Destaques

sexta-feira, outubro 23, 2009

A CPI do Judas na grande mídia

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Escândalo da crucificação


Jesus Cristo é convocado para depor em CPI

Parlamentares da oposição investigam relação entre episódio bíblico e mensalão

Começaram ontem na Câmara os trabalhos da comissão parlamentar mista de inquérito que vai investigar as relações entre o líder hebreu Jesus Cristo e seu apóstolo Judas Iscariotis, no que vem sendo chamado de “escândalo da crucificação”. A ideia da oposição é buscar elementos que comprovem as conexões entre o episódio histórico e as irregularidades cometidas no governo Lula, evidenciadas pela declaração do presidente que afirmou que “se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão”.

A bancada evangélica, junto com a católica, tentou obstruir a abertura dos trabalhos, sem sucesso. Com base nas declarações do ex-deputado-federal e atual conselheiro profissional Roberto Freire, que disse que o presidente Lula chegou ao "cúmulo de justificar suas alianças escusas colocando Jesus e Judas em conluio”, parlamentares fizeram um requerimento para convocar Jesus Cristo como testemunha. O líder religioso teria armado a própria crucificação, ao saber das criminosas intenções de Judas em trai-lo e, mesmo assim, não ter feito qualquer denúncia. A oposição quer saber se há conexão entre a atitude de Cristo e de Lula, que teria tido postura semelhante no que diz respeito ao chamado mensalão.

Já a facção mais radical da oposição pediu que seja juntado ao relatório o chamado Evangelho de Judas que provaria não só que Jesus sabia da disposição do apóstolo como mostraria que ele mesmo teria incentivado a delação que culminou na crucificação, a exemplo de Lula, que seria o verdadeiro chefe de quadrilha do valerioduto.

Judasduto

Parlamentares investigam também a possibilidade de haver alguma relação entre o esquema de Marcos Valério e o papel exercido por Judas Iscariotes, que exercia a função de tesoureiro no grupo de Jesus (segundo João 13:29). O referido apóstolo foi acusado inclusive por um outro companheiro de Cristo de desvio de recursos.

Nesse caso, a oposição também quer saber o papel de Jesus no esquema. A acusação é de que ele sabia dos desvios de recursos praticados por Iscariotis. Um parlamentar do PSDB revelou, em off, que essa pode ser a linha da investigação. “Levando em conta que ele tinha conhecimento de que o apóstolo iria vendê-lo, é de se presumir que ele sabia dos desvios praticados pelo traidor e nada fez, assim como Lula no episódio do mensalão”.

Os trabalhos da CPI continuam na próxima semana. Até o fechamento dessa edição, Jesus Cristo não havia respondido ao requerimento da comissão. O presidente Lula descansa no Guarujá.

Isso é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com personagens da vida real é mera coincidência. Inspirado por Luís Nassif.

quinta-feira, outubro 22, 2009

Tipos de Cerveja 42 - As Rauchbier

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Estilo com bastante tradição na Alemanha. Suas origens remontam ao início do século XVI, quando surgiram os primeiros exemplares na região de Bamberg. É uma cerveja escura, com grande semelhança com as Oktoberfest/Marzen. Essa tonalidade vem do malte, que é posto perto de lareiras para ficar com um sabor "defumado" (rauch é a palavra alemã para isso). Esse processo dá um sabor muito característico à cerveja, semelhante a carne defumada e com traços de especiarias. O volume de álcool varia entre os 4% e os 7%. O site parceiro Cervejas do Mundo recomenda três marcas: a Aecht Schelenkerla Rauchbier Marzen, a Triumph Rauchbier e a Spezial Rauchbier Lager (foto).

O pensamento vivo de Joel Santana

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Pra quem ainda não viu, depois da instigante entrevista do presidente Lula na Folha, outro colóquio inspirador. Joel Santana, recém-demitido da África do Sul (contrariamente à previsão de Beckenbauer), falou ao Globo Esporte. Estão ali todos os elementos que fizeram do comandante o "figuraça-mór" do futebol brasileiro. Abaixo, uma versão editada e resumida:


Futebol e amor

O futebol é como o amor. Se a mulher não te quer mais, você vai fazer o quê? Eu gostaria de continuar, mas não deu. Não fico chorando o leite que já caiu no chão, tenho que partir pra outra.

