Destaques

sexta-feira, março 20, 2009

A criatividade da cartolagem não morreu

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Mais de seis anos se passaram depois da radical – e parece que definitiva – mudança no regulamento do Campeonato Brasileiro, que deixou de ser disputado de forma diferente a cada ano para o simples e claro pontos corridos. Mas nem por isso o torcedor deixou de ter que se acostumar com novas formas de disputa a cada ano. Afinal, os estaduais estão aí, para exercitar a criatividade dos cartolas locais.
Neste ano nenhum dos campeonatos estaduais é disputado como o Brasleiro. Isso não é um problema, claro. O problema é o excesso de inovações, que seguem.

Baiano e Capixaba
Ambos são disputados no sistema de ida e volta, quatro se classificam para as semifinais e os piores são rebaixados – na Bahia apenas um cai, no Espírito Santo são dois. Bastante razoável.

Carioca e Cearense
A lógica dos dois torneios é semelhante: dois turnos, cada um com semifinais e final. Os campeões de cada turno disputam a grande final. No Ceará não há divisão por grupos, enquanto no Rio os times são divididos em duas chaves. Não é de todo ruim, mas há quem não goste do número excessivo de jogos “decisivos”, que no fim não valem nada. Como cada turno tem um nome e um troféu específico, fica a impressão de que é assim para que vários times possam dizer que ganharam alguma coisa no ano. Ou será muita maldade?

Pernambucano
Bastante semelhante aos torneios do Rio e do Ceará. O detalhe é que, em cada um dos turnos, se duas equipes ficarem empatadas em primeiro lugar em número de pontos, haverá um jogo desempate. Aqui, os critérios de desempate servem apenas para decidir na casa de quem esse jogo acontece. Um detalhezinho para o cartola não dizer que não inovou.

Gaúcho
Segue a lógica dos três anteriores. A diferença? A taça para o campeão do primeiro turno leva o nome de Fernando Carvalho, enquanto a do segundo chama-se Fábio Koff. Homenagear cartolas dos dois principais times do estado, que ainda por cima estão vivos e atuantes em seus clubes, é muita egotrip. Qualquer outro time vai querer esconder o troféu, se conquistá-lo.

Paulista
Não é porque estamos acostumados ao regulamento que ele deixa de ser estranho. Vinte equipes (o mais inflado do país), que jogam em jogos só de ida. Quatro passam para as semifinais. Qual a dificuldade em diminuir o número de participantes para que possa haver ida e volta?

Mineiro
Em Minas, o sistema de disputa é até normal. Doze equipes, jogos só de ida, os melhores classificam e os piores caem. O que pega é que, dos doze, oito passam para a fase seguinte. Que moleza!

Catarinense
São 10 times, todos contra todos, em duas fases, ida e volta. Os campeçoes de cada fase se classificam para o quagrangular final. As outras duas equipes a avançar para a próxima fase serão aquelas com o melhor desempenho na soma das duas fases. As equipes campeãs dos turnos entram no quadrangular já com um ponto. Se a mesma equipe ganhar os dois turnos, ela chega com dois pontos de vantagem. Nessa fase são todos contra todos em jogos de ida e volta. Depois de tudo isso ainda tem as finais entre os dois melhores classificados do quadrangular. Regulamento três-em-um é isso aí.

Paranaense
Começa errado. São 15 times. Número ímpar. O que significa que a cada rodada um time ganha uma folga! Isso eu nunca tinha visto. Talvez nosso colaborador Rodrigo Ponce Santos possa explicar o motivo.
A primeira fase é disputada em pontos corridos, só ida. Oito times se classificam e três caem (o que provavelmente significa que no próximo ano teremos um número par de equipes). Na segunda fase, a fórmula se repete. Todos contra todos, só ida. Só que, como no catarinense, os melhores times chegam com vantagem. O primeiro colocado entra na fase final com dois pontos e o segundo, com um. Quem tiver mais pontos nessa fase é campeão.

Goiano
A competição é brava, mas esse é o meu campeão! São 12 clubes, divididos em duas chaves. Na primeira fase, as equipes do Grupo A enfrentam as do Grupo B em turno e returno e, depois, se enfrentam dentro dos próprios grupos, em turno único. Ou seja, os time jogam duas vezes com os da outra chave e uma vez só com as equipes do seu próprio grupo. Como assim? Três turnos também é novidade pra mim. Depois disso, os dois melhores de cada chave passam para as semifinais, e são rebaixados os dois piores times em número de pontos, independente do grupo.

E para você, qual o pior regulamento? Ou eu deixei de fora algum Estado ainda mais incrível?

Update

Descobri mais uma pérola no Campeonato Paranaense
"Na segunda fase, as oito equipes classificadas se enfrentam em turno único, com mando de campo da equipe que teve melhor classificação geral na fase anterior".
O campeão do primeiro turno joga TODAS as partidas em casa, e o oitavo, nenhuma. E ainda tem a bonificação de dois pontos ao primeiro da fase anterior.
Desse jeito não precisa nem de fase final.

Borges: entre os 40 maiores artilheiros do S.Paulo

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Com o golaço de perna esquerda que marcou contra o time uruguaio Defensor, na quarta-feira, o atacante Borges (à esquerda) chegou a 46 com a camisa do São Paulo, tornando-se o 37º maior artilheiro do clube, ao lado de Marcelinho Paraíba (à direita) e Pita. À sua frente, no ranking, estão apenas cinco jogadores em atividade: França, com 182 gols (4º colocado), Luís Fabiano, com 118 (11º), Dodô, com 94 (18º), Rogério Ceni, com 83 (22º) e Kaká, com 48 gols (36º). Borges já marcou sete vezes desde o início do ano. Se nessa temporada ele igualar os 26 marcados em 2008, chegará a 65 com a camisa tricolor (o mesmo tanto que Kléber Pereira já fez pelo Santos). Com isso, subiria para a 28ª posição na artilharia geral do clube, só um gol atrás de Zezinho (à esquerda), artilheiro do Campeonato Paulista de 1956. Desde Luís Fabiano, que deixou o São Paulo há cinco anos, ninguém mais alcançou ou ultrapassou a barreira dos 100 gols. E eu defendo que o França encerre a carreira no São Paulo e, quem sabe, chegue aos 200 gols. Aos 33 anos (mais novo que Washington e Kléber Pereira e pouco mais velho que Ronaldo Gordo), ele defende atualmente o clube japonês Kashiwa Reysol.

