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segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Infelicidades tricolores

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Por Moriti Neto


Sem discussão. O Santos foi, disparado, melhor que o São Paulo no jogo de ontem, na Arena Barueri. O time da Vila jogou de forma leve, solta, com toques rápidos e lances inteligentes. A maior posse de bola santista não foi daquelas improdutivas, de simples domínio territorial.

São-paulino que sou, óbvio, sofri com a superioridade do adversário. O Tricolor não “andava” em campo. Pra variar, se mostrou acéfalo na meia cancha e ineficiente pelas laterais. Nada de cerebral na armação e nenhuma jogada de linha de fundo. Impaciente, eu pedia insistentemente (sabe aquela coisa de torcedor que assiste pela TV e “participa” do jogo?) que Hernanes e Marcelinho Paraíba mostrassem que estavam em campo. O primeiro até que tentou, mas normalmente era barrado em suas arrancadas e não achava com quem tabelar. O segundo esteve completamente apático. Não chutou, não lançou, nada que lembrasse o bom meia atacante de outros tempos e vários clubes.

No intervalo, fiquei imaginando quem Ricardo Gomes poderia colocar para melhorar a organização. E o nome que veio à cabeça foi justamente aquele que o técnico usaria: Cléber Santana. Em algum momento, pareceu que o nível de construção das jogadas evoluiria. Ledo engano. Poucos minutos, e o novo atleta tricolor estava contaminado pelo estilo  previsível do jogo são-paulino.                       

Nas “alas”, Jean, mais uma vez, deu mostras de que pode render bem como volante, mas é uma nulidade atuando pelo lado. A saída de bola pela direita era uma piada. Na esquerda, Jorge Wagner buscou o jogo, só que nunca será daqueles jogadores que chegam à linha de fundo e fazem cruzamentos para trás, conscientes, buscando o atacante em melhor posição. No máximo, vai fazer o velho e já manjadíssimo levantamento do bico da área e esperar que alguém aproveite a tal “bola alçada”. Aliás, foi assim, numa cobrança de escanteio, que Roger (minha nossa!) fez o gol são-paulino. 

No final do jogo, fiquei, sim, decepcionado. Não pela merecida vitória do Santos, que tem um time promissor, com jogadores refinados como Neymar, Ganso, Robinho e, quem sabe, Giovanni, caso tenha condições de jogar em bom ritmo ao menos num tempo das partidas. De repente, depois de tanto marasmo técnico no futebol tupiniquim, a equipe do litoral possa brindar aos amantes do esporte com espetáculos técnicos e inventivos. Mas, enfim, minha decepção ficou por conta de perceber que o São Paulo continua com os mesmos problemas de 2009 e sem nenhuma capacidade de reinventar-se.

A infeliz declaração de Ceni

Não sou daqueles que defende um ídolo do clube de coração de forma incondicional. Rogério Ceni, com todos os serviços prestados ao São Paulo, muitas vezes perde a chance de ficar quieto. Ontem, ao falar sobre a paradinha de Neymar e dizer que ele aproveite para fazer isso por aqui, pois na Europa não seria permitido, o goleiro desqualificou o País em que vive e ainda quis posar de guardião das regras futebolísticas, como se fosse um exemplo a ser seguido. Neymar, sobre a situação, foi na mosca, dizendo que esse tipo de lance tem que ser usado contra goleiro que se adianta demais. No final das contas, Rogério, ficou mesmo mal pra você.  


A visão santista da partida aqui.

5 comentários:

Marcão disse...

Marcelinho Paraíba errou cinco passes bobos logo no início da partida. Talvez envergonhado, se escondeu no jogo. Na segunda etapa, perdeu um gol feito ao decidir passar em vez de chutar direto.

E o Washington, que deu o passe errado no meio de campo, na jogada do primeiro gol santista? Pior que ele só os zagueiros no lance do segundo gol. Podem reparar que Robinho está completamente só na área, inacreditável. Se jogar desse jeito no meio da semana, dá Monterrey. Fácil.

Ney disse...

Sem contar que o Sr. Rogério Ceni usa e abusa não só do paradão, mas também do "adiantão" na hora de defender...

Leandro disse...

Não consigo entender como é que os são-paulinos hoje endeusam tanto e têm como vencedor este emblemático exemplar da nossa lumpemburguesia, guarda-metas que ficou anos a fio como titular absoluto do time sem ganhar nada e cuja maior apresentação embaixo das traves (ou, pelo menos, a mais comentada), ocorreu numa partida contra um time misto de uma desinteressada equipe européia que jogava aquilo que os gringos reputam ser uma pelada bastante inconveniente.
As defesas dele naquele jogo contra o Liverpool nunca conseguiram me convencer de nada. Já vi atuações mais arrojadas e decisivas na gloriosa Liga Osasquense de Futebol de Salão.

Marcão disse...

Ô, Leandro, concordo que o Ceni é um mala, chorão e que atualmente falha quase na mesma proporção que faz milagres. Mas não se pode desmerecer um cara que consegue permanecer 13 anos como titular absoluto de um grande clube brasileiro, com quase 900 jogos pelo São Paulo; ter dois mundiais no currículo (mesmo que o de seleções tenha sido na reserva); e, sobretudo, marcado 88 gols (a Fifa desconsidera dois desses gols, feitos em amistosos). Como sãopaulino, vi dezenas de partidas em que ele fez defesas inacreditáveis e salvou o time, muito mais do que na decisão contra o Liverpool.

Fora isso, ele sempre comandou o time dentro de campo. Se é ruim com ele, imagino que os resultados do São Paulo de uma década pra cá teriam sido muito piores sem ele. Mas eu entendo a bronca dos adversários, pois Rogério é identificado com o São Paulo da mesma forma que Marcelinho Carioca com o Corinthians (outro jogador, ou ex, muito odiado). Paga-se o preço, mas o próprio ódio colabora para eternizar o nome do jogador na história do futebol. E o Rogério ainda vai encher o saco por muitos anos, como comentarista, técnico ou dirigente.

Nicolau disse...

Ou vereador, deputado...