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quinta-feira, julho 02, 2009

Entenda - finalmente - como funciona o ranking de seleções da Fifa

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“Pô, mas como que o Brasil pentacampeão estava atrás da Espanha? Esse ranking da Fifa não tem critério!”. Provavelmente você já escutou algum manguaça vociferar algo do gênero nos botecos da vida ou você mesmo já bradou isso. E o tema sempre volta quando é anunciada a atualização da tal lista das melhores e piores seleções de futebol, como a que ocorreu ontem devolvendo o Brasil ao topo, superando os espanhois. A questão é que o ranking é divulgado, os veículos de mídia publicam, e ninguém explica como o tal ranqueamento funciona. Por isso, o Futepoca foi a fundo (opa) e vai explicar como se calcula a pontuação do até então enigmático ranking da Fifa de seleções.

São consideradas as partidas disputadas em um período de quatro anos. Mas obviamente uma disputa entre Brasil e Itália na Copa das Confederações não tem o mesmo peso estatístico de uma peleja camarada entre Papua Nova Guiné e San Marino. Contam aí fatores como a importância dos contendores, do torneio disputado, a força regional dos rivais e a própria posição ocupada no ranking. Dentro de todas essas considerações, surge a seguinte fórmula:

P = M * I * T * C * 100
(Só pra avisar, o asterisco equivale ao sinal de multiplicação)
Explicando os fatores da fórmula:

Fator M – esse é o mais fácil porque diz respeito ao resultado da partida. Vencedor ganha três pontos, empate vale um e derrota zero. Em caso de disputa de penalidades, o vitorioso ganha dois pontos e o perdedor, um.

Fator I – equivale à importância da partida. Amistoso ou torneios amistosos valem um 1 ponto; eliminatórias continentais (no caso da Euro) e eliminatórias da Copa do Mundo valem 2,5; torneios continentais e Copa das Confederações rendem 3 pontos; Copa do Mundo vale 4.

Fator T – é a força do adversário, calculada por outra formuleta: 200 menos a posição do rival no ranking, dividido por cem. O primeiro colocado foge à regra, pois em tese valeria 1,99 (200 menos 1), mas tem a pontuação máxima de 2. A partir da 150ª posição no ranking, todos valem 0,50 (menos que isso seria humilhação, né).

Fator C – esse é o fator que mede a força das confederações as quais pertencem as equipes, ponderando com mais precisão as contendas intercontinentais. O cálculo é feito a partir do desempenho das equipes de cada confederação nas últimas três Copas do Mundo. Assim, Uefa vale 1; Conmebol, 0,99; Concacaf, 0,88; a Confederação africana, a asiática e a da Oceania valem 0,85. Soma-se o fator dos dois rivais e divide-se por 2 para chegar ao valor do fator C.

O exemplo da aplicação

Agora, ao exemplo didático dado pela própria Fifa:

Brasil e França, quartas-de-final da Copa do Mundo de 2006. Como a seleção canarinho perdeu, seu fator M é zero, ela não ganhou pontos. Observação importante pois, e algo acaciana: se uma seleção perde o jogo, não importa o adversário, não soma pontos.

A França venceu a partida (M=3), o jogo era de Copa do Mundo (I=4), o adversário era o primeiro do ranking (T=2) e era uma partida entre uma seleção da Conmebol (0.99) e uma da Uefa (1) (fazendo a média das duas confederações, C= 0,995).
Substituindo esses fatores na fórmula inicial, temos:

P = 3 * 4 * 2 * 0,995 * 100 = 2.388

Essa foi a pontuação obtida pela França na vitória contra o Brasil. Somando cada partida jogada pela seleção no período de quatro anos e fazendo a média, tem-se a pontuação final que aparece no ranking.

Pronto, agora ninguém vai poder reclamar que os critérios não são claros. Podem não ser dos mais fáceis, mas a fórmula é essa. Vocês acham justa?

16 comentários:

Anselmo disse...

ficou claro como água!

agora, na foto, o gordo e o adriano tão mto mais magros do que hoje em dia. e a perplexidade de Kaká ao olhar a falta prestes a ser cobrada é bizarra.

acho que deveria haver uma dinâmica de exceção pra derrotas. por exemplo, se o brasil perdesse pra Andorra, merecia perder uns pontos. É que como não dá pra uma seleçaõ pagar uma rodada no bar, precisa de outro tipo de punição.

sofrer pra vencer um jogo tbem deveria significar ônus. Por exemplo, brasil e espanha sofreram pra bater a áfrica do sul. o brasil pra passar do egito...

e tbem acho que zero a zero em amistosos deveria tirar pontos. a função do amistoso é gerar renda e atrair público, sem o peso de uma competição pra valer. O mínimo que se espera é que as equipes saiam pro jogo.

pronto, polemizei.

