Destaques

sábado, junho 06, 2009

Memórias do Estádio Centenário

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook


















Museu do Futebol e Estádio Centenário, agora em maio.

Fotos: Frédi Vasconcelos






















O Brasil joga hoje contra o Uruguai, no Estádio Centenário, quase 59 anos depois do Maracanazzo, a derrota na final da Copa do Mundo, em pleno Maracanã, que marca até hoje a história do futebol. E marca, principalmente, os uruguaios, que consideram o segundo gol daquela partida, de Ghiggia, o gol do século.

Estive a trabalho em Montevidéu em maio, e como não poderia deixar de ser, visitei o museu do futebol, que existe no Estádio Centenário. Esta final de 50 tem direito a três painéis enormes, ocupando quase uma parede inteira cada um, com o gol do Brasil e os dois da Celeste. Sem contar a foto do herói Obdulio Varella e a réplica da taça Jules Rimet.

E uma das características dos uruguaios é se apegar muito a esse passado. Quando você se identifica como brasileiro, é muito bem tratado, mas sempre há um riso no canto da boca. Logo depois estão falando de futebol e da fatídica (para nós) final. Quando respondi que depois disso ganhamos um "pouquinho" mais que eles, meu interlocutor respondeu de primeira. "Não interessa, ganhamos do Brasil e da Argentina, e isso é que importa".

A referência aos vizinhos argentinos é em relação à primeira Copa, em 1930, em que os uruguaios ganharam a final dos hermanos, no proprio estádio Centenário, construído para o evento. Aliás, ao conversar com os uruguaios, eles, como o Zagallo, dizem que são tetra, pois contam os dois mundiais mais as duas Olímpiadas que conquistaram antes da existência da Copa do Mundo, o que deu a eles até hoje o título de Celeste Olímpica.

Agora, vamos ver o que acontece no jogo desta tarde.

Cerveja ajudou músico a impressionar McCartney

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Outro dia escrevi sobre o único show que os Beatles fizeram em Dublin, Irlanda, em 1963. Curioso sobre o assunto, acabei encontrando na livraria pública "The Beatles and Ireland" (à esquerda), de Michael Lynch e Damian Smyth, sobre todas as possíveis relações da banda inglesa com o país vizinho - a comecar pelos antepassados de John, Paul e George, todos irlandeses. Depois de descrever os shows em Dublin e em Belfast, o livro fala sobre visitas esporádicas de cada beatle à Irlanda até 2003 e narra fatos pitorescos como a compra de uma pequena ilha do litoral irlandês por John Lennon, em 1967, chamada Dorinish. O local funcionou como acampamento hippie por dois anos, até 1971, e acabou sendo vendido pela viúva Yoko Ono em 1985.

Lá pelas tantas, os autores enveredam pela simpatia declarada de John e Paul, em 1972, pelo grupo paramilitar católico e reintegralista IRA (Irish Republican Army), que luta pela separação da Irlanda do Norte do Reino Unido e reanexação à República da Irlanda. Na época, Lennon lançou as canções "The Lucky of the Irish" ("A sorte dos irlandeses") e "Sunday Bloody Sunday" ("Domingo Sangrento Domingo") e McCartney, "Give Ireland Back to the Irish" ("Deem a Irlanda de volta para os irlandeses"). Foi exatamente nesta época que o guitarrista irlandes Henry McCullough foi chamado para a primeira formação dos Wings, a banda de Paul pós-Beatles.

E ele conta um segredo sobre seu teste para admissão: "Recebi um telefonema de Ian Horne, meu roadie, pedindo para eu ir a um ensaio no dia seguinte. Eu tinha bebido um monte de pints [copo padrao de 500ml] de Guinness [cerveja irlandesa] antes de ir lá pela primeira vez. Isso ajudou muito!". Segundo McCullough, depois de tocar alguma coisa do velho rock'n'roll, como "Blue Moon of Kentucky" (um dos primeiros hits de Elvis Presley) e "Lucille" (de Little Richard, ídolo de Paul), o teste partiu para o reggae e musicas de McCartney daquela época. Foi então que o ex-beatle comecou a tocar uma música inédita. "Eu perguntei a Paul o que fazer e ele apenas disse 'Estamos só tentando alguma coisa' - e continuou tocando. Nos o seguimos e, pouco depois, uma nova canção estava escrita. Ela foi feita naquele teste", lembra McCullough. Para ele, foi literalmente uma "prova de fogo", pois conseguiu improvisar e compor com "um monte de Guinness" na cabeca.

Wings, 1972. A partir da esquerda: McCullough, Denny Laine (guitarrista), Denny Seiwell (baterista), Linda (teclados) e Paul McCartney (baixo)

sexta-feira, junho 05, 2009

ONG inglesa atira: "Gente boa usa drogas"

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A ONG britânica Release pôs nos ônibus de Londres uma campanha publicitária favorável ao debate sobre legalização das drogas. Nos ônibus da cidade, lê-se a faixa: "Gente boa usa drogas" (tradução livre para "Nice people take drugs"). A organização luta, há 40 anos, por reformas na política de drogas no Reino Unido. Os motivos são vários. "Mais gente usou maconha do que votou para os trabalhistas na última eleição", sustenta a página da campanha.

Foto: Divulgação

"Gente boa usa drogas", estampa cartaz em ônibus

A estratégia é chamar atenção para o debate, porque eles acreditam que é a hora da mudança no debate por uma legislação mais segura e adequada para a questão. Segundo a página da campanha, um terço dos adultos da Inglaterra e da Irlanda usaram drogas ilícitas e 13 mil crianças e adolescentes foram presos por questões relacionadas às drogas em 2006 e 2007 – os autores do Futepoca nas terras da rainha garantem nunca ter sido consultados em qualquer pesquisa.

