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quinta-feira, abril 09, 2009

Sobre o Sport, a vitória mais importante da temporada

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Como um poema de João Cabral de Melo Neto precisava ser construído e trabalhado para se formar, a vitória do Palmeiras diante do Sport foi erguida a partir da marcação determinada. Na primeira partida em que a defesa alviverde se comportou realmente bem na temporada – bobeou em dois lances – veio a vitória mais importante da temporada até agora.

Como um auto de Ariano Suassuna, a Providência funcionou a favor do time paulista, que marcou nos momentos certos, quando o Sport crescia no jogo. Desacreditado por muitos, o Palmeiras segue vivo e com esperanças na Libertadores.

Bela vitória
O adversário vinha com força. Eram 25 partidas sem perder. Em seu estádio, a Ilha do Retiro, foram 20 sem derrota. Duas vitórias brilhantes no torneio continental. Uma parede sólida a ser transposta que ainda tinha, como obstáculos, o calor e a pressão da torcida e o fato de não ter somado pontos na Libertadores da América. Desde 2003 não havia vitórias para o Palmeiras. Vanderlei Luxemburgo fazia tempo que não superava Nelsinho Baptista – que continua com mais vitórias.

Durante a semana, o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo esteve com os jogadores no centro de treinamento para dizer que o mundo não acabaria na quarta. Alguns jornais deram a entender que isso valia apenas para o caso de uma derrota. Sei não. Antes do apito inicial, o mundo acabava hoje mesmo. Mas o sentido da frase era mais amplo. Mesmo com a vitória, nem o mundo, nem a temporada, nem a cobrança da torcida e dos críticos acaba. Faltam três vitórias em três jogos – ou quase isso – para que estes 2 a 0 na Ilha do Retiro sejam de fato relevantes.

Só precisa repetir
Um começo nervoso, mas tudo se acertou. Danilo, Maurício e Edmilson não bateram cabeça. Marcos pegou muito. Pierre foi muito bem. Mesmo Fabinho Capixaba, cuja lateral foi exploradíssima por Ciro e Dutra, não comprometeu. A única boa partida da zaga. Apesar da retranca assumida sem constrangimento no segundo tempo, o Sport não conseguiu manter, em nenhum momento, uma situação de pressão plena depois do primeiro gol.

A vitória é muito mais relevante para o Palmeiras do que a derrota para o Sport. É claro que por se tratar da fase de classificação, para um time que vinha invicto e deve ser tetracampeão pernambucano, o revés está longe de representar risco efetivo para o time. Isso aparentemente reduziu a determinação do rubro-negro de Recife. A celeuma envolvendo a troca de arbitragem ficou claramente diminuída.

Diego Souza foi monstruoso no segundo tempo. Antes do gol, ele teve um chute defendido brilhantemente pelo goleiro Magrão. Com arrancadas, era a única esperança dos visitantes de segurar a bola no ataque. E de construir jogadas que levassem perigo. Bem que ele avisou, no fim de semana ao fazer o gol da vitória no campeonato Paulista, que o Jogo era quarta.

A comemoração do segundo gol é impressionante. Assim como a celebração do grupo ao final da partida, as cenas dão a dimensão de como o grupo estava vendo a partida. Teria que ser topeira ou sangue de barata para não entrar como Keirrison, com o rosto vermelho de pura tensão, parecido com um hipertenso em crise de pressão alta.

O resumo do jogo é um grande "ufa!" ao mesmo tempo em que um vislumbre de uma zaga confiável em um time determinado. Precisa repetir a dose na próxima quarta-feira, em São Paulo, para confirmar a boa impressão.

6 comentários:

Maurício Ayer disse...

Aguarda, porco, prepara o azougue que a volta é do leão coroado.

Fabricio disse...

Se jogar da mesma forma na quarta-feira que vem, o resultado vai se repetir. Mas é preciso ter a mesma vontade e determinação de ontem, com certeza.

Só gostaria de agradecer publicamente à diretoria do Sport pela arbitragem. O Palmeiras marcou muito, limpo, na bola e eficazmente, mas um juiz que apitava tudo segurando o jogo ajudou. Obrigado, nenhum juiz brasileiro faria melhor, pelo contrário. Iriam torcer pro Palmeiras não vencer justamente para ninguém dizer que o tal instituto influenciava no resultado.
PS. Juiz estrangeiro? Vai ser burro assim na...

Marcão disse...

Anselmo, como ficou o placar geral de confrontos entre Luxemburgo e Nelsinho?

Glauco disse...

Acredito que o Nelsinho ainda esteja à frente...

Fabricio disse...

11x9 pro Nelsinho, porém 4x1 pro Luxa em finais.

Leandro disse...

Sem Alício Pena Júnior na Ilha do Retiro (lembrar é resistir) a situação é bem menos complexa do que muitos fizeram parecer.