Cristina Kirchner quer mudar TV na Argentina para garantir transmissão de jogos de futebol

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A presidente da Argentina Cristina Kirchner enviou ao congresso do país um projeto de lei para reduzir a concentração midiática. A legislação atual é do tempo da ditadura. Além de reduzir o número máximo de concessões públicas detidas por uma mesma pessoa ou grupo, a nova Lei de Serviços de Comunicação Audiovisuais inclui restrições ao controle de mais do que 35% do mercado de TV aberta. As empresas de telefonia poderiam ter autorização para entrar no mercado de TV paga. Mas o ponto mais importante para ser debatido (pelo menos no Futepoca) é o que envolve a transmissão de jogos de futebol de interesse nacional na TV aberta.

Foto: Casa Rosada/Divulgação


O pesquisador Santiago Marino analisou a peça no observatório Direito à Comunicação, destacando a reserva de um terço das licenças para agentes sem fins lucrativos – enquanto atualmente existe apenas a comercial – e concessões para redes de rádio e TV públicas para os governos de províncias e municípios.

A grita foi muito rápida, apesar de a previsão é que os debates durem três meses antes da votação. Coincidentemente é o período de eleições parlamentares. A oposição acredita que o anúncio é só um factóide para chamar a atenção do eleitorado por um lado, e ameaçar a mídia do outro. Ainda não localizei, na blogosfera argentina, o termo "media golpista".

O principal prejudicado, o grupo O Clarín, possui 24 concessões pelo território argentino e 70% do mercado de TV a cabo. A empresa teria de ser fatiada para atender às medidas. Embora ainda não tenham se manifestado publicamente, executivos de empresas do setor e parlamentares ligados a elas já manifestaram, em off, que a linha da disputa vai se dar na comparação do Casal K com Hugo Chávez. Em 2007, o presidente venezuelano não renovou a concessão de TV da RCTV.

Futebol
Um importantíssimo ponto diz respeito à intervenção estatal nos contratos de direitos de transmissão de jogos de futebol. Atualmente, a maior parte das partidas ficam restritas aos canais a cabo, "um negócio que impede a felicidade do povo", nas palavras de Gabriel Mariotto, interventor no Comité Federal de Radiodifusión (Comfer). Seriam criadas "as medidas necessárias para garantir o direito universal – por meio de comunicação audiovisual e sonora – aos conteúdos informativos de interesse relevante e aos encontros futebolísticos ou outro gênero ou especialidade".

É a noção de que assistir futebol gratuitamente é um direito dos cidadãos, ao qual se dedica todo o oitavo capítulo. Os conteúdos de "interesse" têm definição vaga, mesmo quando o assunto é o esporte bretão, já que não se especifica quais partidas e de quais campeonatos ou nacionalidades poderiam ser transmitidos. Caso a detentora dos direitos de transmissão se recusar a pôr o jogo no ar de graça, outras emissoras podem fazê-lo, desde que arquem com os custos estabelecidos pelas entidades esportivas. Isso quer dizer que se, por conluio ou falta de concorrentes, ninguém bancar, continua sem futebol.

O presidente Lula, ao criar a rede de TV pública (TV Brasil), chegou a propor que o canal transmitisse, em canal aberto, jogos do futebol europeu. Na China, isso não deu certo sob alegação de excesso de violência.

Para ler a proposta na íntegra, clique aqui.

quinta-feira, março 19, 2009

Em busca do marafo perdido - Capítulo 6

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MARCÃO PALHARES

Os quatro manguaças combinaram de fazer o esquenta na padaria, antes do jogo decisivo que todos assistiriam na república de um deles. Maria mole, rabo de galo, meia de seda, bombeirinho – cada qual com sua preferência etílica. Já turbinados, passaram no supermercado e compraram seis caixas de cerveja, cerca de 72 latinhas. Talvez fosse o suficiente para os 90 minutos de futebol. Mas levaram um litro de vodka, afinal, uma batida de maracujá com leite condensado nunca é demais. Para comer, amendoim.

No apartamento, ligaram a velha e surrada televisão e tentaram diminuir a interferência na imagem e a chiadeira com um bombril nas antenas. Em vão, mas ninguém se importou. A porta da geladeira só fechava com uma fita adesiva. Latas de cerveja eram consumidas em minutos, a vodka mal deu pro gasto. E ainda encontraram um resto de vinho vagabundo, que não durou dez minutos. Quando o jogo começou, os quatro estavam devidamente manguaçados até a tampa. Ninguém se importava mais com o futebol.

Aos brados, os bêbados aumentavam o tom de voz a cada gole sorvido. Num prédio de três andares, com apartamentos pequenos e acústica potente, uma reunião de pinguços, à noite, era uma temeridade. A vizinhança já ameaçava chamar a polícia quando, para piorar, saiu um gol. Sem se importar ou sequer notar qual time tinha aberto o placar, os quatro explodiram num grito uníssono. Cantaram, pularam, berraram e xingaram – nem eles sabiam o quê ou por quê. Para a síndica, que morava no andar de cima, foi a gota d’água.

- Parem com isso! Desliguem essa televisão! Vão beber no bar!, ordenou, pela janela.

Os quatro manguaças ouviram e, por um instante, fizeram silêncio. Depois, como se tivessem combinado, começaram a cantar:

- Ih, fodeu, Camanducaia aparaceu! Ih, fodeu, Camanducaia apareceu!

A mulher ficou possessa. Não fossem os seus 60 anos, desceria até a república com um pau de macarrão para tirar satisfações.

- Seus bebuns! Isso não vai ficar assim! Vou acionar a imobiliária!

Nisso, um dos quatro manguaças saiu na janela e vociferou, raivoso:

- Pode ir! Mas eu vou chamar meu adevogado! (e frisou a sílaba "de", de advogado)

A mulher bateu a janela, assustada, e os bêbados decidiram que era hora de desligar a televisão e rumar para a sinuca mais próxima. Afinal de contas, não restava nenhuma das 72 latas de cerveja e a vodka e o vinho também tinham ido para o espaço. Na rua, encontraram uma garrafa de plástico vazia que, imediatamente, foi convertida em bola de futebol. Trocaram passes por quadras e quadras, gritando, de forma insana, uma paródia da canção religiosa do Roberto Carlos:

- Jesus Carlos! Jesus Carlos! Jesus Carlos, não estou aqui!

