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sábado, novembro 07, 2009

Didi, um brasileiro

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"Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói!". Os versos de Carlos Drummond de Andrade são apropriados para descrever, hoje, a saudade que um conterrâneo sente a milhares de quilômetros da cidade mineira. Cleidimar Magalhães Silva, 27 anos, tem apelido e profissão bem brasileiros: Didi, jogador de futebol. Mais especificamente atacante, e ainda mais especificamente do CFR Cluj, time da Romênia já destacado aqui neste blog. Mas não se trata apenas de mais um brasileiro perdido nos confins do futebol. Didi é ídolo na cidade de Cluj-Napoca, na Transilvânia, por ter ajudado o clube a vencer o primeiro campeonato nacional de sua história. E disputou a Liga dos Campeões da Europa, contra times como o inglês Chelsea, que era treinado por Luiz Felipe Scolari, e o francês Bordeaux, obtendo a gloriosa façanha de vencer o Roma na Itália, em setembro do ano passado.

Nesta entrevista para o Futepoca, segue mais um pouco da vida desse itabirano simples, filho de um motorista aposentado e uma dona-de-casa (tem quatro irmãos), que deixou o Brasil há sete anos. Em busca de seu sonho.

Futepoca - Em que time você começou e se profissionalizou?
Didi -
No Valeriodoce Esporte Clube, de Itabira, onde comecei na categoria infantil, em 1997. Me profissonalizei em 2002, disputei a segunda divisão do Campeonato Mineiro e depois tive passagens por times da primeira divisão.

Futepoca - Quais times? Jogou sempre como atacante?
Didi -
Sim, sempre atacante. Pelo Uberlândia disputei o Brasileiro da Série C e, no mesmo ano, em 2003, joguei o Campeonato Mineiro pelo Social Futebol Clube, de Coronel Fabriciano. Fui a revelação e artilheiro do interior, voltei ao Valeriodoce e subimos para a primeira divisão. Daí fui emprestado ao Vila Nova de Nova Lima. Muitos times (risos). E depois disso disputei o Mineiro pelo Valeriodoce em 2004 e fui para o Santa Cruz, de Recife, disputar o Brasileiro da Série B.

Futepoca - Você se lembra de jogadores conhecidos com quem jogou nesses times? E técnicos?
Didi -
Joguei no Santa Cruz com o Iranildo, ex-Flamengo, e com o Carlinhos Bala. O treinador era o Péricles Chamusca, que tinha sido vice-campeão da Copa do Brasil com o Brasiliense.

Futepoca - Mas e depois, como é que você foi parar aí na Romênia?
Didi -
Em 2004, fui para Portugal, para um time da segunda divisão, e no ano seguinte fui contratado pelo Paços de Ferreira, time da primeira divisão. Fiquei três anos naquele país, até que surgiu essa aventura na minha vida, que era vir para um país de pouca expressão no futebol mundial, que eu só tinha ouvido falar na
Copa de 94. Mas as condições do contrato eram bem melhores que as de Portugal e resolvi arriscar. Acabou sendo o melhor momento de minha carreira. Cheguei em janeiro de 2007, tive oportunidade de ser campeão nacional e bi da taça romena.
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Campeão na Romênia (à direita), com o CFR Cluj

Futepoca - Você disputou a Liga dos Campeões, um sonho para qualquer jogador. Estava na histórica vitória contra o Roma?
Didi -
Sim, tive oportunidade de jogar a Liga, mas nesse jogo, infelizmente, fiquei no banco os 90 minutos. Mas foi bacana pelo grupo e por ser uma vitória histórica. Joguei contra o Chelsea e Bordeaux.

Futepoca - E como foi essa experiência?
Didi -
Foi sinceramente única, não imaginaria jogar uma Liga dos Campeões depois de sair de uma equipe mediana de Portugal. Assim como não imaginaria chegar na Romênia e fazer história, pois o time tinha 100 anos e nem um título.