Retranca contra a técnica
Reclamaram que joguei com três volantes contra a Alemanha lá na Alemanha. Mas você quer o quê, que eu jogue aberto? Cada um tem sua maneira de ver o futebol, mas é fácil ganhar da Alemanha lá? Do Brasil, da Espanha? Vai ver se é...

Vai aparecer alguma coisa boa...
Até o fim do ano fico de stand-by, em janeiro estou pronto para voltar a trabalhar. Com certeza vai aparecer alguma coisa, não tenho dúvidas. Até porque sou iluminado. Quando eu chegar no Rio as coisas já vão começar a acontecer pra mim...

A "coisa boa" é o Fluminense????? Ou o Botafogo???

O Titanic está no mar. Se bem que de repente eu vou. Gosto de desafios. Se a torcida comprar o barulho comigo, eu vou.

Se não der um time europeu, segunda divisão não é tão ruim assim...
O Real Madrid e o Barcelona perderam ontem, será que ninguém vai me chamar não, hein? Deixa o Cuca lá resolver o problema dele. O time do Fluminense não é ruim, tem Fred, Luiz Alberto, Conca... Eu vi que o Fluminense já conseguiu melhorar nos últimos jogos, de repente dá uma equilibrada, ganha cinco seguidas e sai dessa. Mas Fluminense e Botafogo já passaram por isso, assim como o Palmeiras, o Grêmio, o Vasco, e todo mundo já viu que o mundo não acaba se o clube for rebaixado. Segunda divisão não é para dar tiro na cabeça, é para reavaliar e consertar o que está errado.
A entrevista completa e sem interpretações freudianas está aqui.

Promoção: faltam dois dias para elogiar a cerveja e levar um guia sobre a gelada

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Vai só até esta sexta-feira, 23, a promoção do Futepoca.

Envie um elogio à cerveja que você vai tomar nesta sexta em até 140 toques. A promoção foi pensada para o Twitter, mas para incluir mais participantes, as respostas podem ser enviadas por e-mail.

Envie agora

Bastam 140 caracteres.

O melhor elogio fatura um exemplar do Guia ilustrado Zahar de Cerveja, assinado por Michael Jackson, britânico especialista no fermentado oferecido pela editora Zahar.

Envie agora

Bastam 140 caracteres.

Manchete do Futepoca: contra a crise, Lula comprou uma geladeira nova

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Em entrevista à Folha de S.Paulo desta quinta-feira, 22, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma ampla retrospectiva da ação do governo diante da crise. Começando por reavaliar (e manter a posição) de que a crise foi uma marolinha no Brasil.

Lá pelas tantas, falando sobre a precipitação dos empresários em demitir – especificamente da Vale e da Embraer – o presidente diz que foi "à TV contraditar a tese de que as pessoas não iam comprar com medo de perder o emprego", foi "dizer que iam perder emprego exatamente se não comprassem".

Aí, Kennedy Alencar pergunta: O sr. comprou algo?

LULA - Lógico. Comprei geladeira nova.
Aos ouvidos do Futepoca, trata-se de uma postura adequada de um chefe de estado alinhado ao Maguaça Cidadão, o maior programa de transferência de cachaça defendida ardorosa e insistentemente por este blogue. Na geladeira nova, a cerveja fica gelada mais rapidamente e produz-se gelo com mais eficiência para um caipirinha, por exemplo.

Em outro trecho, o presidente se contradiz e manifesta desapreço pelo falecido ex-presidente Russo, Bóris Iéltsin. Ao justificar por que ele se posicionou contra a saída de José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado – para muito além da aliança PT-PMDB pela candidatura de Dilma Rousseff – Lula critica a "negação" na política. "O que vem depois da negação da política é pior do que a gente tinha", afirmou. "A negação do socialismo, feita pela Gorbatchov, deu quem? O que tomava vodca lá, o [Bóris] Iéltsin".

Pô, presidente! Como assim "o que tomava vódca lá"? Mais respeito por chefes-de-estado bêbados!

E também...
Lula diz que não usa mais o termo burguesia e comparou o exercício ser oposição e o da Presidência da República a bater pênalti. "Brincando (como oposição) todo mundo marca gol. Na hora do pega para capar (como presidente), até pessoas como o Zico e o Sócrates perderam pênalti".

