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sábado, junho 27, 2009

Sobre a demissão de Vanderlei Luxemburgo

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Foi pelo blogue de Vanderlei Luxemburgo que a mídia e os torcedores ficaram sabendo que o treinador havia sido demitido por quebra de hierarquia. A diretoria do Palmeiras não gostou do teor da entrevista do técnico em que condenava a transferência de Keirrison com o Barcelona por não ter sido comunicado.

Ele considerou que passaram por cima de sua autoridade e anunciou que o camisa 9 do Palmeiras não jogaria mais sob seu comando.

Sempre se pode dizer que Luxemburgo forçou a mão ao criticar a diretoria pela pesada reprimenda a Keirrison justamente para forçar sua dispensa. Com o fantasma da contratação de Muricy Ramalho, o mais querido de quem não está feliz com seu técnico, a estratégia evitaria uma demissão convencional, daquelas que Luxemburgo não é vítima normalmente. Quando não consegue sair por cima, pelo menos não é dispensado depois de uma derrota.

O contrário também vale. A diretoria estava cansada do estilo falastrão e tratou de conseguir um motivo. Se vier Muricy, a parte da torcida que queria a saída ou a cabeça de Luxemburgo desde a desclassificação na Libertadores vai adorar.

Pode até ser. Ambas as teorias são mais defensáveis na mesa de bar. Eu tendo mais a considerar a segunda, apesar de que quem apurou sustente que não. Aliás, segundo o Parmerista a relação de Keirrison também estaria desgastada e ser desautorizado pelo técnico seria tudo o que uma diretoria não precisa num momento de desgaste.

Segundo consta, Luiz Gonzaga Belluzo e até a Traffic haviam se comprometido a não dispensar o atleta até 2010. Segundo circula, havia condições no contrato do atacante que previam a dispensa em certas condições. Há gente que diga que eram valores, enquanto outros veículos apontam alguma coisa relacionada ao Barcelona.

Para uma empresa que gerencia um fundo de investimento em jogadores de futebol não tende a haver dois padrões de comportamento quando o cheque bate à porta. Diante da oferta e da iminência do lucro estrondoso.

Vanderlei Luxemburgo parecia achar que mandava mais do que a diretoria achava que ele poderia mandar. Na divergência de visões, a parte que pode se romper se rompe.

Dois desfalques. Um grave, no ataque. Outro, no banco, cuja repercussão depende de quem venha em seu lugar. Pode até virar reforço.

O que é curioso é que é difícil encontrar um palmeirense que esteja chateado pela saída de Luxemburgo. Um lado deste blogueiro teme as consequências para o elenco e para o time no clássico contra o Santos, sob o comando de Jorginho. Outra parte diz: "Já vai tarde!"

5 comentários:

Marcão disse...

Contratar o Ricardo Gomes foi uma piada. Mas estamos livres do Luxemburgo, pelo menos...

Fabricio disse...

Para mim me pareceu que o Palmeiras estava desesperado por um motivo para mandá-lo embora e aproveitou o que teve.

Mas também não duvido de um baita acordo com vontade de ambos os lados, do tipo: "Luxa, fala aí na imprensa algo para que possamos te mandar embora e todos ficamos felizes".

Agora, uma coisa é certa. Qualquer um que não seja o Muricy, vai ser pior que o Luxemburgo.

Anselmo disse...

Fabrício,
sobre o episódio, quem ouviu gente de dentro da diretoria diz q não teve esse tipo de acordo e que pegou mesmo o cara tirar margem de negociação com o Barcelona. Se ele não joga mais com o palmeiras, pq o time espanhol ofereceria qqr coisa a mais q o Palmeiras pedisse? Poderia entrar até pressão da Traffic. Como a diretoria, a turma do amendoim e parte da torcida tava de saco cheio enquanto luxemburgo temia ser mandado embora depois de uma derrota, ficou mais fácil.

o que fica no ar é: que onda é essa de contrato que prevê condições em que o clube é obrigado a dispensar o jogador? por que se assina isso?

Nicolau disse...

O Tostão escreveu duas excelentes linhas sobre o caso: "O Palmeiras está aliviado, livre de um técnico caríssimo e metido a besta."

Glauco disse...

Posso levantar a placa "Eu já sabia"?