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quarta-feira, junho 17, 2009

Olha o eixo do mal aí, gente

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E o país que mais agitou a geopolítica internacional estará nos holofotes do mundo esportivo em 2010. Na tarde (no horário de Brasília) de hoje, a Coreia do Norte empatou sem gols com a Arábia Saudita fora de casa e garantiu sua classificação para a Copa do Mundo da África do Sul. Austrália, Japão e Coreia do Sul são os outros asiáticos* já garantidos na Copa. Bahrein e Arábia Saudita se enfrentarão em uma repescagem para definir quem pega a Nova Zelândia, campeã da Oceania, na decisão da última vaga desses continentes.

Será a segunda vez em que a Coreia do Norte chega a umMundial. A primeira foi no distante ano de 1966, quando a seleção surpreendeu o mundo ao mandar a Itália para casa. Apesar de tanto tempo de ausência, a classificação dos conterrâneos de Kim Jong-Il (foto) não chega a ser uma verdadeira surpresa, se analisarmos certa evolução que a seleção local tem mostrado de uns tempos pra cá - é só pensarmos que em 2007 o país esteve presente nos Mundiais Sub-20 e Sub-17.

Ainda falando em termos esportivos, já antevejo a pedreira que os jornalistas esportivos terão para falar sobre a seleção da Coreia do Norte nas análises prévias e na Copa propriamente dita. É que o país, um dos mais fechados do mundo, pouco fala sobre si próprio e não há nenhum jogador norte-coreano em ligas famosas (aliás, não há nenhum que atue fora do país, se não me engano). A página da Coreia do Norte no site da Fifa traz poucas informações e, aparentemente, não existe um site oficial da confederação local. Trata-se de uma seleção desconhecida, portanto.

Agora a análise política, que não tem como deixar de ser feita. Em primeiro lugar, é curioso que o retorno da Coreia do Norte aos mundiais tenha se dado justo agora, quando há menos de um mês o país fez testes nucleares e provocou agitações em todo o planeta. É uma ironia dos diabos.


E arrisco a dizer que este talvez seja um dos poucos impactos que a presença norte-coreana na Copa vai gerar - o aumento das discussões, das conversas, do blábláblá e por aí vai. Até porque é isso que os exemplos históricos nos sugerem. Em 1988, a Coreia do Sul sediou as Olimpíadas e a Coreia do Norte - ainda oficialmente em guerra com os vizinhos - esteve presente. Há alguns anos, houve até a formação de uma seleção unificada de futebol que disputou campeonatos da base na Ásia. Ou seja: o esporte já proporcionou algumas aproximações, que infelizmente não se estenderam ao "mundo real".

O que fica agora é a expectativa de qual será o grupo em que os norte-coreanos estarão. Que tal se entre seus adversários na primeira fase estiver a seleção dos EUA? Aí teremos que aguentar aquela lenga-lenga do "jogo da paz", como o que americanos e iranianos fizeram em 1998, que foi bonito, épico, mas não amenixou em nada o quebra-pau que as nações seguem travando do ponto de vista político.

Para relembrar:


* - sim, o Futepoca sabe que a Austrália não fica na Ásia. Mas futebolisticamente falando, os australianos estão filiados à federação asiática desde 2006.

3 comentários:

JORGE CLAN disse...

Muito obrigado a todos da Futepoca pela parceiria, o link de vocês já esta em meu blog. Jorge Clan.

E sobre a clássificação da Coreia do norte, mostra que o futebol está evoluindo em todos os lugares, como vem também acontecendo com as seleções da Bolivia, Venezuela entre outras.

Leandro disse...

Os caras têm todos (ou quase todos) os jogadores atuando no próprio país e ainda vêm uns torcedores colonizados achar que p/ ter seleção boa tem que estar todo mundo jogando nas "Zoropa".

Anselmo disse...

explosiva essa notícia, hein? (cadê o cartão?!?!)

apoio a moção contra os EUA no mesmo grupo que a coreia do norte. a xará do sul tbém não pode cair na mesma chave.

e vai, Bahrein!