Destaques

sábado, maio 16, 2009

Em busca do marafo perdido - Capítulo 8

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MARCÃO PALHARES

Naquele sábado o programa era certo: filar cerveja de graça, como bicões, na festa de uma aluna do curso de Turismo. A perspectiva da bebedeira deixou os cinco manguaças eufóricos, tanto que, às duas e meia da tarde, já tava todo mundo encachaçado de caipirinha de vodka. Mas tudo tem seu método. Lá pelas quatro horas, cada um tomou um rumo diferente, com a promessa de se encontrarem lá na casa da "vítima", onde haveria a festa. Um dos bêbados preferiu comportar-se. Foi até a casa da namorada, tomou um café amargo, um banho bem demorado e botou uma beca decente. Outros dois ainda tentaram comer alguma coisa numa padaria, mas a iniciativa descambou em mais bebedeira. Teve um que entrou num supermercado e se perdeu. E o último, que tentava atravessar uma pinguela, desabou dentro de um córrego fedorento. Porém, não se sabe como, todos os cinco se encontraram no ponto marcado.

Os primeiros que chegaram foram os da padaria. Eram sete da noite e a festa estava programada para começar às nove. A dona da casa e o namorado dividiam um miojo na cozinha quando, no corredor do jardim, apontaram aquelas duas cabeças cambaleantes. Sem saber o que fazer (e com medo de tentar expulsá-los), a moça abriu uma garrafa de Contini, ligou o som no quintal e deixou os cachaceiros dançando e rindo sozinhos. A dócil anfitriã nem imaginava o que ia virar aquilo... Não deu meia hora e apareceu o que tinha caído no riacho. Desgrenhado, sujo e fedido, ele se uniu aos outros dois no quintal, que já avançavam sobre um litro de Velho Barreiro. Nisso, apareceram alguns convidados "normais" e começaram a incentivar a palhaçada dos bêbados. A dona da festa viu que o problema poderia se tornar uma atração e esqueceu deles. Mas tinha mais: o tal que havia se perdido no supermercado conseguiu chegar, com dois garrafões de Sangue de Boi suave.

Às nove da noite, cerca de 90 pessoas já transbordavam pelos diversos cômodos. A bebedeira coletiva perdeu o controle. O último dos manguaças apareceu com a namorada e se juntou aos companheiros. Ou melhor, tentou se juntar, pois já não havia possibilidade de comunicação. Sozinho, num corredor vazio, um dos pinguços dançava sem música. Um outro estava deitado e roncando atrás da estante da sala. E os dois restantes quebravam objetos, gritavam e babavam casa afora. Vendo que ainda estava muito sóbrio (em relação aos demais), o bêbado despistou a namorada e começou a ingerir o que viu pela frente: pinga com leite e erva de Santa Maria, vinho vagabundo, Cinzano, uísque falso, cerveja quente, enfim, o escambau. À meia-noite, foi rebocado para casa no carro da - infeliz - namorada, vomitando pela janela do veículo, para delírio da platéia. No outro dia, aquele que dormia na sala foi enxotado a vassouradas.

Já o que dançava pelo corredor conseguiu pegar uma carona, desembarcou numa ladeira, levou um tombo e quebrou o pé esquerdo. Foi socorrido por populares até o hospital municipal. Outro bebum, que jazia no jardim da casa, acordou com sol alto e caminhou até achar uma praça. Impossibilitado de parar em pé, cavou um buraco, enterrou sua carteira e dormiu no canteiro público. Sobraram dois: um quase foi atropelado e, com raiva, jogou um tijolo no motorista. Foi preso. E o último, ah, o último... Assim que raiou o dia, saiu andando por uma avenida até que ela se transformou em rodovia. No meio da estrada - ou do nada, mais precisamente - se tocou de que não estava caminhando para a cidade. Parou um carro para pedir informações e descobriu que estava quase chegando no município vizinho. De carona em carona, voltou para trás. Mas, extenuado, resolveu deitar numa rua para descansar. Nisso, um mendigo chegou e lhe ofereceu um gole do que ele pensou ser a redentora água. Era pinga. Mas o morador de rua descolou um passe de ônibus para que ele seguisse jornada.

Os cinco manguaças só voltaram a se reunir, no apartamento que dividiam, três dias depois. E nenhum sabia contar com exatidão o que havia acontecido. Dizem as más línguas que eles se lembravam, sim. Mas preferiam esquecer definitivamente o assunto...


(Continua quando o autor estiver sóbrio o suficiente para escrever)

Entre garrafas e beijos

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Lá vem o negão
Cheio de paixão
Te catá, te catá, te catá
Querendo ganhar todas menininhas
Nem corôa ele perdôa não...

Fungou no cangote
Da linda morena
Te catá, te catá, te catá
Lourinha cafungada do negão
É um problema
Lourinha cafungada do negão
É um problema...

(trecho de "Lá vem o negão", do grupo Samba Eu, Você e Sua Mãe)

sexta-feira, maio 15, 2009

Ato mobilizado pela internet reúne 300 pessoas em SP

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O ato mobilizado contra a vigilância na rede por entidades diversas, via internet, aconteceu na noite desta quinta-feira, 14, na Assembleia Legislativa de SP. O chamado "Ato Público contra o AI-5 Digital" levou por volta de 300 pessoas à casa legislativa e mobilizou mais um número incontável de internautas, que acompanhavam o “mega não” via Twitter, blogues e comunicadores instantâneos.

Estiveram presentes no ato, o deputado estadual Rui Falcão (PT), os deputados federais Paulo Teixeira (PT) e Ivan Valente (PSOL), além do senador Eduardo Suplicy (PT). Outras figuras carimbadas do ciberativismo, como o professor Sérgio Amadeu e Marcelo Branco, coordenador geral da Associação Software Livre.org, levaram suas contribuições para que a sociedade se informe melhor sobre o perigo desta lei. O projeto relatado pelo senador Azeredo foi aprovado no Senado e agora aguarda votação na Câmara.

O músico Fernando Anitelli, líder do grupo O Teatro Mágico, também esteve presente no ato. Particularmente, não considero nenhum absurdo afirmar que sua presença representou a possibilidade de uma série de novos artistas que estão surgindo e conquistando seus espaços graças a internet. Mais um motivo para criticarmos o projeto de lei substitutivo de Eduardo Azeredo.



E para quem quiser sair por ai, fazendo algumas intervenções pela cidade, vale dar uma olhada nestas arte (stickers) contra o AI-5 Digital e na Azeredo e o Azeredo Caixa 2.0. Já para quem quiser se informar melhor sobre o assunto, vale dar uma olhadinha na carta que o ministro da Justiça, Tarso Genro, critica o PL e pede texto alternativo para a lei de crimes digitais.
Já o blogue dos Trezentos, que além de ter reunido as notícias que saíram na grande mídia sobre o ato, mantém interessantes debates sobre a internet.

