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terça-feira, maio 12, 2009

Um sufoco para poder reafirmar: Marcos é O Goleiro

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Phjunkies/Flickr
Quando acabou, talvez o certo teria sido eu sair pela janela e responder ao vizinho de duas semanas atrás gritando:

– Marcos, Marcos, Marcos!

Merecia.

O Palmeiras tomou um sufoco durante os 90 minutos de jogo na Ilha do Retiro. A pressão do Sport começou aos dois minutos, seguiu aos oito, avançou aos 17, aos 27, aos 30... O mesmo no segundo tempo até sair o gol de Wilson, aos 36. Os dez minutos finais foram menos dramáticos do que eu imaginava, o que foi suficientemente trágico. Até Sandro Goiano deu passe para Paulo Baier quase marcar.

No total, se o Palmeiras mandou duas bolas perigosas em direção ao gol foi muito: retranca total e muito trabalho para Marcos. A decisão foi para os pênaltis.

Além de entrar com muita gente de defesa em campo, Vanderlei Luxemburgo tirou Diego Souza para pôr Willians, Keirrison para entrar Ortigoza e Mozart para a vaga de Souza. Tem uma dose de azar e de erro, mas se pode dizer que o treinador palmeirense acabou cavando a derrota no tempo regulamentar, porque foi depois de passar por Wendel que o volante recém-contratada chegou atrasado e saiu o gol. O azar continuaria nos pênaltis, já que Mozart ainda errou a primeira cobrança. Muito mais grave foi a saída do camisa 7, que significou abdicar ainda mais de jogar futebol e atacar. Vai ver que ele leu a bobagem que escrevi sobre tirar o Diego Souza. Ou teve um apagão.

Depois de desperdiçar a primeira cobrança, os zagueiros Marcão e Danilo e o lateral-esquerdo Armero, foram os batedores que converteram. Nenhum homem de frente para esse momento decisivo. No mínimo, é curioso. E claro que, nesse caso, as esperanças não poderiam recair sobre outro jogador.

"Com 36 anos, toda defesa é difícil, sempre dói alguma coisa", declarou O Goleiro à reportagem de TV depois do jogo. Desse jeito, ele pegou três dos quatro pênaltis batidos pelo Sport. Para mim, tá bom.

O Palmeiras deve sua vaga às quartas-de-final a Marcos. Luxemburgo deve também muita coisa – quiça seu emprego – ao camisa 12. Vale lembrar deste jogo e deste aqui também.

Poderíamos passar sem essas
Na coletiva – que costumo evitar de ouvir para não ficar revoltado com as perguntas à là levantador de vôlei –, o treinador preferiu criticar Guilherme Beltrão, vice-presidente do Sport que o chamou de decadente e arrogante, a comentar o jogo. Será que ele está mais preocupado com a estratégia para não ter que explicar para a mídia esportiva por que tirou Diego Souza do que com a tática em campo?

Beltrão realmente facilitou a vida de quem precisava motivar seu time. Mas para quem ganhou nos pênaltis, era melhor ter deixado o cartola falando sozinho. Ou deixado para a torcida responder com o tradicional: "E-li-mi-na-do!" Se ficar por aí, tudo bem. É complexo senão frágil transferir automaticamente a tensão entre as torcidas para esse tipo de comportamento.

Vale lembrar que não é o primeiro dirigente do clube de Recife com quem Luxemburgo troca farpas. Além de já já ter intercambiado recados "carinhosos" com o próprio Beltrão, Romero Monte Cunha, ex-diretor, só não foi agredido fisicamente pelo técnico em maio de 2008 porque foi contido por seguranças palestrinos. Teria sido patética a tentativa.

Empate
Depois de reclamar tanto, segue a contagem. Vanderlei Luxemburgo empatou o histórico de confrontos com o treinador do Sport, Nelsinho Baptista. Cada um tem agora 11 vitórias diante do outro, e 14 empates. Tem mais dois ainda este ano pelo campeonato brasileiro.

Vizinhança
Não sei se foi a memória dos corintianos da decisão da Copa do Brasil de 2008, mas a vizinhança esteve especialmente atenta ao jogo nesta terça-feira. No gol do Sport, a comemoração foi quase igual à vibração dos palmeirenses quando Marcos pegou o terceiro pênalti – isso na hora, porque os secadores permaneceram apreensivos nos minutos seguintes, enquanto os alviverdes estão gritando até agora. Mais uma vez os secadores trabalharam.

16 comentários:

Leandro disse...

