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segunda-feira, abril 27, 2009

O guarda, o cachorro e a jogada ensaiada

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Forçado a fazer uma visita rápida a Taquaritinga no fim de semana, para o tratamento de canal de um dente (o valor, somado às passagens de ônibus, saiu por menos de um terço do que tentaram me cobrar na capital), me aventurei em mais uma partida da Série A-2 do Campeonato Paulista. No sábado à noite, o CAT (Clube Atlético Taquaritinga) recebeu, no estádio Taquarão, o Atlético Monte Azul, sensação do campeonato. Resultado óbvio: 3 a 0 para os visitantes, que se classificaram para essa fase final em primeiro lugar (o CAT foi o oitavo). Bem montado, o Monte Azul passeou em campo e deu a impressão de que, se quisesse, poderia ter ganho por 5 ou 6 gols.

Já o Taquaritinga, protagonista de um vergonhoso episódio de atraso de salários, é um time desarticulado, sem laterais, sem meio campistas e com o centroavante jogando isolado na bandeira de escanteio. Seu técnico foi demitido às vésperas do jogo - dizem que um diretor do Monte Azul alertou que ele estava tentando vender o resultado. E o novo treinador veio da Ferroviária, que caiu para a Série A-3 (muito animador esse detalhe). O primeiro chute do CAT no gol adversário ocorreu aos 30 minutos do segundo tempo. O responsável foi o atacante Caconde, que havia acabado de entrar. A torcida o chama carinhosamente de "Caca" - daí, dá pra ter uma ideia da situação... Aliás, o melhor de ir ao estádio assistir esses "jogos perdidos" é ouvir as pérolas sonoras que a arquibancada atira aos porcos. Dois corneteiros me chamaram a atenção pela criatividade: o Mané Biela, que exerce a promissora profissão de amendoinzeiro (em bom taquaritinguês, pronuncia-se "minduinzêro"), e o manguaça oficial Zé Bundinha:

- Isso aí não foi falta, não! Os jogador (sic) do CAT tão caindo é de fome!

- Olha lá, jogada ensaiada: quando o CAT bater o escanteio, é só o guarda soltar o cachorro no pescoço do goleiro do Monte Azul!

- Ainda bem que o alambrado fica longe do campo, senão a gente não ia aguentar o bafo de pinga dos jogador (sic) do CAT!


Ps.: Falando em mé, ouvi o seguinte diálogo no metrô, em meu regresso à paulicéia desvairada:

- Ô, Regina, quem era aquela moça que chegou no final do almoço? Como fala, hein!

- A Gilda? Putaquipariu! De cada dez coisas que ela fala, oito são cachaça!

- É mesmo, só fala em cachaça. Ela é legal!

6 comentários:

Nicolau disse...

A moça da foto ao lado é a Regina, a Gilda ou a interlocutora sem nome?

Glauco disse...

Também aguardando explicações sobre a foto ao lado...

Marcão disse...

Me lembra uma das primeiras músicas dos Novos Baianos: "É ferro na boneca/ É no gogó, neném".

Cassol disse...

Acho que o Brasil inteiro quer detalhes sobre a moça da foto.

Marcão disse...

Pela cara do idoso, a paisagem frontal também devia chamar a atenção...

Rafael disse...

Que maravilha!

O paulista aqui do trabalho tem razão, o metrô de SP é melhor que o do Rio.