Por fim, vale lembrar que quem ainda não endossou o abaixo assinado contra o AI-5 do Azeredo, ainda há tempo.

Tipos de Cerveja 36 - As Japanese Rice Lagers

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Esse tipo de cerveja é similar à muitas Macro Lagers, devido à redução na utilização de cereais nobres em favor do arroz. Apesar disso, não é o suficiente para serem consideradas Happoshu. As Japanese Rice Lagers são de coloração amarelo claro, meio amargas (devido ao lúpulo), aguadas e com acento seco no final. Em geral, são baratas e de baixa qualidade. Fora isso, segundo o site Cervejas do Mundo, acompanham bem refeições picantes e muito condimentadas. Exemplos: Asahi Super Dry, Sapporo Premium Beer (foto) e Suntory.

Necessidade justificada - e atendida

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Outro dia, entre uma cerveja e outra, eu questionava meu pai sobre o ato de dar esmolas ser um bem ou, involuntariamente, um mal. Explico: para mim, quem concede não prioriza a atuação política para fazer com que mais ninguém precise pedir. E, por outro lado, quem recebe pode se acostumar com isso - ou pode se tratar apenas de um espertalhão, que não precisa, mas pede. Reflexivo, meu pai lembrou que pedir sempre é uma coisa muito difícil, um ato desesperado. Por isso, na maioria das vezes, ele atende.

E me contou uma passagem de seus tempos de exército. Nascido em uma vila pequena onde não havia serviço militar, meu pai foi trabalhar em Araraquara (SP), aos 19 anos, crente que havia sido dispensado de forma automática. Mas, um ano depois, um colega o alertou que seu nome estava escrito a giz, em uma lousa, na lista de insubmissos (os que deveriam ter se alistado nos anos anteriores e não o fizeram) lá na Junta Militar daquela cidade. Meu pai foi até o local e constatou que, infelizmente, era verdade.

E pior: não havia mais a possibilidade de fazer o chamado Tiro de Guerra, serviço mais ameno e de meio período mantido nas cidades menores. Ele teria que morar e servir em tempo integral na cavalaria, em Pirassununga (SP), terra da cachaça 51 e de outras marcas populares. Passou um ano e meio lá, período em que disputou o Campeonato Amador do Estado pelo time do exército, como lateral esquerdo, e também a tradicional Corrida de São Silvestre, na capital, na entrada do ano em que se comemorava o quarto centenário da cidade (além de muitas outras aventuras...).

Mas ele conta que, quando era dispensado para passar o final de semana com a família, geralmente não tinha dinheiro para viajar. Por isso, os soldados iam pedindo carona e se aboletando em carros, carroças e caminhões, numa jornada que poderia durar oito horas ou mesmo um dia inteiro, dependendo das oportunidades. Numa dessas, o motorista parou num posto de beira de estrada, para comer, e meu pai foi à caça de algo para o estômago. Havia um rapaz de roupa verde, no balcão, e meu pai, fardado, foi direto ao assunto:

- Companheiro, eu estou com fome, mas não vou te pedir comida. Se você puder me pagar uma pinga, já resolve minha situação.

- Ah, rapaz, deixa disso! Fulano, vê aí uma pinga reforçada pra ele!

O balconista veio com um copão americano quase transbordando e, antes que meu pai pudesse agradecer, o "anjo da guarda" atalhou:

- Eu também fiz o 17° RC (Regimento de Cavalaria) lá em Pirassununga, sei muito bem o que é aquela porcaria. Pode beber tranquilo!

"Abastecido", meu pai conseguiu enganar o estômago e dormir até o destino final. E, até hoje, nunca nega um copo de pinga a quem vier pedir.

F-Mais Umas - Mamãe não gostou

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CHICO SILVA*

Dia das mães e corrida. Essa não parece ser uma combinação feliz para Rubens Barrichello. Mais uma data se passa e Rubinho não consegue dar a vitória de presente para a mamãe, Dona Idely. Tudo bem que dessa vez não foi um vexame como em 2002, naquele cômico e ao mesmo tempo trágico GP da Áustria. Para quem não se lembra, Rubinho liderava até a última curva quando, via rádio, recebeu uma ordem do então chefe da Ferrari, Jean Todt, para que aliviasse o pé e deixasse o "companheiro" Michael Schumacher vencer a prova. Passivo, Barrichello acatou a determinação e, a partir dali, reforçou seu lado Pé de Chinelo (à direita, os dois no pódio, naquela infeliz ocasião). Foi um dos episódios mais patéticos e constrangedores da história da F-1.

Revoltado com a marmelada, o público presente ao circuito de A-1 Ring soltou uma das maiores vaias já ouvidas em um evento esportivo no mundo. A impagável narração de Cléber Machado (à esquerda) também merece lembrança. O narrador passou a última volta inteira duvidando que a Ferrari fosse capaz de inverter as posições dos dois, fato que já havia ocorrido no mesmo circuito no ano anterior. A diferença é que naquela ocasião Rubinho estava em segundo e Schumacher em terceiro. Machado carregou sua convicção aos metros finais da prova. Até que soltou o célebre "Hoje não! Hoje não! Hoje sim?!? (...) Olha, é inacreditável!", num tom que misturava resignação, incredulidade e raiva. Quem duvida pode clicar aqui e conferir no Youtube.

Pois bem. No último domingo, mais uma vez, Rubinho se viu na condição de vítima do companheiro e da própria equipe. Só que, ao invés de Schumacher, o protagonista da vez é Jenson Button (à direita). A dupla da surpreendente Brawn tinha como estratégia realizar três paradas para abastecimento e troca de pneus. No meio da corrida, e com Barrichello disparado na frente, o engenheiro do carro de Button mudou a tática e partiu para o chamado Plano B. Com um pit stop a menos e um carro mais leve na parte final da prova, o inglês conquistou a quarta vitória em cinco corridas na temporada. A alteração sem aviso prévio deixou Rubinho perplexo.

Indignado com a postura do time, ele ameaça abandonar a Fórmula 1 se for comprovado qualquer privilégio ou benefício ao adversário de equipe. A pergunta que fica é: até quando Rubinho vai continuar com esse discurso surrado de que é "apenas um brasileirinho contra todo esse perverso e desumano mundo da F-1?". Até quando? E agora ele nem pode reclamar, pois foi avisado pelo seu engenheiro que o companheiro mudara de planos. Se quisesse, poderia pedir para a equipe repetir a estratégia adotada com Button. Outro dado chama a atenção nesse caso: o dono da equipe é o mesmo Ross Brawn (acima) que era responsável pela estratégia de corrida da Ferrari nos tempos dele e Schumacher. No início do ano, Rubinho dizia para quem quisesse ouvir que Brawn seria ético e não privilegiaria nenhum piloto na disputa interna.

Segundo ele, a preferência seria conquistada pelos resultados de pista. As quatro vitórias e 41 pontos de Button, contra 27 do brasileiro, provam que Brawn está cumprindo o que Barrichello esperou dele. Portanto, só há uma coisa a fazer: trocar o choro pelo pedal. Acelera, Rubinho! Ainda dá tempo. Ou então, dá-lhe Casseta, Pânico...

