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Às vezes um mau resultado – e um bom também – acontece por conta de fatores imponderáveis, próprios ao esporte mais popular do planeta. Para se explicar algo, recorre-se até ao misticismo, ao sobrenatural, ao espiritualismo e quetais. Nada surpreendente, afinal, como diria Nelson Rodrigues, “o mistério pertence ao futebol”.
Não é exagero dizer que confrontos do Santos com o Goiás têm alguma coisa de místico mesmo. E o time esmeraldino, em geral, se sai bem contra o Alvinegro mesmo em situações adversas. Como foi o caso na Copa do Brasil de 1999, em que o Santos foi derrotado por 4 a 3 em plena Vila Belmiro. Também são de triste memória para os peixeiros as duas goleadas sofridas no ano passado.
Mas ontem, o empate em 3 a 3 nada teve de sobrenatural. Relembrando algumas partidas recentes do Santos, pode-se perceber aquilo que certamente vai comprometer pretensões mais altas da equipe no Brasileirão: as carências do elenco em algumas posições.
Sem o contundido Triguinho (que não é lá uma Brastemp) e Léo, em recuperação (ainda uma incógnita por mais que seja um ídolo alvinegro), a improvisação de Pará fez do lado esquerdo do Santos um caminho fácil para o veloz time goiano. Ajudou também a saída de Roberto Brum por contusão, ainda no primeiro tempo, que fez a partida que parecia fácil, com dois a zero aos 11 minutos, se tornar dramática. O Goiás conseguia finalizar com relativa tranqüilidade à frente da área santista, muito porque o substituto de Brum, Germano, é um segundo volante que tem dificuldades para trabalhar na cabeça de área. O Santos, incrivelmente, não tem outro jogador específico para a função.
Ainda assim era possível ter assegurado e até ampliado a vantagem de dois gols, mas de novo a suplência não correspondeu. Com a saída de Neymar e Kleber Pereira, o ataque foi praticamente inoperante, e o Santos mal conseguia manter a bola na frente. Aí, depender só do Madson para definir é pedir pra tomar o empate mesmo.
De bom para o santista, a volta de Rodrigo Souto, ausência mais que sentida nas finais do Paulistão. O meia marcou dois gols, mas não conseguiu carregar o piano sozinho. Sem completar as posições carentes do elenco, esse time é pra ficar entre os oito mesmo e olhe lá.
Madson foi ontem chamado de “corintiano”, por ter recebido uma camisa de Ronaldo, e saiu chorando ainda no gramado após a partida. Errada está a torcida, que pega no pé do atleta que não é brilhante, mas tem sido decisivo para o Santos. A Vila tem que ser o caldeirão de sempre para o rival, não para o próprio time. Mas um atleta ter esse tipo de reação por causa de provocação de torcedor mostra que há algo errado com o tal do “emocional” dos jogadores peixeiros...
6 comentários:
Incrível isso. Antes dos jogos começarem, eu estava assistindo o "Grandes Momentos do Esporte", na Cultura, e eles reprisaram dois empates do Santos com o Goiás pelo Brasileirão - um surpreendente 4 x 4 no Pacaembu, em fevereiro de 1974, depois de o Santos ter aberto 4 x 1 (com Edu, Pelé & Cia.), e um 2 a 2 (acho) de 1983, no Morumbi. Para completar a série, depois dos 3 x 3 de ontem, só faltam 0 x 0 e 1 x 1.
Glauco, pelo que vi de gente que foi no jogo, o xingamento ao Madson foi coisa de um acéfalo, um único cidadão, nada nem digno de se chamar de "parte da torcida".
Ainda bem que eu não estava perto, senão eu que ia deixar meu cérebro de lado pra dar uns petelecos na cabeça do indivíduo.
Bem, o time do Santos tá fraco mesmo. Arrumar um bode expiatório só ajuda a piorar a situação. Mas Fábio Costa tem que sair mesmo do time. Tá certo que de vez em quando ele atua bem, mas a relação custo-benefício dele é baixíssima. Ele não lidera mais o elenco (como vocês bem disseram, é a segunda briga dele no ano), vive constantemente acima do peso e acaba impedindo a ascenção de muleques que possam vir a brilhar. Tá na hora do Santos contratar alguém mais novo pra ocupar a 1 do Peixe. Ô Marcelo Teixeira, que tal o Aranha da Ponte Preta??
a quantidade de empates foi surreal.
Pois é, André, não sei se o Aranha seria um nome, mas é bom preparar gente da base pra ser titular logo, logo.
Se quiserem mandar o Madson para o Corinthians, eu topo. O Fábio Costa, deixa na Baixada mesmo...
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