Destaques

quarta-feira, junho 10, 2009

A primeira Guinness ninguem esquece

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Buenas!

Finalmente consigo acessar a internet por algum tempo numa biblioteca pública, mas tenho que ser ligeiro. No último fim de semana me mudei para um hostel (o nome e esse mesmo, com "s", poderia ser traduzido para albergue) chamado Isaacs (foto da entrada a direita). Totalmente bizarro. Cada quarto tem oito beliches (foto de um deles a direita, abaixo) e 16 pessoas, que mudam todos os dias.

No domingo havia dez escocesas bêbadas junto comigo, uma verdadeira zona. Me deram uísque (óbvio!) e uma cerveja que estava sem rotulo, mas muito forte. Como elas insistiam em usar o banheiro masculino, que era mais proximo, da para imaginar a putaria.

Na segunda-feira, elas foram embora, mas ficaram duas australianas tão ébrias quanto, mas não muito sociáveis. Tem também um indígena que fica zanzando pelos corredores, de madrugada, vestido com um macacão vermelho e balançando um chocalho (deve ser algum tipo de ritual).

No térreo, há mesas de madeira, como numa taberna, onde se pode conversar, beber e comer. São quatro andares e dez quartos em cada um, o que da mais de 600 pessoas hospedadas pelas minhas contas (!).

O trem suburbano passa num trilho bem em frente a janela de onde estou e, às vezes, os passageiros nos veem de cuecas e dão risada. Minhas coisas ficam trancadas numa gaiola no porão, uma espécie de abrigo antiaéreo da Segunda Guerra com arcadas no corredor. Bizarro. Também posso cozinhar meus miojos de € 0,13 e fazer café ou chá (a cozinha é outra zona). Só tem maluco! Este, com certeza, é um dos lugares mais absurdos que já conheci – e olhem que já vi cada lugar nessas andanças...

Mas o principal: ontem, minha amiga Agnes Saito me convidou para tomar meu primeiro pint de Guinness (à esquerda) em um pub da Saint Georges Street. O primeiro se tornou segundo, terceiro e quarto. Cerveja deliciosa, bem amarga e densa. Quando ela chega na mesa, ainda está passando por um processo em que a cor creme clara vai subindo até a bebida ficar totalmente preta. Por isso, é preciso aguardar (não sei o que acontece se a gente beber antes, mas entendi que isso seria uma completa heresia).

A Agnes me explicou que a Guinness usa, na fermentacão, um tipo de flor que só cresce em dois lugares do mundo e, por precaução, os produtores irlandeses estocam sementes dessa planta. A cerveja tem mesmo um gosto bem original e minha amiga observou que, apesar de eu nunca ter tomado qualquer tipo de Guinness, essa versão tirada da chopeira nos pubs é bem diferente da versão em lata.

Mas o melhor foi o pub escolhido, o JJ's (ou Jay Jay's, foto ao lado), muito antigo e tradicional. Tem um grupo de velhinhos que passa o dia todo – literalmente – bebendo. Quando chegamos, já estavam cantando e rindo bem alto. Cheers!

8 comentários:

olavo disse...

Deus do céu, tô com "medo" da qualidade das histórias que o Marcão trará quando voltar da Europa.

Vai monopolizar as conversas das mesas de bar. E o fará com muita qualidade!

Nicolau disse...

Marcão, já tá preparando o "Em Busca do Marafo Perdido - Versão Europa"?

Victor De Martino disse...

Caro, também sou grande fã da Guinness. Diria que seu sabor remete ao café. É disparada minha cerveja favorita aqui em Londres. Mas só se for na versão chopeira mesmo, porque a de lata é um horror. A minha patroa, também honrosa blogueira do Futepoca, detesta a referida marca. Isso porque ela ainda é iniciante na arte de beber cerveja (já estou até vendo o safanão que vou levar...)
Minha primeira cerveja aqui, minutos depois de largar as malas no hostel (eu também fiquei por 15 dias em um quarto com 16 pessoas, 15 delas malucas e bêbadas. Um choque de realidade londrina, eu diria) foi uma Guinness Red. Foi a única vez que tomei. Nem lembro mais do gosto. Só lembro que fiquei 15 minutos esperando na mesa o garçom vir me atender, até que me liguei que aqui a gente precisa ir ao bar buscar as bebidas... Looser.

brunna disse...

"o diário de marcão" ai meu deus...
muito bom

Anselmo disse...

não é diário do marcão... é "eu e minhas cervejas".

agora, fiquei imaginando como seria o famoso "ó, ó, ó", que tão bem empregam os manguaças do brasil, em inglês.

Glauco disse...

Comprei duas Guiness (de lata, diga-se) por 5,50 aqui, e fiquei exultante. Falei pra referida esposa do Victor e blogueira sobre tal fato e ela disparou: "Não gosto, tem gosto de café", corroborando a narrativa descrita acima. Alguém mais tem objeções a Guiness por essas bandas?

Arvro disse...

Bom, a "minha" Guiness é a de lata mesmo (uma vez que nunca fui pra fora do Brasil, só pro Paraguai comprar muamba). Pra engrossar o coro, é uma das minhas preferidas, no entanto, minha respectiva desaprova, também por ter gosto de café.

Marcão disse...

Mudanca de nacionalidade: ontem chegaram 6 portuguesas bebadas. Elas assaram um pedacao de porco no fogao (porco) do hostel e passaram a noite comendo, bebendo e cantando. Maloca.