Desembarcaram aos tropeções na sinuca e, depois de algumas partidas, cada um tomou o rumo de sua casa, para desmaiar de bebedeira. No dia seguinte, dois dos manguaças, que trabalhavam juntos, estavam discutindo qualquer besteira quando o telefone tocou. O pingaiada que habitava a fatídica república atendeu. O outro só escutou:

- Alô? Sim, é ele mesmo. Pois não.
- (...)
- O que? A síndica? Mas o que houve?
- (...)
- Advogado? Mas que história é essa de advogado?
- (...)
- Sim, eu recebi uns amigos para assistir futebol. Só isso...
- (...)
- Não, ninguém tava fazendo barulho. Deve ter sido a televisão.
- (...)
- Olha, quem abriu a janela pra gritar primeiro foi ela!
- (...)
- O que? Jesus Cristo? Hã?!? Jesus Carlos??? Mas que diabo é isso?
- (...)
- Ela disse que a gente ia chamar o advogado? E que gritamos Jesus Carlos?
- (...)
- Escuta, meu senhor, não aconteceu nada disso.
- (...)
- Não, não vou pagar nada! Essa mulher é biruta!

O manguaça bateu o telefone, revoltado, e ficou resmungando:

- Ah, o que é isso? Pô! Parece que bebe!

Ainda bêbado, o outro perguntou o que estava acontecendo. Ele tergiversou:

- Nada, nada. Vamos lá na esquina tomar mais uma, que tá na hora!

E saíram abraçados, entoando o côro nonsense:

- Jesus Carlos! Jesus Carlos! Jesus Carlos, não estou aqui!

(Continua quando o autor estiver sóbrio o suficiente para escrever...)

Vestido rosa para jogador. Se a moda pega...

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O técnico do Figueirense, Roberto Fernandes, literalmente inventou uma moda. Fez o meia Jairo usar um "vestidinho" rosa em meio ao coletivo do Figueirense (foto).

Depois,tentou explicar que se tratava de uma "brincadeira": "No rachão que antecede o jogo são eleitos o melhor e o pior, sendo que o melhor recebe uma premiação e o pior tem que pagar um mico. Pode ser usada uma meia diferente no treino, ou outra coisa, como foi com o vestido rosa — explicou", em entrevista ao Zero Hora.

Segundo o jogador o castigo foi inventado pelo "colega" Roger, que levou o vestido da foto.

"É o castigo de quem for o pior jogador do treino — disse Jairo, conformado, afirmando ainda que a iniciativa de eleger o melhor e o pior faz parte do método do novo treinador", segundo o Zero Hora.

Será que algum time aqui de São Paulo pretende adotar o método?

Na "seleção da rodada"...

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Entre milhões de arquivos jogados pela internet, encontrei um recorte de jornal (à direita) da década de 1970 com uma "seleção da rodada" (provavelmente do Campeonato Paulista, mas não descobri o ano). Curioso é que a tal "seleção" começa com dois técnicos muito conhecidos hoje em dia: Geninho, que na época era goleiro do São Bento de Sorocaba, e Nelsinho Baptista, que jogava como lateral direito pelo São Paulo. O texto do jornal (também não sei qual é, mas parece a finada Gazeta Esportiva) diz o seguinte:

Goleiro - Geninho, do São Bento, garantiu a vitória sobre o Comercial, em Ribeirão Preto.

Lateral direito - Nélson, do São Paulo, atacando com objetividade e marcando bem.


Completavam a tal "seleção": Klein, do Paulista de Jundiaí (central), Araújo, do Noroeste (quarto zagueiro), Isidoro, da Portuguesa (lateral esquerdo), Marinho, do Juventus (armador), Pedro Rocha, do São Paulo (armador), Antonio Carlos, da Portuguesa (ponta direita), Toninho, do Marília (ponta de lança), Serginho Chulapa, do São Paulo (centroavante) e Edu, do Santos (ponta esquerda) - este último merece ter registrado o comentário sobre sua atuação: "Fez dois gols e apavorou a defesa da Portuguesa Santista".

Cumprindo o dever (fora) de casa

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Em pé: Miranda, Rogério Ceni, Washington, Renato Silva e Hernanes; Agachados: Rodrigo, Borges, Júnior César, Arouca, Jean e Jorge Wagner

O São Paulo conseguiu uma importante vitória ontem, no Uruguai, e só precisa de mais três pontos para se classificar para a próxima fase da Libertadores. Borges fez o golaço da vitória por 1 a 0 sobre o Defensor, no histórico estádio Centenário. De diferente, no time, apenas a improvisação de Arouca como ala direito, no lugar do contundido Zé Luís (que, por sua vez, é outro volante improvisado de lateral). Rodrigo também entrou na vaga de André Dias, também contundido, mas é uma mudança de praxe. Os titulares, para a Libertadores, serão mesmo: Rogério Ceni; Renato Silva, André Dias e Miranda; Zé Luís, Jean, Hernanes, Jorge Wagner e Júnior César; Borges e Washington. Não é uma Brastemp, mas me parece melhor que o time que disputou em 2008. A hora da verdade, mais uma vez, será o mata-mata.

Ps.: Um amigo me conta que, no intervalo da transmissão da Globo, houve uma homenagem ao fantástico Pedro Rocha (à esquerda), que foi, de longe, o melhor uruguaio e um dos maiores jogadores da história do São Paulo. Aos 66 anos, parece que está internado para resolver algum problema de saúde. Meu colega disse que ele apareceu comentando, descontraído: "Eu sempre saía para tomar umas cervejinhas com o Muricy e o Terto". Na foto abaixo, do São Paulo campeão paulista de 1975, os três aparecem juntos na linha de ataque.

Em pé: Valdir Peres, Gilberto Sorriso, Samuel, Paranhos, Chicão e Nelsinho; Agachados: Terto, Muricy Ramalho, Serginho, Pedro Rocha e Zé Carlos

quarta-feira, março 18, 2009

Luxemburgo decadente

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Esta está no blogue do Cosme Rímoli, só reproduzo porque fala do "gênio" Luxemburgo, tão decantado por alguns.