Penso que o Palmeiras já é semifinalista, pela estrela do goleiro Marcos, que depois de muito tempo voltou a ser o que era embaixo do travessão, e porque vai pegar na próxima fase um time que dificilmente avançaria se enfrentasse os mexicanos.
Marcos mostrou que está muito acima de Cenis, Julios Césares, Donis ou coisa que o valha, e Paulo Baier mais uma vez mostrou que a "hora do vamos ver" definitivamente não é com ele. Pipoca, meu bem, pipoca. Que o digam Goiás e agora Sport Recife.
Não existe pênalti bem batido nem defesa genial em pênaltis, mas nos 90 minutos o goleiro paulista fez a diferença.
E a propósito de 2008, mesmo tendo enfrentado dificuldades como juiz e bandeiras caseiros e técnicos bunda-moles, com um goleiro como Marcos o Corinthians certamente teria tido melhor sorte no ano passado e nem estaríamos falando do agora eliminado Sport na Libertadores.

Victor disse...

Anselmo,
eu ia desancar o Luxemburgo por tirar o Diego ainda mais logo depois dele conseguir puxar o time para o ataque sozinho.

Mas lendo a resenha do Globoesporte para descobrir o nome do cara do Sport que deu o gol para o companheiro, li que Diego Souza saiu de maca.

Eu não vi isso. Mas na dúvida aliviei a barra do Luxemburgo.

Mas que isso avacalhou com o Palmeiras, avacalhou.

Rui de Castro disse...

Cara, sempre fui condenado por corintianos e palmeirenses ao admitir que adoraria ver o MARCÃO no outro parque. Partidas como esta mostram que eu tenho razão. Esse cara merece um lugar de destaque muito maior na história do futebol.

fredi disse...

Marcos é só o melhor goleiro que vi jogar. E ponto final.

Fabricio disse...

Além do Flávio Prado (jornalista que está conseguindo decair no meu conceito a cada dia que passa, chegando já perto de Chico Lang), alguns outros palmeirenses estão dizendo que o Marcos já é melhor que o Ademir da Ghia. Eu não vi este último jogar, mas posso dizer que para mim o Marcos, se não empatou, tá a um palmo do Evair.

Quanto ao jogo, assim como na primeira partida, um time pressionou e outro não conseguiu contra-atacar como queria. O Palmeiras jogou exatamente igual ao jogo do primeiro turno da primeira fase quando bateu os pernabucanos por 2x0, mas o Sport não. O Sport não foi todo pra cima desordenadamente como naquela vez. Ele avançou o time até o meio de campo muito bem postado, e aí meu amigo, não há muito o que fazer que não seja um lançamento pra tentar pegar alguém no mano a mano. O Palmeiras não conseguiu e ficou lá atrás o tempo todo. Achei o segundo tempo muito mais tranquilo do que o primeiro, embora num descuido saiu o gol. Daí pra frente nem preciso dizer mais nada a não ser: Marcos!

Deixa eu voltar ao que disse algumas vezes aqui. O duelo foi equilibrado. O Sport jogou muita bola e esse time é realmente bom, entrosado. Acho que o desânimo vai tomar conta e não deve fazer bom papel no brasileiro, mas merece todos os aplausos de sua torcida. Só que há uma diferença. Há um time grande e outro pequeno. Essas coisas não mudam de um dia pra outro. Na verdade não mudam nunca. O Sport sempre será pequeno e o Palmeiras grande. Ponto final.

Marcel Jabbour disse...

Ahhhh, o Luxa!

O cara é tão especialista em desviar o foco, que não fala de futebol nem quando o time dele ganha! Imagina quando perde.

Pela soma dos jogos, qualquer um que seguisse seria justo. Mas ontem o Palmeiras deu sorte. Custava fazer um golzinho e resolver logo a parada? Usou a mesma filosofia do Corinthians em 2008 e quase sai derrotado do mesmo jeito.

São Marcos e Santra Trave.

Abração

www.diletra.blogspot.com

Vinicius Grissi disse...

O Luxemburgo, mais uma vez, foi muito mal ontem. Por muito pouco a classificação não escapou. A sorte dele é ter um goleiro fantástico à disposição.

Olavo Soares disse...

Vi só o segundo tempo (e os pênaltis), então não posso fazer uma análise mais precisa do jogo.

Mas esse pouco que vi me fez discordar dos amigos que estão criticando o Luxa. Pra mim, o Palmeiras estava jogando de forma inteligente. O Sport tinha o domínio de bola, mas e daí? Eram poucas as chances claras, aquelas de "uuuh" mesmo, criadas pelos pernambucanos.

Tanto que achava que era mais fácil sair um gol verde do que rubro-negro.

Mas saiu. E, na hora que o Sport perdeu aqueles gols incríveis no finalzinho - esses sim, de "uuuh" - tive a certeza que o Palmeiras triunfaria nos pênaltis. Tava com cara de vitória de time grande mesmo.

Glauco disse...

Marcos teve mérito não só nas penalidades mas, principalmente, durante o jogo.

Olavo, o Sport teve chances no primeiro tempo beeem agudas, com dois milagres de Marcos, uma defesa difícil e o gol inacreditável perdido pelo Paulo Baier. O Palmeiras não teve uma oportunidade sequer.

E não entendi porque foi "vitória de time grande". Quanto o Palmeiras passou pelo Corinthians pela Libertadores foram vitórias de time grande contra pequeno? Acho que não.

