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terça-feira, junho 02, 2009

Sem mercado e de filme queimado

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O mês de junho não será como de costume para os clubes de futebol. A profecia está na revista Exame desta semana, em uma matéria sobre os negócios do futebol em meio à crise econômica. O desaquecimento generalizado nas negociações deve reduzir, diz o texto, a rotina de desmonte de elencos no meio do campeonato brasileiro.

Mas isso não é nada bom.

Pelo menos para os clubes, que dependem desse momento para equilibrar as contas. É que para a principal janela de transferências da Europa, o período de intertemporada, falta crédito e cascalho no bolso dos clubes.

Juliz Mariz, presidente da Traffic, conta na nota que tinha 23 negociações esperadas para 2009. Pelo menos oito vão dar água e o restante deve render até 20% menos do que o "preço-alvo". O Grupo Sondas, sempre segundo a matéria, foi alvo de especulações sobre um suposto abandono do mercado, já que corria riscos de perder parte dos R$ 60 milhões investidos em 30 jogadores. Mas Roberto Moreno, presidente da empresa de varejo, calcula em R$ 400 milhões os ativos acumulados.

Para completar o cenário, Ivandro Sanchez, advogado especializado na questão, vê os jogadores brasileiros de filme queimado no exterior, principalmente no caso Adriano na Inter de Milão. Mas também com Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Robinho. Os pesos dos escândalos são relativos em um cenário em que a CBF aponta surreais 1.176 negociações de brasileiros com o exterior em 2008, escalada de 60 a 100 transferências a mais por ano há dez anos.

Mina de ouro
Alguns fatos realmente indicam que esse mercado futebolístico era só mais uma frente das minas de ouro sem fim que o último período de crescimento econômico parecia ter criado. Um deles é a entrada de uma empresa de supermercados aplicar uma pequena fortuna nesse segmento que pouco tem a ver com varejo para donas e donos de casa. Ou um bilionário russo que resolve comprar um clube inglês – e depois fica em dúvida sobre o que deve pôr nos cobres, se o time na bolsa de valores ou o iate.

A reportagem assinada por Denise Carvalho reorganiza bem algumas ideias e ouve alguns envolvidos – o que também é fundamental. O que eu não tinha lido era a expectativa de que é necessário haver uma meganegociação de um atleta de ponta, como um Kaká ou um Cristiano Ronaldo, para movimentar o mercado, já que o clube vendedor teria recursos para ir às compras. Aproveitaria a baixa do mercado para fazer a feira e arrematar jogadores brasileiros a preço de banana.

Alguém tem R$ 10 para um vaquinha? De repente o Futepoca entra nesse mercado.

3 comentários:

Nicolau disse...

Credo, o Anselmo lendo a Exame! Agora, falando sério, se os caras quiserem mesmo comprar "a preço de banana", espero que os clubes tenham condições e visão de segurar alguns jogadores mais promissores para um período posterior. Agora, se alguém quiser pagar barato no Lulinha, pode liberar.

Anselmo disse...

eu juro que só li essa matéria.

é que no índice da revista na internet, tinha uma foto do keirrison. aí achei que ia falar do destino do jogador. mas acho que foi só lobby do (ou contra) o belluzzo.

Glauco disse...

O vlho golpe da foto do Keirrison... Pelo menos isso deve estimular um pouco mais a criatividade dos cartolas pra conseguir dinheiro. Se bem que se depender dos paulistas a solução é meter a mão no bolso do torcedor e tirar um pouco da diferença aí. Incrivelmente, com o apoio da dita imprensa, coisa que vi domingo naquele arremedo de programa da Gazeta (o que houve com o Flávio Prado...).