Guilherme Beltrão.
Pernambucano.
Administrador de empresas.
Vice presidente de futebol.
Na sua rouquidão se traduz a voz do Sport Recife.
E é ela que alerta e acusa em entrevista exclusiva ao blog.
"Não quero transformar em guerra os dois jogos contra o Palmeiras pela Libertadores.
Só que acabou aquele tempo que time do Nordeste era roubado, desprezado pelas equipes do eixo Rio-São Paulo.
O Sport Recife quer e pretende pagar todas as despesas para ter árbitros estrangeiros contra o Palmeiras.
Por que na bola, o Sport não perde para o time dirigido pelo decadente Luxemburgo.
Os jogadores do Palmeiras têm alto nível, mas ele é péssimo.
Só a imprensa de São Paulo não vê que ele está caminhando para o final de carreira.
Perdeu a credibilidade.
Ele é o homem mais criativo para explicar derrotas no Brasil.
Ou são os jogadores do próprio time, ou a comida que o time comeu, ou o árbitro.
Ou é a pressão da torcida adversário.
E esse sujeito vai tremer na Ilha do Retiro.
Pela força do nosso time.
E pelos gritos dos nossos torcedores.

Zona à vista

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A CBF anunciou ontem mudanças para a Série C e a Série D de 2009. Em ambas, a mudança ocorreu no sistema de disputa, que prevê agora menos jogos e decisões mais rápidas.

Quando começaram as conversas sobre a Série D (lembrando que a "Quartona" será disputada pela primeira vez esse ano), o que se dizia é que ela teria uma disputa regionalizada e marcada por grupos pequenos e excesso de mata-matas, incorporando o que tradicionalmente ocorre na Série C; a Terceira Divisão, por sua vez, adotaria o sistema de pontos corridos aplicado nas Séries A e B.

Posteriormente, foi anunciado que a Série C teria dois grupos de 10. Agora, num conceito mais oficial, muda tudo: serão quatro grupos de cinco equipes, com os dois primeiros de cada chave avançando, e todo mundo fazendo intermináveis mata-matas até que sejam definidos o campeão e os quatro promovidos à Segunda Divisão.

O estranho desse formato é que ele ataca uma "seriedade" que a Série C parecia que alcançaria em 2009. Esperava-se um sistema organizado, com tabela definida, transmissão sólida pela TV e tudo o mais; agora, o que vem é um regulamento que faz com que uns times possam jogar oito jogos e, outros, entrarem em campo 14 vezes. Quase o dobro.

Mas ainda não falei, nesse post, da pior parte. Ou a CBF corrigirá o que falou ou a Quarta Divisão terá um regulamento bizarro. A entidade que organiza o futebol nacional divulgou que a Série D terá 10 grupos com quatro times cada. Eles jogam entre si e passam os dois melhores de cada chave. Até aí, OK. Depois, atentem para o que a própria CBF divulga em seu site: "seguem-se disputas eliminatórias (na sequência 20/10/8/4/2 clubes) até que se conheça o campeão. Os quatro clubes que ascenderão à Série C serão os semifinalistas da Série D".

Alguém aí pode me explicar como um mata-mata que envolve DEZ times pode classificar OITO equipes? Vão avançar os cinco vencedores e mais três "melhores perdedores"? Será relançado sistema bizarro que foi implantado na Copa São Paulo anos atrás, em que o melhor time derrotado na eliminatória se classificava - regulamento apelidado de "mata-mata com continue"? Ou apenas alguém responsável pelo texto no site da CBF fez lambança? Aguardemos.

Ah, os grupos da Série C serão os seguintes:

Grupo A
Rio Branco/AC
Sampaio Corrêa/MA
Luverdense/MT
Águia de Marabá/PA
Paysandu/PA

Grupo B
ASA/AL
CRB/AL
Confiança/SE
Icasa/CE
Salgueiro/PE

Grupo C
Gama/DF
América/MG
Mixto/MT
Ituiutaba/MG
Guaratinguetá/SP

Grupo D
Marília/SP
Marcílio Dias/SC
Criciúma/SC
Brasil/RS
Caxias/RS

Senador nos braços do povo

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O vídeo abaixo, que circula pela internet (não sei o autor), é sensacional. Mostra o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e seu filho, o cantor Supla, no meio da Torcida Jovem no Santos 3x0 Mogi Mirim de domingo. E mais: eles não só estão no bolo da galera, como também estão entoando o engraçado "Torcida Jovem lá, laialaiá, laiá", em que a uniformizada do Santos faz uma paródia de canção que ficou célebre no Programa Silvio Santos, e na qual os torcedores pulam abraçados. Vejam:



Essas imagens me fazem lembrar da vez que eu vi o Supla na arquibancada do Morumbi. Foi em 1998, num Santos x Corinthians pela primeira fase do Brasileirão daquele ano (o Peixe venceu por 2x0, com dois gols de Viola). Naquele tempo, Supla era um cantor decadente - tinha perdido sua pecha de "revelação-do-rock-filho-de-político" dos anos 1980 e ainda não havia sido resgatado pela onda "trash" dos 2000 - mas, mesmo assim, estava no estádio com seu visual característico, com cabelo espetadão, roupas diferentes e tudo o mais. Figuraça.

Outra 'celebridade' que já trombei nas minhas andanças de estádio foi Mano Brown, vocalista dos Racionais MC's. O encontrei na entrada/saída do Morumbi umas duas vezes; e, em outra partida, me sentei praticamente ao lado dele - apenas uma pessoa (minha irmã, no caso) estava entre eu e o cantor.

Nesse jogo - Santos 1x1 Portuguesa, primeira fase do Rio-São Paulo de 2002, Canindé - aconteceu um momento bem engraçado. O camisa 11 do Peixe era Esquerdinha, contratado após ótimas exibições no São Caetano (que o levaram à seleção brasileira, acreditem), mas que vinha bem mal no Santos. A torcida peixeira, como é característico, cornetava o sujeito. Eis que Mano Brown se levantou e, com sua voz que se tornou um ícone na cultura marginal brasileira, exclamou a plenos pulmões:

- Vamo incentivar aê, caralho!

Não se ouviu mais nenhuma ofensaa Esquerdinha, por menor que seja, até o final da partida...

E vocês, leitores? Já dividiram arquibancada com "gente famosa"?

Balada: punição para Adriano, personagem de gibi para Ronaldo

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Adriano, o jogador que admitiu ter problemas com o álcool e até bebido para dormir, teve uma recaída. Mergulho na noite em Milão e recebeu as consequências: punição da Internazionale. José Mourinho manteve o jogador no banco contra a Fiorentina no último domingo.

Já foi pior a reação do clube, mas a marcação cerrada no comportamento de Adriano decorre da dificuldade de colocar limites a hora de sair da balada e ao fato de ele chegar estragado no treino do dia seguinte. A mídia esportiva italiana jura que o lateral brasileiro Maicon está sempre com o atacante, mas sai mais cedo e resiste melhor à ressaca, por isso é preservado. Fosse eu o treinador, pediria ao preparador físico e ao nutricionista do clube orientar o cara a tomar água de coco, se alimentar antes dos "trabalhos" etc.