Livro de balcão - Mudando de combustível, aproveito para dar uma dica literária, creio que muito apropriada aos frequentadores deste cyberboteco. A Panda Books acaba de lançar "Hic!stórias – os maiores porres da história da humanidade"(R$ 35,90). A obra faz uma viagem pelo tempo e resgata bebedeiras e ressacas monumentais desde os tempos de Cleópatra e Alexandre, o Grande, até os desbundes etílicos de personagens do Século XX, como a diva Billie Holiday, o filósofo nouvelle vague Jean Paul Sartre e o gigante Noel Rosa. Com diz a resenha da editora, trata-se da "evolução humana pela antropologia do boteco". É para ler de copo na mão!

(PS.: Coluna enviada em 11/05 e só publicada agora porque o editor Marcão encontra-se temporariamente afastado da civilização)

*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

quinta-feira, maio 14, 2009

Vigilância na internet e o AI-5 Digital

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Um conjunto de movimentos de defesa de direitos humanos, à comunicação e à educação promovem, nesta quinta-feira, 14, o Ato Contra o AI-5 Digital. Tudo acontece daqui a pouco, às 19h.

O protesto é uma tentativa de fazer pressão sobre a Câmara dos Deputados em oposição ao projeto de lei substitutivo de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) sobre crimes na internet, já aprovado pelo Senado. O texto promove vigilância absoluta na rede sobre práticas "suspeitas", algo amplo e vago demais.

Metade da blogosfera já anunciou a história:
Panóptico | Trezentos | Nosso Quintal | Apocalipse Motorizado | Altamiro Borges | Maria Frô | Trezentos | Xô Censura | O Biscoito Fino e a Massa | Vendedor de Bananas | Arquivo 68 | Comunidade Pes Brasil | Best Linux | Blog da Cidinha | Bodega Cultural | Clube de ideias

E a cobertura de sites e agências de notícias
PSL-Brasil | Pulsar Brasil | Ciranda da Informação independente | Correio da Cidadania | Revista Fórum | Vermelho

A produção inclui ainda o catunista Latuff.


Há sete anos, investiguei um pouco a ação do movimento StopCarnivore. O objetivo era lutar contra o sistema criado pelo FBI que faz uma triagem automática em busca de palavras. Dependendo do que alguém escrevesse no e-mail – termos relacionados ao terrorismo ou ao islamismo – iam para o funil da polícia. Em 2005, o tal Carnivore foi descontinuado, não exatamente por pressão dos ativistas em defesa do direito à privacidade, mas por ter métodos melhores de controle. O controle estava em pauta com mais intensidade desde 11 de setembro de 2001.

Na França, no fim de abril deste ano, o governo de Nicolas Sarkozy aprovou um projeto contra a pirataria. Instalou ainda um departamento especializado em policiar a internet. Virou o inimigo da internet por isso. Suíça – onde o terceiro maior partido é o pirata –, Espanha e Inglaterra têm suas leis e sistemas semelhantes que violam a privacidade. Da China e do Irã ninguém esperava nada diferente mesmo.

Mario Amaya
vigilantismo_amayaDebate brasileiro
O Ministério Público Federal vem promovendo audiências públicas sobre segurança, em uma posição favorável à criação de leis específicas para a internet. Debateu-se o armazenamento de logs pelos provedores e a mudança de legislação, além de exigir ajuda dos provedores.

O autor do substitutivo, Eduardo Azeredo, defende a medida e acusa críticos, mas deve estar preocupado, já que na busca simples de seu sobrenome, sobram referências negativas a respeito do projeto que, de tanto nome, é reapelidado de AI-5 Digital. Aloízio Mercadante, senador petista, foi convencido de que a lei é boa, apoiou veementemente, mas ficou sem o ônus da fama que coube ao tucano, que milita a favor de seu texto.

A melhor análise crítica do projeto que li ainda é de Ronaldo Lemos, criticando a generalidade, os exageros de considerar suspeitas práticas que podem ser perfeitamente legais – como compartilhar material publicado sob uma licença livre, como a usada pelo Futepoca, aliás – e desconhecimento a rodo. A conclusão dele é que, com tantos problemas, é melhor começar do zero a legislação. Outros críticos destacam o dedo da "indústria cultural", os intermediários entre produtores e o público, quer dizer, gravadoras e distribuidoras de entretenimento.

A obsessão por controle é preocupante. Um dia ainda escrevo sobre isso.

Flamengo 0 X 0 Inter ou Pra não dizer que só falamos de São Paulo...

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Dentre os jogos da rodada ontem, sem dúvida um dos mais – senão o mais interessante - era o duelo entre Flamengo e Internacional no Maracanã. O Colorado, time-sensação do momento, passa a enfrentar agora equipes bem mais fortes do que as que topou na Copa do Brasil e no Gauchão. Já o Flamengo, campeão estadual, precisa provar que pode ser competitivo também em nível nacional.

Com esses ingredientes, a partida atraiu 50.294 pagantes ao Maraca. Mas quem esperava um show do Inter, aproveitando contra-golpes com rapidez, viu o Flamengo dominar a maior parte do jogo. Se o time gaúcho na partida contra o Corinthians teve mais oportunidades de gol que o dono da casa, ontem foi o contrário. Não só teve que assistir aos cariocas terem a bola durante a maior parte do tempo como viu, no primeiro tempo, duas bolas na trave e uma defesa fenomenal de Lauro que evitaram a vantagem flamenguista.

Os rubro-negros foram de uma aplicação tática invejável, Cuca adiantou a marcação e tomou conta do meio-de-campo com uma formação de muita pegada no setor: Toró, Williams, Ibson e Kleberson. Eles foram responsáveis pela maioria dos desarmes da equipe, aliás, mais que o dobro de seu adversário: 47 contra 23. O trio ofensivo do Inter, D'Alessandro, Nilmar e Taison, foram praticamente anulados e os erros de passe eram frequentes no ataque gaúcho.



O bom Taison, pela direita, não conseguia reter a bola na frente e era o pior dos avantes colorados. E foi justamente nesse lado do campo que surgiram as jogadas agudas do Flamengo no primeiro tempo. Todas com Léo Moura, que apoiou muito bem e fez gato e sapato de Kléber, vulgo, Chicletinho, o lateral-esquerdo que mais masca do que joga.

No segundo tempo, Tite tentou fazer com que a equipe prendesse mais a bola no campo adversário e trocou Taison por Alecssandro, e D'Alessandro por Andrezinho. O Inter conseguiu melhorar muito pouco, e o Flamengo perdeu uma chance incrível com Kleberson (de novo, nas costas de Kléber). No final, foi Bruno quem salvou o Flamengo de uma injusta derrota, após chute de Andrezinho que bateu na trave.