Futepoca - Qual era a equipe da segunda divisão de Portugal que te contratou? Eles compraram teu passe do Valeriodoce? Como foi essa transferência?
Didi -
Foi o Futebol Clube do Marco. Fui de passe livre, depois de um empresário ter me visto num jogo do Campeonato Mineiro contra o Cruzeiro, no Mineirão, e gostado do meu futebol. Ele me propôs jogar no Santa Cruz e, de lá, me levou para Portugal. Fui para o Clube do Marco, que estava fazendo um time para subir para a primeira divisão, e consegui fazer 12 gols em 24 jogos. Daí apareceu o Paços de Ferreira.

Futepoca - Você se lembra de alguma grande partida que fez nessa época?
Didi -
Em Portugal minha melhor partida foi contra o Sporting, time do brasileiro naturalizado português Liédson. Ganhamos de 2 a 0, em casa. Foi um grande jogo, pessoal e coletivo. Já aqui na Romênia, o jogo que marcou mesmo foi um que ganhamos de 1 a 0 do Pandurii, gol meu. Faltando 12 minutos para o jogo terminar, tive que ir para o gol, pois nosso goleiro foi expulso e tinham acabado nossas substituições. Tive duas saídas do gol e fiz uma defesa num chute de fora da área, recebi até prêmio a mais (risos).

Futepoca - Você deve ser um grande ídolo deles...
Didi -
O presidente esse dia me tratou como um herói (risos). Aqui sou muito respeitado pelos torcedores, onde vou sou bem recebido. Quando ganhamos o campeonato nacional, a cidade parou. Tinha mais de 15 anos que o título só ficava na capital, Bucareste, com o Steua, o Dínamo e o Rapid. E depois de três dias fomos ser campeões de novo, da copa romena.

Futepoca - E como foi tua adaptação na Romênia? A língua, o clima, a comida? Levou familia?
Didi -
Hoje já domino o idioma muito bem, é uma lingua latina com muitas palavras semelhantes ao português e ao espanhol. Tive a ajuda da minha esposa, Sandra. Estamos juntos desde 2001, e, na Europa, desde 2004. Depois veio o nascimento de minha filha, Giovanna, que vai fazer dois anos. A família se adaptou muito bem aqui. É uma vida tranquila, o país ainda é pobre, tem uma diferença de classe social. A comida já me acustumei, eles comem muito frango, porco. Tem umas comidas típicas deles que também são boas. Bebida, que eu saiba, não tem nada de especial. Eu prefiro uma cervejinha, principalmente no verão deles, que é muito forte e abafado, chega a fazer 40 graus.

Churrasco regado à cerveja mexicana Corona

Futepoca - E a cerveja daí é boa?
Didi -
Tem algumas marcas de cerveja deles, mas não gosto muito, prefiro uma cervejinha importada, como a mexicana Corona e a italiana Peroni. Não se comparam a nossa Skol.

Futepoca - Você falou que a Romênia é um país socialmente atrasado. Você acompanha a política daí? Lê alguma coisa, tem opinião? E sobre o Brasil, acompanha? O que acha do governo Lula?
Didi -
Olha, acompanho sim, alguma coisa. Não tem muitos anos que acabou o comunismo, então o povo ainda está começando a ter a noção da coisas. Sinceramente, de política, não entendo muito não (risos). Mas acho que o presidente terá muito trabalho pra fazer dessa nação um grande país europeu. Sobre o Brasil, tenho visto melhoria com o Lula. É um dos poucos países que não foram muito afetados pela crise mundial.