Nicolau disse...

Se eu entendi, o Brasil, ganhando Copa América, ficou tão abaixo da Espanha, campeã da Euro, por conta das eliminatórias da competição do velho continente. Quer dizer, os torneios continentais todos valem a mesma coisa, mas a Europa conta um bônus de fator de multiplicação de 2,5 em sua competição regional. É isso mesmo?

Glauco disse...

Então, o Brasil ganhou a Copa América que, pelo fator I, vale tanto quanto a Eurocopa. Mas a Espanha disputou eliminatórias para a Eurocopa - que valem 2,5, mais que os amistosos disputados pelo Brasil no período (que valiam 1). O que colocou a Espanha à frente foi a Eurocopa em si (fator I igual a 3, em que teve cinco vitórias e um empate (venceu nas penalidades) contra adversários com melhor posicionamento no ranking.

Victor disse...

Essas distorções são inevitáveis vendo que joga-se contra adversários diferentes.

O fato de ser feito a média e não o número de pontos absolutos minimiza essa distorção.

A Espanha pode ter levado a vantagem sobre o Brasil por conta dessas eliminatórias da Euro, mas também ganhou uma caralhada de jogos na Europa.
Absurdo, absurdo estar em primeiro não chegou a ser.

Quanto à pergunta do post,
acho que ao menos para a 1ª posição o ranking vai bem.
Foda que volta e meia tem uma Seleção meio nada a ver nas cabeças, mas no geral é bem legal.

fredi disse...

Podemos fundar um blogue de futebol, matemática e cachaça para entender todos esses critérios.

Brincadeira.

Belo e explicativo post.

Fabricio disse...

Parabens Amigo ajudo e muito meu pai sempre ficava pensando porque a espanha com nenhum titulo esta na frente do brasil ?

Agora ja até sei como explicar muito bom mesmo ^^

Anônimo disse...

Isso aí é um verdadeiro critério bairrista . Quer mais !!! Quer mudar , candidate-se a presidente da FIFA

Gabriela disse...

Muito bom. Só não entendi uma coisa: avalia a olimpiadas?

Glauco disse...

Não, Gabriela, o ranking só leva em consideração partidas das seleções principais. Como nas Olimpíadas não são disputadas pelas seleções principais do futebol masculino, os jogos disputados não influem na pontuação do ranking.

Anônimo disse...

Acredito que uma forma mais justa é que os títulos conquistados levassem em consideração!

Lessandro Vinicius

Anônimo disse...

Outra injustiça é que o Brasil não está participando das eliminatórias para a copa! Pois já está automaticamente classificada!
Como o fator de multiplicação seria de 2,5 tirar muitas chances de aumentar a pontuacao!
Enfim, o ranking demonstrar uma situação que não é real! Tanto que nesta copa ganhou de todas a seleções que estavam a sua frente como a Espanha, Itália, Uruguai
Coloca para jogar que o Brasil massacra.... É a melhor, mas essa injustiça demonstra que não!

Lessandro Vinicus

Jonas disse...

Acredito que poderia ser mais justo, a formula existe e é explicável, porém não demonstra a realidade nua e crua, o que a Colombia faz a frente do Brasil, Inlaterra e outros melhores. Titulos deviam pesar mais, não somente jogos.

Anônimo disse...

O négocio é o seguinte tudo manipulado! Se vc observar os amistosos são data FIFA. Como se marcar um Brasil e Butao e do outro lado Espanha e Itália. Só observar a era Mano Menezes.

Ta osso ridiculo!

Anônimo disse...

Então continua a mesma opinião, a FIFa não tem critério, pode ter uma fórmula ridícula, porém sem critério algum. :)

Unknown disse...

A diferença que os jogos da América do Sul tem para a Europa é de:

_________________76% tanto no quesito de faturamento quanto no quesito disputa. Isso coloca a Europa como “preferidinha“ da Fifa.

Anderson disse...

Nessa equação confusa deveria-se incluir uma boa quantidade de pontos por cada título mundial pra não termos grupos bizarros como o que tinha Uruguai, Inglaterra e Itália. Onde se viu seleções com uma penca de copas no currículo não ser cabeça de chave em uma copa do mundo, por causa de ranking distorcido.