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terça-feira, outubro 13, 2009

Quando a necessidade fez o craque

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Na biografia de Garrincha, Ruy Castro diz que o jogador, quando criança, disputava peladas num campinho de terra todo esburacado, à beira de uma vala cheia de espinheiros. Quem derrubasse a bola ali teria que se cortar todo para buscá-la. Por isso, além de compensar a deficiência das pernas tortas, Garrincha tinha que driblar os adversários mais os buracos, para não torcer o pé, e controlar a bola de modo que não despencasse pela perigosa pirambeira. Segundo seus colegas de infância, ele foi o único que desenvolveu a técnica de fazer todo esse malabarismo simultâneo, o que teria contribuído de maneira decisiva para sua futura (e extraordinária) habilidade com a bola.

Pois bem, fuçando pela net, assiti uma reportagem com o Sócrates em que ele conta a origem de sua marca registrada, os toques de calcanhar. Segundo o ex-jogador, o motivo foi a falta de preparo físico. "Quando eu me tornei profissional, eu tinha que jogar o jogo inteiro. E eu não tinha físico pra, naquela situação, usar a mesma coisa que eu usava no juvenil. Aí eu comecei a jogar com um toque só. E era de calcanhar, de bunda, de joelho, do que desse", relembra o Doutor. "Porque ninguém podia encostar em mim, eu era um esqueleto. Se me dessem uma ombrada, me jogavam na arquibancada". Pois é, mais um caso em que a necessidade impulsionou a genialidade.

Sócrates fazendo sua jogada característica contra o rival São Paulo

5 comentários:

Leandro disse...

Rival, rival mesmo, a bem da verdade é o Palmeiras, Marcão.
Mas valeu pela postagem sobre o grande Doutor. Parabéns!

Saulo disse...

Bela postagem.

Anselmo disse...

a necessidade faz o craque, mas só o garrincha conseguiu sobreviver aos buracos e barrancos. E só o Sócrates tocada de primeira de calcanhar, de bunda, de joelho sem errar.

Me coloca pra tocar de primeira na beira de um barranco que eu caio com bola e tudo.

Nicolau disse...

Eu vi essa entrevista do Sócrates. O que me impressiona na história é a inteligência do cara. Ele tomou uma decisão racional de mudar o seu estilo de jogo, avaliou o que precisava e podia fazer para se adaptar. Claro que, como diz o Anselmo, sem a habilidade naõ adiantava nada.

Moriti disse...

ele também se adaptou muito ao bar. o que mostra mais um traço da inteligência do cara. hehe