"Essa foi ousada", escreveu Marisa Felicissimo, psiquiatra radicada na Bélgica e pesquisadora da questão das drogas. "Imaginem se lançássemos uma campanha dessas no Brasil, seríamos todos presos por apologia às drogas?" Em maio, edições da Marcha da Maconha em nove capitais foram proibidas pela Justiça, acusadas de apologia ao uso de tóxicos ilícitos.

Na quinta-feira, 4, o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vanicchi, pediu um "debate sem preconceitos" sobre a legalização ads drogas. A declaração ocorreu no lançamento de programas emergenciais do Ministério da Saúde para lidar com álcool e drogas ilícitas.

Antes dele, o próprio titular da pasta da Saúde, José Gomes Temporão, e o do Meio Ambiente, Carlos Minc, manifestaram-se favoráveis ao debate. Até Fernando Henrique Cardoso, aquele que fumou, tragou, mas não gostou, se posicionou favoravelmente à legalização regulamentada da questão.

Pelo plano lançado, há previsão de R$ 117,3 milhões na rede de atenção e saúde mental do Sistema Único de Saúde (SUS) para ampliação do acesso, capacitação e ações intersetoriais. Isso quer dizer 92 Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSad) no Distrito Federal e nos 26 estados brasileiros. Os centros são serviços extrahospitalares de base comunitária e atenção diária. Uma equipe multiprofissional – psicólogo, psiquiatra, assistente social, terapeuta ocupacional, clínico geral, enfermeiro e outros garantem a política de redução de danos. A promessa é chegar 200 CAPSad em todo o país – uma cobertura de apenas 57% da população brasileira.

É tudo jogada para aparecer ou há disposição mesmo para o debate?

Santo André 3 X 3 Santos - procuram-se culpados

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O Santos empatou com o Santo André em 3 a 3, na casa do adversário. Por um lado, foi um resultado ruim porque o time esteve três vezes à frente do placar e cedeu o empate, mesmo jogando com um atleta a mais durante quase metade do segundo tempo. Por outro, até ficou no lucro porque o árbitro não deu pênalti na jogada de Fábio Costa, o Menino Maluquinho, em Gustavo Nery (aliás, o comentarista maldoso pode dizer que o goleiro santista deu uma força ao time do ABC por tirar o lateral do jogo...).

Mas, durante a partida e depois dela, é interessante notar a reação dos torcedores peixeiros no chat do Santista Roxo. A procura por culpados foi geral. Sobrou pra Fabiano Eller, que estaria jogando com “má vontade”, para Luizinho, lateral fraco (de fato) cuja escalação seria prova de “burrice” de Vágner Mancini, e também espirrou lama no próprio técnico alvinegro.



Falta ao torcedor refletir um pouco. Mancini tem seus erros, mas acerta mais do que erra, dado que tem poucas opções no elenco como já dito outras vezes aqui. Luizinho, o lateral-direito que era reserva no Flamengo, foi contratado no fim do ano passado, na “gestão” Márcio Fernandes. À época, Ocimar Bolicenho, o chapa do “gênio” Luxemburgo, declarou: “O Luizinho se encaixa dentro do que falamos de situações de rápida resolução.” Grande resolução... Mas, por pior que o lateral seja, jogar estando à sombra de um atleta encostado que chega à Vila, Wagner Diniz, enquanto o Santos tenta contratar outro proscrito, Fabinho Capixaba, deve atrapalhar a cabeça de qualquer um. Além de limitado, não tem as melhores condições para trabalhar.

Fabiano Eller também não deve pular de alegria. Esteve em uma lista de dispensas e foi praticamente oferecido ao São Paulo, mesmo sendo titular do Santos. Sua imagem foi incinerada pela diretoria e ainda teve que negociar uma redução de salário para ficar. Qualquer um que enfrentar uma situação dessas no seu emprego não deve se sentir muito bem, acredito. O jogador não é nenhum craque, sempre foi deficiente na jogada aérea, não só ontem, mas merecia um pouco mais de respeito da parte de seus empregadores. Mas respeito parece ser uma palavra fora de uso no andar de cima da Vila Belmiro.

E Mancini, que tem um banco de reservas precário e ainda enfrenta uma diretoria que trabalha muitas vezes pelas suas costas, algo que ficou claro no caso Eller, tem que lidar com um time em formação e com o elenco aparentemente dividido. Nesse contexto, tem se virado como poucos, dirige a equipe com o melhor ataque do campeonato e ainda está invicto. Se pudesse, provavelmente mandaria embora alguns pseudo-ídolos que não tem rendido nada há tempos e não são bem quistos pelos colegas. Mas não pode.

Sinceramente, tirando o amor à camisa, a entrega e blablabla, quem se sentiria bem em trabalhar em um lugar assim? A propósito, o clube neste quesito está longe de ser uma exceção no futebol brasileiro, vai ver que é por isso que tem gente que prefere jogar no Qatar do que aqui...

quinta-feira, junho 04, 2009

Bêbados &/ou famosos

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

E olha só quem é que compareceu ao Pacaembu, pra reforçar a Fiel contra o Vasco: o Skavurska. Segundo fonte segura, o Paulo Macari, que já pautou e já foi jurado do teste cego do Futepoca, o tiozinho levou uma garrafinha de uísque na meia e foi degustando durante a partida.

A foto é de Ken Fujioka.


Quais as fronteiras dos chavões?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Já que temos discutido recentemente o jornalismo, e futebol é uma das três essências básicas deste espaço, gostaria de compartilhar uma indagação que tive esses dias. E é algo sobre o qual gostaria de ouvir a opinião de todos, jornalistas ou não.