Dois pesos...
Enquanto isso, Ronaldo cai na noite de Presidente Prudente e só começa o jogo no banco por questões de preparo físico. Vai a campo e quem é punido é o diretor que acompanhou o atleta na balada.

E ainda vira personagem de Maurício de Sousa! Realmente é um exemplo para a criançada... Nada de cabelo do Cascão nem da lustrosa careca de outros tempos. Se o personagem será ou não tema de uma revista própria, não há confirmações ainda.

Reprodução


O Saci e o Pelezinho que se cuidem na disputa para ser mascote da Copa de 2014. Mas o pior mesmo seria pensar em um pool de mascotes, a exemplo de Pequim 2008, mas incluindo as versões do criador da Turma da Mônica para o também dentuço o Ronaldinho Gaúcho e para o também gorducho Maradona.

terça-feira, março 17, 2009

Keirrison leva Palmeiras a seis pontos de vantagem no Paulista

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Palmeiras.com.br
Em uma noite que faltou energia elétrica na Pompéia, bairro vizinho ao Palestra Itália, achei que ia faltar luz no estádio. Não foi o caso. Diante do Noroeste de Bauru, um dos times situados na zona de rebaixamento, Keirrison marcou dois e garantiu o placar ainda aos 20 minutos do primeiro tempo.

O trânsito provocado pela combinação de chuva, alagamentos, semáforos quebrados e falta de luz foi tão grande (201 quilômetros às 19h) que os jogadores do time da casa tiveram de ir de táxi ao estádio, porque o ônibus não conseguiu chegar a tempo ao hotel. Há quem tenha contado seis carros para 30 pessoas, o que quer dizer superlotação da maioria dos modelos de passeio.

A classificação para a fase final do Campeonato Paulista foi praticamente assegurada pelo Palmeiras na noite desta terça-feira, 17. Com mais cinco pontos, garante matematicamente a vaga, com nove, a liderança.

Jogando no esvaziado Palestra Itália, o time novamente entrou com dois zagueiros e Sandro Silva no lugar de Pierre. Novamente nada dos experiêntes Edmilson e Marcão. O Norusca não foi capaz de trazer perigo à oscilante zaga alviverde mais por falhas na finalização do que por boa armação da defesa. Aliás, Danilo até tentou entregar o ouro em um recuo estranhíssimo na fogueira para Bruno na segunda etapa.

A partida acabou com a história de o líder ter um jogo a menos do que os adversários. Isso explica os seis pontos de vantagem. A primeira fase da competição se aproxima do fim, faltam cinco rodadas.

Homenagem a dois parlamentares que se foram

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Citado em duas ocasiões nesse blogue, aqui e aqui, nossa singela lembrança desse ícone da... do... de... é... enfim, dessa figura chamada Clodovil Hernandes. Atrás (opa) dele, o igualmente saudoso Eneas Carneiro. Que Deus os conserve em bom lugar. Ou não.

Bebida: união e resistência indígenas há 500 anos

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Por sugestão do amigo Alexandre Lahud, estou lendo o clássico "A religião dos Tupinambás", do antropólogo suíço naturalizado estadunidense Alfred Métraux (1902-1963), edição brasileira de 1979. Os Tupinambás, já extintos, representavam o conjunto de populações tribais que se estendiam do Rio de Janeiro ao Maranhão, na faixa litorânea – ou seja, os povos indígenas que travaram os primeiros contatos com os brancos invasores. A obra é um prato cheio (sem alusão à antropofagia, por favor) para quem se interessa pelas nossas origens, costumes e mitologia. E aborda um fator que muito interessa aos que, como nós, almejam uma sociedade onde o consumo de álcool não seja nocivo, mas, sim, um direito primordial à união, celebração e resistência.

Em determinado trecho, o autor se dedica ao costume da cauinagem, ou seja, as festas coletivas à base do cauim, a bebida alcoólica obtida a partir da fermentação da mandioca ou do milho. "Nada ocorria de importância na vida social e religiosa que não fosse seguido de vasto consumo de certa bebida fermentada conhecida pelo nome de cauim", diz Métraux, que apoiou seu trabalho em descrições de visitantes do Brasil nos séculos XVI e XVII, como o português José de Anchieta e os franceses Claude d'Abbeville, Yves d'Evreux, André Thévet e Jean de Léry, entre vários de outros países.

Nos relatos, fica claro que a cauinagem era extremamente importante na medida em que determinava o consumo de bebida alcoólica como agente aglutinador, cultural e de identificação da "pátria" Tupinambá. Os invasores perceberam isso – e trataram de combatê-la. "A exortação da força, da coragem e da guerra está entre os saberes que mais sobressaem nessas práticas. Antes dos rituais antropofágicos e das guerras os índios bebiam e relembravam os atos de bravura, exaltavam a vingança e a luta contra os inimigos", destaca Maria Betânia Barbosa Albuquerque, da Universidade do Estado do Pará (UEPA), no trabalho acadêmico "Mulheres Tupinambá, beberagens e saberes culturais".

"Em função disso (mas não apenas), a prática das beberagens foi fortemente combatida pelos colonizadores católicos, posto que configurava-se como obstáculo ao processo colonizador. Desse modo, extinguir as cauinagens era o meio de viabilizar a catequese e a expansão da cristandade", prossegue o texto (dentro disso, as comparações utilizadas pelo inacreditável Reinaldo Azevedo em um inacreditável artigo sobre o PT na Veja - disponível aqui - ficam extremamente reveladoras sobre quem são e qual é o papel dos explorados e exploradores na sociedade brasileira atual). O que me chamou a atenção foi o fato de que os invasores brancos não proibiram a bebida alcoólica, mas sim a forma, o ritual e a finalidade com a qual os índios a consumiam. Daí, podemos fazer um interessante paralelo com os dias atuais.

Afinal, todos defendemos a bebida como celebração coletiva, ritual de aglutinação, amizade e exaltação de nossos valores, feitos e identidades culturais - o alicerce de integração proposto pelo Manguaça Cidadão. E não como um processo de degradação individual, os casos de alcoolismo crônico e gratuito de nossos tempos (sintoma de uma sociedade egoísta, consumista e segregadora). Quando acabaram com a cauinagem, os brancos exterminaram os índios, sua sociedade e seu mundo imaginário. "As beberagens tinham (...) uma finalidade essencialmente pedagógica, posto que transmitiam a memória coletiva, incutiam valores, perpetuavam a tradição e promoviam a resistência indígena aos ditames da colonização", reforça Maria Betânia Albuquerque, no trabalho acadêmico que citei acima.

