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terça-feira, abril 28, 2009

Os azares dos tempos modernos

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Deu no UOL (e em mais um monte de lugares): Atlético-PR demite funcionário responsável por gafe no site oficial. Como mostra a imagem abaixo, a lambança do empregado do rubro-negro do Paraná foi soltar na internet uma matéria que falava do título estadual que o clube conquistou no domingo passado, dia 26... título este que não ocorreu, já que o Coritiba venceu o rival por 4x2 e adiou a decisão para a próxima rodada.


A gafe do Atlético foi descoberta no próprio domingo, antes do jogo. Segundo circula na internet, por volta do meio-dia a notícia foi colocada no ar e começou a ser divulgada informalmente pelos usuários da rede. Antes de ser retirada da página, foi impressa e, como esperado, serviu como fator motivador para o Coritiba - o técnico Renê Simões mostrou o texto aos seus jogadores, para mexer com o brio dos atletas.

A reação indignada chega a ser cômica. Muitos falam de "desrespeito", "despreparo", e a própria demissão do funcionário sugere que o Atlético concorda com essa avaliação. Não que eu não ache que o rapaz tenha pisado na bola, mas, na boa: seu erro pode ser muito mais classificado como "burrice" do que "soberba" ou outra coisa parecida.

Quem é do jornalismo sabe (e quem não é, deduz): sempre que se tem um evento previsível pela frente, uma boa medida é antecipar o trabalho. Escrever um texto sobre o assunto, destacando os fatos de um "pode ser" provável; e depois, basta ajustar um ou outro detalhe para que a tarefa esteja concluída.

Exemplos célebres disso no jornalismo são as mortes iminentes de famosos. Como o ocorrido com o papa João Paulo II, que permaneceu dias e mais dias agonizante até seu falecimento definitivo em 2005. Quem aí acha que tudo o que foi publicado após o falecimento do pontífice só começou a ser produzido depois que o velho efetivamente bateu as botas?

A questão é que o funcionário do CAP deu um baita azar de viver em um tempo em que as pisadas na bola repercutem mais do que nunca. Aí, só resta mesmo ao cidadão lamentar o que fez e ter boa sorte na hora de arrumar emprego...

4 comentários:

Glauco disse...

É interessante lembrar que o Uol deu a morte do Mário Covas antes dela acontecer. Mas, de qualquer forma, no futebol um erro desses é complicado de segurar.

Anselmo disse...

o jp ii morreu depois de mto jornal que tinha preparado caderno especial pra sua morte. outro especialista nisso é fidel castro.

mas esse papo de demissão é genial, pq poe a culpa na ponta e ninguem nem tem como saber se alguem de fato foi mandado embora e menos ainda se o defenestrado era mesmo o responsável pela pisada na bola.

Marcão disse...

Quando o Ulisses Guimarães morreu, a notícia só foi confirmada à noite, quando o jornal Tribuna Liberal, de Sumaré, já estava quase sendo rodado. A única coisa que pôde ser feita foi a troca da manchete, com a notícia constando apenas na capa. Porém, como ninguém sabia que o helicóptero tinha caído em mar aberto e o político jamais seria encontrado, o texto da capa do jornal terminava com a seguinte sentença: "O corpo está sendo velado em Brasília". Mas ninguém foi demitido.

Fabricio disse...

Em 1993, um dia antes do segundo jogo da decisão contra o vitória pelo brasileiro, a Gazeta Esportiva publicou um "Palmeiras CAMPEÃO" em letras garrafais.

Claro que isso foi usado na preleção do Vitória, porém ali não tinha a mínima chance da zebra rondar.

Muito do ódio dos palmeirenses pelo chico lang vem deste episódio, pois ele teria sido o responsável não só pela manchete, como pela estranha entrega do jornal no hotel onde o vitória estava concentrado.