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segunda-feira, março 22, 2010

Cervejas ruins, companheirismo manguaça e prestação de serviço

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Por Moriti Neto

   Demorei pra escrever este post pelo trauma. Recentemente, num final de semana, estava em Atibaia, e fui a um bar daqueles com “cara de casa”, onde o próprio manguaça se serve da cervejada à disposição. E bota cerveja nisso. Tem pra tudo quanto é gosto. De vários cantos do Brasil e doutras nações produtoras da gelada. Normalmente, todas de muito bom gosto. Normalmente.

Eis que, naquele sábado fatídico, os proprietários resolveram “inovar”. Eram duas cervejas vindas de Canoinhas, município de Santa Catarina. Produzidas, como informavam os rótulos, artesanalmente. Peguei a primeira, a Nó de Pinho (à esquerda). Escura. Muita espuma. Doce ao extremo. E aguada. Parecia tubaína com álcool. Por sorte, minha companheira, sempre solidária, principalmente nas causas manguaças, auxiliou na tarefa árdua. Bebemos a garrafa toda.

Então, não satisfeito com a experiência inicial, resolvi provar a outra artesanal catarinense. Tinha que tentar de novo. Não sei o motivo, mas meu subconsciente gravou que cerveja artesanal não pode ser ruim. Como a primeira não caiu legal, achei correta a segunda chance. Aí, veio a Jahu (à direita). Também cheia de espuma. Igualmente aguada. E parecendo álcool de limpeza gaseificado. A companheira, de novo, não me abandonou. A prova, nesse caso, já não era de solidariedade manguaça, mas de amor inconteste. Tomamos, aos trancos e solavancos na garganta, a dita cuja inteira.

Naquelas alturas, procuramos no freezer do bar opção mais agradável. Uma Serramalte salvaria a situação. No entanto, tarde que era, só restava Original. Ainda assim, era um oásis. Abrimos, bebericamos alguns goles e... Travamos a goela (e não a biela). Não desceu. A garrafa ficou pela metade e resolvemos ir embora. Na saída, a dona do bar diz: “uma Original e aquelas duas esquisitas?”. Por que não avisou antes? Ainda bem que era um bar de amigos... 

Os pinguços de Canoinhas que me desculpem, mas a Nó de Pinho (que poderia muito bem se chamar “Nó na Garganta”) e a Jahu, além de serem ruins de beber, impossibilitam aos manguaças sorverem qualquer outra cerveja após experimentá-las. Ao menos, no cômputo geral, recebi mostras de amor e solidariedade e ainda posso prestar um serviço à comunidade ébria.

5 comentários:

Anselmo disse...

um alerta de saúde pública. nem toda cerveja artesanal é boa. aprendi mais essa.

olavo disse...

Bem que Mauro Beting, natural de Canoinhas, poderia dar seu parecer sobre as ditas cervejas.

Marcão disse...

Deve-se desconfiar, portanto, do roteiro turístico cervejeiro de Santa Catarina, que já pensei seriamente em percorrer:

http://www.santur.sc.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=389&Itemid=216

Marcão disse...

Aliás, essa tal de Jahu me parece uma homenagem ao avião hidromotor de mesmo nome, primeiro a cruzar o Atlântico pilotado por um brasileiro:

http://360graus.terra.com.br/expedicoes/default.asp?did=21619&action=reportagem

Marcio disse...

Palavras de um cidadão de Canoinhas:
"O proprietário é o Sr. Loefler tem +ou- 95 anos e faz as cervejas exatamente da mesma forma que seu pai fazia nos finais de 1800 (e alguma coisa).
O que foi avaliado da cerveja infelizmente esta correto...
MAS O LOCAL É UM PONTO TURISTICO vale a pena conhecer."

abraços,
Marcio