Sobre a escolha de Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil, Lula repetiu o discurs de "a mais competente gerente que o Estado brasileiro já teve" e disse que isso não é discurso tucano.

A respeito de acordos políticos e concessões, emendou: "Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão."

O Palmeiras hoje não ganha nem dividida

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Foi por 2 a 0 a terceira derrota seguida do Palmeiras no Campeonato Brasileiro. Há três jogos o Palmeiras não marca um gol sequer na competição. Há quatro jogos não vence.

O Palmeiras que atuou em Santo André não é capaz de ganhar nem sequer uma dividida na intermediária. Fez quatro chances de gol (duas nos acréscimos), não tem meio de campo nem capacidade de desarme.

Um dos nomes para isso é pipoca.

Outros são ziguezira, azar, desconcentração, salto alto, morrer na praia...

Tudo começou na partida contra o Avaí, após a convocação de Diego Souza para a seleção. O empate em casa marcou os dois últimos gols que o time fez no campeonato. Desde então, em todos os jogos o alviverde tomou dois ou mais gols. A ex-melhor defesa do campeonato é uma peneira, aberta a contra-ataques como um copo na mesa do bar é disponível para a cerveja.

Depois, veio o Náutico e uma chacoalhada de 3 a 0. "Estava sem sete titulares", disfarcei. Depois, contra o Flamengo, quando havia marcação forte e um jogador desequilibrando, hoje só teve um time desequilibrado, descompassado. Completamente torto em campo. A única forma de fazer a bola sair do campo defensivo foi o chutão. Se houvesse um lançador, poderia ser uma ligação direta. Mas era só chutão mesmo.

Ainda no primeiro tempo, Cleiton Xavier sentiu uma contusão muscular na coxa, foi substituído por Marquinhos, que foi melhor que o camisa 10, mas não o suficiente para fazer o time funcionar.

Diego Souza, que despontava para ser o craque do campeonato, só mantém a pose. É incapaz de puxar um contra-ataque em velocidade ou de achar outro atacante livre.

Como o restante da rodada é todo no fim de semana, o time de Muricy Ramalho fica fazendo as contas para saber que ainda será líder ao final desta rodada. E, tomando o futebol apresentado hoje, só por mais essa rodada.

***

Perder a terceira seguida, é ruim. Segurar os palavrões neste post, é difícil. Deixar de ser fatalista, não deu. Mas ouvir fogos de artifício na vizinhança após o jogo é deplorável.

quarta-feira, outubro 21, 2009

A partir de entrevista de Belluzzo, um novo xingamento a economistas

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No Terra Magazine, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo criticou os analistas de plantão que desceram a lenha na taxação de capital estrangeiro, por meio do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

"Na verdade, quem está contra a taxação quer cuidar dos próprios investimentos, dos interesses próprios. O governo tomou uma medida que, na minha opinião, deveria ser mais radical. Deveria ter alterado a forma de atuação do Banco Central no mercado de câmbio", avisou.

"A valorização (do Real) é boa pra quem? Pra quem está fazendo arbitragem. Para o resto do Brasil, não é boa", emendou.

E então: "Esses sabichões do mercado deveriam parar de aconselhar as pessoas a fazerem coisas que não devem, como por exemplo, aplicar no fundo do Bernard Madoff."

Bernard Madoff (foto) presidiu uma sociedade de investimento criada na década de 1960 e que, modestamente, leva seu nome. Em dezembro de 2008, em meio à toda turbulência da crise financeira internacional, foi preso pelo FBI acusado de fraudes estimadas em US$ 500 bilhões. Com fama de filantropo a organizações judaicas – que também foram vítimas, registre-se –, enganou bancos e grupos de investimento com um negócio baseado em um esquema de pirâmide.

Eram analistas que, com pompa e cerimônia, vaticinavam: "Recomendo".