Futepoca - Pra encerrar, quais são os seus planos para o futuro? Fica na Romênia até quando? Gostaria de voltar a jogar no Brasil? Por qual time?
Didi -
Tenho contrato até 2010 aqui, mas tudo na vida tem momentos. Sou agradecido por tudo que fizeram por mim, mas acho que posso sair nesse fim de ano. Minha vontade e dos meus representantes é dar um pulinho no Oriente ou na Ásia. Tenho imensa vontade de voltar ao Brasil pra jogar, mas sei da dificuldade que é arumar um grande clube aí, por estar jogando num país não muito forte no futebol. Como sou mineiro, gostaria de ir para um time de Belo Horizonte.

Futepoca - Vai entregar? Galo ou raposa?
Didi -
Hahahahaha. Posso não, uai!

Futepoca - Então só me diz se teu time está com grande chance de ser campeão brasileiro...
Didi -
Hehehe. Está entre os candidatos. Mas tomara que o título possa ir pra Minas Gerais, o que só enriquece mais o meu estado.

sexta-feira, novembro 06, 2009

Quanto menos anúncio do governo, mais escândalos publicados

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É na Argentina.

Um estudo aponta uma relação inversamente proporcional entre a soma do espaço dedicado à cobertura de escândalos de corrupção no governo e o volume de recursos aplicados em publicidade estatal para a empresa ao mês. A pesquisa Publicidade do governo e a cobertura da mídia sobre escândalo de corrupção mostra ainda que o número de furos cai e o de casos omitidos do noticiário aumenta quando há mais verbas publicitárias públicas na conta.

Assinado pelos economistas Rafael Di Tella (da Universidade de Harvard) e Ignacio Franceschelli (da Universidade de Northwestern), o estudo analisou as páginas de Clarín, La Nación, Página 12 e Ámbito Financiero, que representam 74% da circulação diária de jornal.

A soma das áreas dedicadas à denúncia de corrupção em relação à área total da capa do jornal gera o número de unidades de "capas de jornal".

"O tamanho é considerável: um aumento no desvio padrão na publicidade mensal do governo (260 mil pesos de 2000) está correlacionado à redução da cobertura dada a um escândalo de corrupção do governo no mês em quase metade da cobertura, ou 37% do desvio padrão em nossa medida de cobertura na capa", conclui o texto.

Eles ainda analisam a ocorrência de furos e omissões. Furo, para o estudo, é a primeira notícia que um veículo publica sobre um escândalo. Omissão é a ausência de cobertura sobre um escândalo descoberto por outra publicação. A relação entre essas variáveis e a publicidade é parecida: quanto mais verba investida, menos escândalos descobertos e mais omissões. E vice-versa.

O estudo aponta que insistir em escândalos de corrupção significa aumento da circulação. A conclusão é que há um modelo em que os jornais enviesam a cobertura a favor do governo em troca de mais publicidade apesar de isso representar queda de receita advinda de circulação.

Embora o estudo não tente estabelecer relação de causalidade, os dados sugerem que os joranis reagem a anúncios governamentais, e não o contrário.

O estudo lembra do histórico de retaliação empregado por governos latino-americanos e o uso da verba publicitária. Eles lembram casos em que o corte de anúncios foi usado como opção política no governo de Néstor Kirchner.

quinta-feira, novembro 05, 2009

FHC e Caetano: separados no nascimento

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A sacada foi do Rodrigo Vianna. Parece que, à medida que o tempo passa, um e outro se assemelham não apenas no gesto, na ideoologia, na capacidade de fazer murcharem as flores quando abrem a boca, mas também fisicamente.

Sufoco, calor e garganta seca

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Por Moriti Neto


Noite quente. Jogo e cerveja também. A partida entre São Paulo e Grêmio, no estádio Olímpico, foi bastante movimentada, embora, em vários instantes, o corre-corre só tenha sido garantido por chutões para as áreas tricolores.

O começo do jogo até que foi promissor. O time do Morumbi pressionava a saída gremista e passava mais tempo no campo de ataque. A posse de bola paulista era muito maior do que a do adversário, mas justamente quando era melhor, a equipe tomou o gol numa falha grotesca da defesa. Aos 24 minutos, Douglas Costa levantou a bola e Rafael Marques, entre cinco são-paulinos, cabeceou sem dificuldades, fazendo 1 a 0 para o onze gaúcho.