Outro fator importante destacado pela pesquisadora é a importância atribuída às mulheres na sociedade Tupinambá, a partir do rito fundamental da cauinagem. Isso porque a matéria-prima do cauim era cozida, mastigada e recozida para a fermentação, para que as enzimas presentes na saliva humana pudessem quebrar o amido em açúcares fermentáveis. E esse trabalho era destinado exclusivamente às mulheres. Mais uma vez, podemos contrapor os valores de comunhão e papéis sociais dos indígenas ao mundo "globalizado" e "aberto" de hoje, pelo caráter extremamente masculino do mercado e da propaganda de bebidas, com a utilização da mulher como mero objeto.

Bom, melhor não escrever um post quilométrico. Quem quiser e conseguir encontrar o livro "A religião dos Tupinambás" (disponível em muitos sebos), certamente vai achar centenas de percepções ainda mais interessantes. Por fim, gostaria de destacar que a Cervejaria Colorado, de Ribeirão Preto (SP), desenvolveu o estilo Cauim (foto ao lado), que leva farinha de mandioca em sua fermentação. Uma digna e louvável homenagem à bebida que nossos ancestrais utilizavam para manter sua sociedade unida, feliz, saudável, consciente de seu valor e resistente. Bons tempos aqueles!

Ps.: Ao abordar o caráter social da bebida alcoólica, sempre é ocasião de recuperar o filósofo espanhol Javier Esteban, que defende o direito de ficar bêbado, e o poema do francês Arthur Rimbaud, que proclama: "Embriaguês sagrada/ Nós te afirmamos método". Clique nos links e confira.

O lançamento de Mauro Beting ou O que fazia um leão no meio dos porcos?

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O Futepoca* esteve presente ontem no lançamento do livro Os Dez Mais do Palmeiras**, do jornalista Mauro Beting, realizado na livraria Saraiva do Shopping Eldorado. Não só nós, mas outras 1,5 mil pessoas passaram por lá para prestigiar a obra, sendo que os 500 exemplares praticamente evaporaram.

Mas como esse blogue persegue sempre a “pauta ausente”, encontramos, dentre as diversas camisas verdes no evento, um torcedor do Sport. Mauricio Targino da Silva Filho, 29 anos declarados, não teve medo de arriscar sua integridade física diante da torcida rival. Jornalista formado e titular do BlogSport, fez questão de afirmar o favoritismo do rubro-negro na Libertadores, desdenhando a atenção da mídia. “Nós somos outsiders, somos um filme independente que concorre ao Oscar, Quentin Tarantino contra Walt Disney”, filosofou. Para ele, além do Leão, o Colo Colo será o outro classificado no grupo do Palmeiras no torneio continental.

Em um momento que caberia de forma mais adequada no Pânico, o Futepoca conseguiu furar a fila (imprensa tem prioridade, gente...) e levou o torcedor do Sport para a mesa de autógrafos de Mauro Beting. E o rubro-negro não se fez de rogado: “Mauro Beting, você é um gênio. Achar dez jogadores decentes na história do Palmeiras é um trabalho arqueológico.” A resposta não poderia ser outra que não uma gargalhada do anfitrião. Em função de problemas técnicos, não temos o registro imagético da cena (aceitamos doações de câmeras digitais e afins).
*****
Um enigma para a nação santista também foi revelado na noite de ontem. O repórter Fernando Fernandes negou ter dedurado o “não-gol” do Santos em 1998. Explico. Um dos confrontos das quartas-de-final do Brasileirão daquele ano envolveu o Alvinegro e o Sport. Na segunda partida, Vila Belmiro, Eduardo Marques chuta e a bola passa pela rede, do lado de fora. Viola grita gol, assim como toda a torcida atrás da trave, dentre eles este que escreve e Olavo Soares. Todos ali sabiam que a bola não tinha entrado, mas o árbitro validou. A conversa entre Fernando Fernandes e o bandeirinha teria feito o árbitro voltar atrás. O repórter levou a fama de dedo-duro e parte dos torcedores, mesmo com a vitória santista, se preparou para cumprimentá-lo de forma nada amistosa ao fim dos 90 minutos.

“Só perguntei para o bandeira se tinha sido gol”, contou Fernandes, negando ter entregado o ouro. Embora tenha dito que não houve qualquer problema com torcedores naquela data, ele confessou: “demorei mais de duas horas pra sair do estádio”. 

*Matéria feita com Olavo Soares.

**A lista elaborada por Beting junto com outros dez jornalistas traz: Ademir da Guia, Luís Pereira, Evair, Marcos, Oberdan Cattani, Waldemar Fiume, Julinho Botelho, Jair Rosa Pinto, Djalma Santos e Dudu.

Tipos de cerveja 31 - As Doppelbock

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Também conhecidas por Double Bock, são uma subcategoria das Bock, porém mais fortes e caracterizadas por um intenso sabor de malte, o que resulta num aroma e sabor algo adocicados - sendo esse fator contrabalançado com o uso de lúpulo, para dar um toque final azedo. A cor pode variar do âmbar ao castanho escuro e o nível de álcool é, em geral, elevado, variando entre 7% e 8%. As Doppelbock tiveram origem no mosteiro Paulaner, em Munique (Alemanha), como forma de complemento para as refeições dos monges. Segundo Bruno Aquino, do site parceiro Cervejas do Mundo, "a maior parte dos exemplos bávaros desse tipo de cerveja acabam no sufixo 'ator', em referência à primeira cerveja do gênero a circular comercialmente, a Salvator, produzida pelos monges Paulaner". Exemplos disso são a Ayinger Celebrator (foto), a Fish Tale Detonator e a Augustiner Maximator.

segunda-feira, março 16, 2009

No soccer for old men

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Quem assistiu ao filme Onde os fracos não têm vez, obra interessantíssima cujo título original é No country for old men (algo como “Não há país para os homens velhos”) pôde partilhar da aflição do personagem principal vivido por Tommy Lee Jones. Na película, o velho xerife sofre pra se adaptar a novos tempos (simbolizados pela Era Reagan, o início da consolidação do neoliberalismo) em que o dinheiro passa a ser absoluto e os antigos valores já parecem incompreensíveis para a maioria.

