Destaques

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Dona Sabesp, agora entendi

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Num texto em que alega-se que em outubro do ano passado o Inpe já alertava para o excessivo nível dos reservatórios, que transbordariam com as previsíveis chuvas do final/começo do ano (veja aqui), mais interessante é ver a resposta da assessoria de imprensa da Sabesp.


Questionada sobre o motivo de não ter vertido as águas dos reservatórios mesmo com a previsão de chuvas, a empresa disse: "A função primordial da represa é o abastecimento. Quando está com os níveis normais, não há por que descarregar a água, sob pena de afetarmos o abastecimento. Somente quando as chuvas se intensificam e o nível da represa ultrapassa o volume operacional é que há necessidade de iniciar o descarregamento. Durante o período de chuvas, é preciso manter um nível de água suficiente para garantir o abastecimento nos meses de estiagem."

A Sabesp ainda afirmou que, "no que se refere à previsibilidade de fenômenos naturais como as chuvas, na média, eles são cíclicos, porém, ao longo do tempo, têm comportamento aleatório, não podendo se afirmar - sem riscos - o comportamento futuro. Assim, a operação realizada foi aquela que representava o menor risco". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo."

Ahn, como? Não entendi nada. Se a competência para administrar água e esgoto for a mesma para escrever notas de resposta, está explicado o caos vivido nessa minha sofrida sampaulo.

11 comentários:

Victor disse...

Bem... eu não posso dizer se é balela ou não, mas... eu entendi a resposta e a argumentação.

Anônimo disse...

a nota podia ser mais clara.
mas o fundamental foi dito.
a administracao achou que a possibilidade de inundacao de bairros pobres durante o periodo de chuvas tem um risco (eu diria politico) menor do que faltar agua em regioes ricas da cidade perto das eleicoes, no periodo da estiagem.
os pobres que se lixem agora pra garantir que a empregada possa lavar a calcada da casa da patroa em julho!

fredi disse...

Victor, então por favor me explique o que quer dizer:
"no que se refere à previsibilidade de fenômenos naturais como as chuvas, na média, eles são cíclicos, porém, ao longo do tempo, têm comportamento aleatório.

Na média é uma coisa, ao longo do tempo é outra?

Como é feita a média, não é ao longo do tempo?

Se dissesse que no curto prazo as chuvas são imprevisíveis, eu até entenderia.

O que não entendo é deixar as represas no limite antes das chuvas, parar de investir em desassoreamento do rio e inundar bairros pobres para não parar o trânsito na Marginal.

Isso vc também entende?

Pobre São Pedro, culpado de tudo.

Marcão disse...

Matou a pau, anônimo. A atitude da Sabesp sob jugo do tucanato se resume em dois adjetivos: intencional e criminosa.

Carmélio Reynaldo disse...

Vocês viram esta notícia hoje no Jornal Nacional? Uma história muito mal contada, propositalmente mal estruturada, para no fim deixar a impressão de que a culpa é do INPE e da Agência Nacional de Águas.

Glauco disse...

A matéria que o Carmélio cita está aqui. Sensacional a ginástica pra se tirar a culpa do governo de SP...

NRA disse...

fredi


A frase "no que se refere à previsibilidade de fenômenos naturais como as chuvas, na média, eles são cíclicos, porém, ao longo do tempo, têm comportamento aleatório" significa que um fenômeno natural cíclico se repete em média de tanto em tantos anos, mas ele não ocorre sempre nessa média. Para exemplificar, tomemos o caso do "El Niño". Ele ocorre em média de 3 a 4 anos, mas na realidade a ocorrência pode ser de 2 a 7 anos.

Victor disse...

Fredi, fazendo analogia ao nosso caro futebol, podemos dizer o seguite:
Sabemos que em média, Santos, Palmeiras, Corinthians e São Paulo disputarão títulos ao longo dos anos, mas temos maiores dificuldades em especificar em quais anos e como serão a campanha dos mesmos em cada ano.

****
Sem analogia agora:
A previsão de chuva pode não se concretizar. E ponderaram (pelo menos pela justificativa oficial) que esvaziar o reservatório poderia causar prejuízos em caso de não ser haver chuvas tão intensas.
Correu-se o risco e perdeu.

Claro que também pode ter sido negligência, incompetência, etcetera com justificativa salva-cú após. Claro que pode.
Mas tecnicamente, a justificativa encontra respaldo.
Mas há formas de verificar a veracidade da justificativa.

Thalita disse...

Respaldo tecnico nada. A previsao de fortes chuvas jah estava feita. Quem tomou a decisao de nao esvaziar simplesmente achou que o risco politico de ter um racionamento de agua em ano de eleicao (improvavel de acordo com a meteorologia) era maior do que ter enchentes em grandes proporcoes em todo o estado.
O problema aqui nao eh tecnico, eh politico.

Glauco disse...

A Thalita falou tudo. Nada a acrescentar.

Nicolau disse...

Pois é, a Tahlita disse tudo. Se existe um controle sobre o nível dos reservatórios e existe uma previsão das chuvas, creio que o controle dos níveis deveria se dar de acordo com essas previsões. Se não, desencana de controle e seja o que Deus quiser.