Não demorou muito e o Tricolor Paulista, voltando a dominar o controle da redonda, empatou a peleja. Hernanes fez boa jogada pela ponta direita, cruzou de pé esquerdo e Dagoberto marcou. Eram 31 minutos e, curiosamente, a bola desviou em quem antes de entrar? Em Rafael Marques, autor do tento do Grêmio. Daí para frente, os goleiros Rogério Ceni e Victor praticamente não trabalharam na etapa inicial.

No segundo tempo, o ritmo mudou. Os donos da casa vieram dos vestiários com disposição de jogar ofensivamente e criaram duas chances aos 12 e aos 13. O São Paulo só respondeu aos 21. A partir de então, a coisa começou a ficar desesperadora. A geladeira de casa pifou e, na pressa de tomar as últimas cervejas que resistiam bravamente ao calor, não vi a jogada, aos 30, em que Jean teria feito pênalti em Fábio Santos.

Para aumentar a tensão, somando-se ao calor e à ausência da gelada, quando os são-paulinos equilibravam a situação, Borges, que entrara no lugar de Washington, foi expulso, aos 32. E repentinamente, o São Paulo ficou sem ataque, pois Dagoberto, um minuto depois, também tomou o vermelho. Coincidências nas exclusões: as duas faltas foram feitas no volante Túlio e tiveram alto grau de imbecilidade.

Paulo Autuori fez o óbvio e mandou sua equipe à frente. A pressão foi grande e Rogério praticou, ao menos, três defesas salvadoras. Eu, claro, batia na geladeira para descontar a tensão – não sei se com raiva da própria ou se pelo descontrole inexplicável de um time experiente, que disputa um título e tinha condições de virar o resultado. Enfim, creio que a bronca era multiplicada.

Aos 48, Jean levou o segundo amarelo. Apenas oito são-paulinos ficaram no gramado. O jogo iria até os 51. Até o apito final do juiz, o tempo foi de sufoco.

Com o empate fora de casa contra a equipe de melhor campanha como mandante, três atletas a menos e a liderança provisória do campeonato, o São Paulo saiu no lucro. Não posso dizer o mesmo. Sofri com o jogo e fiquei sem cerveja gelada.


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...

Tipos de Cerveja 43 - As Schwarzbier

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Essa palavra, em alemão, significa simplesmente "cerveja preta". Não tem nenhuma conotação com a cerveja ser encorpada, leve ou complexa, apesar da tendência ser para exemplares que não dependem tanto do malte, como as Stout e as Porter - havendo, portanto, destaque para o sabor do lúpulo, o que lhes dá um certo caráter amargo, não presente nos outros dois estilos referidos. "São uma excelente escolha para os dias frios, já que são cervejas suficientemente complexas, saborosas e encorpadas para aquecer qualquer alma, e isto sem o caráter pujante e por vezes sobredimensionado das Porter e nas Stouts", opina Bruno Aquino, do site Cervejas do Mundo. Ele recomenda as seguintes Schwarzbier: Sprecher Black Bavarian (foto), Herold Cerny Lezak e Kulmbacher Monchshof Shwarzbier.

O dia em que Renato Gaúcho usou o São Paulo

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Aliviado com o empate que o São Paulo segurou em Porto Alegre contra o Grêmio, jogando os minutos finais com três a menos (partida que o Moriti Neto vai comentar com mais propriedade), recupero aqui um episódio curioso daquele que talvez seja o maior ídolo do tricolor gaúcho. Em 1994, Fernando Casal de Rey assumiu a presidência do clube do Morumbi com a difícil tarefa de manter um mínimo de dois títulos expressivos por ano. Tinha sido assim em 1991, quando o São Paulo venceu o Brasileirão e o Paulista; em 1992, com a Libertadores, o Mundial e, de quebra, o Paulista; e em 1993, com o bi da América e do Mundo, mais o bônus da Supercopa. Mas a geração comandada pelo técnico Telê Santana demonstrou cansaço e, em 1994, início da gestão de Casal de Rey, perdeu o tri da Libertadores em casa e só faturou uma Conmebol com o Expressinho, sob a batuta de Muricy Ramalho.