Com isso, a economistas do mercado financeiro que apresentem suas visões evidentemente de olho em seus interesses proponho que seja dirigido um novo xingamento, com conotação exclusivamente monetária:

"Vá aplicar no fundo do Madoff!"

ou

"Vá pro fundo do Madoff!"

terça-feira, outubro 20, 2009

Chute forte

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Por Mouzar Benedito


Mata do Sino é um lugarzinho bonito no município de Juruaia, Sul de Minas. A paisagem montanhosa impressiona bastante, mas representou durante muito tempo uma dificuldade para se jogar futebol: não tinha um lugar plano com tamanho suficiente para se fazer um campo. Não digo estádio, mas apenas um campo mesmo, com largura de pelo menos cinquenta metros e comprimento de uns setenta.

O único lugar que arrumaram, que aplainando um pouco (não existiam máquinas de terraplenagem por lá) podia ter essas dimensões, sobrando pirambeiras bem íngremes dos dois lados, foi na saída para Nova Resende, mas com um problema: a estrada passava pelo meio do campo. Mas antes isso do que nada. Assim, lá era o único lugar que tinha uma regra diferente mesmo nos jogos oficiais: quando apontava um veículo qualquer se aproximando do campo para atravessá-lo, paravam o jogo, mas sem tirar a posse da bola do jogador que estivesse com ela, e depois que o veículo passava o jogo continuava. Ainda bem que o movimento de veículos lá era muito pequeno, na época.

Em Nova Resende não chegou a ser assim. Não tinha um terreno plano, mas um com um declive pouco acentuado, que tinha espaço suficiente para se fazer um campo até maior, com largura para uma futura arquibancada e tudo mais, até um vestiário. Bastava aplainar. Assim foi feito, e o campo ficou até grande e bom, virou Estádio Olegário Maciel, nome da rua em que se situava, e mais tarde, já com muros e até uma pequena arquibancada, Estádio Vicente Maldi, em homenagem a um antigo e fanático torcedor que por sinal teve uns dos filhos que foi um beque lendário na Esportiva Nova Resende, o Vâni. Outro filho, Cesário, foi goleiro.

Bom, mas antes da arquibancada, muita gente assistia aos jogos de pé, nas laterais do campo. Porém, muitos preferiam ficar em cima de um barranco, atrás do chamado “gol de cima”, pois depois de aplainado o campo sobrou um declive forte atrás do “gol de baixo” e um barranco de mais ou menos um metro e meio atrás do outro, que por sinal era vizinho ao cemitério. Chutes muito altos caíam dentro do cemitério e era uma diversão para a molecada pular o muro e disputar quem achava a bola no meio dos túmulos.

E quando algum jogador se machucava, ficando estatelado no chão, a torcida gritava animada: “Joga no cemitério”.

Explicado isso, vamos ao que justifica o título desta crônica.

Zeca, pescador e caçador que garante nunca ter contado uma mentira em toda a vida, um dia assistia a uma discussão no “Bar Esportiva Nova Resende” sobre quem tinha o chute mais forte em toda a história do futebol da cidade. Uns diziam que era o Celinho, que jogava na Esportiva e mudou-se para Juruaia. Era beque de espera, e os tiros de meta que batia atravessavam o campo e caíam atrás do gol adversário, às vezes até dentro do cemitério. Outros diziam que era o Toniquinho, e havia quem defendesse o Zé Leopoldo...

No meio da discussão, Zeca, que estava calado até essa altura, resolveu entrar na conversa e todo mundo se calou, sabendo que ele tinha sempre alguma coisa "inédita" pra contar (e quem é que tinha coragem de chamar suas histórias de mentira?).

— Não é nenhum desses aí. O chute mais forte que já teve aqui era o do Tião Folheiro.

— Como é que o senhor sabe? — provocou o Alcindo.

— Rá! Eu era menino quando reinauguraram o campo da Esportiva, que foi aplainado, acabando com a inclinação. Fiquei sentado no barranco, bem atrás do gol, e vi o primeiro pênalti batido nesse campo novo, pelo Tião Folheiro. Sabe o que aconteceu?

— Nunca ouvi falar!

— A bola enterrou um metro e meio no barranco!



Mouzar Benedito é amigo dos integrantes do Futepoca e, tal como eles, é apreciador de cachaça boa e já foi jurado do festival da cachaça de Sabará. Saciólogo, geólogo e jornalista, é autor dos livros João Rio, 45; 1968, por aí, entre outros.

segunda-feira, outubro 19, 2009

Rodada quase perfeita

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De todos que lideram o Gangorrão 2009, segundo definição do sampaulino Moriti, o Galo foi o único que fez a sua parte. Com isso saiu do quarto para o segundo lugar. Mais que isso: a vitória foi sobre um concorrente direto à Libertadores.