O zero a zero mantém a vaga pras semis da Copa do Brasil em aberto, mas, sem Magrão e Bolívar, o Inter vai ter que jogar muito mais bola do que ontem pra superar o aguerrido e bom Flamengo. Elenco pra isso, tem. Promete ser um jogão.

Corinthians: 1 a 0 é bom, mas podia ter sido melhor

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O Corinthians foi melhor que o Fluminense durante os 90 minutos de jogo na noite desta quarta, no Pacaembu. Merecia melhor sorte do que o 1 a 0, que se é bom, poderia ser melhor.



No primeiro tempo, o Flu não viu a cor da bola. O Corinthians marcou em cima e trabalhava a bola com paciência e objetividade, o que às vezes falta. Já aos 10 minutos, Christian fez belo lançamento para Dentinho que saiu na cara de Fernando Henrique e chutou cruzado para fazer o único gol da partida. O atacante ainda meteu uma bola na trave pouco depois. Ronaldo ainda teve duas chances de ampliar, mas parou na boa atuação de Fernando Henrique.

No segundo tempo, o Tricolor voltou melhor e o Corinthians mais desanimado. O jogo ficou equilibrado e o Flu chegou a pressionar, tendo boas chances com Fred e Thiago Neves – este saiu na cara de Felipe mas chutou em cima do goleiro.

Mano Menezes trocou Dentinho por Morais e Douglas por Boquita, e a equipe melhorou. Já Parreira tirou Thiago Neves e colocou o excelente Conca, que está voltando de contusão, e sacou o atacante Michael para colocar Alan, mantendo o esquema.

O jogo ficou mais equilibrado, mas o Corinthians voltou a ter as melhores chances. Após bom passe de Ronaldo, André Santos chutou para mais uma defesa de FH. Morais e o centroavante fizeram boa tabela pela direita, mas a zaga cortou antes do chute do meia. Boquita chutou bem de fora da área e FH tirou com o pé.

E ficou por isso mesmo. O Corinthians agora pode empatar por qualquer resultado no Maracanã. Se fizer um gol lá, obriga o Flu a fazer três. Não levar gol em casa é uma boa vantagem, mas a classificação continua em aberto. Pelo que foi o jogo, podia ter sido mais. Faltou, talvez, vontade de atacar mais, especialmente no segundo tempo.

Destaque para o primeiro tempo de Dentinho, para a noção de posicionamento de Ronaldo, para a boa entrada de Morais e para a impressionante entrega de Alessandro, que correu o tempo todo e se tornou uma das principais opções para a saída de bola corintiana.

Do lado do Flu, o nome do jogo foi Fernando Henrique, comvárias defesas difíceis. Além disso, vi Fred mostrar inteligência e habilidade, jogando mais fora da área. Thiago Neves esteve apagado, mas Conca detonou. Queria ver jogando no meu time. Pena para o Flu que Thiago Neves deve sair em breve. Com Conca em forma e Leandro Amaral voltando de sua contusão, ia ficar um belo ataque.

Outros jogos

Se ainda está tudo em aberto entre Corinthians e Fluminense, no outro jogo da chave a fatura está quase liquidada. O Vasco goleou o Vitória em São Januário por 4 a 0, diminuindo muito as chances do time baiano. Mas é sempre bom lembrar que o Vitória enfiou 3 a 0 no Atlético MG na Bahia e depois recebeu de volta o chocolate em Minas. A história pode se repetir.

Na outra chave, a Ponte Preta e Coritiba empataram ontem em 2 a 2 em Campinas. Mau resultado para a Macaca, que levou dois gols em casa. E a partida mais esperada, entre Flamengo e Inter, terminou em 0 a 0. O Flamengo meteu duas bolas na trave e ainda obrigou Lauro a pelo menos uma defesa milagrosa, mas não resolveu. Não tomou gols em casa, mas vai ter que decidir no Beira Rio.

Reforços – O Corinthians anunciou hoje a contratação do volante Moradei, do Bragantino, que esteve no Parque São Jorge no esquecível 2007. É um bom marcador e só, vem para ser reserva de Christian caso se concretize a ida de Fabinho para o Fluminense. O outro nome comentado pelo pessoal da SporTV é mais interessante: o meia-atacante Edno, da Portuguesa. Bom de bola, seria uma excelente opção.

Ah, sim: uma matéria no Lance afirma que Andres Sanches foi à Inglaterra conversar como meia Deco, que está no Chelsea semmuito espaço depois da saída de Felipão. Ouviu que é quase impossível o jogador se livrar de seu contrato de três anos. A matéria diz também que o comentarista e ex-craque Neto disse na Band que Sanches andou conversando também com Assis, irmão e procurador de Ronaldinho Gaúcho. Enfim, acredite quem quiser.

quarta-feira, maio 13, 2009

Diário de uma quase ginástica

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Aos 43 anos, para lá da meia idade, começa-se a pensar em fazer alguma coisa para pelo menos diminuir os efeitos de décadas de cervejas, noites maldormidas, trabalho sentado ao computador...

A primeira fase é das mais chatas, médicos e exames.. Aliás, a classe, que só usa branco para torturar os pobres mortais, promete que se a gente seguir tudo que eles dizem seremos saudáveis. Se não dá certo, a culpa é nossa, fizemos algo errado. Quando o cara morre, nem pode voltar do além para reclamar pelas cervejas, os doces e os cigarros que teve de abdicar.

Mas voltando aos exames, depilam você no peito para colocar umas espécies de ventosas, corre-se na esteira, fazem-se exames de sangue, fica-se 24 horas com um maldito aparelho medindo a pressão apenas para provar que você não vai morrer no primeiro exercício.

Aprovado, vem o primeiro dia. Fichas são feitas, atestados apresentados, começa-se a programação. Bicicleta, musculação, esteira, abdominais. Músculos de que nem supunha a existência e que estavam bem quietinhos em seu lugar resolvem reclamar. Aguenta-se tudo pelo ideal de sáude. Menos que aquela senhora com mais de 50 anos humilhe você correndo mais na esteira ao lado... O coração vai a mil, você resiste um pouco, mas resolve reconhecer, humilhado, a derrota antes do enfarto.

O pior ainda estava para acontecer. Banho no vestiário masculino. Na entrada, tudo bem, não havia ninguém. Depois, quando você já está se enxugando no boxe, alguém do lado liga a água, que começa a respingar. Ok, é só sair e se secar lá fora.

Põe-se a roupa e na hora que vai pôr o tênis, o cara que estava no chuveiro, que você descobre que era um careca, para bem na sua frente para abrir o armário. Ok, é só virar o rosto e sair rapidinho. Mas antes de botar o pé para a fora ele ainda para na sua frente e começa a passar óleo ou sei-lá-o-quê em todo o corpo.

Realmente, é hora de sair correndo para tomar uma cerveja e esquecer o primeiro dia de tortura.