Tenho uma amiga, também jornalista, que trabalha em um grande portal. Pelas decorrências da vida profissional, ela acaba tendo que escrever sobre tudo - inclusive futebol, assunto pelo qual ela nunca teve interesse e, por consequência, não tem nenhum domínio.

Invariavelmente ela me pede "dicas" para seus textos. O compreensível medo dela é cometer alguma gafe imperdoável aos olhos dos consumidores do jornalismo esportivo. Como tratar de pequeno um time grande (ou vice-versa) ou não dar o devido valor a um título conquistado por determinado clube, e por aí vai.
Esses dias ela me pediu ajuda novamente. E confessou qual é, na avaliação dela, a principal dificuldade que sente na hora de escrever um texto jornalístico sobre futebol: saber que chavão "pode" e qual "não pode" estar em um texto. Pondo na prática, ela disse que gostaria de usar a frase "todo brasileiro é um técnico" no texto. Eu disse que era horrível. Mas depois fiquei pensando em outros chavões que a imprensa esportiva - e tô falando também da imprensa de boa qualidade, antes que a crítica acabe caindo só nos maus profissionais, e que eu também uso - usa "livremente" para falar do futebol.

Esse é o primeiro gol dele com a camisa do... vejam bem, não é horrível falar dessa forma? Além de impreciso! Quem garante que o sujeito nunca vestiu a camisa do time quando era criança, num jogo comemorativo, ou sei lá o quê? Mas é uma frase que acaba caindo perfeitamente nos textos.

Com a vitória, o time foi para o G4. Esse é um chavão mais recente, típico do futebol da década atual. Mas que estamos usando a torto e a direito "G4" se tornou um resumo perfeito e prático para o grupo formado pelos quatro primeiros times da tabela. E também pode ser usado virando a classificação de cabeça para baixo, com os quatro da zona do rebixamento.

Fulano foi demitido, e Siclano será o técnico-tampão até a chegada de um novo treinador. Outro que volta e meia usamos por aí, e sem prejudicar a qualidade do texto.

E tem outros tantos... "torneio caça-níquel", "jogador coringa", "jogo pra cumprir tabela", a lista não acaba. Se pensarmos bem, ela também se verifica em outras áreas da sociedade. O noticiário sobre greves, por exemplo, sempre menciona que os trabalhadores "cruzaram os braços". É ou não uma piadinha boba que acaba se tornando uma boa construção para um texto?

E aí fica a pergunta aos leitores, e quero ouvir principalmente a opinião dos não-jornalistas: que chavão que você topa ouvir/ler em um texto, e qual que seria considerado "babaca"?

A imagem que ilustra esse post é o livro "Futebol é uma caixinha de surpresas", do saudoso Luiz Fernando Bindi, que ironiza justamente o mais famoso chavão do futebol nacional.

Beatles na Irlanda – com ou sem cerveja

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Descobri hoje que na Middle Abbey Street, a rua de trás da quadra onde fica minha escola de inglês, em Dublin, havia um cinema chamado Adelphi, que foi parcialmente demolido e hoje abriga um estacionamento. Foi ali, há 45 anos, em 7 de novembro de 1963, que os Beatles fizeram sua única apresentação na cidade (na foto acima, o show). No dia seguinte estiveram, pela primeira de duas vezes, em Belfast, na Irlanda do Norte. Passei em frente ao antigo cinema e fiquei imaginando a confusão que devem ter provocado naquela estreita rua. Dizem que, na saída, se mandaram para o hotel na van de um jornal, tomando uísque. Ou cerveja, sei lá...

O cinema Adelphi na década de 1960, no centro de Dublin

A fachada hoje, entrada do estacionamento da loja Arnotts

A insustentável leveza do desarme

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Um zero a zero justo.

Será que posso descrever assim um jogo em que no segundo tempo um time praticamente só atacou e o outro se defendeu, com alguns poucos contra-ataques que, embora perigosos, não romperam a virgindade das traves do adversário? Depois de um primeiro tempo bastante equilibrado, o Corinthians viveu um segundo tempo de pressão constante, com o Vasco da Gama no ataque buscando obstinadamente o gol. Nossa natural e cultivada admiração pelo jogo ofensivo nos levaria a dizer que o time carioca merecia o gol e a classificação à final da Copa do Brasil. Mas isso seria impreciso, pois deslocaria os méritos a quem também não foi capaz de marcar.

Na realidade, os maiores destaques em campos foram esses dois artistas do desarme, Chicão e William. Poucos times suportariam tanto tempo de jogadas incisivas nas franjas de sua área sem fazer faltas, sem aceitar provocações e sem deixar que a bola efetivamente ameaçasse o gol de Felipe. O arqueiro alvinegro fez uma grande defesa – numa cabeçada de Elton, se não me engano – e teve que sair do gol em mais um momento decisivo.

Fiquei pensando em como descrever a atuação dessa zaga, e me vieram à mente ideias do escritor italiano Italo Calvino.

"Logo dei-me conta de que entre os fatos da vida, que deviam ser minha matéria-prima, e um estilo que eu desejava ágil, impetuoso, cortante, havia uma diferença que eu tinha cada vez mais dificuldade em superar. Talvez que só então estivesse descobrindo o pesadume, a inércia, a opacidade do mundo – qualidades que se aderem logo à escrita, quando não encontramos um meio de fugir a elas." (Cia. das Letras, 1990, trad. de Ivo Barroso)

É a leveza do toque, da movimentação, a não-violência de seus zagueiros que mais admira neste time do Corinthians. Em nenhum momento o time vascaíno conseguiu impor o seu peso, fazer valer a força de sua pressão. Ao contrário, quem se impunha, não pela força mas pela precisão do desarme, foram os zagueiros. O ataque do Vasco foi criativo e veloz, mas a arte do desarme está aí, em superar a qualidade do atacante sem agredir, jogando com chuteiras de pelica. Pois, lembra Calvino, "A leveza (...) está associada à precisão e à determinação, nunca ao que é vago ou aleatório".

