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quinta-feira, novembro 05, 2009

Sufoco, calor e garganta seca

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Por Moriti Neto


Noite quente. Jogo e cerveja também. A partida entre São Paulo e Grêmio, no estádio Olímpico, foi bastante movimentada, embora, em vários instantes, o corre-corre só tenha sido garantido por chutões para as áreas tricolores.

O começo do jogo até que foi promissor. O time do Morumbi pressionava a saída gremista e passava mais tempo no campo de ataque. A posse de bola paulista era muito maior do que a do adversário, mas justamente quando era melhor, a equipe tomou o gol numa falha grotesca da defesa. Aos 24 minutos, Douglas Costa levantou a bola e Rafael Marques, entre cinco são-paulinos, cabeceou sem dificuldades, fazendo 1 a 0 para o onze gaúcho.

Não demorou muito e o Tricolor Paulista, voltando a dominar o controle da redonda, empatou a peleja. Hernanes fez boa jogada pela ponta direita, cruzou de pé esquerdo e Dagoberto marcou. Eram 31 minutos e, curiosamente, a bola desviou em quem antes de entrar? Em Rafael Marques, autor do tento do Grêmio. Daí para frente, os goleiros Rogério Ceni e Victor praticamente não trabalharam na etapa inicial.

No segundo tempo, o ritmo mudou. Os donos da casa vieram dos vestiários com disposição de jogar ofensivamente e criaram duas chances aos 12 e aos 13. O São Paulo só respondeu aos 21. A partir de então, a coisa começou a ficar desesperadora. A geladeira de casa pifou e, na pressa de tomar as últimas cervejas que resistiam bravamente ao calor, não vi a jogada, aos 30, em que Jean teria feito pênalti em Fábio Santos.

Para aumentar a tensão, somando-se ao calor e à ausência da gelada, quando os são-paulinos equilibravam a situação, Borges, que entrara no lugar de Washington, foi expulso, aos 32. E repentinamente, o São Paulo ficou sem ataque, pois Dagoberto, um minuto depois, também tomou o vermelho. Coincidências nas exclusões: as duas faltas foram feitas no volante Túlio e tiveram alto grau de imbecilidade.

Paulo Autuori fez o óbvio e mandou sua equipe à frente. A pressão foi grande e Rogério praticou, ao menos, três defesas salvadoras. Eu, claro, batia na geladeira para descontar a tensão – não sei se com raiva da própria ou se pelo descontrole inexplicável de um time experiente, que disputa um título e tinha condições de virar o resultado. Enfim, creio que a bronca era multiplicada.

Aos 48, Jean levou o segundo amarelo. Apenas oito são-paulinos ficaram no gramado. O jogo iria até os 51. Até o apito final do juiz, o tempo foi de sufoco.

Com o empate fora de casa contra a equipe de melhor campanha como mandante, três atletas a menos e a liderança provisória do campeonato, o São Paulo saiu no lucro. Não posso dizer o mesmo. Sofri com o jogo e fiquei sem cerveja gelada.


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...

1 comentários:

Marcão disse...

"O jogo iria ate os 51". Numero cabalistico...