O destaque do jogo, para mim, foi que depois que tomou o gol, o São Paulo teve poucas chances no primeiro tempo e não fez praticamente nada no segundo. E nem se pode falar que o Galo ficou na retranca. Ao contrário, teve as melhores chances no segunda etapa, mas na maior parte do tempo tocou a bola, saindo algumas vezes em velocidade.

Para isso ajuda muito a visão de jogo de Ricardinho, que entrou pela primeira vez como titular com passes precisos e batendo falta muito bem. Inclusive a que gerou o gol de Tardelli.

Para quem fala que o Galo é um asilo de ex-sampaulinos, como os dois citados mais Éder Luís, é bom notar que os três ainda jogariam e muito nesse time tricolor. Ainda bem que estavam do outro lado.

Outro destaque foi o goleiro Carini. Não aparece muito, mas sempre está presente fazendo defesas e reposição de bolas com precisão. Para quem há muito tempo não tinha goleiro, é um alívio.

E dessa vez o mérito do Roth foi não inventar. Escalou os melhores e o time foi muito equilibrado na defesa e no ataque. Se continuar assim, vai ser difícil tirar o Galo dos quatro primeiros.

Por que rodada quase perfeita - Se a vitória do Flamengo acabou sendo boa, embora eu nunca torça para os rubronegros, confesso que sequei o Cruzeiro. Por motivos óbvios, mas também porque vem se aproximando na tabela.

E vai dar trabalho, porque está armado para o 1 a 0. Faz o gol e fica só na defesa, como foi no jogo contra o Galo e contra o Bota, que também não merecia perder.

Palpitagem geral sobre o Corinthians

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Não tem muito que falar da derrota do Corinthians para o Sport, nesse domingo, em Recife. O time já está num ritmo meio de férias, o que se soma à desorganização causada pela chegada de novos jogadores. O Leão, que não tem nada com isso, fez seus gols, marcados por dois ex-corintianos, aliás – fiquei preocupado quando entrou o lateral Fininho...



Como não dá mais pra ser campeão (o que sem dúvida diminuiu meu ânimo de escrever), o foco fica na observação dos jogadores e montagem do time. Das últimas partidas, algumas informações podem ser extraídas.

Elias – Já ficou claro que Elias não serve para jogar na meia. Funciona muito melhor de segundo volante, quando vem de trás e recebe menos marcação. Prefiro ter um excelente segundo volante que um meia mais ou menos.

Ataque – Ronaldo, por óbvio, faz muita falta e é decisivo. Ao seu lado, Jorge Henrique é o motor do time ofensivamente. Sem ele, ou quando não está em jornada inspirada, como ontem, a coisa desanda. Contra o Grêmio (2 a 1 para o Timão, não comentado neste fórum), melhor partida do time nos últimos jogos, houve uma mudança de leve no posicionamento de JH. Jogou um pouco mais recuado, armando o jogo vindo da ponta, chamando mais a atenção e permitindo a Elias jogar mais livre. O time rendeu mais.

Neófitos – Edno não funcionou como centroavante, mas mostrou qualidade de movimentação e visão de jogo. Errou muitos passes, talvez por fala de entrosamento, mas também por ter tentado, muitos passes de primeira. Se a bola queimar menos nos pés, vai melhorar.

O argentino Defederico jogou pouco até agora, mas parece que sabe das coisas. Drible curto, bom passe, se movimenta bem. Está tentando fazer o papel de meia centralizado, mas acaba caindo um pouco para os lados.

Sobre os dois e qualquer outra contratação, tenhamos nós torcedores alguma paciência. Tem cara que chega mandando bem, outros que demoram para decolar, e tem, sem dúvida, os que não dão certo e ponto. Mas que se dê algum tempo antes de sair crucificando alguém. Vejam o caso de Júnior César, no São Paulo, contratado no início do ano, que só foi render no Brasileiro.

