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terça-feira, junho 30, 2009

José Serra e a irresistível propensão ao diálogo

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Publicado originalmente no Conversa Afiada. Basicamente a linha do "não gostei da pergunta, não respondo". Isso é que é democracia...

11 comentários:

Olavo Soares disse...

Na boa? Eu também viraria a cara. O cara veio pra pergunta com um julgamento estabelecido. Não queria perguntar, e sim cutucar o governador.

Se alguém chegar pro Lula e perguntar "presidente, o que você acha da campanha antecipada que o senhor está fazendo para a ministra Dilma Rousseff, algo que viola a legislação eleitoral?", ele também virará a cara, provavelmente.

Não é porque é o Serra que eu vou criticar...

Glauco disse...

Olavo, vou dicordar brutalmente de você com um testemunho pessoal. Vi, em um evento do PT em 1993, em São Vicente, o então pré-candidato para 94 responder à seguinte pergunta: "Quantos milhões de dólares você recebeu para vender aquele debate para o Collor?". Lula respondeu olhando nos olhos o tempo todo da pessoa da plateia que perguntou e, no final, quando todos forma lanchar na pastelaria da frente, ainda chamou o desconhecido para ir junto até o estabelecimento.

Lula, mais do que ninguém, foi vítima de perguntas desse naipe vindas de jornalistas mal intencionados ou mal informados. Costuma responder a todas. Já Serra, é só verificar com quem cobre coletivas dele. Além de não responder, ainda pede para anotar nomes de jornalistas que o desagradam. Mas veja o governador fugindo de perguntas aqui, aqui, se irritando acolá e .

Questão de personalidade, acho que até tucano sabe a diferença entre Serra e Lula no quesito simpatia e capacidade de diálogo.

Olavo Soares disse...

É, admito que citei o exemplo errado. O Lula realmente é muito hábil no diálogo.

Mas inverto a mão: será que a Dilma se sairia bem?

Repito: eu compreendo que um cara seja grosso quando provocado. Porque o Serra nesse caso - NESSE CASO, NÃO ESTOU FALANDO DA CARREIRA POLÍTICA DELE - foi provocado, e não simplesmente se recusou a responder uma pergunta.

fredi disse...

Olavo, vc pode discordar da forma como a pergunta foi feita, os termos etc., mas não é lícito perguntar ao governador, responsável pela PM e a USP, sobre a invasão da polícia ao campus?

Se estivesse no lugar desse repórter eu também faria a pergunta, vc não?

O governador como homem público não pode responder apenas àquilo que quer e que lhe é confortável...

Também não entendi o por que de comparar a atitude dele à de qualquer outro político.

Não dá para justificar dizendo que pessoa X ou Y faria o mesmo.

Parece os tucanos quando argumentam na linha do erramos, mas o outro errou mais que a gente etc. Um erro nunca encobre o outro.

A atitude dele foi ditatorial ao mandar a polícia para o campus e ao não responder, que responda por isso.

Olavo Soares disse...

Ô se é justo perguntar, Frédi! Pra isso que imprensa serve!

Mas o que tá registrado nesse vídeo não é uma pergunta, e sim uma provocação. A isso, o Serra - e toda pessoa, aliás - tem todo o direito de não responder.

Thalita disse...

Ele não tem direito de não responder. Quer dizer, tem, mas que arque com as consequencias.
Ah, quando é o Serra não tem consequencia, ne? Imagina se é a Dilma, como vc mesmo disse, que não quisesse responder a algo do genero... tava em todos os portais... manchete de jornal...
Mas como o Serra nunca vai ter problema com a imprensa...

Anselmo disse...

O Alckmin também reagiu a um juízo pré-estabelecido?

Se fosse um jornalista de uma rede de TV, até acho que Serra responderia, depois, atrás dele, viria um assessor verificar o nome dele. E, sem qualquer vínculo entre os fatos, o repórter sofreria sanções em seu emprego.

Glauco disse...

E a mão na câmera (que lembra outros tempos e outro tipo de situação) também é direito?

Thalita disse...

o Alckmin mandando "se soubesse do que se tratava nem tinha vindo" é o melhor... "Vcs deviam procurar o governo do estado"... só rindo

Olavo Soares disse...

O Alckmin foi cuzão, assim como o Serra é/foi em outras tantas ocasiões - o que não se aplica ao caso do vídeo do post. Sério, comparar as situações é uma baita dose de injustiça.

Fernando Augusto disse...

Quanto a pouca propensão ao diálogo por parte dos tucanos eu concordo.
Mas, nesse caso, Serra saiu andando pois, claramente, a intenção do rapaz era apenas provocar. Caso ele respondesse iria se criar uma discussão no local.
É errado formular perguntas desse tipo para políticos de qualquer partido. O argumento de que Lula, em sua trajetória, já sofreu muitos "ataques" desse tipo não vale.