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terça-feira, fevereiro 02, 2010

Tortura à estética do ludopédio

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Por Moriti Neto

Medo. O São Paulo entrou em campo – e só entrou mesmo, pois jogar que é bom nada! – na noite de domingo, no estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto, e podia terminar a rodada entre os quatro primeiros do Paulistão. Podia, mas ainda que jogando contra o limitadíssimo Sertãozinho, o misto frio Tricolor errou demais e a produção ofensiva foi pífia. O time, na verdade, só conseguiu o empate em 2 x 2, com muita sorte e um gol contra. Isso, nos últimos segundos da partida.

O primeiro tempo foi de dar sono. Passes errados e um São Paulo perdido. De interessante, só uma bola que o Sertãozinho mandou na trave de Rogério Ceni

Vem a segunda etapa e mais futebol (isso é mesmo futebol?) sofrível. Sim, surgiram ali os quatro gols do jogo, o que numa conjuntura técnica tão horrorosa não quer dizer muito. No começo, o Sertãozinho marcou primeiro. Ricardo Lopes deu passe para Thiago Silvy, que apareceu no meio da fraca zaga são-paulina, com André Luis lento e péssimo como sempre, e só teve o trabalho de desviar

O São Paulo respondeu em uma bola espirrada na área. Léo Lima, que não fez mais nada na partida, acertou um bom chute de primeira e empatou. Só lembrei do volante durante o confronto nesse momento... 

Instantes depois: lambança. E, claro, envolvendo André Luis, que contou com a “ajuda” de Junior Cesar. Os dois bateram cabeça, a bola sobrou para Mendes, que colocou o time do interior na frente de novo: 2 a 1.

Sofrimento contínuo. Tortura estética do ludopédio tupiniquim. Baixa qualidade técnica de ambas as equipes e um jogo modorrento. O São Paulo não criava. Roger, no ataque, era tão horroroso quanto André Luis na zaga, e as jogadas pelas laterais inexistiam. Aliás, pela direita, o argentino Ádrian Gonzáles tem conseguido atuar pior que todas as improvisações feitas no setor desde a saída de Ilsinho, em 2007. A pinta era de que o Sertãozinho garantiria a vitória quando, aos 49 minutos, na última bola da partida, Jorge Wagner cobrou falta da esquerda e Marcos Vinicius desviou para o próprio gol. Porém, na súmula, o árbitro atribuiu o tento para o são-paulino, o que de fato foi um equívoco, pois ele cobrou a infração despretensiosamente, o perigo não era iminente, e o “crédito” deveria ter sido dado ao atleta adversário.

Assim. o São Paulo fica em oitavo lugar, com oito pontos e eu aguardo ansiosamente que os reforços (Alex Silva, Cléber Santana e Rodrigo Souto) estreiem e confiram algum padrão de jogo, bem como melhorem a qualidade técnica do Tricolor.

Além disso, a equipe precisa de mais atacantes porque Roger nunca teve, não tem e jamais terá condições de ser sequer opção no elenco e, de resto, para o setor ofensivo, só há nomes da base. E, ainda que tenham conquistado o título da Copa São Paulo deste ano, os garotos sofrem com a desconfiança de Ricardo Gomes, o que reforça algo que já ocorria com Muricy, ou seja, as tão badaladas instalações e os investimentos na molecada não rendem frutos desde a revelação de Breno. Informações de bastidores indicam, inclusive, que há certa animosidade entre o pessoal do CT da Barra Funda e o de Cotia. Os responsáveis pelo profissional dizem que os trabalhos de fundamentos nas categorias de baixo é fraco, e que os atletas têm graves deficiências nos passes, chutes e cruzamentos. Parece que o local onde treinam e moram virou um ambiente “mal frequentado”, com empresários de tudo que é lado circulando diariamente, as negociações são prioridade e a qualificação fica sei lá em que plano.

Aproveitando o comentário do Marcão, que aborda a negociação de André Dias, com a Lazio da Itália, por R$ 6,5 milhões – melhor ter saído ele do que Miranda ou Hernanes – e a provável opção pela manutenção do esquema com três na zaga, vamos nós ter que aguentar Renato Silva, André Luis ou Xandão entre os titulares. Dessa forma, termino o post do mesmo jeito que comecei: medo.

2 comentários:

Marcão disse...

Lateral não vem, nem pra direita e nem pra esquerda. González e Júnior César dão medo até quando estão na reserva. Jean e Jorge Wagner improvisados são puro desperdício. A zaga é pavorosa e nem Miranda salva. O meio está congestionado de volantes disfarçados de meias. E o ataque vive à míngua dos golzinhos de Washington, Dagoberto, Marcelinho Paraíba, Roger e do fraturado Fernandinho. Tá feio. Mas tá muito feio mesmo!

Anselmo disse...

"Parece que o local onde treinam e moram virou um ambiente “mal frequentado”, com empresários de tudo que é lado circulando diariamente"

Do jeito que tá dito, parece que houve um dia em que o CT de Cotia teve tempos de pureza e nenhum empresário por perto.

Empresários rondam jogadores em categorias de base há algum tempo. Com o São Paulo sendo capaz de vender jogadores com margens consideráveis, é evidente que também tem empresário por lá.

Acontece q quando qqr coisinha começa a complicar, tudo vira problema e parece que tudo tá estragado.

Pode até estar, mas se é assim que a torcida tá vendo a situaça, precisaria reconhecer que as coisas demoram a chegar nesse estado. E mesmo nos anos em qeu foi campeão, isso já acontecia.