A melhor categoria de base do Brasil

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O site Olheiros fez um levantamento interessante sobre as categorias de base do futebol brasileiro. Utilizando um ranking que contabiliza resultados de diferentes competições, chegou-se à conclusão que o Internacional é o time mais forte no futebol de base nacional. Em segundo lugar vem o Cruzeiro, e o São Paulo fecha o pódio.

A equipe do Olheiros já esclarece que o ranking não tem a pretensão de discutir qual time forma mais ou os melhores jogadores. O levantamento é mais estatístico e "frio". Verifica-se como ficaram os desempenhos dos clubes, soma-se tudo de acordo com critérios pré-estabelecidos e aí tem-se um ranking.

A liderança do Internacional é explicada por conquistas importantes como a Copa Santiago, que o colorado sub-17 faturou no início do ano e cuja foto de comemoração estampa esse post. Além desse triunfo, pesam as boas campanhas no Campeonato Brasileiro Sub-20 (o Inter foi terceiro colocado no ano passado e vice-campeão em 2007) e títulos estaduais, como o Campeonato Gaúcho de Juniores obtido no ano passado.

O top 10 da lista é completo pelos seguintes times, em ordem de classificação: Grêmio, Fluminense, Santos, Corinthians, Figueirense, Atlético-PR e Atlético-MG.

Rankings sempre são controversos. Especificamente nesse caso, pode-se contestar o não-estudo de como as revelações do clube se saem no futebol profissional. Ainda assim, o levantamento é dos mais válidos. Principalmente por ter critérios sérios e disponíveis para a consulta de todos, diferentemente de outros que aparecem por aí.

Além do mais, será que dá pra discordar que Internacional, Cruzeiro e São Paulo estão entre os melhores times de base do Brasil? Nilmar, Rafael Sóbis, Guilherme, Breno e Jean não discordam.

Confira o ranking aqui e seus critérios aqui.

P.S.: dou um doce para quem achar em menos de 30 segundos a posição do Palmeiras na lista...

terça-feira, maio 12, 2009

Um sufoco para poder reafirmar: Marcos é O Goleiro

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Phjunkies/Flickr
Quando acabou, talvez o certo teria sido eu sair pela janela e responder ao vizinho de duas semanas atrás gritando:

– Marcos, Marcos, Marcos!

Merecia.

O Palmeiras tomou um sufoco durante os 90 minutos de jogo na Ilha do Retiro. A pressão do Sport começou aos dois minutos, seguiu aos oito, avançou aos 17, aos 27, aos 30... O mesmo no segundo tempo até sair o gol de Wilson, aos 36. Os dez minutos finais foram menos dramáticos do que eu imaginava, o que foi suficientemente trágico. Até Sandro Goiano deu passe para Paulo Baier quase marcar.

No total, se o Palmeiras mandou duas bolas perigosas em direção ao gol foi muito: retranca total e muito trabalho para Marcos. A decisão foi para os pênaltis.

Além de entrar com muita gente de defesa em campo, Vanderlei Luxemburgo tirou Diego Souza para pôr Willians, Keirrison para entrar Ortigoza e Mozart para a vaga de Souza. Tem uma dose de azar e de erro, mas se pode dizer que o treinador palmeirense acabou cavando a derrota no tempo regulamentar, porque foi depois de passar por Wendel que o volante recém-contratada chegou atrasado e saiu o gol. O azar continuaria nos pênaltis, já que Mozart ainda errou a primeira cobrança. Muito mais grave foi a saída do camisa 7, que significou abdicar ainda mais de jogar futebol e atacar. Vai ver que ele leu a bobagem que escrevi sobre tirar o Diego Souza. Ou teve um apagão.

Depois de desperdiçar a primeira cobrança, os zagueiros Marcão e Danilo e o lateral-esquerdo Armero, foram os batedores que converteram. Nenhum homem de frente para esse momento decisivo. No mínimo, é curioso. E claro que, nesse caso, as esperanças não poderiam recair sobre outro jogador.

"Com 36 anos, toda defesa é difícil, sempre dói alguma coisa", declarou O Goleiro à reportagem de TV depois do jogo. Desse jeito, ele pegou três dos quatro pênaltis batidos pelo Sport. Para mim, tá bom.

O Palmeiras deve sua vaga às quartas-de-final a Marcos. Luxemburgo deve também muita coisa – quiça seu emprego – ao camisa 12. Vale lembrar deste jogo e deste aqui também.

Poderíamos passar sem essas
Na coletiva – que costumo evitar de ouvir para não ficar revoltado com as perguntas à là levantador de vôlei –, o treinador preferiu criticar Guilherme Beltrão, vice-presidente do Sport que o chamou de decadente e arrogante, a comentar o jogo. Será que ele está mais preocupado com a estratégia para não ter que explicar para a mídia esportiva por que tirou Diego Souza do que com a tática em campo?

Beltrão realmente facilitou a vida de quem precisava motivar seu time. Mas para quem ganhou nos pênaltis, era melhor ter deixado o cartola falando sozinho. Ou deixado para a torcida responder com o tradicional: "E-li-mi-na-do!" Se ficar por aí, tudo bem. É complexo senão frágil transferir automaticamente a tensão entre as torcidas para esse tipo de comportamento.

Vale lembrar que não é o primeiro dirigente do clube de Recife com quem Luxemburgo troca farpas. Além de já já ter intercambiado recados "carinhosos" com o próprio Beltrão, Romero Monte Cunha, ex-diretor, só não foi agredido fisicamente pelo técnico em maio de 2008 porque foi contido por seguranças palestrinos. Teria sido patética a tentativa.

Empate
Depois de reclamar tanto, segue a contagem. Vanderlei Luxemburgo empatou o histórico de confrontos com o treinador do Sport, Nelsinho Baptista. Cada um tem agora 11 vitórias diante do outro, e 14 empates. Tem mais dois ainda este ano pelo campeonato brasileiro.

Vizinhança
Não sei se foi a memória dos corintianos da decisão da Copa do Brasil de 2008, mas a vizinhança esteve especialmente atenta ao jogo nesta terça-feira. No gol do Sport, a comemoração foi quase igual à vibração dos palmeirenses quando Marcos pegou o terceiro pênalti – isso na hora, porque os secadores permaneceram apreensivos nos minutos seguintes, enquanto os alviverdes estão gritando até agora. Mais uma vez os secadores trabalharam.

Teste cego de cervejas do Futepoca: Libertadores da América

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Depois de muito adiar, muito enrolar e muito cair de bêbado, finalmente o Futepoca foi capaz de realizar a:

O 2º teste cego do Futepoca – Edição Libertadores da América

A definição das concorrentes é análoga à competição continental, embora não tenha havido tempo para adquirir um exemplar de marcas dos países andinos e do Paraguai. Havia representantes do Brasil, Argentina, Uruguai e México. Não fosse a inserção da convidada da América do Norte, estaria mais para Copa Mercosul.