Em 1995 e 1996, o time não ganhou nada de útil. Por isso, em 1997, Casal de Rey prometia uma contratação de peso, para acalmar a torcida. E a bola da vez foi o veterano Renato Gaúcho, então com 33 anos, que chegou a ser apresentado à imprensa em 14 de fevereiro (foto acima). Só que o presidente sãopaulino não sabia que tudo não passava de uma provocação do jogador ao seu ex-clube, o Fluminense, que lhe devia dinheiro. Deu certo: três dias depois, o tricolor carioca saldou a dívida de R$ 1,1 milhão com Renato, que voltou pras Laranjeiras. Fernando Casal de Rey ficou com cara de tacho e, naquele ano, ainda veria o São Paulo ser vice paulista e da Supercopa. Em 1998, quando terminou seu mandato, conseguiu ver o clube campeão paulista. Mas amargou mais um vice, do Rio-São Paulo. Sem dúvida, um presidente sem sorte. E que ficou marcado pelo "mico" do Renato Gaúcho.

terça-feira, novembro 03, 2009

Preparação para a Copa de 2014

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Escolhida como uma das cidades-sede da Copa de 2014, Fortaleza, capital do Ceará, já começa a adaptar suas placas de trânsito para os turistas internacionais. Há dez anos, morei por um tempo na Varjota, território colado ao bairro Papicu (com a tônica na última sílaba, mesmo) - o nome que considerei mais "exótico", por assim dizer, quando aportei em terras alencarinas. Pois vejam na foto abaixo, com a Catedral Metropolitana ao fundo, uma sugestiva tradução para o inglês dessa localidade fortalezense...

Um empate, uma risadinha e os riscos

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Dentro de um avião era onde eu estava na hora do jogo de domingo. Não vi o empate entre Palmeiras e Corinthians e, em plena terça-feira, todos os comentários foram feitos.

O que vi do jogo foi um motorista de uma van com fone de ouvido soltando uma risadinha. Era o segundo gol corintiano que ele escutava. Só descobri o resultado uma hora depois.

Depois, agora há pouco, longe dali, no centro de São Paulo, um corintiano diz para dois palmeirenses:

– O Corinthians não quer nada no Brasileiro, por isso deixou empatar.

Pode não querer, mas jogou melhor do que o Palmeiras e só sofreu o empate aos 40 do segundo tempo.

Empatados em número de pontos, a liderança do campeonato é definida, após a 33ª rodada, no saldo de gols, já que no primeiro critério de desempate, número de vitórias, há igualdade.

Palmeiras, São Paulo e Flamengo tem três partidas como visitante e duas como mandante. O Atlético-MG é o inverso, duas fora e três em casa.

O Flamengo tem um adversário na zona da degola, três que devem ir à Sul-Americana e o "desinteressado" Corinthians. As aspas são pelo jogo de domingo.

O Atlético-MG é o único livre dos candidatos sérios ao rebaixamento. O pior na tabela é o Coritiba. Mas tem Palmeiras, Flamengo e Internacional pela frente, rivais pelo título ou pela Libertadores.

O São Paulo tem um no G-4 dos pesadelos e o Botafogo que luta para não ficar por lá. Nenhum adversário está na disputa pelo título. O restante mora, hoje, na Sul-Americana.

O Palmeiras tem dois rivais entre os últimos da tabela e o mesmo Botafogo que na mesma situação. Há ainda um que ainda briga pela taça ou, no mínimo, por vaga na Libertadores. Sobrou um na Sul-Americana.