Esquema tático – Para manter o seu amado 4-2-3-1, Mano Menezes depende de um meia centralizado, que consiga desacelerar o jogo e fazer a bola rodar. Os candidatos são Defederico e Edno, talvez Edu. Acho que o ex-jogador da Lusa tem mais chances de se encaixar nessa função, se conseguir diminuir seu ritmo e cadenciar mais o jogo.

Se não achar esse cara, o treinador pode precisar mudar o esquema. Eu vislumbrei o time num 4-3-3 do estilo do Barcelona, com Elias e Edu como meias que marcam, e Jorge Henrique ou Defederico armando o jogo de uma das pontas, mais ou menos como JH fez contra o Grêmio. Outros falam de um 4-3-1-2, com Defederico centralizado servindo Ronaldo e JH (ou Edno, ou Dentinho).

Elenco e carências – O fato é que temos hoje mais opções no elenco e bons jogadores irão ficar no banco. Como no Brasil se disputa campeonatos concomitantes por boa parte do ano, convém. Se no meio e ataque temos os já citados, na defesa Paulo André se mostrou opção muito boa, bem como Balbuena nas laterais.

Falta, sem dúvida, um lateral-esquerdo. Marcelo Oliveira vai melhor que Marcinho, mas está longe de resolver. Escudero está voltando de contusão e Mano já avisou que colocará o argentino para jogar, já que ele é o único lateral de ofício do elenco. Adversários, tremei.

Segue também a busca por um reserva Ronaldo. Dos candidatos atuais, o melhorzinho parece ser Bill, que pelo menos corre bastante. De resto, por mais que se possa melhorar em muitas posições, creio que as limitações de grana vão deixar por isso mesmo.

Tem gente que ainda sonha com Riquelme, Deco ou um craque desse tipo para a meia. Não creio, mas se vier, bato palmas.

Se já está ruim, deve piorar

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Por Moriti Neto

Eu avisei. No último post, escrevi que o São Paulo só mantinha a vice-liderança porque os adversários vinham brincando demais no Gangorrão 2009. E não foi preciso que deixassem de brincar tanto para que o Tricolor terminasse a rodada em quarto lugar e somente com um ponto o salvando de ficar fora da zona de classificação da Libertadores.

O Inter apenas necessitou empatar com o quase rebaixado Fluminense para, nos critérios de desempate, passar o time do Morumbi. Já o Atlético Mineiro bateu com justiça os tricolores, decretando a primeira derrota da equipe no Cícero Pompeu de Toledo nesta competição nacional e também saltando à frente na tabela. Aliás, não há muito que analisar do jogo contra o Galo, pois o comentário seria repetitivo, levando em conta o padrão adotado por atletas e comissão técnica nas últimas partidas, ou seja, jogadores sem concentração e técnico, além de posicionar a equipe equivocadamente, demorando a substituir. Washington é grosso, não tem habilidade, mas dentro da área dá trabalho e é, sim, goleador. Não à toa foi artilheiro de dois campeonatos brasileiros, inclusive como recordista de gols em uma edição (2004) pelo Atlético Paranaense, com 34 tentos. Na partida de sábado, era o homem que dava alguma canseira na defesa mineira. Após a saída dele, o ataque paulista, que já estava ruim, ficou absolutamente sem referência.

Falando nisso...

... Torcedores têm dito que Washington é caneleiro, que não serve para jogar no São Paulo etc. Bem, se alguém esperava o centroavante fazendo lindas jogadas fora da área ou mesmo o pivô outrora tão bem feito por Aloísio, analisou o atleta incorretamente. O homem é atacante tipicamente trombador e para que renda é necessário um posicionamento no meio da zaga adversária, esperando uma bola cruzada, uma rebatida do goleiro, enfim coisas típicas de matador de ofício. Se a torcida não percebe isso, passional que é, até perdoa-se. Mas direção e comissão técnica não entenderem é indesculpável.

No entanto há alguns pontos a ponderar. O atual grupo são-paulino é reclamão demais. Aí, inclui-se Washington. Ele, somado a Borges, Dagoberto e Hugo tornaram o ambiente péssimo desde o início do ano. Para a direção, a saída mais fácil foi demitir Muricy na tentativa de aliviar o clima. Não adiantou. A barra continuou pesada e, pela pressão interna, o time não consegue nem ter uma dupla de ataque titular com sequencia digna de avaliação.