Que me acusem de comemorar um empate. O ataque do Corinthians foi medíocre, o meio campo não criou nada. A defesa, porém, fez por merecer, e não só pela garra, mas por sua qualidade. Ainda haveria que mencionar a garra do restante time, em particular de Alessandro e Cristian, e até os momentos de brilho de Dentinho. Mas quis falar dos zagueiros.

A inércia do mundo


Do lado oposto, o do peso e da inércia, poderia comentar a pança do Ronaldo. Muito acionado, perdeu gols feitos, errou nas decisões sobre chutar ou tocar a bola em momentos decisivos, criou jogadas pseudogeniais, na verdade pequenos delírios – penso no toque de calcanhar que deu pro Cristian "chegar chutando" quando o volante estava lá do outro lado, na frente do Ronaldo... Nada disso é o que se espera dele.

Acontece que, quando é "poupado", Ronaldo inexoravelmente ganha peso, e isso deveria ser levado em conta. É como jogar na altitude. Precisa de um tempo de adaptação. Sem dúvida, o centro de gravidade se deslocou, e Ronaldo precisa de um tempo de jogo para reencontrar seu equilíbrio. Atenção para esta dica, Mano.

Mas para mim, o mundo mostra seu peso, sua inércia, sua incapacidade de se renovar quando sabemos da notícia de que um torcedor corintiano foi morto a pauladas e facadas por torcedores do Vasco (segundo notícias, reforçados por torcedores do Palmeiras). Não quero com isso insinuar que "a torcida" corintiana seja uma vítima e os vilões, os seus adversários. O torcedor assassinado sem dúvida é vítima. Mas o que eu quero é só lembrar que passam os anos e não conseguimos reinventar nossas vidas e transformar em "uma fase do passado" a realidade de brutal violência das torcidas. Ao final do jogo, corintianos queimaram um ônibus vascaíno, na saída do Pacaembu. Aqui a reportagem do Globo.com.



Com uma visão cada vez mais opaca, esses jovens não conseguem ver o óbvio, que estão se matando por nada – não é pelo time, não é pela honra nem pela glória: é por nada. É bonito e emocionante sentir a vibração de um estádio que canta que seu time é "sua vida, sua história, seu amor". Mas quando isso se torna literal e completamente verdade, quando o time toma todos os ínfimos espaços da vida e da história de um bando de jovens, uma estranha "ética" se forma, de índole religiosa ou militar: a ética do homem-bomba, que se mata e morre por fidelidade cega a um símbolo – neste caso, até o símbolo está ausente, o que há é um distintivo que deveria significar outra coisa que não uma bandeira de guerra, um valor absoluto...

Seria preciso entender mais a fundo esse fenômeno, não sei se alguém realmente o fez. Comportamento de massa, desconsolo, falta de praia... tudo isso me parece perfumaria na compreensão do sentido essencial da violência que faz com que milhares de jovens joguem fora aqueles que deveriam ser os melhores e mais inventivos anos de suas vidas.

CB: Inter e Corinthians, mas com dificuldade

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook


A final da Copa da Copa do Brasil acabou sendo a óbvia, com Inter e Corinthians. Mas quem vê apenas o resultado não supõe o quanto foram difíceis as semifinais contra os desacreditados times do Vasco e do Coritiba.


A esquadra do Parque São Jorge classificou-se com dois empates, passando apenas por ter marcado um gol fora. O Coxa devolveu a derrota para o Inter na partida em Curitiba e ficou de fora por não ter feito mais um gol, mesmo com um jogador a mais em campo.

O que ficou claro é que em torneios mata-mata, conta menos a qualidade técnica e que garra e disposição, além de esquemas defensivos, fazem a diferença. E que torneios como a CB são extremamente interessantes...

Os dois técnicos desclassificados reclamam de pênalties não marcados a favor de seus times e, para falar a verdade, não vi os lances direito e vou ficar em cima do muro. Apesar de achar que o Gaciba, árbitro do jogo de São Paulo, sempre faz média com o mais forte.

Projetando a final, serão duas grandes partidas entre um time mais técnico como o Inter e outro aguerrido, com a cara do Mano Menezes e o talento (mesmo que gordo) do Ronalducho. Façam suas apostas. Eu, no bolão do começo do ano do Edu Maretti, cravei esta final, com vitória dos gaúchos...

Petrobras lança blogue para se preparar para CPI

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Em meio a um turbilhão político e alvo de denúncias, a Petrobras lançou, na quarta-feira, 3, um blogue dedicado a prestar esclarecimentos à população, ao Senado e à mídia. Petrobras Fatos e Dados (clique aqui) promete informações "recentes da Petrobras e o posicionamento da empresa sobre as questões relativas à Comissão Parlamentar de Inquérito".

Na plataforma Wordpress.com, usando o tema padrão do sistema, há três textos publicados dedicados a diferentes assuntos. O primeiro aponta para o site especial da companhia sobre as reservas da camada pré-sal, outro reproduz nota à imprensa sobre pagamentos de tributos – pivô e ponto de partida da oposição para tentar reeditar a CPI do Fim do Mundo – e uma afirmação da transparência da empresa.

A plataforma é divulgada dois dias depois de a General Motors (GM) nos Estados Unidos lançar o GMreinvention. No caso da montadora, a crise é econômica e a intenção é explicar as etapas da concordata para investidores, jornalistas e o público em geral.