Ontem, no Pacaembu, um homem padecia de um incômodo semelhante ao do personagem ficcional. Aplaudido pela torcida adversária, do time que o projetou, e rejeitado pela diretoria desse mesmo clube, que lhe negou a chance de uma sonhada e digna aposentadoria, ele parecia pouco confortável em campo. Retribuiu timidamente aos afagos dos alvinegros, que gritaram seu nome e colocaram no estádio faixas que diziam “Giovanni, ídolo eterno”.

Fotomontagem sobre foto de André Lessa/Agência Estado e divulgação

Provavelmente, na cabeça dele passavam imagens como a do treinador que o escorraçou da Vila Belmiro há três anos. Nada mais simbólico, aliás, que seu algoz fosse o representante máximo do “novo” futebol brasileiro. O apologista do “profissionalismo” no esporte, o mesmo que deixou o Santos por três vezes para lucrar mais em outro lugar e para o qual o sentido de profissão não tem nada a ver com vocação, entrega, amor ou qualquer tipo de sentimento ou ideologia. Tem a ver com cifrões. E este é até hoje bem quisto pela diretoria do clube que lida tão mal com os mesmos cifrões. Giovanni não.

Jogo em andamento, o dez recebe a bola e a toca com a classe de sempre. Mas vai tocá-la para quem? Seu time, lanterna do campeonato, é lamentável. Ele está ali porque um amigo seu, Rivaldo, hoje está à frente do Mogi Mirim. Outro valor raro no futebol atual, a amizade, trouxe Giovanni a uma equipe que nem de longe está à altura da sua história.

Mas ele tenta jogar, se concentra na partida e chega a parecer ter raiva durante parte dos 90 minutos. Talvez seja a forma de se isolar de todo o clima de reverência e das lembranças de uma peleja inesquecível da qual foi o astro naquele mesmo palco. A certa altura, faz falta no jovem Paulo Henrique, meia trazido por ele mesmo à Vila Belmiro, como mais uma prova de afeto do ídolo ao time. Como se precisasse. E pensar que outros trouxeram para o Santos nomes como André Belezinha, Galvão, Magno e mancharam a camisa dez  ao entregá-la para um zagueiro medíocre, sem história no clube, e que na semana seguinte já trabalhava em um rival.

Ironicamente, é o garoto Paulo Henrique que abre o placar no segundo tempo contra a equipe em que o Giovanni joga. O dez ainda veria outro garoto, o cada vez mais promissor Neymar , marcar seu primeiro gol em sua terceira partida como profissional. Provavelmente um momento histórico, embora até mesmo seu significado será medido pela exposição midiática que vai ter. Quanto mais mídia, mais “histórico”o momento. Novos tempos.

O jogo termina, 3 a 0. O craque sai cabisbaixo do campo, talvez com a sensação de incompreensão em relação a essa época em que se pede tanto amor à camisa mas, quando alguém o manifesta, é ignorado por quem manda no futebol. No meio do caminho para o vestiário, seu trajeto é interrompido por um moleque que deixa de lado uma entrevista para a TV e corre para abraçar seu ídolo.

- Você jogou pra caralho - diz, parabenizando Neymar.

A imagem deixa a impressão de que, se o futebol dito moderno condena craques como Giovanni, ainda há lugar para eles não só na mente dos torcedores, mas também em garotos como Neymar, que ainda teimam em fazer do futebol um esporte menos previsível. Como era em outros tempos.

Tinha que ter um Marcão no meio...

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Triste fim: quatro jogadores do Princesa do Sul, clube do Piauí (distintivo à esquerda), deram bebida alcoólica para uma menor e foram presos. Depois de uma derrota para o Picos fora de casa, por 3 a 0, os atletas Robervânio, Marcão (nome fatídico...), Cipó e Fábio Sousa resolveram passar a madrugada em um bar da cidade de Floriano, em companhia de três garotas, uma delas com 14 anos. Quase desmaiados de tanta pinga, os manguaças foram denunciados por uma das moças. Com isso, a Policia Militar chegou ao local e levou todo mundo para o xilindró, onde foi lavrado o Boletim de Ocorrência. Agora, os jogadores serão indiciados no artigo 243 do Estatuto da Criança e Adolescente. Bebedeira bem inconsequente essa.

Explique-se, presidente

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Foto do chefe do executivo nacional, Luiz Inácio do Lula da Silva, divulgada na sexta-feira pelo Lancenet:


O presidente está usando um boné da Mancha (Alvi)Verde e segura nas mãos uma camisa da mesma agremiação. Como todos sabem, Lula é corintiano. Estaria o presidente virando casaca? Abalado pela lembrança do Taquaritinga? Ou são efeitos de uma sexta-feira 13 - dia do imprevisível, do sobrenatural e, como toda sexta, dia de uma boa cachaça?

Vitória em jogo com três golaços

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Contrariando o que escrevi outro dia, de que o São Paulo tinha jogado a toalha no Paulistão, o time voltou a vencer ontem, 2 a 1 sobre o Marília. Agora, o clube tem 29 pontos, na terceira posição, encostado no vice-líder Corinthians. Rogério Ceni voltou a frisar que a prioridade é mesmo a Libertadores, mas Muricy Ramalho observou que não pode perder uma partida sequer no torneio estadual, pois a torcida e a imprensa caem matando. Assim, o time jogou apenas para o gasto, poupando-se para o jogo contra o Defensor, no Uruguai, pela disputa continental. Todo mundo está falando do golaço de Hernanes (foto), que abriu o placar, mas o de João Vítor, do Marília, que fechou a conta, foi uma resposta na mesma moeda. E Washington, para variar, deixou mais um (são 11 gols em 13 vestindo a camisa do São Paulo) - outro dos três golaços da partida. Com Jorge Wagner e Júnior César tabelando na esquerda, Jean e Hernanes comandando o meio campo e a dupla Borges e Washington se entendendo no ataque, o time ganha um certo padrão. Resta à defesa parar de bater cabeça – Renato Silva é uma grata surpresa, mas Rodrigo e Miranda não estão no mesmo nível do ano passado. O lado direito continua sendo o mais fraco e Zé Luís se machucou. Confiram os três gols da partida disputada ontem no Morumbi:

Lembrança indelével

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Durante coletiva em Brasília, na sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou menosprezar o Manchester City, dos brasileiros Robinho e Elano, com uma comparação inusitada:

- Agora [o jogador brasileiro] não está mais indo para a Itália, para a Espanha. O pessoal está indo para a Sibéria. (...) Hoje tem jogador da seleção, como o Robinho, jogando num time equivalente a um time pequeno, a um Volta Redonda, a um Taquaritinga.

