, em desespero, pediu, ou antes, ordenou: "Muda para o Galvão, pelo amor de Deus!" Garantia de ufanismo, torcida incondicional.

Mas diante de certas exibições da seleção brasileira, nem todo o ufanismo do mundo parece capaz de tapar o sol com a peneira.

Domingo foi um desses dias. Foi tão ruim que, em tema controvertido como o futebol, chegamos a raro consenso: não fossem a falta de pontaria dos equatorianos e a grande atuação de Julio Cesar, a seleção teria sido humilhada com uma goleada histórica.

Jogar mal é da vida. Agora, jogar de maneira covarde, como time pequeno, é outra.

Claro que é uma questão tática e também técnica: o que fazem certos jogadores com a camisa da seleção brasileira? E de que adianta colocar Ronaldinho no meio de campo, se ele se esgueira durante o jogo como uma sombra de si mesmo?

Há tudo isso. Mas há também uma questão de atitude, de orgulho próprio, de mínimo compromisso com o passado daquele time.

De modo que volto à pergunta: o que esperamos da seleção? Durante um bom período, esperamos muita coisa: títulos e bom futebol. Afinal, no Brasil, tínhamos certeza, jogávamos o melhor futebol do mundo.

E, escolhendo os melhores entre os melhores, não havia como dar errado. Tivemos algumas desilusões, é claro (1966, 1982) que atribuímos a fatores vários - má administração, salto alto, o peso do destino, etc.

Depois o futebol mundial mudou e, com ele, a seleção. Tornou-se cada vez mais distante, os jogadores passaram a ser estranhos com quem convivíamos (pela TV) durante as Copas. Mesmo assim, houve uma sequência memorável: campeões em 1994, vices em 98, campeões de novo em 2002.

Depois veio 2006 e estabeleceu-se um patamar mais baixo de expectativa. De tudo o que aconteceu na Copa da Alemanha, dos preparativos aos jogos em si, ficou uma imagem de desleixo, de descompromisso, de predomínio da filosofia do "não estou nem aí".

Dunga, em tese, veio para corrigir esse rumo. Tornar o time pelo menos aguerrido, brigador, orgulhoso de si. Não conseguiu.

Como, aliás, seria de se prever, pois esse tipo de atitude mental não está disponível no mercado, não chega por decreto e nem se compra com cartão de crédito. É fruto de determinadas circunstâncias, históricas talvez. Em síntese: ou se tem, ou não se tem. E ponto.

Já quisemos muito da seleção: show de bola, com jogadas geniais, criativas, de encantar o mundo. Já quisemos títulos, grandes conquistas, partidas memoráveis, daquelas que entram para a história do esporte.

Hoje, diminuímos muito nosso nível de exigência. Queremos talvez um pouco de vergonha na cara. Por exemplo, jogar de igual para igual contra uma "potência" como o Equador. E nem isso estamos obtendo. Melhor desistir de vez.

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