Enquanto os estadunidenses prometem abusar de redes de relacionamento virtual como Facebook, Twitter e Flickr, a da Petrobras não menciona ainda a questão.

Isolamento
Ainda sem receber esclarecimentos da assessoria de imprensa da Petrobras, imagino que se trate de uma tentativa de isolar o assunto. Na página institucional, a CPI é mencionada como exemplo de uso do blogue. Já na Agência Petrobras de Notícias, voltada à relação com a mídia, é só um"espaço interativo na internet".

Reprodução


Tratamento distinto nas homes e no miolo. Aparentemente, a
companhia tenta afastar o desgaste da página institucional


O lançamento do site me levou a pensar se o Senado não deveria buscar formas de consolidar as informações além de melhorar, por exemplo, o acesso às transcrições de sessões, atualmente limitadas a um sistema de buscas em que se gasta mais tempo do que se gostaria. Do ponto de vista do acesso, seria interessante. Como parte da mídia reage quase que imediatamente à notícia, sem ponderar muito nem checar dados e termos, oferecer dados mais claramente pode ajudar a melhorar a cobertura.

Atualização às 16h20
Durante a tarde, outros posts foram publicados e ficou claro que há moderação nos comentários. Todos as intervenções de internautas que li são favoráveis ao governo e críticas ao viés político-partidário da CPI. A assessoria de imprensa da companhia ainda não esclareceu os critérios da moderação nem respondeu a outras questões enviadas.

Segundo Luís Nassif, que também comentou a história, a inspiração foi a ação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) diante das denúncias do Estado de Minas contra a instituição em 2008.

A novidade, que o Nassif não comenta, é usar uma plataforma de blogue e retirar o assunto da página institucional, permitindo mais liberdade para defender a empresa e criticar acusadores, por exemplo.

quarta-feira, junho 03, 2009

Organizada promete anunciar emprego de técnico do Palmeiras

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Procura-se treinador de futebol. Uma variação dessa frase será publicada como anúncio de classificados de jornal, prometeu a principal torcida organizada do Palmeiras. O protesto da Mancha Alviverde tem como alvo o técnico do clube, Vanderlei Luxemburgo. O presidente do grupo, André Guerra, declarou à Agência Estado que não aguentam mais o treinador. "Acabou. Já cansamos das desculpas que ele inventa a cada resultado ruim. Por isso tivemos a ideia desse protesto."

No texto em que convocam o protesto, ainda segundo a agência de notícias, os torcedores pedem um treinador com humildade, autocrítica e "que não culpe jogadores, torcida ou imprensa". Mais adiante, demandam um profissional que "não faça da mídia um Big Brother do seu ego". Na página da organizada, não há notícias relacionadas ao protestos e não foram encontradas referências a ele no fórum de discussão de torcedores, mesmo entre menções pra lá de depreciativas contra o treinador.

Depois do empate contra o Nacional pela Libertadores, Luxemburgo criticou a torcida por vaiar e não apoiar o time. Luiz Gonzaga Belluzzo, o presidente do clube, apoiou a parte contra os reclamões, mas lembrou que "a torcida popular apoia o time o tempo todo".

As cinco partidas concecutivas sem vitória explicam parte da pressão, já que o momento é considerado por alguns como o pior dele no clube. As indefinições de esquemas táticos e irregularidade dentro de campo também colaboram.

Mas as desavenças são mais antigas. Em janeiro, a mesma organizada fez manifestações na rua Turiassu, em frente ao Palestra Itália, pedindo a saída da empresa de marketing esportivo Traffic que à época era contestada por ter deixado Kleber sair sem um reforço considerado a altura. Depois, com os resultados do início da temporada no estadual, a relação se normalizou. Em 2008, Luxemburgo acusou torcedores de agressão na saída do aeroporto.

terça-feira, junho 02, 2009

Informação capota em acidente da Air France

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Nada como uma tragédia para mostrar o quanto a imprensa brasileira está despreparada para ir em busca de informações.

Na cobertura do acidente da Air France, sem muitos fatos, são ouvidos pretensos especialistas que ficam o dia todo especulando os motivos do acidentes. Ou são repetidas mil vezes na TV, no rádio e na internet declarações de autoridades que nada dizem.

Na falta do que fazer, tentaram, inclusive, causar intriga, pelo fato de o presidente Lula estar fora do país e não voltar correndo para fazer parte da pantomima. Mas não colou.

Agora, quando parece que foram encontrados os destroços, mais uma vez, os jornalões mostram o quanto estão despreparados para pôr notícias no ar com rapidez.

Veja os incríveis erros na matéria publicada pelo UOL como principal destaque nesta terça-feira:

Nelson Jobim confirma que 5 km de destroços localizados são do Airbus que estava desaparecido
Do UOL Notícias
Em São Paulo
Atualizada às 17h28


Em entrevista coletiva no Windsor, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, o ministro de Defesa, Nelson Jobim, confirmou que os destroços localizados pela Aeronáutica são do Air France, que desapareceu na noite do último domingo (31) com 229 pessoas a bordo. A própria companhia informou que são 216 passageiros e 12 tripulantes, o que numa simples conta de somar dá 228.

Jobim disse que o navio Hércules da Marinha encontrou por volta das 12h30 desta terça-feira (2) cerca de 5 km de destroços de uma aeronave. Como todo jornalista deve saber, os Hércules são aviões de transporte e reconhecimento, nunca navios. Até porque as notícias do próprio UOL dizem que as embarcações da Marinha só chegarão amanhã ao local.