E ao que tudo indica, a coisa deve piorar. Contratações, embora ainda não anunciadas oficialmente, estão bem adiantadas e os nomes vêm à tona em momento nada oportuno, numa reta final de campeonato e com um elenco já desgastado.

Comecei o texto mencionando o post anterior e termino da mesma forma. Nele, comentei que o São Paulo era carta fora do baralho na briga pelo título não por causa da diferença de pontos para o líder, mas pelo que vem apresentando. Observei, ainda, que os tricolores deveriam se preocupar com a vaga na Libertadores. Agora, com a embolação instalada na disputa, podemos imaginar a equipe, depois de largo tempo, jogando a Copa do Brasil. .


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...

Cachaça, cultura e história

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Como preveem Constituição Federal e Consolidação das Leis Trabalhistas, estou de férias. Isso explica o meu sumiço do cotidiano futepocal (muito provavelmente não notado pelos leitores, o que se justifica pela qualidade de quem manteve a rotina do blog esses dias). Ainda há mais uma semana de folga pela frente - que será destinada à resolução de pendências da vida pessoal. Mas falemos de coisas boas.


Grande parte desses meus dias da primeira semana de férias foi passada no município mineiro de Tiradentes. O nome sugere o que a cidade é: uma daquelas localidades históricas de Minas Gerais, "tipo Ouro Preto". Não é de todo errado pensar dessa maneira, mas é até possível dizer que há mais diferenças do que semelhanças entre os dois municípios. Afinal, enquanto Ouro Preto é grande e sede de uma universidade federal, Tiradentes mal supera os 5 mil habitantes e vive quase que integralmente em torno do turismo.

Turismo este que celebrei - e muito - nesses dias. E um dos passeios é o que me faz falar sobre a viagem aqui (senão acredito que logo um leitor me mandaria escrever um diário pessoal ao invés de ficar estragando o Futepoca com ladainhas da minha vida).

Fui conhecer, conduzido pelo ótimo Dalton, da Uai Trip, dois alambiques bem interessantes,
ambos na cidade vizinha de Coronel Xavier Chaves (que, para quem não sabe, é onde nasceu Mauro Beting). Um deles pertence a descendentes da família do próprio Tiradentes e produz a mardita exatamente como se fazia há séculos. A rusticidade do local é impressionante e encantadora. Trata-se de uma fazenda simples, que nem de longe lembra as "armadilhas para turista" que geralmente se encontra em lugares desse porte. Bagaços de cana, água corrente e equipamentos para a preparação da cachaça compõem o ambiente de maneira harmônica. O cheiro que domina o local é peculiar - tanto que chega a ser difícil de se descrever. Uma mistura de álcool, açúcar e cana moída, talvez.

Um dos seus donos, Zé Sérgio (homônimo de célebre ponta-direita ex-Santos e São Paulo da década de 1980), definiu bem o espírito do local: "aqui a gente faz cachaça pra beber. O que sobrar, a gente vende".

Lá saboreei a cachaça que leva o preciso nome de Século XVIII. É comercializada em duas variações, chamadas de 2002 e 2008, de acordo com sua data de engarrafamento. Na foto, brindo com minha namorada Dany antes de mandarmos ver uma dose da 2008.

Depois disso, rumamos para o alambique onde é produzida a cachaça Joaçaba. Clima bem diferente, mas igualmente interessante. Sai a simplicidade da fazenda dos parentes de Tiradentes e entra em ação um esquema bem mais profissional - embora seu proprietário (sujeito dos mais simpáticos, mas cujo nome me foge agora) enfatize que se trate de uma produção artesanal.

Desde a moenda da cana, o líquido segue por percursos distintos até que possa ser armazenado, "envelhecido" e, só aí, engarrafado e posto à venda.

Saí de lá com uma garrafa da Joaçaba do tipo prata. Ótima pedida.

Além das cangibrinas já citadas, adquiri em Tiradentes uma garrafa de pinga curtida em canela comercializada pela loja Confidências Mineiras.

Chama a atenção a imensa quantidade de referências que a região tem ao movimento da Inconfidência e também à cachaça. Em todo lugar que se vá por lá se encontra uma placa/estátua/nome de rua dedicada a um inconfidente e também um estabelecimento que venda aquela que matou o guarda.

