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quarta-feira, julho 01, 2009

Internautas sugerem "festas da gripe suína". Médicos se desesperam

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No Twitter e em blogues de saúde pública da Inglaterra e Estados Unidos, internautas propõem "festas de gripe suína". A proposta é buscar o convívio com pacientes contaminados para contrair o vírus Influenza A H1N1 e adquirir imunidade contra eventuais mutações mais letais que surjam no futuro. Um dos principais propostas seria levar justamente as crianças para esse ambiente.

Veículos como a BBC, o New York Times, e outros trazem médicos criticando a proposta. O responsável pela área na Inglaterra declarou: "É muito seriamente equivocado pensar em permitir que o vírus se espalhe sem controle por meio de festas de gripe suína. Não sabemos ainda o suficiente sobre os perfis de riscos do vírus e, ainda que se apresente como de gravidade média no Reino Unido, em algumas partes do mundo jovens, antes saudáveis, morreram".



Os especialistas e responsáveis por políticas de saúde pública saem desesperados dizendo: "É uma má ideia". O primeiro problema é ajudar a espalhar a doença e dificultar a vida dos médicos infectologistas. O segundo, consequência disso, é que se pode acelerar o processo de mutação do vírus, e chegar antes à temida – ou o termo certo seria almejada? – versão letal do H1N1.

A primeira menção a isso na internet parece estar no Effect Measure, do Science Blogs. A OmegaMom pergunta ao especialista o que ele acha da twitada que recebeu de uma mãe com a proposta. O modelo são as "festas da catapora".

No Twitter, um gringo escreve: "Li agora uma reportagem bizarra sobre 'festas de gripe suína'. Não é um pouco como um pacto suicida?" Outros chamam os britânicos de loucos e as ofensas a pais que cogitaram a ideia de mandar a criançada para a contaminação são regra.

A estratégia é uma espécie de troca, porque se sabe que contrair o vírus significaria ficar terrivelmente estragado por uma semana na melhor das hipóteses. A recompensa seria se livrar da gripe no futuro. Nenhuma menção é feita a quais bebidas alcoólicas seriam consumidas na festa.

A ideia de bêbado é justificada por alguns como uma estratégia inspirada na teoria da evolução de Charles Darwin e em relatos da Gripe Espanhola do começo do século XX. Foram duas as ondas letais da doença, uma em 1918 e outra em 1919, e as variedades posteriores do vírus seriam muito mais fortes e fatais do que as primeiras.

No Brasil, as referências a convescotes da gripe suína estão relacionados a crackers que "fazem a festa" para espalhar vírus. Como paciente número zero da gripe manguaça – cujo foco já foi debelado –, prefiro comparecer ao bar do que a uma festa dessa.

2 comentários:

Glauco disse...

E onde se acha o "vetor", ou seja, o infectado com gripe suína para levar à festa e contaminar a todos? Sequestram no hospital? É cada um que aparece.

Olavo Soares disse...

Meu Deus.

Me fez lembrar de outra prática, essa muito mais complicada, a de se promover orgias com pessoas contaminadas pelo HIV em que todos os participantes sejam obrigados a transar sem camisinha. Acho que é barebacking o nome, não?