(Veja íntegra aqui)

Sem querer, o presidente acabou fazendo um grande elogio ao modesto Clube Atlético Taquaritinga, ou CAT, que disputa a Série A-2 do Campeonato Paulista (competição em que levantou o título em 1982 e 1992). Já o Manchester City ganhou duas vezes o Campeonato Inglês, em 1937 e 1968.

Mas a memória de Lula para o Taquaritinga, entre milhares de times pequenos que povoam o país, tem uma explicação. Em 1983, primeiro ano em que o CAT disputou a elite do Paulistão, houve o chamado "jogo dos campeões". Em 10 de julho daquele ano, no estádio Taquarão, o CAT (campeão da 2ª Divisão em 1982) recebeu o Corinthians (campeão da 1ª no ano anterior). A expectativa era de goleada do alvinegro paulistano, que tinha Sócrates, Casagrande, Vladimir, Zenon, Ataliba, Biro Biro e Leão - e seria bicampeão paulista no fim da temporada.

Só que o Taquaritinga venceu por 2 a 0, naquela que foi considerada uma das maiores zebras da loteria esportiva em todos os tempos. Os gols foram feitos por Edvaldo (que depois jogaria pela seleção brasileira e São Paulo) e por Carlinhos Maracanã (que também jogou no São Paulo). O resultado foi tão surpreendente que, 25 anos depois, o corintiano Lula ainda lembra o nome daquele time do interior paulista. E o homenageia involuntariamente, comparando-o ao clube atual de Robinho e Elano.

(Texto reproduzido aqui)

Não tem dúvida, Ronaldo ironizou

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Zapeando pela TV, aconteceu de eu cair no MultiShow, no programa Alta Horas, e qual não foi minha surpresa quando vejo que iam passar justamente o programa em que entrevistaram o Ronaldo. Parei pra ver.

Ronaldo não prima por falar bem, ao contrário, não tem grandes sacadas nem grandes ideias. Com o microfone, não é exatamente um tipo carismático, embora seja sim bastante simpático e tenha respondido não exatamente com desenvoltura mas sem dúvida com tranquilidade as perguntas que lhe fizeram. Lá pelas tantas, veio a tal pergunta que teria feito o Ronaldo escorregar, se enrolar, derrapar, entre outras possíveis descrições pejorativas. “Ronaldo, fazer sexo antes do jogo atrapalha?”

Agora que o programa foi ao ar, dei uma vasculhada na internet e vejo que a cobertura é bem mais amena, quando muito questionam se o jogador imaginava a repercussão negativa que teria sua resposta. Ronaldo brincou mesmo, estavam todos rindo. Quem levantou a bola pra piada do “passivo” foi o próprio Serginho Groisman. Em meio às chacotas, Ronaldo disse que “não se perde nem ganha nada”, e o apresentador retrucou que “depende, pode perder alguma coisa” ou algo que o valha. Depois de se resguardar cientificamente (“Não tem nenhum estudo comprovando que atrapalha”), Ronaldo emendou, seguro e com um sorriso no rosto: “Na dúvida, pode ser passivo”.

De fato, a piada causou constrangimento, e ao contrário de versões anteriores que incluíam um (risos) após a tirada, todo mundo parou de rir. Mas Ronaldo demonstrou que está tranquilo com o caso dos travestis em que se envolveu meses atrás, está até brincando com isso. Se é homossexual ou não, não se sabe, nem importa saber. Mas sem dúvida ele não é bambi.

Preconceito

Poderia questionar se a repercussão antes do programa ir ao ar – portanto, sem a possibilidade de se comprovar versões – não era só mais um caso de sensacionalismo barato. Mas me interessa mais entender esse constrangimento que se abateu no estúdio do programa.

Não acho que seja só o fato de serem jovens, sempre muito cruéis e muito afeitos a rir das derrapadas de pessoas em público, o que piora no caso de uma celebridade. Se envolve sexo então... e ainda mais se for homossexual. Na verdade, a fala do Ronaldo encontra a barreira de dois preconceitos (entre outros, claro).

O primeiro é o de brincar com um caso que se supõe que ele deva querer esconder, ou seja, quem tinha que ficar constrangido era ele, e aí cometer o terrível ato falho que se lhe imputou. O segundo é o de que, supondo que se pudesse brincar com um caso tão “delicado”, quem faria isso não seria o Ronaldo, um tipo que, novamente, se supõe não ser capaz de uma manobra verbal que envolva um pouco mais de inteligência.

Aí estão os fatos: ele ironizou, e ninguém encarou a onda dele.

domingo, março 15, 2009

No Corinthians, estamos por um joelho

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Eu não queria repetir o que corre pela mídia e eu já critiquei, que é falar do Corinthians a partir da ausência do Ronaldo, mas parece que o dentuço é mesmo o que de mais interessante acontece hoje no Timão. E vou deixar a narrativa do jogo contra o Santo André pro Nicolau, que é mais competente que eu na matéria. O que posso dizer é que, se o time chegou até aqui na vice-liderança do campeonato por suas virtudes (por assim dizer), com uma participação decisiva do Ronaldo só nas duas penúltimas partidas, o fato é que não irá muito mais longe se algo não derrubar esse clima de segunda divisão que ainda parece assolar o elenco. Só o atacante parece não ter trauma, não ter problemas de moral baixo ou de falta de autoestima. O resto do time está sempre se segurando, o empate nunca soa tão ruim assim, pelo nível do futebol. Estranho para um time que ainda não perdeu.


Entendo que o Mano Menezes tenha que ter cuidado e avançar passo a passo, na medida das pernas. Mas se não começar a puxar a responsabilidade da moçada de ganhar e bem os jogos, de mostrar que futebol se faz partindo pra cima e querendo o gol, vamos continuar patinhando em jogos terríveis como este. O Corinthians até marca, rouba bolas, faz a bola chegar no ataque, mas cada toque contém a imperfeição que vai destruindo pouco a pouco a virilidade do tiro final.

Se hoje é o Ronaldo que permite sonhar com um título paulista, todo corintiano sabe que não dá pra contar com ele, pois vai durar até a próxima contusão, e dela vai ser quase impossível voltar. Enquanto aguentar aquele joelho, a gente vai seguindo. A coisa só muda se a qualidade do nosso camisa 9 contaminar o resto do time e o povo começar a jogar futebol, em vez de garantir os resultados... Acho possível. Mas é uma esperança que é quase uma mentira, pois tem a perna curta, curta...