Os destroços são de fios, objetos metálicos, entre outros elementos, de acordo com Jobim. A investigação das circunstâncias e das causas do acidente serão realizadas pelo governo francês, segundo o ministro Jobim. Caso cheguem navios franceses para auxiliar no recolhimento de destroços, eles integrarão a operação brasileira já em andamento.

Segundo Jobim, as buscas pela aeronave continuam. A área de busca é de mais de 9 milhões de km2. Estranha a informação, já que todo o planeta tem 510 milhões de quilômetros quadrados.

O que for localizado pela Aeronáutica e pela Marinha será transportado, via navios, a até um ponto que fica a 400 km de Fernando de Noronha. De lá, helicópteros transportarão o material até Fernando de Noronha, onde peritos da Polícia Federal e do Instituto Médico Legal (IML) realizarão uma perícia.

O ministro disse que amanhã, às 11h, o navio patrulha da Marinha chegará ao local onde os destroços foram encontrados. Ele justifica a demora alegando que os barcos se deslocam apenas a uma velocidade equivalente a 30 km/h. O navio estará equipado com botes salva-vidas para o caso de sobreviventes serem encontrados. Jobim, entretanto, não quis falar sobre a possibilidade de encontrar sobreviventes. Precisa comentar a redação do texto.

Dois navios mercantes chegaram na tarde de hoje, ao local dos destroços avistados. Um terceiro navio mercante também foi desviado para o local. As três embarcações são de bandeira estrangeira (duas da Holanda e uma da França), e o desvio foi possível devido a acordos internacionais. Os navios mercantes estão no local exclusivamente para encontrar possíveis vítimas. O manuseamento dos destroços será feito somente pelos navios da Marinha. O que é mesmo manuseamento de destroços?

Jobim estava Walvis Bay, na Namíbia, onde se encontraria com autoridades do país. O ministro participaria de uma cerimônia de comemoração do 19º aniversário da Força de Defesa da Namíbia e do comissionamento do Navio-Patrulha Brendan Simbwaye à Marinha da Namíbia.

Com a decisão de suspender sua agenda oficial e retornar ao Brasil, Jobim será representado nas comemorações pelo comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Júlio Soares de Moura Neto. Informação realmente relevante e que tem tudo a ver com o caso. O texto, que estava na principal manchete do UOL às 17h30 foi corrigido por alguma alma caridosa às 17h42, mas serve para ilustrar o nível de nossos grandes meios de comunicação. Se alguém duvidar, tenho aqui o texto original copiado no meu computador.

Sem mercado e de filme queimado

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O mês de junho não será como de costume para os clubes de futebol. A profecia está na revista Exame desta semana, em uma matéria sobre os negócios do futebol em meio à crise econômica. O desaquecimento generalizado nas negociações deve reduzir, diz o texto, a rotina de desmonte de elencos no meio do campeonato brasileiro.

Mas isso não é nada bom.

Pelo menos para os clubes, que dependem desse momento para equilibrar as contas. É que para a principal janela de transferências da Europa, o período de intertemporada, falta crédito e cascalho no bolso dos clubes.

Juliz Mariz, presidente da Traffic, conta na nota que tinha 23 negociações esperadas para 2009. Pelo menos oito vão dar água e o restante deve render até 20% menos do que o "preço-alvo". O Grupo Sondas, sempre segundo a matéria, foi alvo de especulações sobre um suposto abandono do mercado, já que corria riscos de perder parte dos R$ 60 milhões investidos em 30 jogadores. Mas Roberto Moreno, presidente da empresa de varejo, calcula em R$ 400 milhões os ativos acumulados.

Para completar o cenário, Ivandro Sanchez, advogado especializado na questão, vê os jogadores brasileiros de filme queimado no exterior, principalmente no caso Adriano na Inter de Milão. Mas também com Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Robinho. Os pesos dos escândalos são relativos em um cenário em que a CBF aponta surreais 1.176 negociações de brasileiros com o exterior em 2008, escalada de 60 a 100 transferências a mais por ano há dez anos.

Mina de ouro
Alguns fatos realmente indicam que esse mercado futebolístico era só mais uma frente das minas de ouro sem fim que o último período de crescimento econômico parecia ter criado. Um deles é a entrada de uma empresa de supermercados aplicar uma pequena fortuna nesse segmento que pouco tem a ver com varejo para donas e donos de casa. Ou um bilionário russo que resolve comprar um clube inglês – e depois fica em dúvida sobre o que deve pôr nos cobres, se o time na bolsa de valores ou o iate.

A reportagem assinada por Denise Carvalho reorganiza bem algumas ideias e ouve alguns envolvidos – o que também é fundamental. O que eu não tinha lido era a expectativa de que é necessário haver uma meganegociação de um atleta de ponta, como um Kaká ou um Cristiano Ronaldo, para movimentar o mercado, já que o clube vendedor teria recursos para ir às compras. Aproveitaria a baixa do mercado para fazer a feira e arrematar jogadores brasileiros a preço de banana.

Alguém tem R$ 10 para um vaquinha? De repente o Futepoca entra nesse mercado.

Cervejas da Irlanda e da Inglaterra

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Opa! Sigo aqui em Dublin, desenrolando a burocracia e tentando me sentir menos perdido do que realmente estou. Mas with a little help of my friends vou me virando e já estive na escola onde estudarei inglês, abri minha conta num banco local e pedi o PPS, registro que me permitirá trabalhar. Enfim, o que não falta é papelada oficial. Só tomando uma(s) e, a pedido do colega Anselmo, registro aqui mais um capítulo de "Eu e minhas cervejas".

No sábado a noite, depois de postar um texto aqui, encontrar meus amigos e bater um rango num xepão grego, voltei para o abrigo e conheci o colega Fabio Grandizoli, que, como eu, á um caipira do interior de São Paulo (nasceu em Lupércio e morou em Garça e Americana). Ele se mudou para outra casa ontem mas, antes, tivemos tempo de comprar cerveja em mercados destinados a "pobraiada" - Tesco e Centra. No sábado, foi a vez das irish beers.