1. No bar
Nada de churrasco de amadores. O palco do teste cego foi o Espetinho da Villa, bar que serve, como sugere o nome, espetos. O Alexandre, proprietário do estabelecimento, se encarregou de servir as cervejas, tarefa pela qual o Futepoca é muito grato. Como alguns pediram queijo coalho e outros picanha no alho, quem bancasse o somelieur da breja e percebesse notas de leite e de condimentos cairia no descrédito. Isso sem falar em outros fatores, como fumaça de cigarro.

Foto: Paulo Macari

A ascensão da carne.

2. Dez bêbados, 100 copos
Diferentemente da primeira edição do teste, o número de avaliadores alcançou a incrível marca de 10 pessoas, o dobro do teste de outubro de 2008. Outra diferença foi a opção por um copo limpo por cerveja para cada pessoa. Incluindo os copos com água para os intervalos entre uma marca e outra. Fazendo as contas, o DataFutepoca estima em mais de cem copos usados (claro que eles podem ter sido lavados entre uma rodada e outras). Os jurados foram os convidados Paulo Macari, Paulo Junqueira e Débora, além dos autores Fredi, Marcao, Glauco, Brunna, Maurício, Nicolau e a minha pessoa. A Débora chegou no meio da prova e testou apenas as seis últimas da fila.

3. Só garrafa, um só fornecedor
Todas as marcas foram adquiridas em garrafas de vidro, embora em vasilhames de tamanhos diferentes. Como algumas marcas estrangeiras chegam apenas em certos tipo de embalagem, foi o mínimo de variação possível. Nada de latinha, portanto. A opção foi por adquirir todos os exemplares de um mesmo fornecedor, com exceção da Skol, introduzida de surpresa.


O carrinho de supermercado ficou escondido atrás de uma pilha de
achocolatados na hora de posar para os fotógrafos.


4. 9 pielsen e 1 lager
Entre as cervejas brasileiras, foram escolhidas as pielsen mais bens cotadas na versão anterior do teste, no critério normal. Em relação às hermanas, a margem para escolher foi menor, já que não há tanta variedade vinda da América Latina nos supermercados paulistanos – sobram belgas, holandesas, alemãs. Além da embalagem, descrita pelo volume, há ainda informações importantes como a validade e o teor alcóolico. Na ordem de apreciação, tivemos:

Cervejas:
1. Cerpa
2. Bavária Premium
3. Eisenbahn
4. Dos Equis
5. Patrícia
6. Pilsen
7. Isenbeck
8. Quilmes
9. Norteña
10. Skol
Vol.
355ml
355ml
355ml
355ml
1L
1L
1L
1L
1L
600ml
Validade
06/08/2009
24/08/2009
03/09/2009
06/10/2009
06/08/2009
03/08/2009
19/11/2009
15/06/2009
12/09/2009
-
Teor alc.
5,3%
4,8%
4,8%
4,5%
5%
5%
4,6%
4,9%
4,1%
4,7%


5. Meio copo e demora inescapável
A dose de cada marca para degustação foi mais generosa do que na edição anterior. Entre cada uma, água para quem quisesse fingir que limpava o paladar, e lá vinha a próxima. O intervalo entre os copos variou bastante, foi o preço de contar com um serviço profissional e muito cuidadoso com as amostras. Em plena véspera de feriado, o bar estava cheio e a trabalheira impedia que o Alexandre conseguisse escapar para cumprir sua nobre função de fracionar o líquido sagrado e levar até os ávidos jurados. Isso se acentuou no final da brincadeira, o que pode ter favorecido as últimas da noite.

Foto: Paulo Macari

"Notas de sabão".

6. Uma nota, com observações
O Futepoca chegou a estudar a realização de um processo licitatório para contratar urnas eletrônicas, mas logo veio a ressaca a suplantar a bebedeira e dar água numa proposta tão divertida. Uma cartela com espaço para dar notas em diferentes quesitos e uma média geral havia sido preparada, então, como plano B. Por conta de umas questões paralelas, (ou seria escassez de sobriedade?) elas não ficaram prontas a tempo. Isso recolocava o guardanapo como bloco de notas oficial do bom boteco. "Vai molhar tudo", vetou o Alexandre. A caderneta de bar foi substituída por folhas de papel convencional, algo estranho ao ambiente. Mesmo assim, alguns dos ébrios registraram anotações. Detalhes preciosos como "cheiro de sabão" e "aguada e doce; tubaína" fazem parte da documentação – disponível para auditoria, aliás.

Foto: Paulo Macari

"Ó, ó... discordo!".

7. Mistério
Novamente, nada de venda nos olhos. Os manguaças sabiam apenas que se tratava de um teste Libertadores, mas não sabiam exatamente quais seriam as marcas. E muito menos a ordem em que eram oferecidas. Apenas um dos analistas conhecia o conjunto de marcas, este que escreve.

8. O teste é cego, não mudo
Apesar do intertítulo politicamente incorreto, os constantes comentários pejorativos sobre os exemplares oferecidos e a troca de ideias podem ter interferido na aferição de notas. A quantidade de rasuras nas anotações indica que isso influenciou. Mas agora não adianta culpar o vizinho que falou mal da que você gostava.

Feitas as observações, vamos ao:

Resultado do Teste cego Libertadores do Futepoca

a) Eis as médias.


A normal é a aritmética sem reparos. A já consagrada média carnavalesca comprova o gosto médio dos mamados naquela noite, com mudanças apenas na sexta e sétimas colocações. Um terceiro recorte traz as médias excluídas as minhas notas (o único que conhecia o leque das degustadas), que mostra a mesma ordem. Quer dizer, não tem jeito.

b) Conclusão: dobradinha argentina. Quem diria que o pessoal gostaria tanto da Quilmes em detrimento de artesanais como Isenbeck, a segunda, e premiums como a Cerpa A medalha de bronze foi para a uruguaia Norteña. A primeira brasileira foi Bavária Premium, novamente surpreendentemente bem cotada.

c) Pela ordem. Mais uma vez a oitava cerveja oferecida é a vencedora. Além de estudar a possibilidade de jogar no bicho, a informação é relevante porque foi exatamente a posição em que, da outra vez, a vencedora foi apresentada. Coincidência? Entre as primeiras, a única que se deu relativamente bem desta vez foi a Bavária Premium. O gráfico mostra que há notas mais altas. O agrupamento das brasileiras no início e das argentinas no fim podem ter beneficiado as do outro lado do rio da Prata, mas seria exagerado reduzir o resultado ao posicionamento. O fato de a antepenúltima colocada ter sido a derradeira atesta que ainda havia resquícios de capacidade gustativa armazenada.


No gráfico, curvas completamentes diferentes entre os testes.
Aparentemente, a ordem não influencia tanto assim.


d) Validade. Desta vez o prazo de validade foi anotado. A suspeita de que o sabor se altera e se perdem propriedades foi o que estabeleceu esta exigência. Curiosamente, o menor prazo de validade era o da vencedora e o mais extenso, da segunda colocada. A segunda que mais demoraria para estragar segundo o fabricante foi a última colocada. Nada conclusivo, portanto, em relação à data expressa nas embalagens.

e) Teor de álcool. A variação de 0,9 ponto percentual na concentração alcoólica das marcas parece pouco conclusiva ao se analiser o resultado. A posição ficaria como apresentado abaixo. Se alguém conseguir desenvolver uma teoria...