Para mim, a trajetória dos atleticanos é a mais complexa no papel. A mais suave, no mesmo papel, seria a do Flamengo. O que o Palmeiras tem pela frente me parece mais difícil do que o que o São Paulo vê a seguir.

Contra Náutico e Santo André, o Verdão perdeu no segundo turno fora de casa. Não é uma conta favorável. Mas time que quer o título precisa vencer na reta final contra quem quer que seja.

À lista:

São Paulo
Grêmio (fora) só leva a Sul-Americana
Vitória (casa) só leva a Sul-Americana
Botafogo (fora) foge da degola
Goiás (fora) só leva a Sul-Americana
Sport (casa) G-4 dos pesadelos

Palmeiras
Fluminense (fora) G-4 dos pesadelos
Sport (casa) G-4 dos pesadelos
Grêmio (fora) só leva a Sul-Americana
Atlético-MG (casa) disputa o título
Botafogo (fora) foge da degola

Atlético-MG
Flamengo (casa) disputa o título
Coritiba (fora) no limbo entre degola e sul-americana
Internacional (casa) entre a Sul-Americana e a Libertadores
Palmeiras(fora) disputa o título
Corinthians (casa) já na libertadores

Flamengo
Atlético-MG (fora) disputa o título
Náutico (fora) G-4 dos pesadelos
Goiás (casa) só leva a Sul-Americana
Corinthians (fora) já na libertadores
Grêmio (casa) só leva a Sul-Americana

Quem me convence de que estou errado?

domingo, novembro 01, 2009

Vitória e torcida pragmáticas

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Por Moriti Neto

Foi outra vitória apertada, no sufoco. Muito mais na garra do que na técnica. Quanto ao primeiro item, convém elogiar, já que há alguns posts eu reclamava veementemente da abulia do São Paulo. Sobre o segundo quesito, nada a falar, além do que está aos olhos de todos. Tecnicamente, o Campeonato Brasileiro é isto aí, repetição do receituário pragmático. Não dá para gerar grandes expectativas. Gostemos ou não, este é padrão do futebol atual, o tal “jogo de resultados” (como a derrota da seleção brasileira na Copa de 1982 fez mal ao esporte bretão!).

Ganhar do Barueri, no Cícero Pompeu de Toledo, era obrigação e, aos 4 minutos do primeiro tempo, Jorge Wagner garantiu o cumprimento do dever de casa. O São Paulo fez 1 x 0 e, como de costume, recuou, esperando a oportunidade de um contra-golpe. O adversário, equipe certinha que é, encardida, corre bastante, marca forte, e a partida, na etapa inicial, foi caracterizada pelo congestionamento no meio de campo. Na segunda, os visitantes voltaram mais ofensivos, mas não criaram chances contundentes. O Tricolor teve mais espaço. Dagoberto chutou uma bola na trave e o goleiro Márcio – revelado no Morumbi –, fez boas defesas.

Agora, são 58 pontos na tabela e, novamente, a liderança provisória e “secatória”. Para comemorar, dois fatores. Um é a volta da aplicação. O time são-paulino pode não fazer grandes apresentações, porém tem demonstrado vontade e ninguém está se omitindo em campo. Até Dagoberto e Washington têm voltado para marcar com frequência. O outro aspecto é que três vitórias consecutivas nestas alturas, faltando cinco rodadas para acabar a competição, aumentam a confiança.

Deixa com a gente

No fim do jogo, Hernanes falou a repórteres sobre o clássico Palmeiras x Corinthians e disse que nem assistiria, pois torcer (leia-se secar), “gasta muita energia”. Está certo, meu caro. Poupe suas forças para o difícil confronto da quarta-feira que vem, contra o Grêmio, no Olímpico. Deixe que os torcedores engordem os olhos para cima do Verdão. Inspirada pelo que acontece no gramado, que venha a “torcida pragmática”.


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...