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sábado, maio 30, 2009

Cervejas da Alemanha

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Buenas, companheiros: são duas da tarde do sábado mais ensolarado do ano aqui na Irlanda (segundo me dizem) e eu ainda nao descobri a forma de telefonar para meus amigos. Ja perdi 1 euro no orelhão e não quero desperdiçar outro - aliás, também não consigo encontrar os acentos ortográficos no teclado do computador e, por isso, peco aos camaradas do Futepoca que os distribuam pelo texto. Estou há mais ou menos 20 horas em Dublin e ainda não deu tempo de muita coisa além de encontrar o meu abrigo provisório, comer, dormir, tomar banho e andar a esmo pelas ruas, completamente perdido. So consegui chegar à região central, onde estou, numa lan house, depois de pedir ajuda na rua. O engraçado foi que abordei uma estadunidense de Indianapolis, Sarah, que tinha desembarcado três horas antes e estava tão perdida quanto eu. Mas fala inglês - e tem uma mapa.

Enfim, sou um alien latioamericano, sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes e vindo de onde ninguém faz ideia do que seja. Mas posso contar algumas histórias do caminho até aqui, em voos da mais conhecida empresa aérea alemã. De Guarulhos até Frankfurt, foram 11 horas aboletado na cadeira de avião mais apertada e incomoda que já enfrentei. Impossível se mexer sem incomodar os outros e só consegui dormir depois de cinco taças de vinho (muito bom, aliás, só que não consegui ver a marca). Até pensei em tomar cerveja, mas seria impossível ir ao banheiro com a devida frequência. Foi só no aeroporto de Frankfurt, onde tive de esperar quatro horas pelo voo de conexão, que pude, enfim, matar minha lombriga. E foi no simpático Goethe Bar, com uma Paulaner Weissbier, de 5,8% de teor alcoolico, servida num pint (foto) de 500 ml.

Ela tem gosto forte e meio azedo, aspecto bem denso e valeu cada centavo dos 5,80 euros que paguei. Havia outra, chamada Licher, mas era muito clarinha e resolvi dispensá-la. O bar era estilo balcão, aberto e com uma babel de estrangeiros como funcionários, como haitianos, angolanos e árabes. As pessoas chegam e pedem pelo tipo de cerveja, nao pela marca: "-Me dá uma weiss" ou "-Uma draft, por favor". Tinha um grupo de brasileiros que tentava pedir em português e nunca conseguia receber o que havia pedido, mas bebia o que viesse. Decidi nao gastar mais dinheiro ali e me encaminhei para a sala de espera do voo para a Irlanda. Havia muito búlgaros e, depois de tentar alguma conversa, o que nos rendeu muitas gargalhadas (eles falam inglês tao mal ou pior do que eu), encostei a cabeca na parede e dormi. Quando entramos no avião, veio a notícia de que havia um defeito - nao entendi onde (melhor assim!) - e tivemos que aguardar uma hora até decolar.

Foi então que pude provar a cerveja que a companhia aérea serve, a long neck da Wacfteiner Premium Verum (foto), bem amarga e cheirosa, com 4,8% de teor alcoolico. Eu estava na janela, eram cinco da tarde no horário local e foi com essa deliciosa bebida que vi toda a cidade de Frankfurt lá de cima, os campos verdes da Alemanha até a fronteira, o litoral holandês, o mar até as praias britânicas, uma extensa faixa do territorio inglês, novamente o mar e, ja descendo, a Irlanda. Indescritível. Cheguei em Dublin, apropriadamente, com uma cerveja na mão. E foi bom para me preparar, pois os oficiais que me esperavam me interrogaram bem rispidamente e escarafuncharam minha mala. Cheguei a pensar que seria mandado de volta, mas me liberaram. Foi então que conheci pessoalmente o colega Arthur, que me aguardava no aeroporto a pedido da também amiga Agnes. Fomos para o Centro e depois fui para o bairro Dublin 7. Volto outra hora pra contar mais. Abraços!

5 comentários:

Thalita disse...

já por aqui, Marcão? Venha o quanto antes pra Londres! Ótimo o périplo alcoólico!

Anselmo disse...

se o marcão contar detalhes sobre cada cerveja que tomar na irlanda, teremos um livro novo pronto em duas semanas. A primeira edição do "Eu e minhas cervejas", vol. 1 chega da gráfica, por essa previsão, em um mês.

boa, Marcão!

Glauco disse...

Grande Marcão, já nem chega em Dublin e já está fazendo a rota alcoolica, rs.

Quanto à cerveja alemã do avião, ela é a Warsteiner (as letras do rótulo podem mesmo fazer parecer que se chama Wacsteineir). Já tomei por aqui, acho que é envasada na Argentina, é muito boa mesmo.

Sartorato disse...

Boa, Marcão! Mesmo convertendo (considerando o Euro a R$ 2,70) ce pagou barato na Paulaner. O pint por aqui sempre tá circundando os R$ 20.

Nicolau disse...

1 euro por grau alcolico, rs! Valeu, Marcão, siga bebendo e escrevendo!