Por questão de preço, optamos pelas Beamish, cervejas escuras. A melhor delas é a Beamish Draught Irish Stout (a direita), com 4,3% de teor alcoólico, lata de 500ml (a 1,78 euro). Assim como a Guinness, ela vem com uma bolinha de plástico dentro. Tem cheiro e gosto de café, bem densa e cremosa. A outra, Beamish Genuine Irish Stout, com as mesmas características, mas 10 centavos mais barata, é uma cerveja preta comum, sem nada de especial.

Já no domingo, partimos para a ignorância: por precos módicos de 1,45 e 1,55 euro, respectivamente, compramos as inglesas Druids Celtic Cider (a esquerda) e Stonehouse Strong Dry Cider. Melhor que o preço, o grande chamariz foram os 6% de teor alcoólico das duas. Mas demos com os burros n'água: como o nome (cider) diz, elas são uma (bizarra) mistura de cidra com cerveja. A primeira é mais vermelha e a segunda (dry), mais clara e leve. Se querem uma avaliação precisa, fujam delas!

Pois é isso. Estamos às vesperas de eleições, dia 5 de junho, e, como o lugar onde moro abriga também jogadores da Football Association of Ireland Schools, tentarei postar, em breve, um apropriado texto sobre Futebol, Política & (mais) Cerveja. See you soon, drunk brazilian people!

Com atraso, a prova: cervejada na host family house, em Navan Road

segunda-feira, junho 01, 2009

Santos 3 X 1 Corinthians - com titulares ou reservas, clássico é clássico

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Pergunte a qualquer torcedor se ele gosta de pegar seu rival com time reserva. Se alguns  acham que a parada fica mais fácil, certamente outros dirão que é sempre um risco, porque  perder um clássico é algo que acontece, mas ser derrotado pelos suplentes do adversário é de  amargar...

Por isso o Santos entrou com a obrigação da vitória ontem, na Vila. Mas Mano Menezes tentou  evitar a pressão santista no início do jogo, que poderia fazer seu time sucumbir de pronto. Marcou no campo do adversário, contando com a rapidez de Morais, Lulinha e Boquita para tentar assustar os donos da casa. Teve uma chance, aos 13 minutos, e só.

Três minutos depois, Paulo Henrique marcou e consolidou o domínio santista que já se insinuava. O mesmo Ganso, em um primeiro tempo pra lá de inspirado, marcou de novo aos 29. O time corintiano, com muitos garotos, não aguentou a pressão e começou a ceder espaço.

A fatura aparentemente liquidada só foi ameaçada quando Fábio Costa tentou agarrar e soltou uma bola chutada por Morais nos pés de Renato, aos 4 do segundo tempo. Ainda assim, o gol não abalou o Santos, que passou a tocar mais a bola no campo do adversário.

O que aconteceu a partir daí foi uma sucessão de faltas cometidas pelo Corinthians, resultando em  cartões amarelos seguidos e na expulsão de Lulinha, que fez falta por trás em Léo. Antes disso, o zagueiro Jean, que mostrou a mesma elegância e técnica dos tempos de São Paulo, fez falta criminosa em Madson, mas só foi advertido com o amarelo.

Com um a menos, o goleiro Julio César começou a se destacar e se tornou o grande nome corintiano, evitando uma goleada. Mas não conseguiu evitar o gol de Madson, de novo um dos melhores santistas em  campo, aos 44. E ele corre... correr... corre...




Times reservas

O Santos cumpriu sua obrigação ao vencer os reservas do Corinthians. Poderia ter sido por uma diferença maior? Sim, mas é bom lembrar que times reservas às vezes complicam a vida dos  rivais.

O próprio Peixe fez isso em 2004, na Copa Sul-Americana. Priorizando o Brasileiro, o time usou reservas, com a entrada de titulares apenas no segundo tempo. Nas duas partidas, seu adversário, o São Paulo, usou sua força máxima. Mesmo assim, o clube alvinegro desclassificou o Tricolor com uma vitória de 1 a 0 e um empate em 1 a 1.

É preciso ter cuidado contra reservas... O Inter, que com suplentes superou o Palmeiras e o Avaí, é uma boa mostra disso.

Santos 3 x 1 Corinthians - nada de anormal na derrota (visão corintiana)

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Não há nada de anormal na derrota do time reserva do Corinthians por 3 a 1 frente ao Santos, na Vila Belmiro. O alvinegro da capital até engrossou o jogo no começo, mas falhas individuais foram bem aproveitadas pelo melhor elenco peixeiro, que levou os previsíveis três pontos para a sacola.

O Corinthians tentou pressionar no início, usando um esquema parecido com o do time titular, com Morais, Lulinha e Boquita no meio e Souza no ataque. Jucilei fazia a função de Elias e Moradei a de Christian. A marcação adiantada funcionou até o primeiro gol. Depois, o Peixe assumiu o manche da partida. O Timão ainda teve uma ou duas chances com Morais, o segundo corintiano em campo, depois do goleiro Júlio César, que evitou a devolução dos históricos 7 a 1.

Analisando os jogadores, Júlio César foi muito bem, mostrou que tem bola para ser titular se Felipe deixar o time, como se especula. Morais criou boas chances, jogando quase sozinho na criação, já que Boquita desapareceu. E Lulinha? Bom, esse além de não ajudar, atrapalhou: deu o “passe” para o contra-ataque que resultou no segundo gol do Santos e foi expulso por duas faltas seguidas em Leo no segundo tempo.

