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sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Fosse o PT, a mídia chamaria de 'aparelhamento'

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Em entrevista a cinco jornalistas de O Estado de S. Paulo, o presidente Lula aproveitou para canelar - com dados - uma das mais recorrentes críticas da oposição, a de que seu governo inchou a máquina pública. Segundo o nosso presidente, quem incha a máquina estatal, e ninguém fala nada, é o blindado (des)governador de São Paulo, José Erra, digo, Serra (PSDB):

- A cada 100.000 habitantes, o governo federal tem 11 cargos comissionados. Já o governo de São Paulo tem 31 cargos comissionados por grupo de 100.000 habitantes.

Pois é, o governo tucano emprega, proporcionalmente, quase três vezes mais pessoas sem concurso público. Curioso isso. Não era o PT que "aparelhava" o estado? Tenho a ligeira desconfiança de que a informação de Lula não despertará qualquer interesse na chefia de reportagem do Estadão. E de nem um outro jornalão, revistona ou emissora de TV do país.

5 comentários:

Fabricio disse...

Bom, não entendo muito nem estou a par de tal discussão, mas quer me parecer que o problema principal seria relacionado aos valores, não quantidade de comissionados, certo?

Acho que o debate entre oposição e governo deve se basear no custo, não em quantidades. Se os custos forem parelhos, ponto para o governo, mas se não for, acho que o presidente passou por ignorante já que (repito, não tenho a menor idéia do salário desses cargos) 11 comissionados ganhando 100x causam mais estrago do que 31 ganhando x.

É por isso que não sou fã de política. Todo mundo fala as coisas só como convém. Tanto oposição quanto governo.

Anônimo disse...

Não tem essa de que 31 cargos podem gastar mais do que 11.
Até pq nesses cargos há um teto e um mínimo, e não acredito q a diferença entre o teto e o mínimo de cargos comissionados seja mais do que o dobro. Acredito ser até menos.

Acredito que o salário de um comissionado seja entre 7.000 e 12.000.

Anselmo disse...

"Todo mundo fala as coisas só como convém. Tanto oposição quanto governo."

sem dúvida.

agora, o debate não fica nisso e a fonte não é confiável, a rigor. Em todo caso, esse tipo de argumento não pauta eleições. Agora, quando criticam a realização de concurso público estão defendendo a contratação de comissionados, o que permite aparelhamento.

Glauco disse...

"Todo mundo fala as coisas só como convém. Tanto oposição quanto governo." Talvez seja assim não só na política, mas na maior parte do tempo em qualquer área das nossas vidas. Citando Fernando Pessoa, "Toda a gente que eu conheço e que fala comigo/Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho/Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida..." . Achar que esse tipo de atitude só ocorre na política é uma boa forma de nos "desinfetar"...

Mas, acreditando que na política só se fala o que convém e, portanto Lula está falando o que lhe convém, porque ele seria ignorante? Aliás, queria saber porque é tão fácil chamar o Lula de ignorante enquanto tem gente que diz que pra preventir a gripe suína é só ficar longe dos espirros dos porquinhos e não tem o mesmo tratamento. Vai entender.

Nicolau disse...

Então, Fabrício, por partes. Não lembro de quem é a frase, mas diz mais ou menos que o destino de quem naõ gosta de política é ser governado por quem gosta. Bom, émeio dramático, mas é por aí. Se cada lado fala uma coisa, é dever do cidadão procurar se informar sobre os temas que acha relevantes, separar o joio do trigo informativo e fazer sua decisão. Demcracia é participação, discussão, não tem nada de fácil nisso. Enfim, não basta ser pai, tem que participar, rs!
Sobre o tal do aparelhamento, eu vejo duas vertentes no discurso. Uma quer que parem de contratar gente pra diminuir o "peso do Estado" e gastar menos, é eminentemente direitsta, que quer Estado mínimo e essas paradas. Ou seja, querem que o PT siga o programa de governo tucano - derrotado nas eleições. Não vai rolar. O outro discurso fala de aparelhamento mesmo, ou seja, nomeações partidárias para controlar o Estado. Por esse ângulo, interessa mais o número de comissionados do que o salário deles. A solução para esse problema é criar um aparato de Estado fixo, por concurso, que se mantenha de um governo para o outro - e o governo Lula fez muito mais concursos que os anteriores, fácil. De uma forma ou de outra, aposto que se procurar a proporção de funcionários públicos da Suécia ou da França vai ser maior que a do Brasil, bem como a carga tributária. Mas é claro que isso não tem nada a ver com o fato deles terem serviços públicos melhores.