Cervejas:
8. Quilmes
7. Isenbeck
9. Norteña
2. Bavária Premium
6. Pilsen
5. Patrícia
1. Cerpa
10. Skol
3. Eisenbahn
4. Dos Equis
Teor alc.
4,9%
4,6%
4,1%
4,8%
5,0%
5,0%
5,3%
4,7%
4,8%
4,5%



Foto: Paulo Macari

O desgaste tomava conta dos avaliadores. Muita concentração.


f) Passou de ano. A média geral foi de 6,1, um pouco superior à do teste anterior. O nível da Libertadores está tão próximo assim do campeonato brasileiro? Pode ser. Como equipes do porte de um Real Potosí participam da competição internacional e a escolha das cervejas excluiu a Paceña e marcas de outros países, é preciso relativizar as coisas. Seria precipitado dizer que as mais bem cotadas da região estavam à mesa. Nas médias individuais, o Glauco manteve-se como o mais ranzinza dos árbitros, seguidos por mim e pelo Frédi, que da outra feita empatara como o mais rigoroso. O troféu generosidade ficou com o Maurício, por um centésimo em relação ao Marcão, o mais bondoso da outra vez.

Ébrio
Maurício
Marcao
Brunna
Nicolau
Paulo Junqueira
Paulo Macari
Débora
Anselmo
Fredi
Glauco
Geral
Média
6,9
6,9
6,7
6,6
6,0
5,9
5,8
5,4
5,4
4,7
6,1


g) Contaminação? A ansiedade etílica não foi contornada antes do teste, e mais da metade dos degustadores havia "contaminado" seu paladar com marcas que não participaram do teste. Surreal é a repetição do desempenho pifio da artesanal Eisenbahn, de Blumenau, adquirida ano passado pela Schincariol. O pessoal realmente não gosta da pielsen deles. Fez menos sucesso ainda a mexicana Dos Équis, a única lager, com ínfimos 2,7 pontos de média. Foi ela que mereceu a comparação com a Tubaína.

Discorda?

Enquanto o Futepoca estuda formas de criar outros testes cegos de cerveja, o que você achou? As cervejas argentinas são boas mesmo ou os avaliadores é que não regulam bem do paladar?

segunda-feira, maio 11, 2009

Brasil campeão sul-americano sub-17

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Ontem, o Brasil venceu a Argentina e conquistou o título do Campeonato Sul-Americano Sub-17. A vitória veio de um jeito que muita gente espera que aconteça num sonhado duelo entre as duas seleções numa decisão de Copa do Mundo: suada, sofrida, nos pênaltis.


O Brasil fez 2x0, com Zezinho e Philippe Coutinho; os argentinos empataram, com gols de Gonzalez e Espíndola, marcados respectivamente aos 21 e 42 do segundo tempo.

Assim, vieram as penalidades. Quando o sofrimento ocorreu de maneira superior à habitual nesse tipo de decisão. Para que se tenha uma ideia, foram nada menos do que nove cobranças de cada lado. Sinceramente, não me lembro de uma quantia tão elevada de batidas em um jogo tão importante (em um menos decisivo, lembro de um Palmeiras x Inter de Limeira pelo Paulistão de 2001, quando se não me engano teve gente que até cobrou duas vezes).



Com a conquista, o Brasil celebra o título e uma hegemonia impressionante no sub-17 continental: são oito títulos em 10 campeonatos disputados. Assustador, não?

Agora os meninos se preparam para o Mundial que será disputado na Nigéria nos meses de outubro e novembro. Além do Brasil, representarão a América do Sul os argentinos, uruguaios e colombianos. Para ver a listagem completa das seleções já classificadas, clique aqui.

De olho na redonda - o bom, o inusitado e o ruim da primeira rodada

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O Brasileirão 2009 começou e já dá pinta de ser mais equilibrado do que o do ano passado, porém, com a promessa de melhor nível técnico pela amostra do fim de semana. Só o golaço de Nilmar contra o Corinthians já valeria a rodada por ser um daqueles tentos fantásticos desde o nascedouro: o lançamento de D'Alessandro, a matada do atacante e o verdadeiro desfile que ele promoveu passando por seis adversários culminando com um toque sutil. Já referenciado aqui por outro golaço e reivindicado para a seleção brasileira antes do início do campeonato, já está mais do que na hora de Dunga dar uma atenção maior ao avante.




Gol improvável

E se teve golaço, houve também a presença do imponderável na primeira rodada. Só isso pra justificar o gol de empate do Barueri contra o Sport, na ilha do Retiro. Bola mais que caprichosa...



Mais público

Na abertura do Brasileirão 2008, a média de público por partida foi de 12.197 pagantes. Agora,
foi de 14.083, a maior da era dos pontos corridos, sendo que o maior público foi o da partida entre Grêmio e Santos, com 44.528 pessoas, graças à promoção de Dia das Mães que permitiu o ingresso livre de mulheres. Já considerando somente os pagantes, o clássico no Mineirão entre Cruzeiro e Flamengo foi o campeão: 24.564 pagantes.
O menor público da rodada ficou por conta da partida entre Santos André e Botafogo, no Bruno José Daniel: 1 939 testemunhas.

Apito tosco da rodada

O absurdo da arbitragem na rodada aconteceu justamente no na peleja do ABC paulista. Wilson Souza de Mendonça não viu a penalidade escandalosa cometida por Pablo Escobar no botafoguense Túlio Souza.

Nilmar vence o Corinthians no Pacaembu

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“Alguém tinha que ter feito a falta no Nilmar”, clamava meu pai após ver pela primeira de incontáveis vezes na noite desse domingo o golaço do atacante. A derrota para o Inter por esse gol a zero marcou a reestréia do Timão na Série A e foi a primeira derrota do time no Pacaembu neste ano.

A partida que marcou a reestréia do alvinegro na Série A, um prato cheio para o marketing fazer uma festinha, foi atropelada pela praticidade de Mano Menezes, que anunciou desde quarta-feira que pouparia titulares. No entanto, não imaginava que seriam tantos: apenas Christian e Felipe entraram em campo. No meio do segundo tempo, Mano lançou Dentinho e Alessandro, mas não foi o bastante para reagir.

Pelos melhores momentos, o Inter dominou o primeiro tempo, com chances de ter ampliado. Na segunda etapa, o Corinthians teve mais chances, mas não tão boas assim, fora uma boa jogada de Lulinha na ponta direita que Alessandro bateu fraco para o gol.