O garoto Renato não foi mal e pode se tornar um zagueiro um dia. Jean, por outro lado, não aprendeu muito em sua não curta carreira, e merecia ter sido expulso pela pernada bizarra em Madson.

Souza fez mais uma boa partida fazendo parede para os meias, segurando a bola, e foi prejudicado pelo isolamento a que foi submetido por Lulinha. Mas, para um centroavante, tem muito pouca presença de área – finalizou apenas uma vez em gol, segundo o Lance.

O destaque negativo fica para os dois laterais. Diogo e Saci não ajudaram no ataque, descendo muito pouco. Na defesa, o lateral direito foi envolvido por Leo e Madson, mas comprometeu menos que Saci, que falhou bisonhamente no primeiro gol do Santos. Depois disso, entrou inúmeras vezes dribles infrutíferos na defesa, armando belas jogadas para o adversário. Jornada para esquecer.

Assim sendo, o Corinthians precisa contratar reservas para as duas laterais, um zagueiro (lembrando que o reserva imediato de Chicão e William é Diego, que também foi poupado) e uns atacantes. Na frente, eu gostaria de um jogador mais goleador que Dentinho para disputar a vaga de titular.

Por fim, resta saber o que fazer com Lulinha. O cabra não é o pior jogador do universo, é rápido, dribla bem e tem só 19 anos, talvez ainda possa evoluir. Se estivesse na condição de Marcelinho, outro dos juniores, que vem ficando no banco, tudo bem. Mas seu salário, segundo matéria da Folha, beira os R$ 100 mil, um dos mais altos do elenco, fruto do bom desempenho do garoto na base e (muito) de notícias plantadas e pressão de seu empresário, Vagner Ribeiro. Não dá pra saber se Lulinha não aguenta a pressão ou se é limitado mesmo. Eu acho que ele não vai render mais nada no Corinthians, onde já conta com a antipatia da torcida. Por outro lado, quem é que topa pagar essa grana pelo futebol dele?

Livres de dois jejuns, mas com outro entalado

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

– Obina! Hahahaha!

Foi como um vizinho palmeirense comemorou o primeiro gol do Palmeiras contra o Barueri. Meio incrédulo, depois de um primeiro tempo modorrento (falta de treino?). Precisou esperar até os 11 do segundo tempo, mas fazia seis meses que o atacante recém-chegado não balançava as redes. E logo depois, aos 15, Keirrison terminava seus modestos quatro jogos sem marcar. Parecia que a paz voltaria fagueira ao Palestra Itália, pelo menos no campeonato brasileiro.

Mas o time da região oeste da Grande São Paulo tem Pedrão, que empatou o jogo, com direito a falha de Marcos, o Goleiro. Primeiro, aos 17, depois aos 28. E quanto Wendel foi expulso, o time da casa poderia ter mandado castigo ainda maior sobre o Palmeiras na Arena Barueri.



Tá difícil. O empate de domingo é a quarta partida concecutiva sem vitórias, incluindo o do meio da semana, com o Nacional. A 11ª posição é bem desconfortável de qualquer perspectiva.

domingo, maio 31, 2009

Vitória do SP no segundo round contra Cruzeiro

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook


















Num jogo bem mais feio do que o do meio da semana, o São Paulo ganhou de 3 a 0 Cruzeiro principalmente pelas mudanças feitas por Muricy Ramalho, que ninguém esperava. Tirou Jorge Vagner, Hernanes e Dagoberto para pôr no lugar mais um zagueiro, Marlos (ex-Coritiba) e Borges.

Marlos, principalmente, jogou muito para uma estreia e fez a diferença atuando aberto pela direita, mudando a característica do São Paulo de fazer chuveirinho o tempo todo.

No Cruzeiro, Ramires foi bem marcado e não fez praticamente nada. Kleber, para variar, bateu e apanhou o jogo inteiro. Mas merecia pelo menos um amarelo no lance que deixou o cotovelo na cara de Marlos.

Dos três gols, um foi de oportunismo de Washington, outro começou com bela jogada de Marlos pela direita para passe de Zé Luís e conclusão de Borges e outro foi graças a Dagoberto, que saiu do banco para enterrar as esperanças azuis.

Fica o tira-teima para a terceira partida, a decisão de quem passa para a próxima fase da Libertadores, o que só acontece em 17 de junho, no Morumbi. Se repetir o mal futebol de hoje vai ficar difícil para os mineiros.

Cidades da Copa 2014, sem surpresas

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Acabou de sair a lista de cidade da Copa 2014, anunciadas em Congresso da Fifa em Nassau, Bahamas. São elas:


Belo Horizonte
Brasília
Cuiabá
Curitiba
Fortaleza
Manaus
Natal
Porto Alegre
Rio de Janeiro
Recife
Salvador
São Paulo

Ficaram fora Belém, Campo Grande, Goiânia, Florianópolis, Rio Branco.

As outras definições, como abertura e final, serão tomadas em outros congressos, o primeiro deles agora em 8 junho no Rio de Janeiro.

Do que conheço bem, o Mineirão, em BH, praticamente vão ter de fazer outro estádio, tanto que ficará 2 anos fechado. No Morumbi, não sei onde farão estacionamento.

Agora, duvido bastante dessa história de que ficará uma "nova" cidade depois dos investimentos para a Copa, como praticamente todos prefeitos e governadores estão dizendo. Se há recursos, por que as mudanças e investimentos não são feitos antes? Dizer que a iniciativa privada vai pagar... duvido muito. Provavelmente o poder público terá de investir pesadamente.

Não quero ser chato, quero muito ver uma Copa aqui, mas é necessário ficar de olho para ver quais espertalhões ganharão muito dinheiro com isso.