Luxemburgo jogou, como lembra o Fabricio, do mesmo jeito que na partida da primeira fase da Libertadores. Mas Nelsinho mudou o jeito do time jogar em relação àquele jogo, deslocando o Igor pra lateral e colocando o Luciano Henrique no meio. Luxemburgo foi previsível e Nelsinho não. Méritos pro treinador do Sport e pro Marcos que salvou a pelo do seu comandante.

E como perguntar não ofende, jogar com um atacante só, três zagueiros e dois volantes é coisa de técnico que quer apequenar o "time grande"?

Fabricio disse...

(apenas um parênteses: em 99 e 2000, um grande ganhou de outro grande. Pois não dá pra passar os dois)

Nas duas partidas no Parque Antártica o Nelsinho fez o mesmo que o Luxemburgo ontem. Mas não vi ninguém dizendo que ele foi suicida, que foi burro, que a culpa toda foi dele.

O Luxemburgo tinha uma vantagem de 1x0, ele não foi nada covarde. Se o time não tomasse gols, passaria. E aguentou bem. Tirando as chances do primeiro tempo, o Sport não deu sufoco nem perto do que levou do Palmeiras aqui. No segundo tempo o Luxemburgo trocou um meia e um atacante por outros meia e atacante. O Nelsinho aqui recuou o time geral. Mas o Luxemburgo é o burro, o que precisa de um craque pra "salvar a pele" dele.

Mas por outro lado, é legal pensar desse jeito mesmo. Vamos voltar em 2005 na final do Mundial entre São Paulo e Liverpool. O São Paulo fez 1x0 e ficou inteiro atrás do meio de campo se defendendo. Nossa, como o Autuori é burro! Se "apequenou", teve sorte e só.

na boa, pra mim o Autuori foi campeão do mundo, não burro.

Ah, quanto a grandes e pequenos, isto está muito além de parte tática, técnicos ou jogadores.

Glauco disse...

Ué, não entendi, Fabricio. Se o Sport, como você diz, é time pequeno e de fato tem menos jogadores à disposição com um bom nível técnico, a obrigação dele é jogar atrás quando atua fora. Quando é o técnico do time grande que faz isso, acho que tem alguma coisa errada. Ou vamos repetir a máxima de Galvão Bueno aqui que "não existe mais bobo no futebol" e todo grande tem que tomar cuidado?

A propósito do título de 2005 do São Paulo, qual teve mais brilho: o de 92, o de 93 ou o de 2005? Se a conta pra fazer avaliação for o título pelo título, enão pelo futebol, o Antonio Lopes também foi campeão brasileiro em 2005 e o O.O. mundial em 2000. E daí?

Fabricio disse...

Mais uma vez: ser pequeno independe de parte tática, técnico ou jogadores.

E dou o exemplo inverso: vi o Felipão recuar o time contra equipes como Ituano, São Caetano, Rio Branco e o próprio Sport. Alguma coisa estava errada? Eu acho que não. Porque depois desses jogos vi o time ganhar Copa do Brasil e Libertadores.

Quanto a brilho, por favor. Eu DUVIDO que algum são paulino, em 2005, pensou:

"Poxa, somos campeões mundiais. Mas sei lá, não teve aquele brilho."

O fato é que se o Luxemburgo jogasse recuado numa final de Copa do Mundo contra a Turquia, e o time fosse campeão, ainda assim vocês iriam falar que ele é burro, que ele apequenou o Brasil, e blá blá blá.

Nicolau disse...

O São Paulo foi campeão contra o Liverpool porque o Rogério Ceni pegou tudo. A questão é que não dá pra atribuir à parte tática uma vitória ou conqusita que tão claramente dependeu da técnica individual de um jogador. Não quero com isso desmerecer o Luxemburgo, que acho bom técnico, mas ele - e muitos outros "professores" - têm essa mania de se atribuir mais importância do que têm. E o pessoal da imprensa tem comprado essa idéia, talvez por ser mais fácil "matematizar" a tática, o que dá mais ar de credibilidade e ciência à análises. Só que se futebol tem ciência - e tem -, também tem muito de imponderável, muito mais que outros esportes coletivos como vôlei e basquete, por exemplo, onde há menos espaço para improviso. Técnico é importante pra caramba, mas não é todo jogo que o cara decide. Nesse Sport e Palmeiras, quem decidiu foi o Marcos.

Thalita disse...

depois qdo o muricy fala que o t[ecnico nao eh o mais importante vcs desancam o cara... he he he

Fabricio disse...

Nicolau, você está mais que certo. quem decidiu foi com certeza o Marcos, não estou contestando isso.

Só acho que jogar fechado não foi errado. Se o Sport tivesse feito o segundo gol, a classificação teria sido alcançada justamente por ter ficado fechadinho aqui em São Paulo e levado só de 1.

Maurício Ayer disse...

Acho um saco esse papo de time pequeno e time grande.