Reservas – Do time que jogou, o Ricardo do Retrospecto gostou da atuação do volante Jucilei, recém chegado do J. Malucelli, a filial corintiana no Paraná. O jogo deu mostras de que o time precisa de reforços para o banco. Mas não chega a ser tão definitivo. Poucos times tem a possibilidade de ter reservas na mesma altura para todas as posições – talvez só o São Paulo, se tiver. Mas as contratações de alguns jovens, como Jucilei, mostram que o pessoal está preocupado com isso e com a possível saída de jogadores na janela do meio do ano. Falta bastante, mas eu focaria num zagueiro (Jean e Escudero não...), num lateral-direito (já que Mano parece não gostar do pouco aproveitado Diogo) e num centroavante para o lugar de Souza. No mais, eu buscaria um meia para ser titular e um atacante para disputar com Dentinho e Jorge Henrique. Se possível, para levar a vaga de um deles.

Para poucos – O Timão sentiu na pele como é enfrentar um craque. Segundo a Folha, Nilmar recebeu 15 bolas no jogo, deu sete dribles, seis passes e apenas uma finalização. Segundo ouvi por aí, driblou diretamente quatro defensores corintianos e passou por oito na jogada do gol. Driblou mais um quando deu o passe para D’Alessandro deixar Tayson na cara, em jogada desperdiçada pelo garoto. Resumindo, Nilmar fez basicamente duas jogadas na partida: uma decidiu o jogo, a outra poderia ter ampliado. Dunga, você viu?

Copa do Brasil – Agora, resta ver se o “investimento” corintiano de jogar com os reservas vai valer a pena no confronto com o Fluminense pela Copa do Brasil, nesta quarta, no mesmo Pacaembu. Flu que venceu o São Paulo, no Rio, por 1 a 0, com um belo gol (em outra rodada seria chamado de golaço, mas o de Nilmar subiu a média) do meio-campo Maurício. O Tricolor carioca fez boa partida e dominou o São Paulo, que só conseguiu pressionar no final do jogo. Achei curiosa a movimentação de Fred, que jogou bastante fora da área, quase como um meia-atacante.

Ao fim, um bom empate para o Santos

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Um empate fora de casa com um time que é tido como um dos favoritos do campeonato e tem a melhor campanha da Libertadores pode não ser um mau resultado. Mas o Santos mostrou ontem as mesmas virtudes e também as deficiências que o levaram ao vice-campeonato paulista. E, se não quiser depender de atuações individuais de alguns de seus jogadores acima da média (o que não ocorreu contra o Grêmio), terá que contratar.

A primeira etapa no Olímpico foi dominada pelo Tricolor gaúcho. Com todos os seus titulares, o interino Marcelo Rospide seguiu no 3-5-2 adotado por Celso Roth e conseguiu pressionar o Santos jogando principalmente pelas pontas. Criou mais chances, mas não marcou. Kléber Pereeira, pra variar, perdeu chance incrível diante do goleiro Vítor, em ótima enfiada de Paulo Henrique Ganso.

Vágner Mancini alterou o jeito do time jogar depois do intervalo. Prendeu um pouco mais os laterais avançou a marcação no meio-de-campo, com Roberto Brum e Germano mais presentes no campo adversário. Assim, passou a dominar as ações e forçou o até então 100% Rospide (quatro vitórias em quatro jogos) a fazer uma alteração pouco usual para quem joga em casa e quer a vitória: ele substituiu o atacante Jonas pelo volante Túlio (aquele mesmo, ex-Botafogo e Corinthians) para tentar recuperar o meio de campo.

Ainda assim, o Grêmio não conseguiu equilibrar o jogo, mas fez seu gol. O capitão e zagueiro Rever veio à frente e, aproveitando a falha de cobertura no lado direito (algo quase rotineiro nas partidas do Santos) marcou. Mancini tentou manter o esquema com três homens mais à frente e um quarto que vem de trás, mas trocou as peças: substituiu o apagado Neymar por Molina e tirou Paulo Henrique para a entrada de Maikon Leite. E foi o colombiano, em uma bela cobrança de falta, que garantiu o empate peixeiro.



Os problemas

O Santos ainda carece de reforços nas laterais. Luisinho já deixou claro que não tem condições de ser titular e Triguinho é esforçado, melhorou de rendimento, mas ainda assim não é o ideal. Sem reforços nessas duas posições, difícil imaginar o Alvinegro tentando voos mais altos no campeonato.

domingo, maio 10, 2009

Palmeiras estreia com susto, fosso, vitória e um aviso

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O Palmeiras estreiou com vitória sobre o Coritiba no Palestra Itália de virada. Os visitantes saíram na frente diante de um time sem cinco titulares no primeiro tempo. No segundo gol, com os três principais homens de frente em campo, o time da casa garantiu os três pontos apenas aos 43 minutos do segundo tempo. Esse foi o susto.

O fosso foi uma cena meio bizarra. O camisa 8 Willians marcou o gol de empate do Palmeiras em cruzamento de Jeférson, por sua vez encontrado por um lançamento de Cleiton Xavier. Tão feliz ficou o cidadão com seu segundo gol com a camisa do clube que achou melhor tirá-la. Eu não entendo bem jogador que tira a camisa do time justo quando marca o gol, mas seria bobagem querer entender as pressões por que passa um atleta profissional. O fato é que tão empolgado que estava, e a camisa foi atirada em direção à torcida. Em qualquer estádio, isso significaria procurá-la atrás das placas de publicidade, no Palestra Itália isso quer dizer procurar no fosso que separa as arquibancadas do gramado. Cartão amarelo nele. Willians não terminaria o jogo, por contusão no púbis, deixando o time com 10, porque as três substituições já tinham sido feitas por Vanderlei Luxemburgo para reverter o erro de entrar com o mistão.

O aviso é mais ou menos conhecido. Os reservas do time paulistano serviam bem para vender os times do interior de São Paulo no campeonato estadual. Não garantem o bicho no Brasileiro. O mistão parece ter sentido mais a falta de Diego Souza e Cleiton Xavier do que de Keirrison, Pierre, Danilo e Marcos. Foi só quando os três primeiros da listinha citada foram a campo que as coisas progrediram. Até houve jogadas de perigo no primeiro tempo, mas não resolveu.

Mas Keirrison fez um gol depois de quatro partidas em branco. Viva!



Ressalva
Cabe ainda uma ressalva. Está claro que Luxemburgo considera Mozart um meia, embora ele ter mais história de volante. Considerando Wendel na lateral-direita, havia quatro volantes em campo (além desses dois, Jumar e Souza). Mais Marquinhos do que Willians era o meio de criação, enquanto Ortigoza era o atacante nato em campo. Defensivo demais para um time da casa.

Muito diferente de 2008, o Palmeiras começa a disputa sem fama de favorito. É que ano passado o alviverde vinha de um título estadual, este ano não. O treinador vem mais em xeque do que nunca, apesar de ainda conseguir pautar a mídia. E Diego Souza ainda corre risco de ser suspenso. Será um longo campeonato.