O que me fez deixar a simpaticíssima cidade com uma inquietação: estaria o consumo da pinga atrelado às ideias revolucionárias? Seriam os inconfidentes capazes de tramarem sua revolução se a região onde habitavam não fosse tão propícia ao consumo da aguardente? Ficam aí as questões.

domingo, outubro 18, 2009

Serra, o pé-frio, ataca duas vezes no mesmo dia

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Ele já havia dado o ar de sua graça (sic) na final da Libertadores entre Cruzeiro e Estudiantes. Deu no que deu. Não satisfeito, voltou à carga em dose dupla neste domingo.

À tarde, foi ao GP Brasil de Fórmula-1, onde entregou o troféu ao vencedor Mark Webber. Na véspera, tudo havia dado certo ao combalido piloto brasileiro Rubens Barrichello: chuva na hora certa, pole position e seu rival Button em décimo-quarto. Uma sorte incomum em sua carreira. Hoje, com o dileto governador no autódromo emanando suas energias, Rubinho viu seu companheiro de equipe ganhar posições, teve o pneu furado e nada de uma chuvinha pra atrapalhar o título do britânico.

Mas Serra não se deu por vencido. Foi até o Palestra Itália ver seu Palmeiras jogar contra o Flamengo. O time sofreu sua primeira derrota em casa no Brasileirão, por 2 a 0 com direito a gol olímpico. Algo extremamente incomum, mas o sobrenatural de Almeida esteve do lado de José Serra. E não gosta nada dele...

Ainda bem que o tucano não quis assistir à final da Libertadores de futebol feminino, vencida pelo Santos. Com essa sorte, era capaz de reverter até o 9 a 0 a favor da equipe da Baixada...

Novo tropeço em casa: terceira oportunidade perdida

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O Palmeiras perdeu para o Flamengo por 2 a 0 em pleno Palestra Itália. A segunda partida em casa sem vitória, a segunda derrota consecutiva, a terceira partida sem vencer. A terceira oportunidade de abrir pontos de vantagem na tabela em relação aos concorrentes.

Depois da derrota do São Paulo para o Atlético-MG, havia espaço mais uma vez para uma disparada na tabela. O Inter ainda empatou com o lanterna Fluminense nas Laranjeiras por 2 a 2. Tudo, pela terceira rodada, ajudava e o Palmeiras não conseguiu aumentar os quatro pontos de vantagem que tinha antes do apito inicial sobre o novo segundo colocado alvinegro mineiro.

O Flamengo mantém nove partidas invico. Petcovic é um dos principais nomes dessa recuperação. Fez o primeiro gol no primeiro chute dos visitantes na partida deste domingo. Ainda fez gol olímpico creditado ao zagueiro Ronaldo Angelim.



O alviverde manda avisar que continua vacilando na ponta da tabela.

Se os cariocas continuarem assim, levam o título. O exagero da frase anterior tem explicação: ninguém a frente do rubro-negro, agora quinto, mostra tanta vontade de vencer, que dirá de levar o caneco.

O pênalti desperdiçado por Vagner Love no fim do jogo não mudaria nada. Não tinha nesta partida os 7 desfalques da derrota para o Náutico. Tinha uma marcação eficiente ao meio de campo palmeirense sem cruzamentos eficientes.

Esses apagões de fim de temporada incomodam ao extremo. Bora jogar bola!

Futebol pangaré da Irlanda é política de Estado

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Como o colega De Marcelo comentou em um post que fiz há algum tempo, o futebol horroroso da República da Irlanda, que empatou em 0 a 0 com a seleção de Montenegro na última partida das eliminatórias e está praticamente fora da Copa da África do Sul (disputa repescagem com a França), é mesmo política de Estado. Depois da placa que fotografei em Dublin, com proibição do jogo de bola pela prefeitura numa área pública, vejam outra que flagrei num parque em Limerick, no interior do país:


Ps.: Nesse dia a cidade estava lotada por causa de uma partida de rúgbi entre o time do Munster, local, e o de Treviso, italiano. Quer dizer, futebol não pode, mas um bando de marmanjos musculosos se agarrando, tá beleza...